tag:blogger.com,1999:blog-66572476790280270622023-11-16T07:40:10.058-08:00CdZ - Alma NovaDemiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-37921894346417657262030-07-05T14:56:00.000-07:002011-07-07T09:57:11.776-07:00<div style="text-align: justify;"><br />
Saint Seiya – Alma Nova foi idealizada no extinto fórum/site de fanfics chamado Pandora’s Box que em sua grande maioria tinha fanfics de CdZ. A história surgiu mais precisamente de um desafio chamado Seven Days, em que deveria ser escrita uma fanfiction sobre qualquer coisa com o tema “E se...” no período de sete dias. Mudando algo, alteraria também o eixo da serie.<br />
<br />
Alma Nova trata-se de um casal de turistas japoneses comuns encontrando Aioros com a jovem Athena em seu colo, ao contrário da versão original em que Mitsumasa Kido, o multimilionário fã de lutas, os encontra.<br />
<div><br />
</div></div><div style="text-align: justify;">Com isso, não há como Mitsumasa Kido mandar seus 100 filhos para conquistar as armaduras ao redor do mundo, então há novos cavaleiros de Pegasus, Dragão, Cisne, Andromeda e Fênix, que terão, juntamente com outros personagens, alguns eventos mais aprofundados. Além disso, uma trama muito maior é desenvolvida, não só apenas com combates, mas com intrigas palacianas, romances e uma nova visão de Saint Seiya.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sinopse: O que conhecemos como presente é formado pela vontade divina, os atos humanos e a mais pura obra do acaso. Ao alterarmos uma pequena coisa de qualquer um deles, transformamos totalmente o presente em uma nova realidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E em Saint Seiya? O aconteceria se Mitsumasa Kido não tivesse encontrado Aioros agonizante com Athena nos braços, mas sim um casal de japoneses que estavam na mesma excursão? O velho Kido mandaria jovens pelo mundo atrás das armaduras do zodíaco sem ao menos saber da existência delas? Quem seriam os novos cavaleiros? Quem seria o mal que eles combateriam? Quem seria Athena?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao adentrar nesse universo alternativo, você não poderá apenas ver com novos olhos, mas sim com uma nova alma. Bem-vindos ao universo de Cavaleiros do Zodíaco – Alma Nova.</div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-86791163263547909452019-01-22T11:14:00.002-08:002019-01-22T11:14:43.302-08:00Alma Nova 18.3 - As Ilusões e Trevas no Coração de uma mulherJiste corria em um desespero calculado, aqueles dois jovens, o ruivo e o de cabelos esverdeados corriam atrás dela como em uma caçada. Pelo estado físico de seus dois perseguidores, podia enfrentá-los, seus corpos estavam enfraquecidos, um tinha feridas e queimaduras recém curadas, prontas para serem reabertas; o outro parecia que havia escapado pelas garras da morte; mas seus cosmos eram formidáveis. E isso que a Jiste temia.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>A amazona fantasma sempre confiava em seus instintos, era como ela sobreviveu todo esse tempo, seguindo seus instintos, e hoje não seria diferente. Sempre sentiu um frio na espinha, na altura da nuca quando estava prestes a morrer, e essa sensação nunca a traiu. E a sentiu.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Usou sua técnica, reflexo de miragem. Que consiste em usar parte de seu cosmo para criar um reflexo e o resto para dar uma carga para algum lugar que fique protegida deixando seu corpo com uma imagem distorcida. Fazendo o a visão do oponente focar na ilusão, não na mesma.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>O fez bem a tempo, um raio foi disparado com tamanha rapidez e poder que se houvesse um segundo de hesitação estaria morta. Se escondeu atrás de uma árvore, e ocultou seu cosmo. Tinha que sair desse encalço e voltar para ajudar seus asseclas. Estava longe e escondida, esses cavaleiros muitos poderosos confiavam demais em sua força e menos em sua astucia, seria facil escapar deles.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E o frio na espinha voltou.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Usando seu reflexo de miragem, ela pode sentir um frio gigantesco na pele e cristais de gelo se formando. O guerreiro de gelo havia não somente a alcançado, mas achá-la. O soco que deveria ter a matado, congelou a ilusão de seu cosmo e a arvore, e logo em seguida quebrando as duas.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Mal pode pousar no chão e novamente sentiu a morte soprando em sua nuca e saiu. Antes que o cavaleiro que controla os raios havia descido assim como o elemento que controla. Os ataques eram intermitentes, não davam tempo para ela pensar em alguma estratégia ou contragolpe. Tudo que pode fazer é tentar sobreviver...<br />
<br />
*****<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Thouma sempre preferiu trabalhar sozinho, confiava em sua força e técnica para sair de qualquer situação. E o desagradava os ferimentos que sofreu, ou mesmo depender de Pandora para proteger a Athena, aquela era sua missão. Ele conseguia respeitar Okko, pois era um discipulo de um cavaleiro de ouro, assim como ele. Que foi treinado no começo por Marin mas teve seu treinamento final por Aioria.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Ficava desconfortável por lutar ao lado de Isaak que foi treinado pelo cavaleiro de Cristal, um cavaleiro de prata o qual duvidava de sua força. Respeitava sua técnica e sua força e ambos tinham boa sinergia, mas não gostava disso.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Não conseguia acertar a amazona que perseguia, aquela maldita técnica não deixava ver para onde ela iria. Mas o cavaleiro de Cisne era eficiente em achá-la, e era incrivelmente rápido, mas lhe faltava técnica, era uma velocidade bruta de chegar rápido e parar abruptamente.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E naquele momento, o que mais incomodava-o era a falta de intenção de matar nos golpes de Isaak. Por mais que fosse difícil admitir, ambos eram equivalentes em poder, mas sua fraqueza era essa honra inquebrável que ele tinha.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Estava apenas aguardando a fraqueza no cosmo da Jiste e atacá-la diretamente no coração. Dar o último golpe que o cavaleiro de Cisne era incapaz de dar, como alguém assim era um cavaleiro de Athena se não houvesse um pouco de impiedosidade.<br />
<br />
*****<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>O cavaleiro de Cisne estava ofegante, não era pelo estilo da perseguição, treinava assim sempre com seu mestre o Cavaleiro de Cristal, que tinha um poder parecido com a amazona que estava perseguindo. Sentia-se cansado devido a sua recuperação ainda da morte negra, não estava totalmente bem, mas tinha que derrotá-la para defender Pandora e Athena.<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E por um instante se perguntou, o porquê que pensou primeiro em Pandora do que Athena?<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E novamente, encontra-la, tentando fugir. O nível de aceleração dela era muito bom, porém era curto e sem controle. Usava uma técnica que deveria ser uma escapatória de contra-ataque como fuga e um gasto de cosmo exagerado. Uma hora ela iria falhar, e receberia um golpe bem dado que lhe deixaria inconsciente.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Jiste esta chocada com a técnica do cavaleiro que usa golpes de gelo, mas ela faz questão também de acompanhar o cosmo do oponente que usa o relâmpago, pois além de disparar eletricidade, vinha uma intenção assassina assim como a dela e a dos seus asseclas.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>A amazona fantasma corria o máximo que podia, pois era melhor enfrentar um de cada vez em um modulo de guerrilha. Enfrentando um por um, separando eles pela velocidade, esse plano tinha que ser perfeito, pois um erro poderia custar sua vida.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Mas ao esquematizar seu plano de ataque, um frio mórbido alcança sua nunca, não era o golpe de Isaak, mas sim o sentindo que a sempre salva da morte, mas geralmente era um aviso, naquele momento era um grito de desespero. E ela usa sua técnica, o Reflexo de Miragem para sair dali.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E não foi em vão, onde ela estava, nascia praticamente um iceberg que aumentava com um raio disparado por seu perseguidor. Ela havia simplesmente escondido atrás de uma arvore a uma distância gigantesca. Uma das vantagens da sua técnica, e novamente aquele arrepio na espinha lhe acometia.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Geralmente, sentia-se salva após usar seu Reflexo de Miragem. Que era o tempo de recompor suas energias, mas novamente sentia seu sexto sentido gritando. E ao piscar de olhos, o guerreiro de cabelos verdes, já havia lhe encontrado e a atacava com um soco revestido de gelo. Se Jiste não confiasse totalmente seus instintos, no mínimo, seu elmo e sua máscara teriam sido destruídos. Assim como aconteceu com a arvore que lhe dava cobertura. E novamente usar sua técnica para fugir.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Ela não optou se esconder, mas sim resolveu correr o máximo que conseguia. Seu plano de derrota-lo parecia distante agora. Tudo que pensava era sobrevivera esse perseguidor, e ao usar sua visão periférica para saber onde ele estava, junto com a visão veio o arrepio junto com a imagem de um punho próximo ao seu rosto.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E novamente, Isaak havia acertado a imagem que o cosmo dela deixa para trás, mas ele sorriu. Pois já estava conseguindo acompanhar o ritmo de tal técnica, para desespero de Jiste. Ele estava reagindo junto com o seu sentido de sobrevivência. O que era absurso, o tempo de reação de Jiste estava equiparado ao ataque do guerreiro do gelo.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>A perseguição se seguia adiante, até que um rompante de momento, um cosmo negro feito a morte e as trevas estavam vindo de onde eles deixaram Athena com a amazona de Andromeda. E nesse momento, o cavaleiro de cisne ficou divido em seguir o plano, já que Pandora estava com armadura ela daria conta de proteger Athena enquanto os cavaleiros que acabam de sair da morte iriam.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Jiste percebeu que era o momento certo de seu ataque e preparou um taque que fosse perfurar o corpo daquele cavaleiro sem armadura. O ataque era certo, até ela ser jogada para tras por uma luz branca que a fazia resetar e relaxar seus músculos, como uma câimbra enorme que assolava seu corpo inteiro.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Era Thouma que não havia acompanhado a velocidade dos dois, e chegava no momento certo. O rosto do cavaleiro de Cisne estava assustado, pois em uma falha de pensamento poderia ter causado sua morte. O olhar de Thouma era de repreensão, mas ampliada pelo desconforto de não conseguiur acompanhar os dois.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>- Vá ver o que aconteceu com Athena. – dizia Thouma em um ar autoritário.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Em qualquer outra situação, Isaak discutiria e não acataria as ordens de Thouma, mas se preocupava com o que aconteceu com Pandora e os outros, nessa ordem em seu coração, agradeceu a ordem. E sem questionar, foi em direção a mansão.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Jiste ao olhar para o seu outro perseguidor, seu estado físico era bem pior do outro, mas ele carregava um olhar parecido com o dela, um olhar impiedoso e assassino. E isso talvez fosse pior...<br />
<br />
******<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Jiste olhava a condição deplorável do seu novo oponente, por mais que o olhar azul dele trazia um ar de superioridade, ele estava em frangalhos, mas era exatemente isso que ela precisava. Um combate simples com alguém fraco, como aquele oponente, apesar daquele olhar a incomodava profundamente.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>O punho de Thouma já apresentava leves lampejos, ele não era benevolente como Isaak. E em um piscar de olhos, ele atacou com um soco direto na mascara de Jiste. Não havia defesa e nem esquiva preparada. O soco apenas quebrou a mascara em migalhas. A sensação elétrica passava pelo rosto de Jiste, o que lhe causou leves espasmos musculares, nada que prejudicasse seus reflexos.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Thouma ao olhar a face de sua oponente, fez lembrar do discípulo de Mu de Aries, Shiryu. Que fazia parte da resistência, o que talvez para o Cisne seria um incomodo, mas para Thouma seria mais um oponente a ser derrotado por ele. Ele poderia simplesmente ter aplicado mais força, mas foi consciente, questão de desmoralizar seu oponente para mostrar que era superior.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>O que não funcionava para Jiste, a mesma só usava a mascara para completar a proteção e por questão de costume e treinamento, mas não se importava tanto com isso. O que mais chocou-a que ele ainda tinha uma força descomunal, mesmo com o corpo maltrapilho. Ela já estava em suas ultimas reserva de cosmo, podia apenas confiar em seu combate corporal.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Atacou com suas unhas em um movimento de garra, pois tinha nelas um veneno debilitante. Talvez piorando a situação de seu oponente. Porém, Thouma graciosamente se esquivou. Havia uma certa leveza em seus movimentos, que contrastava com a postura de combate assumida pela maioria dos cavaleiros. Quase como em câmera lenta, o ruivo girou para fora de seu golpe, evitando o golpe e travou seu braço.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E sorriu...<br />
<br />
<br />
******<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>A situação não estava favorável para Pandora, assim como todas as outras vezes em sua breve experiência como amazona de Andromeda. Era a única em condições de proteger Hana, Shun e Mihu, que se encontravam no porão da casa, haviam tirado as crianças, mas os dois civis não quiseram sair com a desculpa de serem “amigos” de Hana, a suposta Athena De todos, era a única que não havia estragos com na armadura, e segundo eles, era de confiança. O que era bem irônico.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Ela lembrava que as correntes atacaram golfinho e serpente marinha, mas também lembrava que era eletrocutada pelo cavaleiro-fantasma de Medusa. E ao perceber, estava acorrentada novamente, naquele limbo entre a sua cnsciencia e a da armadura, mas dessa vez Andrômeda estava chorando.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Pandora sabia o que era aquele choro, a manifestação da impotência contra a situação. Saber que não tem forças para superar a adversidade e vai falhar. Aquela culpa que vem da tentativa, se fundo ela sabia que não era capaz. Não sabia, como era a relação dos outros cavaleiros com suas armaduras. No entanto, ela acaba de sentir mais afeição pela sua armadura.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Confiança.<br />
<span style="white-space: pre;"> </span><br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Afeição.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Amizade.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Desde encontrada pelos deuses gêmeos, só havia servidão e trevas em seu coração. Agora, estava em um grupo revolucionário para salvar a real Athena e destronar a falsa. Essa deveria ser sua vida falsa, mas ela parecia muito mais digna do que sua real vida. Que era ser a Alta-Sacedortisa de Hades.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>- Andro... me... da. – Sua voz saia sufocada devido as correntes.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>- O que você faz aqui? – Andromeda limpava o rosto - Você devia estar la fora, protegendo Athena.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>- Nem... você... acre... dita... nisso... – Pandora tem as correntes de pescoço afrouxadas. – Precisamos de mais... Precisamos proteger Hana.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Aquela frase não surpreendeu apenas Andromeda, mas também pa própria Hana. Não havia segundas intenções. Sempre existia um planejamento, uma dúvida em seu coração, mas teve um ar mais de proteção e carinho.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>As correntes começaram a se soltar, e Pandora caia em um chão negro como era toda aquela atmosfera era, era de um negro, que parecia desintegrar a existência.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>-Aquele era o poder bruto que a manipulou contra Andromeda Negro. – Dizia Andromeda a Pandora. – Você tem mais sinergia com aquilo do que comigo.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Pandora pensou muito, usar um poder que não era seu, sem autorização e sem controle, um poder que poderia lhe destruir. E lembrou que fazia isso com a armadura de Andromeda.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>- Usarei esse poder com uma condição para salvar Hana, com uma condição. – A duvida da armadura pairou no ar. – Se eu fugir do controle, me mate.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>Andromeda riu de alivio e percebeu que ali estava alguém com o destino de seus portadores. Se sacrificar por um bem maior.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>- Sim, e agora você esta agindo como uma amazona de Andromeda.<br />
<br />
<span style="white-space: pre;"> </span>E ao fundo, Pandora se questionou se era realmente isso...<br />
<div>
<br /></div>
Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-44684746764208358562016-09-05T12:40:00.003-07:002016-09-05T12:42:20.998-07:00Alma Nova 18.2 - Uma Visão Turvada por Lágrimas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Okko olhava para trás e via um vale de estacas com diversas armaduras com seus usuários,</div>
<div style="text-align: justify;">
todos a mais tempo que ele poderia imaginar. Reconhecia algumas, pelo incrível traços dos</div>
<div style="text-align: justify;">
lemurianos, mas havia outras armaduras também. Que não pareciam fazer parte do contingente de</div>
<div style="text-align: justify;">
Athena. Era um verdadeiro cemitério a céu aberto, um campo de batalha que parecia não ter</div>
<div style="text-align: justify;">
acabado. E a pergunta correu em sua mente, porque um campo de batalha aqui... e percebeu que</div>
<div style="text-align: justify;">
perdeu o foco da luta e voltou a atenção para o inimigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só não foi atacado, pois Shiryu estava em confronto direto com o cavaleiro de prata.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Atacava com o punho fechado, visando órgãos internos, no mesmo estilo de luta que Dohko o</div>
<div style="text-align: justify;">
ensinará, e fazia lembrar muito bem o estilo de Dragão Negro também. Apesar de atacar Tarantula,</div>
<div style="text-align: justify;">
a superioridade do cavaleiro de prata era evidente, tanto em tática de combate, vigor físico e o fato</div>
<div style="text-align: justify;">
de possuir uma armadura. Parando de ver as desvantagens em que estava e sorriu, e avançou</div>
<div style="text-align: justify;">
atacando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um simples ataque direto que visava o flanco, Aracne percebeu a investida e bloqueou o</div>
<div style="text-align: justify;">
ataque. Que foi a brecha em que Shiryu acertou a costela do adversário, o qual sentiu o ar sair dos</div>
<div style="text-align: justify;">
pulmões com um grito. E preparou para ataca-lo, e recebeu no flanco recém exposto um golpe do</div>
<div style="text-align: justify;">
outro cavaleiro. Era impressionante que o movimento era praticamente o mesmo. Fazendo o</div>
<div style="text-align: justify;">
cavaleiro ter dois focos de atenção.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os golpes eram bem colocados, e com uma cadência ritmada que ao receber o golpe</div>
<div style="text-align: justify;">
de Shiryu, do outro lado vinha o golpe de Okko. Se fosse um adversário menos experiente, iria</div>
<div style="text-align: justify;">
acabar sucumbido aos ataques simultâneos. Só que Aracne estava acostumado a lutar em</div>
<div style="text-align: justify;">
desvantagem, e se adaptou rapidamente a sequência de golpes, usando o lado direito para defender</div>
<div style="text-align: justify;">
de Shiryu e o esquerdo para se defender de Okko. O que deixou ambos surpresos, logo, em alguns</div>
<div style="text-align: justify;">
golpes depois, Aracne voltava a dominar a luta. Usava as partes das armaduras para se proteger,</div>
<div style="text-align: justify;">
tanto dos braços quanto as das pernas. Causando danos e lesões aos punhos nus dos adversários.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em um movimento mais rápido que os olhos dos membros da resistência puderam</div>
<div style="text-align: justify;">
acompanhar, o cavaleiro de prata abaixou com o tronco rente ao chão, fazendo que os dois socos</div>
<div style="text-align: justify;">
diferidos pelos seus oponentes se chocassem. E no segundo seguinte, impulsionou-se para cima.</div>
<div style="text-align: justify;">
Okko tentou acompanha-lo com os olhos, os quais foram ofuscados por um momento pelo</div>
<div style="text-align: justify;">
sol. Shiryu não sofria de tal mal por não ter visão e apenas ver o fluxo de cosmo. E atirou-se para</div>
<div style="text-align: justify;">
derrubar o cavaleiro de Dragão, para salva-lo do movimento seguinte. O cavaleiro de Aracne havia</div>
<div style="text-align: justify;">
descido com um chute que iria matar um deles, se tivesse acertado, mas não houve tempo de</div>
<div style="text-align: justify;">
espera.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao cair, Aracne com o mesmo ponto de apoio do impacto foi em direção aos cavaleiros</div>
<div style="text-align: justify;">
caídos. Okko, apesar ofuscado ainda, empurrou Shiryu para o lado e levantou, atacando também.</div>
<div style="text-align: justify;">
Geralmente, usaria seu escudo, mas neste caso a melhor defesa era o ataque. E ambos os socos se</div>
<div style="text-align: justify;">
chocaram, o cavaleiro de Dragão sentiu todas as articulações, das falanges do dedo até os ombros</div>
<div style="text-align: justify;">
doeram com o impacto, e agradecia por seu braço ainda estar lá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cavaleiro de Tarantula esperava o ataque do outro, mas ele ainda estava caído no chão</div>
<div style="text-align: justify;">
com uma farta poça de Sangue. E percebeu que o cavaleiro que o havia atacado se distraiu com o</div>
<div style="text-align: justify;">
amigo. O que todos ali sabiam que era uma péssima escolha, e um segundo soco foi desferido. Mas</div>
<div style="text-align: justify;">
apesar da distração, Okko fez o mesmo, evitando o impacto com outro. E seu outro braço também</div>
<div style="text-align: justify;">
reclamou das dores. E em um movimento, o moreno teve seus pulsos pegos, e recebeu chutes</div>
<div style="text-align: justify;">
velozes no abdômen, peito e rosto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E o soco de Shiryu veio separar, os dois cavaleiros se separaram. E novamente, ele caia</div>
<div style="text-align: justify;">
ajoelhado com a mão no peito. Com uma dor alucinante que vinha com mais uma golfada de sangue.</div>
<div style="text-align: justify;">
Okko não entendia o que aconteceu com Shiryu, mas sabia que tinha que dar tempo para ele se</div>
<div style="text-align: justify;">
recuperar. E novamente avançou para cima do cavaleiro do santuário, mas sua concentração de</div>
<div style="text-align: justify;">
dispersava com a saúde do amigo recém feito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Atacando novamente com soco de punho fechado, havia responsabilidades naqueles</div>
<div style="text-align: justify;">
golpes, a vida de Kiki e de Shiryu dependia dele além das armaduras de Isaak e Thouma, que</div>
<div style="text-align: justify;">
estavam com Pandora protegendo Hana. Havia o peso de ser o discípulo único do Mestre Ancião.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Imbecil. – Aracne riu e atacou no peito, com um golpe bem alocado no coração. O</div>
<div style="text-align: justify;">
ponto fraco de qualquer cavaleiro de dragão e perdeu a consciência, sendo tragado pela escuridão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
********</div>
<div style="text-align: justify;">
Okko estava realmente em um breu, acordará em um lugar que apenas conhecia o negro e</div>
<div style="text-align: justify;">
cinza como cores. Forçando a visão, via que aquele lugar não se parecia com Jamiel, mas era lhe</div>
<div style="text-align: justify;">
familiar. Algumas rochas bem polidas, como se estivessem na beira de um rio com outras que</div>
<div style="text-align: justify;">
lembravam rochas sedimentares, encontradas geralmente em montanhas. Mas um detalhe lhe fez</div>
<div style="text-align: justify;">
entender que lugar era aquele, apesar de achar que era improvável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pequenos fragmentos de Oricalco, que caiam do céu. Onde a armadura de Dragão dormia</div>
<div style="text-align: justify;">
no fundo da cachoeira, lhe dando uma extrema solidez. E finalmente percebeu a cachoeira, aquele</div>
<div style="text-align: justify;">
local era como se fosse uma pintura em tamanho real do local. Só que sem vida, e tremeu. Que lugar</div>
<div style="text-align: justify;">
bizarro era aquele? Estava morto o que aconteceu?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Aqui é o limiar da sua consciência, Okko. – Uma voz ecoava de todo o local.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Onde você está? Quem é você? – Okko já se colocou na posição de combate.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não reconhece a minha voz? – dizia a voz que não lhe parecia estranha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Shiryu?! – A voz era de Shiryu, mas o tom era diferente. Havia malicia e um pouco de</div>
<div style="text-align: justify;">
desprezo, coisa que não existia no timbre do discípulo de Mu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Quase, mas errou. – Saia de dentro da cachoeira que era um cavaleiro de dragão. Só</div>
<div style="text-align: justify;">
que sua armadura era negra, com olhos com um fundo azul escuro que fazia lembrar o céu negro de</div>
<div style="text-align: justify;">
uma meia-noite e com sua íris negra que lhe dava a impressão de profundidade. – Já esqueceu de</div>
<div style="text-align: justify;">
mim?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Dragão Negro?! – O cavaleiro de Dragão via seu antigo adversário que servia a Jango.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que padeceu em seus braços desejando ser um verdadeiro dragão.- O que você está fazendo aqui?</div>
<div style="text-align: justify;">
Ou melhor, onde estamos?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
—Não deu para perceber ainda? - Dragão Negro tinha um ar didático e com uma breve</div>
<div style="text-align: justify;">
ironia. – Estamos no limiar da sua consciência, onde você e sua armadura “se unem”. Geralmente a</div>
<div style="text-align: justify;">
mente do cavaleiro traz um lugar familiar ou agradável, e ao que parece você escolheu seu lugar de</div>
<div style="text-align: justify;">
treinamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Sim, aqui é a representação perfeita onde eu treinei para obter a armadura de Dragão. -</div>
<div style="text-align: justify;">
dizia Okko. – Mas não é isso que me incomoda, significa que eu então estou inconsciência e deixei</div>
<div style="text-align: justify;">
Shiryu contra um cavaleiro do santuário. Ele vai acabar morrendo se eu não tenho tempo para</div>
<div style="text-align: justify;">
conversar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não lhe trás certa estranheza eu ser idêntico ao tal Shiryu e não a você? - a pergunta</div>
<div style="text-align: justify;">
ecoava um pouco no coração do moreno desde que o encontrou. – Já que nós cavaleiros negros</div>
<div style="text-align: justify;">
somos nascidos para vencer e substituir nossas versões “brancas”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Então... – As palavras de Okko doeram para sair. – Significa que eu não sou o real</div>
<div style="text-align: justify;">
cavaleiro de Dragão?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não sei exatamente dizer. – Cruzava os braços para pensar. – Talvez seja alguma</div>
<div style="text-align: justify;">
artimanha das estrelas ou os deuses brincando com o destino de todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Responda-me, se eu não sou regido pela constelação de Dragão, o que eu sou</div>
<div style="text-align: justify;">
realmente? – Seus punhos estavam tão fechados, que um fio de sangue descia dos punhos de Okko.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não sei que constelação o rege, mas sei o que você mais um tigre do que um dragão. E</div>
<div style="text-align: justify;">
não faço a menor ideia o porquê a armadura lhe escolheu, mas como eu disse quando eu tinha um</div>
<div style="text-align: justify;">
corpo físico, estou aqui para lhe tornar um Dragão de verdade, ou quem sabe um tigre mais</div>
<div style="text-align: justify;">
poderoso. Pois foi o caminho que descobri para ser parte do cavaleiro de Dragão. Basta apenas</div>
<div style="text-align: justify;">
você decidir o que vai fazer com essa informação e com o meu poder.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Okko respirou, forçou o punho mais uma vez e por mais uma vez escolheu a decisão de um</div>
<div style="text-align: justify;">
rebelde.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Lutar. Sempre. - A resposta veio com um sorriso selvagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
E aquele local que era sem vida e tinha no máximo cinza como cor, ganhou odor de água</div>
<div style="text-align: justify;">
com terra, o forte som da cachoeira que urrava a força da natureza e a cor vivida que se</div>
<div style="text-align: justify;">
apresentava. E a vida tomava conta de tudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*****</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Shiryu bloqueava os ataques da maneira que podia. Sem Okko, e deixando Kiki em</div>
<div style="text-align: justify;">
segurança fazia o lutar com grande dificuldade. Seu coração estava no limite, a luta com Misty de</div>
<div style="text-align: justify;">
Lagarto o fez alcançar um nível que seu coração aguentou com milagres. Entretanto, o coração dele</div>
<div style="text-align: justify;">
enfraqueceu. E talvez aquela fosse sua última luta como guerreiro, e talvez simplesmente fosse a</div>
<div style="text-align: justify;">
última luta que ele faria por Athena. E sua missão era vencer aquele cavaleiro de prata, mesmo que</div>
<div style="text-align: justify;">
o preço fosse alto demais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A luta para Aracne estava simples, literalmente sentia-se uma aranha com uma presa na teia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não valia apena terminar aquela diversão que era ver um cavaleiro se matar para vencê-lo sem</div>
<div style="text-align: justify;">
esperança nenhuma. E não atacava levemente, e fazia questão em atacar com socos bem</div>
<div style="text-align: justify;">
direcionados ao coração do aprendiz de Mu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O aprendiz tentava bloquear os ataques mais graves, mas de três, um o acertava em cheio;</div>
<div style="text-align: justify;">
e o fazia soltar uma golfada de sangue, sua consciência tonteia e o corpo para de responder</div>
<div style="text-align: justify;">
levemente. Se fosse usar o Cólera do Dragão, teria que ser certeiro, pois seria o seu último.</div>
<div style="text-align: justify;">
Qualquer golpe mais forte que isso. Seria ineficaz, pois seu corpo não resistiria nem ao início do</div>
<div style="text-align: justify;">
golpe. Mas se não fizesse nada, acabaria morrendo também.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E sem conseguir reagir, acabou recebendo um chute no estomago que finalmente o fez cair.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E viu seu mundo rodar, mas não perdeu a consciência, mas apenas ficou no chão tentando criar um</div>
<div style="text-align: justify;">
plano de ação sozinho. Contava com Okko para vencê-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Vocês dois são muito sem graça. Talvez aquele moleque seja muito mais poderoso que</div>
<div style="text-align: justify;">
vocês dois juntos, e se não for simplesmente foi arrancar a cabeça dele na sua frente. – Aracne riu</div>
<div style="text-align: justify;">
em uma vitória certa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E a fúria do Shiryu começou a subir. Uma coisa que nunca foi vista, já que ele era sempre</div>
<div style="text-align: justify;">
calmo e gentil. Mesmo na pior das situações, mas ameaçar Kiki, que era seu companheiro de</div>
<div style="text-align: justify;">
treinamento e praticamente seu irmão era inaceitável. A explosão de seu cosmo, fazia seus longos</div>
<div style="text-align: justify;">
cabelos levitar com o fluxo. E um Dragão Esmeralda nas suas costas começou a aparecer. A</div>
<div style="text-align: justify;">
cosmoenergia liberada dava a mesma sensação de que um dragão estava prestes a bater suas asas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Resolveu lutar, finalmente?! – O cavaleiro de Tarantula começou a levar o cavaleiro sem</div>
<div style="text-align: justify;">
armadura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Você vai pagar por ameaçar meus amigos, e a todos os que o me importam. – A raiva</div>
<div style="text-align: justify;">
de Shiryu finalmente parecia alcançar um limite que parecia quase perder o controle. – Está na hora</div>
<div style="text-align: justify;">
de você pagar por tudo que você vez.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aracne tomava também a posição de combate levada a sério e começava a elevar seu</div>
<div style="text-align: justify;">
cosmo. Que não chegava a ser o mesmo do seu oponente, mas era bem próximo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— DRAGÃO NASCENTE!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— TEIA DA TARANTULA!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
******</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O golpe de Shiryu era assustador, possivelmente a energia dispersada por ele seria capaz</div>
<div style="text-align: justify;">
de destruir todo o local. Um dragão esmeralda iria de encontro ao seu inimigo. O problema que</div>
<div style="text-align: justify;">
Aracne lançou uma teia que envolvia o seu golpe e o dissipada, e não adiantava a cosmo que</div>
<div style="text-align: justify;">
lançava, e sua morte seria em vão. Até que seu coração deu uma batida mais forte e única que o fez</div>
<div style="text-align: justify;">
cair e parar de lançar seu golpe. E novamente caia no chão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Imbecil – Aracne observou o adversário caído. – Minha técnica principal absorve o</div>
<div style="text-align: justify;">
cosmo alheio e me da uma carga maior de poder. Que no caso transferi para a minha armadura,</div>
<div style="text-align: justify;">
agora os danos que vocês causaram até agora. Vocês realmente são muito imbecis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Acha imbecil lutar pelo que acredita, Aracne?! – Shiryu estava com alguns vasos</div>
<div style="text-align: justify;">
sanguíneos arrebentados, havia várias lacerações, vários hematomas e sangramentos por todos os</div>
<div style="text-align: justify;">
lugares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Acho quando é inútil. – O cavaleiro de prata ousava a ser honesto. – Se tem uma</div>
<div style="text-align: justify;">
missão, sua vida tem que ser essa missão, nós lutamos assim. Nunca sabendo qual é a última.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Você tem razão, mas não me acho inútil e nem imbecil perdendo. – Shiryu sentia que</div>
<div style="text-align: justify;">
aquelas seriam as suas últimas palavras. Sabia que ia morrer e queria pelo menos deixar a semente</div>
<div style="text-align: justify;">
que a Athena que ele defenderá era falsa. – Tudo tem uma razão, mesmo que não saibamos o que</div>
<div style="text-align: justify;">
as estrelas nos guardam, nossa passagem na terra tem sempre um sentido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De repente, antes que pudesse falar algo, uma explosão de cosmo energia era assustadora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O próprio Aracne se assustou, pois não conhecia nenhum cavaleiro de prata com tal poder.</div>
<div style="text-align: justify;">
Perguntou-se quem teria poder para tanto, seria o tal Mu que era o senhor de Jamiel que chegou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém olhando diretamente para o foco, via Okko se levantado assim como Shiryu, só que um</div>
<div style="text-align: justify;">
dragão purpura com o rugido de tigre parecia emanar do cavaleiro de Dragão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de não visto, um tigre aparecia nas costas de Okko, e logo em seguida um dragão</div>
<div style="text-align: justify;">
negro, feito o que Shiryu tinha, circundava o tigre, numa aparente proteção. E por um instante,</div>
<div style="text-align: justify;">
Aracne duvidou de sua vitória.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— ARACNE!!! – Okko gritava e parecia que havia uma outra voz consigo. – Vamos</div>
<div style="text-align: justify;">
acabar com isso agora!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Devido aquele poder assustador, o cavaleiro de Tarantula também começava a elevar seu</div>
<div style="text-align: justify;">
cosmo. Apesar de tudo, sua técnica era tanto defensiva quanto ofensiva. Absorveria o cosmo</div>
<div style="text-align: justify;">
daquele ataque e o retroalimentaria, até o ponto que o próprio golpe de de Okko alimentaria a teia,</div>
<div style="text-align: justify;">
usando seu próprio poder contra ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas dessa vez, Okko não fechava o punho para atacar, como das outras vezes. Estava de</div>
<div style="text-align: justify;">
mão aberta como se a própria fosse uma garra de um grande felino. O cosmo antes racional, parecia</div>
<div style="text-align: justify;">
selvagem e assustador, tudo nele parecia ter mudado. Era se como antes, ele não lutasse</div>
<div style="text-align: justify;">
completamente livre de suas amarras éticas. Se comportava como deveria, como um tigre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— GRANDE FURACÃO DO TIGRE!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— TEIA DA TARANTULA!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As rajadas de vento saiam como um cone que tinha como vértice o punho de Okko. As</div>
<div style="text-align: justify;">
lâminas de vento chegavam a cortar algumas rochas do local, mas os cosmo em forma de teia de</div>
<div style="text-align: justify;">
Aracne possuía uma área maior, como um fluxo brilhante de cosmo, que absorvia boa parte do</div>
<div style="text-align: justify;">
golpe, mas que perdia poucas fibras. Aracne viu que apesar de poderoso, seu oponente iria cair</div>
<div style="text-align: justify;">
uma hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E Okko rugiu fazendo seu cosmo aumentar assustadoramente. Mais fios da teia de cosmo</div>
<div style="text-align: justify;">
foram rompidos, mas a estrutura principal do golpe ainda sim estava integra ainda. Aguentaria o</div>
<div style="text-align: justify;">
fluxo de cosmo, se apenas seu adversário fosse o moreno. E mesmo assim, não teria tanta certeza.</div>
<div style="text-align: justify;">
Perguntou a si mesmo se não havia outras cartas na manga aquele cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E havia, pois Okko não lutava sozinho. Dragão Negro estava lá para lhe ajudar. O mesmo</div>
<div style="text-align: justify;">
Dragão tatuado nas costas dele, agora movimentava-se como se tivesse vida por seu braço</div>
<div style="text-align: justify;">
esquerdo. E não percebera, mas a parte branca do seu globo ocular esquerdo começava a</div>
<div style="text-align: justify;">
escurecer também. E viu um cosmo mais sombrio acumular onde residia o dragão tatuado e um</div>
<div style="text-align: justify;">
novo grito surgiu da garganta dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— PUNHO DO DRAGÃO NEGRO!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E um segundo cosmo, ao contrario do primeiro que era selvagem. Esse era assassino, o</div>
<div style="text-align: justify;">
sentimento que ele causara era como houvesse uma faca entre suas costelas trazendo um corte fino.</div>
<div style="text-align: justify;">
Só que ao contrário do sentimento que esse golpe trazia, o ataque era direto como um dragão</div>
<div style="text-align: justify;">
querendo seu alimento. Atacando-lhe com a boca aberta, e o vendaval do tigre, antes que se dirigia</div>
<div style="text-align: justify;">
ao certo da teia, agora abria caminho para o segundo golpe, destruindo totalmente a teia.</div>
<div style="text-align: justify;">
E Aracne não teve tempo de gritar com o golpe o devorou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*****</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Shiryu ainda mantinha a clareza da consciência, respirava mal, o que significava que a poeira</div>
<div style="text-align: justify;">
caia por todo local. Tropeçou em um dos esqueletos que tinham como seu descanso o precipício ao</div>
<div style="text-align: justify;">
seu lado. O poder do cavaleiro do Dragão era realmente impressionante. Ao se levantar e ver que</div>
<div style="text-align: justify;">
venceu aquele embate, e sentia a uma certa distância o cosmo da armadura de tarântula destruída,</div>
<div style="text-align: justify;">
como se fosse dívida ao meio, pois absorver tanto cosmo foi demais para a mesma, forçada ao</div>
<div style="text-align: justify;">
limite. Seria mais uma armadura a ser restaurada pela linhagem lemuriana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E coração reclamou, e numa das ironias da vida, aquele dragão nascente levou o que</div>
<div style="text-align: justify;">
restava da sua saúde. A luta com Misty o levou ao limite, e talvez se nunca mais lutasse, ele teria</div>
<div style="text-align: justify;">
uma vida como um auxiliar. Mas nunca desejou essa vida para si. E encontrou Okko parado no</div>
<div style="text-align: justify;">
mesmo local de onde aplicou o golpe. Viu pelo fluxo de cosmo que seu corpo estava destruído com</div>
<div style="text-align: justify;">
a tensão dos golpes que lançou. O trauma muscular era enorme, mas estava vivo e iria se recuperar</div>
<div style="text-align: justify;">
fácil. E sorriu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E novamente o coração reclamou, junto vinha uma golfada de sangue forte demais. Seu</div>
<div style="text-align: justify;">
coração sustentava uma batida sem ritmo forte que ele não teria muito tempo de vida. O Dragão</div>
<div style="text-align: justify;">
Nascente fazia até mesmo o sangue do usuário fluir ao contrário. Diziam que esse o teste para ser o</div>
<div style="text-align: justify;">
cavaleiro de dragão era fazer a cachoeira de Rozan fluir ao contrario para despertar a armadura de</div>
<div style="text-align: justify;">
Dragão para ela ver se quem a convocará era digno. E Okko realmente era digno. O discípulo de</div>
<div style="text-align: justify;">
Mu caminhava, superando a barreira que era seu próprio corpo até o amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Tem como me ajudar? – Okko falava desabando nos braços amigos. Seu corpo agora</div>
<div style="text-align: justify;">
não conseguia se sustentar. E apensar de estar à beira da morte, ele não o deixou cair.</div>
<div style="text-align: justify;">
O cego o jogou por cima do ombro e o levou junto consigo pelo fino caminho feito para ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já que ele não possuía os dons de teleporte de Mu ou mesmo de Kiki.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Você o venceu. Eu nem acredito. – Seu corpo ainda estava saudável, mas era seu</div>
<div style="text-align: justify;">
coração que não parava de acelerar, prestes a falhar, mas iria garantir que seu amigo vivesse e não</div>
<div style="text-align: justify;">
iria cair.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Foi graças a você. – Só a boca e os olhos de Okko conseguiam fazer algo. Se sentia</div>
<div style="text-align: justify;">
uma rocha, havia perdido até mesmo o tato. Não sentia o amigo carregando-o – Foi uma rachadura</div>
<div style="text-align: justify;">
no braço dele que fez a armadura se desfazer. Não sei o que você fez enquanto eu estava</div>
<div style="text-align: justify;">
inconsciente, mas funcionou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E Shiryu sorriu, e notou que sua morte não seria em vão. E torcia que sua vida não seria</div>
<div style="text-align: justify;">
apenas aquilo, esperava não morrer quando acabasse de atravessar a ponte. Ao chegar, pousou</div>
<div style="text-align: justify;">
Okko no chão de costas para baixo. Kiki chegou chorando, assim como Shiryu, só que menos que</div>
<div style="text-align: justify;">
ele, e o abraçou chorando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O jovem lemuriano quis dizer muitas coisas, queria dizer o quanto ele o considerava um</div>
<div style="text-align: justify;">
irmão, o quanto ele era melhor consertando armaduras, o quanto ele queria ficar a sua sombra para</div>
<div style="text-align: justify;">
sempre. Mas Shiryu sabia disso, e tudo que podia fazer era era despedir-se, mas não conseguia</div>
<div style="text-align: justify;">
dizer nada. Não queria ver seu irmão morrer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Vá ao encontro de Mu. – Dizia o cego para o ruivo e passou a mão com um carinho</div>
<div style="text-align: justify;">
fraterno.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deu dois passos para trás e viu pela última vez seu amigo. Aquele homem poderoso que era</div>
<div style="text-align: justify;">
o exemplo que todo cavaleiro deveria seguir e sumiu com um teleporte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Pode me dizer o que está acontecendo? – Dizia Okko olhando a cena de maneira</div>
<div style="text-align: justify;">
invertida. E não entendia o que estava acontecendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As armaduras de Pegasus, Cisne e Dragão estavam em suas formas base, percebia-se que</div>
<div style="text-align: justify;">
estavam sem o brilho que estavam acostumados de ver, reluzentes e poderosas. Elas pareciam os</div>
<div style="text-align: justify;">
próprios cavaleiros sem as armaduras. Qualquer um teria tristezas ao ver as armaduras naquele</div>
<div style="text-align: justify;">
estado. E havia várias ferramentas espalhadas pelo chão, que pareciam mais parte de alguma</div>
<div style="text-align: justify;">
armadura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não sei se você sabia ou não. Tenho um problema cardíaco, além de ser cego. - Ao</div>
<div style="text-align: justify;">
falar, começava a pegar as ferramentas e o oricalco – Minha mãe morreu abandonada, esperando o</div>
<div style="text-align: justify;">
meu pai. Até que aos meus 8 anos, mestre Mu me adotou. Ele me levou em alguns médicos e</div>
<div style="text-align: justify;">
curandeiros, mas o meu coração era mais fraco do que o normal para um humano. Que eu tinha</div>
<div style="text-align: justify;">
tudo para viver bem como um humano, um auxiliar do santuário. Mas não para um cavaleiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Mas é você o verdadeiro cavaleiro de Dragão, você que deveria usar a armadura, e não</div>
<div style="text-align: justify;">
eu. – Okko dizia ainda não assimilava o que estava acontecendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não foi o que as estrelas decidiram. - A dor no coração de Shiryu atacava mais uma</div>
<div style="text-align: justify;">
vez. – Quando decidi lutar contra Misty, pensei em morrer como um cavaleiro, só que isso não</div>
<div style="text-align: justify;">
aconteceu. E não aconteceu também nessa luta. Mas vou continuar vivendo e lutando como um</div>
<div style="text-align: justify;">
dragão, não incompleto agora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Okko já ouviu um discurso desse tipo, e as voz chegava a se sobrepor a de Dragão Negro</div>
<div style="text-align: justify;">
em sua cabeça, pois foram suas últimas palavras. E finalmente entendeu o que estava acontecendo,</div>
<div style="text-align: justify;">
ele iria morrer. E seus olhos começaram a lacrimejar, só que ainda sim as lagrimas não desceram.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E rapidamente, seu amigo rasgou os pulsos e banhava a armadura de dragão com o seu</div>
<div style="text-align: justify;">
sangue.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— O que você estava fazendo? – Okko já gritava desesperado com a força que lhe</div>
<div style="text-align: justify;">
sobrava, que não era muita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— As armaduras também, de alguma maneira estão vivas. E nada nesse mundo é</div>
<div style="text-align: justify;">
conseguido sem sacrifício. Eu vou morrer de qualquer maneira, usando a minha vida para consertar</div>
<div style="text-align: justify;">
sua armadura ou não. – Havia um sorriso ao dar um proposito para a sua morte. – Não me</div>
<div style="text-align: justify;">
arrependo e lhe garanto que seu escudo nunca iria quebrar e nem seu punho. Só se você bater um</div>
<div style="text-align: justify;">
contra o outro. E sorriu, esvaindo sua vida em prol de um amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E tudo que Okko podia ver era seu companheiro morrer, a visão turvada pelas lagrimas que</div>
<div style="text-align: justify;">
antes ele prendia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-38257134975877503362016-03-13T16:03:00.000-07:002016-03-13T16:03:16.921-07:00Alma Nova 18.1 - Um Outro Dia para Morrer<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<blockquote class="tr_bq">
<b>Nota do Autor: </b>O capitulo ficou gigantesco (mais do que o normal) tanto que um arco que eu coloquei deu pra fazer um capitulo inteiro, então ele foi quebrado em três partes! </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<b>No último episódio de Alma Nova (que já faz um enorme tempo):</b></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i>Esmeralda estava presa um abismo onde apenas habitava sua consciência e em um rompante de força de vontade ela ressurge na ilha de Kanon. Mas não consegue se materializar completamente. E Shaka, o cavaleiro de ouro da casa de Virgem por um instante sente o cosmo de fênix e envia seus discípulos para eliminá-la.</i></blockquote>
<br />
<br />
<div>
<div style="text-align: justify;">
O vilarejo da ilha de Kanon estava vazio, depois do incidente da “volta do Demônio da Ilha do Kanon” e do recém desaparecimento da Ilha da Rainha da Morte, ilha que prendia cavaleiros de pior índole de Athena. O vilarejo dava alimentos e oferendas para a Ilha da Rainha da Morte, e até chegaram ao absurdo de doar uma menina órfã para aquele inferno. Era naquele lugar que Nikol se arrependia profundamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nikol era o último sacerdote de Athena naquele local, não tinha filhos, e talvez fosse o último habitante daquele vilarejo. Pensava mesmo que era o fim e que estava louco, afinal de contas, ele estava cuidando das cinzas de um esqueleto de fogo que surgira do nada em plena vila. Mas o grito que ouviu não foi de raiva ou de ódio, e sim de desespero. De uma criatura que não era aquilo. Achava-se realmente um louco, porém era essa a sua última missão na terra e veria o que aconteceria. Tudo que ele tinha era a sua vida para arriscar e ver o fim da história, o que não era um preço tão caro naquela situação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Respirava forte devido a sua situação e sorria para a ânfora que usava para guardar as cinzas daquele ser, pois podia ser uma salvação para todos, afinal, em toda história dos servos de Athena, nada era o que realmente parecia ser. Tanto que a última aparição do Demônio da Ilha de Kanon era até um cavaleiro, mas o registro de qual seria sua constelação fora perdido há muito tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em seus devaneios, Nikol sentiu dois cosmos surgindo do nada. Ele tinha um certo domínio da técnica de sentir o cosmo. Podia sentir um cosmo chegando, mas não havia sentido eles se aproximarem. Eles apenas estavam lá, como se sempre estivessem, e ele não havia ciência disso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando saiu de seu casebre, viu dois cavaleiros de costas, olhando para uma réplica da estátua de Athena. Havia um misto de desprezo naqueles cosmos, e mesmo sabendo que fosse um erro, saiu para conversar com os cavaleiros de Athena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
****</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Boa tarde, nobres senhores. – dizia Nikol saindo de seu casebre. Já sabia que eles viriam por causa do incidente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois cavaleiros não deram a devida atenção para o sacerdote, e fixavam o olhar para estatua. Nikol, tinha um vasto conhecimento sobre constelações e também um pouco de conhecimento da arte lemuriana, a raça que parecia descender de Hefesto, que era a mesma que talvez criou o que são as armaduras de prata e bronze.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Via que o cavaleiro um pouco mais baixo, (e que era meia cabeça mais alto que ele mesmo), possuía uma armadura azulada, com traços sólidos, porém com aspecto de leveza. Da parte que olhava, saiam dois apêndices da armadura, com o formato de caudas. Com desenhos simples, como se fosse pintado um olho. Reconhecera como a armadura de Pavão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já a outra era um pouco mais completa, sem muitos relevos de seus encaixes, dando um aspecto de peça única. Além disso, desenhos de uma flor a rodeavam, junto com um próprio aroma adocicado. O tom da armadura do cavaleiro mais alto ia de um profundo e delicado lilás que dava uma opacidade em contraste com seus cabelos ruivos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Era raro ver cavaleiros de prata juntos, era comum isso com cavaleiros de bronze, ou mesmo oficiantes, pois aos primeiros geralmente era dado as missões de treinamento ou a função de atuar como diplomatas. Mas aqueles cosmos passavam a impressão de serem soldados e não guias. O sacerdote também reparou em suas vestimentas. Ambos carregavam as vestimentas provenientes da Índia, que se assemelhavam aos mantos religiosos, mas no exército de Athena isso tinha também outro significado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Membros que usavam esse tipo de vestimenta se destacavam por terem poderes ou conexões que não vinham necessariamente de Athena, e sim de várias gerações. Geralmente estava destinado a esse conceito aos cavaleiros de Virgem que costumavam ser receptáculos da vontade de Buda e seus discípulos. O que para Nikol e outros sacerdotes causava uma sensação de estranheza, de ter uma religião dentro de outra religião. Por mais que passasse a mensagem de que Athena é uma deusa tolerante, para ele dava a impressão de castas religiosas que enfraqueciam a devoção. Mas eram apenas divagações de um velho sacerdote.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Senhores? – tentava mais uma vez o diálogo com aqueles dois seres mitológicos.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cavaleiro de pavão olhou para trás com todo seu desprezo, como se um animal o incomodasse. Seus olhos não traziam compaixão, apenas intolerância e negligência. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Velho, onde está Fênix? – e seu olhar parecia que o fulminaria, literalmente, caso a palavra saísse de um tom de seu agrado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Meu nobre senhor, não sei dizer. Essa ilha vive de santuário para Athena devido à aparição do demônio da ilha de Kanon, e não por guardarmos a armadura de bronze da constelação de fênix. Não vemos um cavaleiro há anos e... – Antes que terminasse a frase, o cavaleiro de prata o pegou pelo pescoço, sufocando-o, não aturando seu discurso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Calma, Shiva. – O cavaleiro de Lótus havia se pronunciado virando-se finalmente. – Apesar de estarmos aqui para eliminar Fênix, não significa que devemos ser agressivos com os mortos.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O sacerdote havia entendido a ameaça mesclada naquelas palavras, viu quando eles se voltaram para ele, que ambos carregavam um ponto em suas testas, um sinal que vinham mesmo da Índia e que talvez fossem telepatas. Se fossem realmente, não haveria motivo para falar aquilo, a não ser por ameaça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Nobre sacerdote – havia um tom irônico em sua fracassada diplomacia. – Estamos atrás de uma mulher que traja a armadura de fênix. Foram ordens do homem mais próximo de Deus e cavaleiro de ouro, Shaka de Virgem, nosso líder e mestre. Cabe a nós, Shiva, o Cavaleiro de prata da constelação de pavão e eu, Ágora, o cavaleiro de prata da constelação de Lótus, esse ser e tudo que teve contato com ela. E sentimos seu cosmo, por instantes, aqui. Ajude-nos e morra como um servo de Athena ou não nos fale e morra como um traidor, e isso é a pior coisa nessa época trair nossa Deusa Viva Athena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E Nikol sabia que iria morrer, será que valeria morrer como um traidor por causa do Demônio da Ilha de Kanon? Pela Amazona de Fênix? Por Athena?</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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*****</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- O que diz, sacerdote?! – dizia Shiva ainda enforcando Nikol. Para Nikol, estava clara a resposta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Desculpem, mas não cultuamos a mesma Athena. A minha prega a proteção para o oprimido. Não assassinatos. – dizia com a voz sussurrante devido ao enforcamento. Cada palavra fazia fechar a mão do cavaleiro em seu pescoço.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ambos se entreolharam e sussurraram em suas mentes “Traidores por todos os lugares”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes que Shiva pudesse fechar o punho para acabar com mais aquele traidor. Uma explosão de cosmo furiosa veio do casebre de onde o sacerdote saiu. Em seu reflexo para defender-se de um ataque, Shiva lançou-o para longe, para proteger os olhos, e com o outro braço poder atacar, Ágora fazia o mesmo - ambos tinham quase os mesmos movimentos. Não era apenas a explosão de cosmo, o calor também era absurdo. Tanto que as roupas de todos os atingidos começavam a exalar fumaça e, em suas bordas, pequenas brasas. Nikol foi jogado para longe, enquanto os dois cavaleiros se colocavam imóveis esperando que fosse um cavaleiro escondido, que talvez fosse a própria fênix, forçavam a vista contra aquela explosão de calor e o que viram os deixaram aterrorizados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De uma ânfora, saia um esqueleto, com orbes vermelhas onde deveriam ficar os olhos. Tinha a aparência cinzenta e apenas estruturados o próprio crânio, parte do tórax e um dos braços. Nunca viram nada parecido, o cosmo que era lançado era assustador. Além do calor que queimava grande parte do oxigênio que respiravam. Era difícil manter-se ali, mas o terror e o fascínio estavam dentro daquele casebre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O esqueleto estava se recompondo daquelas cinzas, olhava para seu corpo sem uma expressão aparente. As cinzas haviam acabado, e o esqueleto estava totalmente completo, aterrorizado e totalmente anti-natural. Se houvesse uma palavra que definia o que aquele ser estava sentido era a dúvida de sua existência. Olhava as mãos e o corpo cadavéricos, e simplesmente, pequenas luzes brancas se uniam àquele ser aberrante. E dali formou-se um coração humano, que começava a prolongar-se com artérias e veias e cada vez mais um corpo humano era recriado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ágora estava apenas em choque, não conseguia raciocinar, sua mente estava confusa, pois aquilo não era apenas um efeito místico ou milagroso. Aquele cosmo todo era a representação de toda a força de vontade, um verdadeiro renascer, e queria ver onde isso iria acabar, pois era um efeito único.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Shiva já não era não místico, e corria em direção a Fênix para ser uma ferramenta do destino, pois tudo aquilo que está morto, deveria continuar morto. E dirigiu-se direto para a abominação que estava se criando com um soco energizado. Tinha que derrotá-la antes que sua forma completa se restaurasse.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao chegar perto, os músculos já estavam sendo criados, o que lhe trazia uma leve silhueta feminina. Quando o soco chegou próximo ao rosto, a mão que apenas faltava a ponta dos dedos para ser coberta com tecido muscular fechou em seu antebraço, detendo o golpe. E Shiva conheceu um breve momento de desespero.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela quase-pessoa tentou gritar em seu rosto, mas nada saia. A expressão facial, a pouca que tinha, mostrava sua fúria. E de dentro da sua garganta via que sua língua e mucosas ainda estavam se formando. Até que um grito de raiva surgiu junto com suas cordas vocais, estridente e contínuo. E o cosmo pareceu se expandir mais, ao ponto de Shiva ser apenas segurado pelo braço recém-formado da criatura que o soltou e o deixou ir com o fluxo do poder incinerante. Shiva foi pego pelo seu irmão-de-armas e teleportado para um lugar, mais longe do epicentro da devastação que acontecia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os músculos e órgãos internos estavam reconstruídos, agora o resquício de pele começava a cobrir o corpo, que outrora havia começado como cinzas. E com o crescente grito contínuo, o vulcão antes adormecido ressonava com o cosmo e começava a tremer. Como se desse apoio a tal evento, e em um último rompante, uma explosão maior e única foi criada. Devastando tudo em volta, mas por milagre, não o monumento a Athena, o qual apresentava apenas algumas rachaduras. O vilarejo não existia mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Havia apenas uma menina delicada, nua ajoelhada, em pratos aos pés de Athena...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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*****</div>
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<br /></div>
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Ágora e Shiva sentiram a calmaria depois de toda aquela destruição e se aproximaram lentamente, pois aquele cosmo era capaz de desafiar, quem sabe, os dois juntos. Para ambos, ficou claro o porquê de seu mestre Shaka não conseguir derrotá-la completamente. Ao verem a cortina de poeira baixar do gerador de tal cataclisma, viram que o tal sacerdote estava de peito nu, apenas com as calças, seu manto estava por cima daquele ser aberrante e monstruoso que havia causado aquela destruição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ambos tentaram lutar contra o receio natural de se aproximar. Viram aquele clérigo protegendo aquela entidade de destruição e morte, viram um pequeno humanoide, no máximo de 1,55m. E não havia mais cosmo naquele ser, aquilo era menos que um humano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Deve ter gastado do seu poder para voltar a vida. – dizia Ágora, ainda querendo entender como ela foi capaz de se reconstruir apenas de sua vontade. Era um fato que transcendia o que conhecia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Shiva não perdeu tempo divagando sobre o que aconteceu e novamente preparou mais um golpe agora para matar os dois de uma só vez. Desta vez, o golpe foi com um instinto assassino, o cavaleiro de Pavão estava cansado e temoroso com os poderes daquele ser, mesmo sendo ou não a amazona de fênix, aquela aberração deveria morrer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E tudo que acertou foi o chão. O que deixou os dois cavaleiros de prata aterrorizados foi que não houve um movimento na velocidade da luz, não houve defesa, simplesmente ela levantou-se e saiu com uma calma que era sobrenatural, levantou Nikol e saiu do ataque. Um segundo golpe veio de Pavão, mas com um simples passo para trás, mesmo apoiando o clérigo, ela saiu da rota de ataque dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Ágora, que tipo de bruxaria esse ser está usando? – Shiva havia já perdido sua calma, deixava seu temor transparecer, nem mesmo usava o contato mental para comunicar. E havia outra frustração, não conseguiram ver o real rosto da amazona, talvez ainda estivesse deformado pela recuperação de seu corpo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Nenhuma, não tem truque, parece apenas que ela sabe onde você vai atacar antes mesmo que você ataque. Não há cosmo, não a técnica, não há nada...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
******</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Impossível! – Shiva gritava, já havia perdido a razão e a calma, tudo que acontecera era demais para sua cabeça. Esperava uma batalha digna, mas tudo que encontrou foi horror e agora frustração.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Shiva recomponha-se. Se não, vai perder antes mesmo de começar. - Ágora parecia ser a voz da razão naquele momento. Se seu companheiro perdesse o controle, teria que lutar sozinho e suas técnicas mais poderosas requeriam tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cavaleiro estava suando, não pelo calor que ainda dominava o local, mas sim o frio de medo de não ter o controle da situação. Repetia o mantra para acalmar seu coração e seu espirito, sabia que seu parceiro iria cobri-lo, caso fênix ousasse fazer algo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, tudo que ela fez foi sussurrar com o clérigo que sorria, apesar de um dos seus ouvidos estar sangrando e sua face esquerda estar em carne viva, ainda sim sorria numa felicidade genuína. Depois, ele logo foi embora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Fênix. – dizia Ágora chamando a atenção para si. – Você é o ser que tira a paz do coração de nosso mestre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Seu mestre? – A voz da amazona estava rouca, pois a pouco tempo atrás ela nem existia. Ela ainda estava fascinada por sentir o calor e o solo, ver as cores do mundo... Voltar a existir era um dom fascinante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Shaka, o cavaleiro de ouro da casa de Virgem. – Relembrava o cavaleiro de prata a sua adversária. E aquele nome, doeu em sua mente, lembrava de ser desintegrada enquanto atacava com tudo o cavaleiro de ouro que lhe havia tirado sua vingança. E até aquela dor era boa, era preferível sentir dor a não sentir nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- E vocês? – Esmeralda ainda não conjecturava bem as ideias ainda, suas memorias ainda não estavam claras. Tudo que ecoava em sua cabeça era proteger Hana e vingança. Apenas isso. – São quem?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Sou Ágora de Lótus e ele Shiva de Pavão, somos discípulos de Shaka, e estamos aqui com o objetivo de eliminá-la e a todos que um dia te conheceram. – Ágora dizia isso para intimidá-la ou abalar seus sentimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esmeralda contemplou o céu. Lembrou-se de Hana, e a paz que ela lhe ofereceu. E para ela não importava se ela era Athena ou não, iria defendê-la com sua vida. Pensou que poderia simplesmente começar do zero, ser amiga de Hana, e tentar conhecer uma vida normal. Só que ela era o último resquício da Rainha da Morte, e aquele senhor que lhe acolheu também estava em perigo simplesmente por estar ao seu lado. Pensou, então, que talvez não tivesse uma segunda chance, que o destino era inexorável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esmeralda ajeitou o manto que antes funcionava como uma burca, agora como um vestido. Ambos viram a silhueta do corpo recém criado, sem cicatrizes, e aparentemente frágil, não era possível ela ter sobrevivido ao treinamento básico com aquela estrutura de corpo, mas o que mais assombrava era seu rosto, que era angelical em comparação a vários combatentes que eles já desafiaram. Parecia que trazia uma tristeza, a qual deveria ser consolada de alguma maneira. Chegava a ser um sacrilégio atacar aquela forma em que fênix se revelava. No entanto, não havia muita escolha para os discípulos de Shaka a não ser combatê-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Shivkechhahhathiyaar, Shivkechhahhathiyaar - Shiva de Pavão começava a repetir esse mantra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esmeralda notou que havia um acúmulo de cosmo assustador naquele cavaleiro agressivo. Dois pares de braços místicos surgiram, pareciam orgânicos com o seu corpo, mas eram translúcidos. Aquele mantra era uma evocação da deusa da destruição de ciclos com o mesmo nome do cavaleiro. O cosmo que emanava dele era quase a nível de um cavaleiro de ouro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E tudo que Esmeralda fazia era olhar com uma curiosidade e tristeza pelo que estava prestes a acontecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- ATAQUE DOS MIL BRAÇOS!!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os seis braços atacaram em uma velocidade de mach 5, uma cadencia de golpes que eram mortais e imprevisíveis. Shiva também tentava ler a mente do oponente, mas não identificava nada, apenas havia vazio, e nenhum ato de reação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A amazona de Fênix não estava nervosa com a batalha, havia experimentado a morte por desintegração, passou pela não-existência, onde era apenas uma consciência sem corpo. Ela via traços vermelhos saídos dos seis punhos, assim como o golpe anterior que ela saiu com o homem que lhe ajudou com o manto. Ela via a trajetória de todos os golpes, via onde iria acertá-la. Os traços tinham uma certa distância, tudo que tinha que fazer era apenas sair de sua trajetória. Deu apenas um meio passo para trás, era tudo que precisava, um simples meio-passo para trás, e deixar o corpo levemente de lado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E com um simples movimento já previsto, todos os mil golpes foram inofensivos para o corpo da amazona. O que deixava Shiva frustrado, parecia que ela lia sua mente, mas mal sabia que ela via seus golpes a velocidade de um pensamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- ATAQUE DOS MIL BRAÇOS!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cavaleiro de Pavão tentava novamente, esse era seu principal ataque direto. Era devastador e ninguém, nem mesmo Ágora, havia detido ou mesmo se esquivado desse golpe. E sua adversária nem ao menos se dignava ao esforço de escapar do golpe. Sentia-se uma criança raivosa contra um adulto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Você já percebeu. – a voz de Esmeralda era calma apesar de tudo, sua vingança era contra Shaka, não contra os seus fantoches. Que tipo de mestre leva seus subalternos a morte? – Desistam, voltem para suas casas, encontrem uma demanda e a sigam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- CALE A BO... – Shiva interrompeu seu grito de frustação com uma frase de ameaça de sua oponente mal ouvida. – Repita o que você disse. REPITA!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Eu disse que se levantar a mão novamente para mim, você vai perder seus braços que tanto lhe dão orgulho. – Fênix não havia ameaçado, era um aviso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- ATAQUE DOS MIL BRAÇOS!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E a promessa foi cumprida, o braço principal caiu antes que pudesse executar o golpe completamente. Junto com todo o braço caído, a mentalização os outros quatro braços haviam desaparecidos. E apenas houve um grito de dor, nunca Shiva havia sentido tal tipo de dor física, não fora treinado o suficiente para lutar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- EXPLOSÃO DE LÓTUS!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ambos já tinham essa técnica, enquanto Pavão distraia o inimigo, Ágora canalizava sua energia e agora atacava com o oponente já enfraquecido, a morte era praticamente certa, pois naquele momento, ele chegava a alcançar um lampejo do sétimo sentido. O grande problema era que exigia um tempo precioso em combate. Uma explosão rósea atacou, dando um movimento ensaiado para Shiva usar um teleporte curto para escapar da morte certa. E o golpe cobriu toda a silhueta da amazona.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Do limbo vieste, e do limbo voltarás-te. – dizia Ágora como uma prece para a morte àquela que perturbava a mente de seu mestre. - Shiva, e seu braço?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- É uma lição para a minha falta de humildade. – Shiva forçou o ferimento para tentar parar o sangramento. – E você precisa descansar, esse golpe lhe consome muito, mas conseguimos vencê-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O rastro de destruição era fascinante e aterrorizador, a explosão de lótus permitia chegar ao nível de um cavaleiro de ouro, mesmo que fosse a técnica mais baixa deles. Metade da ilha estava com um rastro de destruição cônico que ia do ponto de origem até mesmo o litoral.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E um arrepio correu em suas almas, aquele cosmo em chamas. Não era possível, o estômago não aceitava tal realidade. Ela estava parada ali, viva, com um ferimento na coxa esquerda, com o sacerdote desmaiado no braço direito. O que era impossível, e o rosto dela também deixava transparecer que estava surpresa. Teria ela o sétimo sentido? Todos aqueles que estavam em volta pensavam, inclusive ela, mas não emanava cosmo nenhum dela, só o que todo ser humano emana indicando existência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Acho que essa é nossa demanda vital, meu amigo! – Era a primeira vez que Shiva se diria ao amigo com afeição. – Nós teremos que matar aquilo que não pode ser morto.</div>
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<br /></div>
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Ágora sentiu a mesma coisa, que aquela missão custaria a vida deles, que pelo menos um deles não sairia vivo, ou mesmo os dois. Mas teriam que matar Fênix, pois aquela fora uma missão imposta para eles pela reencarnação de Buda, para talvez transcender a uma forma superior. E teve medo, mas iria completar sua demanda. E tornou a ficar em posição de lótus, para entregar a vida naquele golpe derradeiro.</div>
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<br /></div>
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E Shiva sorriu, daria sua vida também para dar tempo de seu amigo matar a amazona de fênix. Mas quando viu, Esmeralda pensou que ela não estava preocupada consigo mesma, e que o ferimento não existia mais. Parecia como novo, mas não precisava lutar só ganhar tempo.</div>
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<br /></div>
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- Garota, por que você simplesmente não ficou morta? –Acumulava seu cosmo enquanto tentava ganhar tempo com as palavras.</div>
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<br /></div>
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- Porque não pude. – tinha um certo ar de tristeza. – Estava pronta para morrer depois de matar Jango, até que o dito mestre de você me tirou a chance de me vingar. E só me lembro de ser desintegrada. Esperava encontrar demônios, de ser torturada por todos os que já matei, mas caí em um vazio, só com a minha consciência. Talvez aquele fosse meu inferno, o qual eu merecia, mas me lembrei que Hana, a única amiga que tive, precisava de mim. E voltei a insistir, voltei a existir.</div>
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<br /></div>
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- Fala da falsa Athena? – indagou Shiva.</div>
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<br /></div>
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- Não faço ideia se ela é ou não. Mas ela me deu um único momento de paz que eu esperava na vida. Uma paz que nunca mais eu pensava que iria sentir. Você iria gostar dela. Todos gostam. – E Esmeralda sorriu com a lembrança. – Já disse, vocês não precisam morrer, mas abandonem essa vida de executores do Santuário e Shaka.</div>
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<br /></div>
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- Não vamos fazer isso. – Sorria Shiva malignamente, pois o cavaleiro de Lótus estava com um cosmo absurdo acumulado. – Se sobreviver, vou fazer questão de encontrar essa Hana e matá-la, e assim você teria companhia.</div>
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<br /></div>
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A feição de Esmeralda mudou de doce e serena, para um demônio de fúria que era antes. O cosmo, que não havia sido evocado ainda, explodia mais que o de Ágora e da explosão que ocorrera de quando ela havia voltado das cinzas.</div>
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<br /></div>
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- Vou lhes dar um destino pior que a morte! – E apontou a palma da mão para o cavaleiro sem braço. – AVÊ FÊNIX!!!</div>
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Shiva acordou e percebeu que estava vivo, porém a armadura lhe havia abandonado. Eram meramente cinzas. Seu braço esquerdo ainda estava lá, porém não tinha total controle sobre ele. Muitos nervos foram queimados, e percebeu também que seu campo de visão estava limitado, e naquele momento sentiu que perdeu parte da visão do lado esquerdo. Sentiu que o cosmo de Ágora ainda estava aumentando.</div>
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<br /></div>
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Porém ao focar a visão, viu Fênix ajoelhada a sua frente. Cerrou os dentes e tentou usar as pernas para uma impulsão rápida para levantar, mas não conseguiu, seu tronco subiu alguns milímetros e caiu. Olhou para trás, pois poderia já ter morrido, mas se seu inimigo estava ali, não iria atacar. E assim viu que não tinha mais pernas, os ferimentos que deveriam existir estavam cauterizados, viu que era apenas um cadáver que respirava, e ansiou pela morte, mas sorriu por conseguir tempo para o golpe de seu companheiro.</div>
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<br /></div>
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- Por que está sorrindo? – Perguntava Esmeralda.</div>
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- Tudo que precisava era ganhar tempo, apesar de morrer no processo. Ágora iria explodir tudo com seu ataque, iremos morrer, mas vamos levar você conosco. – tentava uma gargalhada de vitória póstuma, mas havia um tom de descrença no rosto da amazona de bronze.</div>
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<br /></div>
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- Isso não vai acontecer. Usei o golpe fantasma nele logo em seguida, só que não tornei a vida dele um pesadelo. Fiz ele apenas reviver o segundo anterior de maneira cíclica, para ele sair do golpe fantasma. Sua mente está destruída, mas sua força de vontade ainda faz ele meditar para acumular cosmo. – Esmeralda explicava didaticamente o golpe e via também o olho de seu adversário perder a alegria da vitória. - Só que sem mente, ele não tem objetivo. </div>
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E ele gritou de raiva e chorou.</div>
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Esmeralda se levantou, e a armadura de fênix restaurava-se em volta de seu corpo por cima do vestido improvisado. Agarrou Nikol pela cintura e disse uma última frase ao sair.</div>
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- Eu disse que iria lhe dar um destino pior que a morte.</div>
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E desapareceu em pleno ar.</div>
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<blockquote class="tr_bq">
<i>Dedico a todos os heróis que participam dessa loooonga jornada. Denilson e Wagner que me acompanham desde Registro da Ultima Guerra contra Hades, Luciana Maria, Lais (fiota), Ephemeron, WhiteWitcher, O Mega Sayajin Z, Virgo, patroa Juli, a minha Arqui-duquesa da Betação Saphira, dentre outros que nem cheguei a conhecer, mas que deram força para continuar!</i></blockquote>
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Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-58601035799462364812012-08-09T06:36:00.001-07:002012-08-09T07:04:22.625-07:00Alma Nova 17 - Máscaras, Trevas e Lemurianos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Um dia já havia se passado desde que Okko, Shiryu e Kiki foram embora e Jiste já estava com seus cavaleiros-fantasmas sobre o telhado do orfanato, a espera. A líder achava que os outros cavaleiros iriam embora, e assim poderia pegá-los no bote quando saíssem com a armadura de ouro, mas isso não acontecera. Já era noite novamente, então planejaram o ataque e como iriam agir.</div>
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Mandaria Golfinho e Serpente Marinha primeiro para chamar atenção dos cavaleiros de bronze, as habilidades de combate de seus lacaios não estavam aos pés desses cavaleiros que derrotaram Docrates e os cavaleiros negros. Logo depois, mandaria Medusa para a parte de trás do orfanato, para que causasse mais confusão, enquanto ela entraria pela tangente para pegar a armadura de ouro. Seria interessante que o Cavaleiro de Corvo estivesse por perto para raptar o seu alvo e causar mais estardalhaço, porém esse cavaleiro do Santuário raramente trabalha em equipe.</div>
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O plano estava articulado, porém havia algo errado com esses cavaleiros da Resistência. Eles não saíam, não patrulhavam, estariam tão feridos assim? Os cosmos de Serpente Marinha e Golfinho estavam evidentes, tinha que trazê-los para fora, não gostava de surpresas que podiam matá-la.</div>
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- Só mais dois minutos, e depois atacamos. – dizia mentalmente para seus lacaios.</div>
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O teleporte foi um sucesso, estavam próximos de Jamiel, uma montanha gigantesca no Nepal. O “Último Refugio Lemuriano” ficava no plano astral, como uma fina película que estava junto ao mundo real. Kiki estava exausto por teleportar cinco seres vivos além dele (dois cavaleiros e três armaduras), Okko enjoou e sua ânsia escapou para fora de seu corpo, Shiryu estava com a mesma revolta em seu estômago, mas já estava acostumado com esses “pormenores”.</div>
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O cavaleiro de Dragão, depois de se recuperar do mal-estar, sentiu toda aquela onda de paz e vida, que só sentia vindo de Hana, transbordando naquela região. A visão também era bela, a neve cobrindo as montanhas, em um simbolismo de um lugar que nunca mudou, com se sempre estivesse preso da beleza da eternidade.</div>
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- Que bela vista! – Okko dizia admirado.</div>
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- Uma das desvantagens de ser cego é não poder admirar tamanha beleza física. – dizia Shiryu ao seu lado, deixando Okko desconsertado, sem saber como se desculpar sobre seu comentário. O jovem chinês apenas se virou para o companheiro de viagem e disse. – Não é por que eu não posso ver que você não possa admirar, Okko. Deve ser realmente uma vista linda. Kiki não cansa de me descrever, mas vamos logo, que temos um longo caminho a fazer e o tempo está contra nós.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Os três se levantaram e colocaram-se a caminhar, cada um com uma armadura nas costas, até mesmo Kiki, que insistira que era tão cavaleiro quanto qualquer um dos dois. Quando Kiki se afastou, Shiryu parou Okko com uma aura preocupada.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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- Okko, não importa o que aconteça, sempre siga em frente. É o único jeito de se sobreviver em Jamiel sem ser um lemuriano. Não se esqueça de sempre seguir enfrente. – A voz de Shiryu era pesada e fatídica, a mesma que seu mestre usava quando perguntava sobre o motivo de por tantos anos estar parado em Rozan.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Okko parou, enquanto via os dois se afastando, respirou fundo e pensou. “Não é esse o destino do cavaleiro do zodíaco: - Sempre em frente, pois não temos tempo a perder”? E colocou-se a correr para enfrentar o que viesse.</div>
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O cavaleiro de ouro de Virgem estava sentado em sua eterna posição de lótus, sem armadura e com o cabelo indicando a corrente de vento. Sentia que algo ainda estava fora do lugar em sua vida. Shaka tinha poder de ver sua linha cronológica, seja o passado ou o futuro, mas somente a dele, porém há muito tempo estava obstruído. Via apenas imagens distorcidas, uma torrente de imagens que tirariam a sanidade de qualquer ser humano, apenas por serem incompreensíveis.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Ele estava, e ao mesmo tempo não, na casa de Virgem, no salão das árvores gêmeas, uma reprodução astral onde Buda, seu mestre e sua reencarnação antiga, morrera. No plano astral, todos os dons e limites podiam ser esquecidos, mas mesmo assim ainda estava em seu bloqueio. Não tirava da cabeça a amazona de Fênix que fora desfragmentada átomo por átomo, era como se ela ainda persistisse a existir.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Até que sentiu um distúrbio no cosmo no mundo astral, e jogou sua atenção para ele. Era longe, mas não impossível para o cavaleiro mais próximo dos deuses. Via a mítica ilha Kanon, com seu vilarejo vazio, apenas na praça central um esqueleto em chamas e um velho homem com as costelas aparecendo. Reconhecia o cosmo vindo do esqueleto, era o da mulher que atrapalhava seus pensamentos. A amazona de bronze estava se reconstruindo, violando as leis e sua execução. Era um erro que tinha de ser consertado, mas não pelas suas mãos. Já haviam dado a ordem pela própria Athena que todo cavaleiro de ouro que saísse de sua casa zodiacal seria considerado um traidor, o que fazia muito sentido, já que a famigerada “Resistência Aioros” poderia atacar a qualquer momento.</div>
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Considerando que provavelmente os cavaleiros de Áries e Libra já estavam nessa rebelião, qualquer um deles poderia atacar, e não se conhecia todas as extensões de seus poderes. Ou até mesmo se houvesse um cavaleiro de ouro infiltrado da Resistência. Todos deviam estar prontos para o pior, mas a amazona era um sinal de seu fracasso, uma conta pendente. Por um instante, pensou em chamar seus discípulos, Ágora de Lótus e Shiva de Pavão.</div>
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- Sim, mestre. – Ambos apareciam na forma de um teleporte bem sucedido, eles sempre estavam por perto e Ágora era um médium, podia prever algumas coisas no futuro, um dom que usava para servir melhor seu mestre.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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- Tenho um assunto que apenas vocês podem resolver. Um carma que só vocês podem se livrar para minha mente apenas servir a Athena. – dizia a reencarnação de Buda aos seus discípulos com uma voz realmente preocupante, qualquer outra pessoa não veria as nuances de seus humores, mas os dois cavaleiros de prata sentiam cada nuance como uma grande onda se aproximando.</div>
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- Sim, mestre. Faremos tudo que for ordenado. – dizia Shiva de Pavão acompanhado o aceno positivo de seu companheiro de treinamento. O destino de Fênix estava sendo novamente traçado.</div>
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Marin estava no chão em uma noite escura. Ao tentar lembrar-se do que tinha acontecido, sua cabeça doeu e tentou levantar-se, mas os espasmos de dores foram fortes demais que não conteve o lamuria de dor.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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- Fique calma, Marin. Está em companhia de um amigo. - ela reconheceu a voz como a de Garan, o servo e integrante da casa de Leão. O que era mais estranho é que ele mesmo não era um cavaleiro, mas seu poder equivalia a de um cavaleiro de ouro. Talvez, quem conhecesse realmente sua força fosse Aioria ou outros cavaleiros. – Sem movimentos bruscos, se não pode arrebentar alguns pontos que fiz.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Garan improvisara um acampamento rústico, com uma pequena fogueira. Ela via uma sopa sendo preparada, a limitação da fome ainda era comum nos cavaleiros, tanto que fez o estômago da amazona roncar. Barulho que a constrangeu e que ele achou um elogio a sua sopa e sorriu.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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- Obrigada, Garan, por tudo. Sei que você não queria tirar os méritos de Thouma quando descobriu que eu estava em perigo. – Marin pegava um pedaço de pano e cobria o rosto ainda com a máscara quase como um véu que deixava sou rosto sem contornos definidos pelas transparências.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Ainda se apega aos velhos dogmas de que “amazonas devem esconder o rosto”? Que imagem retrógrada para uma das principais líderes da ‘Resistência Aioros’. Imagens dos revolucionários são sempre de transgressores e não de seguidores de dogmas.</div>
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<br /></div>
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- Não sei como é para você, afinal, nós da Resistência nunca tivemos tempo para conversar um com os outros, mas me dói só em pensar que nos estamos “matando” em uma guerra civil entre os defensores da humanidade. Só estamos ajudando aos deuses malignos a conquistar essa humanidade. - Marin dizia em um tom apocalíptico.</div>
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- Não penso muito nisso. Faço isso mais para limpar a honra de Aioros, ele foi meu irmão de armas e me passou a educação de Aioria quando ele fugiu. Eu fui um dos vários que podia ter ido com ou contra ele, mas ele me passou essa missão, disse que eu entenderia se juntasse algumas peças e eu estou aqui. Não penso em ficar para a história, ser uma lenda, mas sim cuidar que o sacrifício de Aioros não seja em vão. - dizia Garan com um pesar no coração.</div>
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Marin o fitou e percebeu um tom de amargura em seu tom de voz, leve, mas estava lá. Aioros que era o símbolo máximo da Resistência contra o plano do Grande Mestre Ares e sua falsa deusa. Vendo que ela mesma tinha assuntos que não comentava, como ‘quem a havia treinado?’ ou ‘quem era o líder da revolução?’, preferiu ficar calada.</div>
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A amazona de morcego ordenava o ataque à mansão de Golfinho e Serpente Marinha que avançavam lateralmente pelo edifício, mas com um estardalhaço típico de cavaleiros iniciantes e arrogantes, enquanto Medusa entrava pelos fundos para causar um caos interno. No entanto, todos falharam.</div>
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<br /></div>
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Do chão saíam correntes cheias de cosmo e eletricidade que destroçariam qualquer mortal. Estavam a volta de toda do orfanato, as lendárias correntes de Andrômeda as quais se equiparavam a um muro de ferro da espessura de sua proteção. Os três cavaleiros fantasmas estavam enredados nas correntes, sendo eletrocutados. Jiste sabia que se revelasse sua posição perderia sua chance de pegar a armadura, e que por isso tinha que usar os três como distração.</div>
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<br /></div>
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Golfinho e Serpente Marinha se reagruparam na frente da mansão, sabiam que táticas furtivas não iriam funcionar agora. Medusa também saía do golpe, menos avariado, pois seu poder era o mesmo da corrente, o toque elétrico.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Da porta, saía a amazona que era a dona daquelas armas mortais, Pandora estava com um cosmo monstruoso, era o seu próprio aliado com a armadura, mas não estavam em harmonia ainda, e sim em um consenso, um misto de energias antagônicas heterogenias que dançavam a sua volta.</div>
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<br /></div>
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- Não sei quem são vocês, mas presumo que foram enviados pelo Santuário. – dizia Pandora como um arauto. – Vocês têm duas opções: neguem sua falsa deusa ou padeçam aqui.</div>
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<br /></div>
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Na boca de qualquer outro cavaleiro de bronze, seria uma ameaça, um brado de guerra, mas na voz de Pandora parecia uma profecia, fazia parecer que realmente só havia dois caminhos. Fato que fez o coração dos dois fantasmas tremer, porém temiam mais sua líder do que uma falsa amazona-profetisa.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Serpente Marinha respirava fundo, e voltava a investir contra a defesa nebulosa, enquanto Golfinho se preparava para alguma outra ação. Pandora sabia que era inútil, as correntes eram uma defesa intransponível, tudo que ele estava fazendo era correr em direção a morte.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Mas aquele cavaleiro fantasma realmente era uma víbora, ele conseguia se desviar das primeiras linhas de defesa, esguiamente, mesmo quando era humanamente impossível. Chegava até mesmo nas últimas duas correntes de defesa. Não podia arriscar ser derrubada, sabendo que ela era a única defesa entre Athena e seus carrascos.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Ela reuniu uma energia densa de trevas em suas mãos, parecia a pior tempestade já vista, condensada em uma esfera maligna. A amazona disparou à queima-roupa no rival que foi jogado contra a defesa nebulosa, sendo atacado pela ‘Força Treva’ de Pandora e eletrocutado pelas correntes.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Sem esperar e vendo apenas uma sombra no chão, ao olhar para cima, via o segundo cavaleiro vindo pelo ar. Atacando com um chute vertical, um grande erro, pois a maior proteção da defesa nebulosa era por cima, as correntes iam em direção de atacar o inimigo aéreo, livrando Serpente Marinha das correntes, mas não da rajada mística da sacerdotisa.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Porém, aqueles eram golpes previsíveis e quase suicidas, seriam eles tão inexperientes assim? Ou estavam armando alguma coisa mais perigosa.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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A pergunta foi respondida com tentáculos atando suas pernas e seus braços, que não permitiam continuar seu golpe. Havia se esquecido do terceiro que havia tentando entrar pelos fundos da mansão. Ela mesma começava a ser eletrocutada por aqueles tentáculos.</div>
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Na ponte do vento, Okko já não conseguia ver quase nada por causa da neblina. Sabia pela voz que Shiryu e Kiki estavam a sua frente, mas não os via e nem sentia seu cosmo, pois todo aquele lugar conhecido como Jamiel jorrava cosmo, cada pedra ali tinha um cosmo substancial.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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- Sem querer se chato, mas estamos chegando? – Não que Okko estivesse com medo ou cansado, mas estava ansioso por voltar. Contar apenas com Pandora com armadura e com Thouma e Isaak extremamente feridos, deixava a vida de Athena em risco. Tudo que podia fazer era tentar se apressar.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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- Tudo a seu tempo. – dizia o jovem chinês. – Em Jamiel, não é bom ter esses sentimentos fortes. Como você pode perceber, tudo aqui tem cosmo e é vivo. Fique calmo, vamos chegar no momento exato que precisarmos.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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E Shiryu de repente havia parado, como se algo o incomoda-se, Kiki sentia o mesmo, mas pensava que era o cansaço alterando sua percepção e Okko achava que era seu mal-estar.</div>
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<br /></div>
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-Algo que devamos nos preocupar? – Perguntava Okko querendo colocar a armadura mesmo com ela seriamente avariada.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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- Por enquanto não, temos ainda que atravessar a ponte das almas. Lembre-se, sem sentimentos hostis. – Shiryu continuava a andar, sendo seguido pelo jovem Lemuriano e o cavaleiro de bronze.</div>
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<br /></div>
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Pandora gritava de dor por baixo da máscara, mesmo que eles fossem de um nível inferior ao de Andromeda Negro. Um ataque de oportunidade daquele era muito doloroso, e as correntes pareciam se ocupar mais de Serpente Marinha e Golfinho, portanto cabia a ela cuidar de Medusa.</div>
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Em um instante, o ar se torna sombrio onde a corrente tocava, e o solo, um gramado bem cuidado, agora parecia se tornar um cemitério erodido. Uma energia negra permeava o ar. A mesma trazia a tona o terceiro cavaleiro-fantasma, comprimido em uma esfera de matéria escura.</div>
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Jiste escondida entre as arvores via uma brecha entre as correntes e o ataque nefasto daquela amazona. Ela dispara em direção à abertura, mas é bloqueada por um jovem muito mais veloz que ela, de cabelos verdes, e com cristais de gelo se formando a sua volta.</div>
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- Estive esperando que você aparecesse. – Sem pensar duas vezes, ou mesmo se apresentar, aplicou nela uma rajada de gelo de seu pó de diamante. Que ela esquiva, deixando para trás uma ilusão dela mesma.</div>
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Jiste pensava em fugir para planejar um novo ataque, mas ao se virar, já encontrava seu adversário novamente em posição de combate. E um segundo cosmo aparecia com o som de um trovão. Era um jovem ruivo, carregado com eletricidade de relâmpagos que rodeavam seu corpo.</div>
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Sabia que não poderia fugir, teria que lutar contra os dois. Ambos tinham o cosmo maior, mas o estado físico deles era deplorável, principalmente do ruivo. Estavam sem armaduras, porém com o clássico olhar de cavaleiros vestiam as mesmas. Coisa que ela aprendera que era mais uma fraqueza do que um orgulho em si.</div>
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Olhava rapidamente para os dois em posições oposta, qualquer um pronto para flanqueá-la. Um deles com um ar frio o rondando e o outro exalando raios a cada respiro, ambos predadores em posição de ataque para cima de uma víbora como ela.</div>
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E em um piscar de olhos os três desapareceram...</div>
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Chegavam à ponte das almas, Okko esperava encontrar uma ponte realmente, levando ao lugar onde as armaduras eram consertadas. Porém tudo que viu foi nevoa, naquela altura deveriam ser as nuvens no topo da montanha.</div>
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- E acho que finalmente chegamos a tão dita Ponte das Almas. Estou decepcionado por não ter nenhuma ponte por aqui. Deve ser mais alguma coisa filosófica de Lemurianos que eu nunca entenderei. – Okko tentava manter o humor o melhor possível, apesar daquela sensação de ser perseguido perturbá-lo.</div>
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- Vamos logo consertar suas armaduras e voltar para os outros. Afinal, se estamos sendo perseguidos aqui, não imagino o que eles não devem estar passando. – Shiryu fala baixo para o cavaleiro de dragão, para não alarmar Kiki, que ao que parece não havia percebido nada ainda.</div>
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Kiki avançava tranquilamente pela densa neblina com a armadura de Cisne. O jovem cego e o moreno voltavam-se para as suas costas em posição de combate. Shiryu, ao perceber que o cavaleiro de dragão ficou, virou-se levemente para sua direção com um ar indagador.</div>
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- Acha que não sei o que pretendia fazer, Shiryu? – Okko disse sem se desfazer da posição de combate. – Conheço esse papo de ‘vou ficar para trás para você conseguir seu objetivo’, já carrego o sacrifício da amazona de Fênix, que fez muito mais por Athena do que qualquer um de nós treinados para defender a Deusa. E o pior que eu nem lembro mais do nome dela. Não vou deixar você morrer ou lutar sozinho, seja o que for que apareça vamos vencer juntos.</div>
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Shiryu sorriu pelo sentimento de união que os dois tinham, um tigre e um dragão unidos em um objetivo. Isso era o equilíbrio cármico que se equalizava no universo.</div>
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- Comovente a união que vocês têm, mesmo sendo traidores. Achei que vocês seriam mais desunidos. Devem ser a exceção nessa corja. – como surgido de uma sombra, o dono daquele cosmo saltava contra o sol, fazendo Okko o perder de vista, mas Shiryu acompanhava bem preciso o deslocamento de seu cosmo. – Sou Arakne de Tarântula, e acho que dou conta de um cavaleiro de bronze e dois aprendizes ainda.</div>
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Arakne era enorme, não se comparando a Docrates, mas ele também era esguio, com grandes pernas e seu peitoral era diferente das outras armaduras, era quase esférico, o que era bem aberrante para eles.</div>
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- Respondam-me apenas uma coisa antes que eu os mate. Mu é um dos traidores realmente, ou vocês vieram tentar a sorte com aquele eremita?</div>
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- Acho que isso não é da sua conta Arakne. – dizia Okko de maneira desafiadora e selvagem.</div>
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- Ora, seu... Prepare-se! TEIA DE TARÂNTULA.</div>
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O soco do cavaleiro de prata vinha carregado de uma alta densidade de cosmo, que logo após se ramificava fazendo uma teia de cosmo, a qual foi evitava pelos dois defensores de Athena. Okko ao pular para trás quase caiu se não fosse Shiryu, alertá-lo.</div>
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Ao olhar para trás, via a silhueta de lanças que não eram muito nítidas por causa da neblina, mas jurava que tinha visto alguns cadáveres. O que fez o cavaleiro de dragão tremer, pois grande parte dos cadáveres tinha armaduras.</div>
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Há 17 anos atrás...</div>
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Estava morto, Nabal, o Demônio dos Demônios não tinha mais corpo, pois foi incinerado por Guilhermo e a sua alma consumida por chamas espirituais feitas por Giovani. Ambos estavam de pé naquela vila morta que um dia eles chamaram de lar.</div>
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Ambos os irmãos olharam o que fizeram e choravam pelos mortos, pela sua dor e pelo que se tornaram. Eles eram as crias, os legados daquele Lemuriano assassino. Giovani estava com a armadura de ouro de Câncer e Guilhermo estava com a armadura de prata de Taça, e ambos não se achavam merecedores das armaduras.</div>
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- Giovani... O que faremos? Não posso curar ninguém... pois todos estão mortos. O que faremos?</div>
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Giovani concentrou todo seu cosmo na ponta dos seus dedos e ouviu-se um estalo. As almas da vila de Avezzano foram chamadas, as almas de todos os inocentes mortos por Nabal flutuavam em um tom púrpura, o novo cavaleiro de Taça entendera o que seu irmão pretendia fazer e não acreditava que ele agora tinha tal poder para isso.</div>
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Um raio foi do dedo do cavaleiro áureo e com aquelas almas que os seguindo.</div>
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- Você vai mesmo fazer isso? – Guilhermo estava chocado. – Vai prender a alma de todos que amávamos pela eternidade?</div>
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Seu irmão ficou calado, apenas se concentrando para que as almas chegassem em segurança à quarta casa zodiacal, que agora era de sua responsabilidade. Ao chegarem lá, as almas foram cobrir as paredes e os tetos, com rostos de dor e tristeza.</div>
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- Esqueça quem somos, Guilhermo. Somos crias de Nabal. Ele não matou apenas quem nós amávamos, mas sim quem nós éramos. Giovani morreu nessa batalha, quem esta aqui hoje é Máscara da Morte de Câncer, e aqueles eram os meus troféus. – Máscara da Morte se virou e começou a andar para longe do antigo irmão.</div>
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Guilhermo entendeu que ele guardou as almas de quem eles amavam para depois conseguir trazê-los de volta. Aquele era o jeito de Giovani de tentar se redimir. Ele também entendeu que Guilhermo teria que morrer, pegando aquela máscara demoníaca, ele iria abandonar seu nome e sua armadura, e se chamaria de “O Cavaleiro do Diabo”, e iria para a Rainha da Morte como reclusão de seus pecados.</div>
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Assim morreram todos que foram tocados por Nabal que iriam carregar seu legado, menos seu filho o qual ele nunca soube da existência.</div>
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Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-39046859993260058832012-01-15T13:47:00.000-08:002012-01-15T13:47:14.192-08:00Alma Nova 16 - Mulheres de Athena<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Alma Nova 16 – Mulheres de Athena</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora se encontrava em uma sala escura e sem paredes, sabia que não era a escuridão da mansão do Amaniya, eram trevas que existiam apenas em lugares que não pertenciam ao ser humano comum. A única coisa iluminada naquela sala era ela mesma, sem máscara, apenas com vestido negro que possuía uma nuance roxa. Não era sua habitual roupa de treinamento, mas sim uma vestimenta bem gótica como se ela sempre fosse a sacerdotisa de Hades.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas ela sabia que essas viagem, fossem projeções ou mesmo sonhos, não eram mera coincidência para ela apenas acordar dizendo “tive um pesadelo”. Geralmente, esse tipo de coisa era uma premonição ou mesmo um contato com entidades de outros planos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- “Porque você me usa...” – ecoava uma voz de todo lugar da sala de trevas. Nunca ouvira aquela voz, e nem lhe era familiar. Tudo que sabia era que se tratava de uma voz feminina, sofrida, como se já tivesse presenciado muitas dores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Quem é você, o que você quer de mim? – Gritava Pandora, que sabia que enquanto ela ficasse onde quer que estivesse, estaria sob a mercê dessa entidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De repente, as sombras tornam-se matéria e a atacam. Quando nota, seu vestido estava rasgado e ela atada pelo pulso, tornozelos e pescoço, sem ao menos saber quem era que estava lhe proporcionando tamanho sofrimento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- “Usa-me, obriga-me a lhe proteger e nem faz ideia de quem eu sou? Isso é ultrajante!” – O sotaque era grego, mas muito arcaico, e tinha um toque de orgulho e humildade tênue.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Andrômeda?! – Forçava a palavra sair por sua boca, quase escorregando novamente para a garganta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- “Exato, sou eu.” – Aparecia iluminada, uma mulher loira de rosto doce e encantador, mas sofrido por vários hematomas. As correntes de ouro e prata que a prendiam faziam um pentagrama e uma “estrela de Davi”, símbolos que Pandora reconhecia muito bem. – “Você fez isso comigo quando me obrigou a protegê-la. Eu tenho que sofrer calada protegendo uma traidora de Athena, invejo as outras armaduras...”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora sabia onde estava, era o limite de consciência entre ela e a armadura, era a área de harmonização entre a armadura e um cavaleiro. Para qualquer cavaleiro, era mostrado como o universo, mas para ela era uma sala escura sem fim e sem luz com uma mulher atormentada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Acha que eu também queria estar aqui? Também estou atada pelos mesmos deuses que a amarram, mas ao contrario de você eu tenho que esconder quem eu sou, eu tenho que tomar qualquer decisão, a qual pode ocasionar a minha morte. – Pandora tinha que convencer Andrômeda a trabalhar junto com ela. Fosse ela uma sacerdotisa de Hades ou uma amazona de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- “Então morra! Seja humana, morra sendo você e não esteja atrelada a qualquer destino. Você é um desperdício do dom do Livre-Arbítrio”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora sabia que se “morresse” ali, sua mente seria destruída e seu corpo seria apenas uma carcaça vazia e funcional. Teria que lutar contra a sua armadura para manter sua vida, mas não fazia ideia de como fazer tal façanha. Decide fazer algo que nunca fizera...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shina estava ferida com o desmoronamento, não esperava realmente que o discípulo de Marin estivesse em companhia daquele outro cavaleiro que manipulava o gelo, e ainda houve aquele cavaleiro negro que só serviu para atrapalhá-la. Que Amazona de Prata era ela para ser derrotada duas vezes pelo mesmo cavaleiro de bronze? Tudo que pensava em fazer era recuperar as forças para, logo em seguida, arrancar a cabeça de Thouma, e depois a de Marin. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sentia muitos cosmos naquela noite cheia de estrelas, via até um corvo cruzando a noite. Estava em um lugar bem isolado, em um armazém abandonado. Verificava se não havia algum ferimento mortal e fazia uma série de testes de movimentos e pressões para descobrir se não havia uma lesão mais grave.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já havia mais de quatro horas que estava lá e o dia nem ameaçava aparecer, já sentia que podia se movimentar melhor, só não poderia ir novamente ao ataque. Viu que seu erro nas duas vezes ao encontrá-lo era o fato de subestimá-lo e de não ter planejamento. Tinha que parar de pensar pelo impulso e colocar sua vida nos eixos, seu orgulho de amazona estava em jogo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Finalmente te encontrei. – A voz era conhecida, mas seu cosmo parecia ter surgido naquele instante. Se Shina se orgulhava de uma habilidade era a de rastrear cosmos. Havia poucos que conseguiam ludibriá-la e ele era um deles.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Spartan, o que faz aqui? – Sua velocidade era a maior entre os cavaleiros de prata, era capaz de se tornar apenas um borrão a vista do oponente, e ela sempre tinha a impressão que ele chegava antes mesmo de seu cosmo. Ele estava em uma das vigas no teto parcialmente iluminado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Acredite ou não, lhe caçando. Você já está sendo considerada como traidora do Santuário, sabia? – Spartan era rápido com as palavras assim como era com o seu corpo, e nem ao menos preparava a amazona para a noticia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim, eu uma traidora? Eu treinei diversos cavaleiros e soldados do Santuário, sou uma amazona de prata. Vim aqui à caça do desgraçado do irmão da Marin que veio para cá com a armadura de Pegasus, Docrates estaria decepcionado comigo se eu não fizesse isso por Cassius. Devo-lhe a vida desde aquela Nova Titanomaquia, é o mínimo que devo fazer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Docrates está morto. – Novamente o cavaleiro de bussola joga a verdade sem medida em Shina.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim, Docrates está morto? ME DIGA, SPARTAN!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Muitas coisas acontecem em quatro horas. – Spartan respirava fundo como se tomasse um longo fôlego. – Um grupo de cavaleiros negros se associou a Resistência Aioros, e ao que parece, Docrates também era um traidor. Thouma foi um dos cavaleiros mandados para cá, junto com outros cavaleiros de bronze. Todos foram mortos por esses cavaleiros negros e a Resistência Aioros, e Shaka de Virgem aniquilou todos os cavaleiros negros. Para abafar o caso, foram enviados cinco cavaleiros de prata para cá, Asterion, Babel, Marin, Misty e Moses. Nenhum retornou, estão achando que foi você que os eliminou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era informação demais. Os cavaleiros de prata eram muito unidos, mesmo com a rivalidade que tinha com Marin. A segunda hierarquia poderosa do Santuário tinha uma cumplicidade e respeito mútuo, ao contrario da hierarquia de ouro. Os cavaleiros dourados pareciam não se importar de não se conhecerem ou mesmo de começar as “Guerras dos 1000 dias”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E o que você pretende fazer quanto a mim, Spartan? – Shina já se colocava em posição de combate, não era uma traidora, mas não iria recusar uma luta para limpar sua honra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- O que eu pretendo? – Praticamente se teleportava para o chão, sem chance alguma de ser seguido pelos olhos. – Sou simplesmente um mensageiro, apenas vou reportar que encontrei você, não agora, primeiramente para os outros verem o que está realmente acontecendo.</div><div style="text-align: justify;">Shina sorri por debaixo da máscara, sabendo que ela mesma iria se vingar de muita coisa e que ainda voltaria como heroína para o Santuário e não como uma traidora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lynna estava apreensiva por ter feito o que fez com Pandora, a única com armadura para proteger Athena estava imersa em confronto com sua armadura desde que ela lhe tinha confidenciado que a armadura de Andrômeda não estava respondendo a sua sincronia cósmica. Estava com medo de a armadura rejeitá-la e querer matá-la, com já ouvira lendas de que isso acontecia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A sacerdotisa sentia que Pandora não era como os outros servos de Athena. Sentia que não tinha a deusa em seu coração preenchendo todas as suas dúvidas. Com ela, sempre havia algo para esconder, mesmo quando estava sozinha. Como se seu segredo fosse um cristal que se tocado pela luz do sol fosse rachar. Claro que todos têm segredos, mas o melhor a fazer com eles era enterrá-los no fundo de seu âmago, e não aparentar que estava escondendo-os a todos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como líder operacional da Resistência, a mais importante frente da resistência já estava fragmentada. Os que guardavam Athena estavam feridos e sem armadura, os melhores combatentes e em um estado melhor tinham saído para restaurar as armaduras. Tudo dependia no final das contas de Pandora defender Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Percebe que o cavaleiro de Cisne brigava com seus olhos para mantê-los abertos. A iluminação o machucava, mas a luz do sol era revigorante para ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Por Athena, você está vivo. – Sorria de felicidade, era um sinal dos deuses que tecem o destino que as forças da Resistência estavam regressando. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Quem é você? – Perguntava com uma voz que quase não saiu. – Onde está Pandora e os outros? E Hana?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Realmente, temos muito que conversar... – Logo após dizer essas palavras, olha para Pandora deitada na cama totalmente atada as correntes de Andrômeda que se moviam aos poucos, mas continuamente...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A Ilha Kanon era uma das poucas ilhas civilizadas na região do Oceano Pacifico. Possuía um povo temente a religião dos deuses do Olimpo, pois aquele lugar era uma lenda entre os próprios cavaleiros. O vulcão que lá existia tinha propriedades curativas para as armaduras e até mesmo para alguns ferimentos dos cavaleiros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez aquela ilha fosse o resquício de Lemuria, o lugar mítico que o povo escolhido de Athena, os Lemurianos, tinha como terra natal. Há muitos anos, diziam existir um demônio que guardava o vulcão, que o mitológico cavaleiro de Pegasus domara, mas aquelas eram histórias apenas que ecoavam das bocas desdentadas dos velhos para as mentes férteis das crianças.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O clima era implacável para aquele povo, mas naquele dia parecia que Apolo testava seus limites para a desidratação. Na praça da cidade, onde havia uma estátua de Athena, começava um incêndio, que queimava a partir de nada. As chamas simplesmente surgiram, as crianças correram para suas mães, e velhos diziam que era a volta do demônio da ilha Kanon. Porém, ninguém conseguia chegar perto do local devido ao calor que de lá emanava. Alguns poucos tentavam jogar água, mas ela evaporava antes de chegar a seu destino.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As chamas começavam a ganhar forma. O que era estranho é que ela começava a ganhar uma estrutura sólida. A forma aparecia como um esqueleto em chamas, o que comprovava àqueles aldeões que era realmente o Demônio da Ilha Kanon voltando. Eles sabiam em seus estômagos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O esqueleto com ossos em brasa olhou em volta, olhou para suas mãos, e gritou com uma voz aguda e profana que fez todos os aldeões correrem, menos o sábio da vila que olhava curioso a vinda daquela lenda. Na verdade, ele sabia que não havia para onde correr, parecia que era o único que reparava que o vulcão respondia ao grito dele. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao olhar para o corpo em brasas, o esqueleto gritou mais uma vez e o vulcão respondeu novamente com um tremor. Então, o esqueleto explodiu em chamas e só sobraram cinzas. Apenas o velho homem olhava para aquele acontecimento e sorria. Juntava as cinzas que foram formadas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora respirou fundo, sabia que cada palavra poderia ser a última. Aquela Andrômeda estava cheia de rancor no coração. Era difícil usar qualquer palavra aduladora quando todas soavam como um fio de lâmina em ataque. Já que cada palavra lhe soaria falsa, resolveu pelo menos dizer a verdade para ela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sou mesmo uma traidora, seja de que lado for. Eu deveria ter matado Athena naquela montanha, eu deveria não sentir nada por um inimigo, eu não deveria me sentir tão manipulada pelo meu Deus-Patrono. E eu sinto tudo isso, me sinto sufocada sempre. Servir a Athena e protegê-la parece infinitamente melhor do que aqueles gêmeos que nos forçam. – Pandora sabia que agora também podia morrer pelos pensamentos de Hypnos e Tanathos. – Se você me matar me fará um favor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esperou o esmagamento de sua garganta e de seus membros sendo arrancados, mas isso não aconteceu. Sentiu um sentimento de pena das faixas de trevas que a prendiam e que levemente a soltavam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- “Você também foi entregue ao sacrifício, Pandora. Esse é todo o destino de quem me usa, ser mártir de uma causa, vai caber a você decidir quem vai ser dono de seu martírio. Enquanto você servir a Athena eu a servirei, mas serei eu que a matarei.”. – Andrômeda dizia isso como uma profecia, tudo que Pandora podia fazer era aceitar seu destino.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora acorda de seu transe suando e tremendo, e logo em seguida sentido cosmos hostis a sua volta...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De volta ao seu mundo de breu, onde ela não tinha corpo, ela sonhou que via seu esqueleto em brasas, era tão real, as chamas a queimavam, mas era uma boa sensação apesar de tudo, melhor do que a inabilidade de fazer algo naquele mundo de trevas. O mais estranho era o velho que via nesse sonho nunca o conhecera, nunca o vira. O sonho parecia mais real que aquela vida no breu eterno onde se encontrava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A sacerdotisa de Athena, e ao mesmo tempo sua mãe, havia acabado de deixar os braços de Saga e se dirigia para o Salão de Athena. Esperava que Maya encobrisse seu rastro e que Romeu distraísse todos ali presentes com sua música. Aqueles cavaleiros de prata que a protegiam eram a coisa mais próxima que tinha de família. Só eles entendiam sobre destino e fardos. Nascer só para um objetivo e morrer por ele. Abrir mão de seu livre-arbítrio por livre-arbítrio era uma ironia cruel.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Então, Saga está por lá? – A voz de repente a assustou, estava perdida em seus pensamentos e devaneios. Era Aioros, o outro cavaleiro de ouro. Aquele que havia tirado a oportunidade de Saga e ela criarem sua filha juntos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como me descobriu aqui?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sou um cavaleiro de ouro, e um nômade que procura ou procurava cavaleiros em potencial. Achar um cosmo de um cavaleiro de ouro completo e de meu melhor amigo é bem mais fácil. – Sorria de um jeito que era impossível não se derreter por aquele jeito honesto e bem-humorado. – Quero falar com ele, não quero esse título de “Grande Mestre”, quero depois de um tempo treinar alguém e viver com a minha família assim como ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aioros tocava o abdômen da Alta-Sacerdotisa de Athena com carinho de um amigo ou mesmo como um irmão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- O q-que esta fazendo? – Alana corava pela intimidade que ele tinha para com ela sem ao menos se conhecerem bem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mandando boas vibrações para minha sobrinha, já que o considero tão irmão quando meu irmão mais novo. – Era verdade, Alana tinha o dom de sentir emoções e intenções, e as do cavaleiro de Sagitário eram realmente as melhores para com a criança e seu futuro. – Vou agora falar com Saga que renunciarei como Grande Mestre e só haverá ele para me substituir.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A mãe de Athena estava chocada com a personalidade daquele cavaleiro de Sagitário. Ele iria negar-se a morrer pela sua deusa pelo seu amigo, negar a maior glória de um cavaleiro de se tornar o guia de Athena para ser o guia de sua família. Muitos achariam egoísmo, até mesmo Alana algum tempo atrás sem estar com Athena no seu útero, mas achava digno alguém ainda sim pensar na sua família. Sorria, mesmo que não conseguisse Saga como Grande Mestre, Aioros seria um ótimo guia.</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-60651486365432092582011-11-19T17:37:00.000-08:002011-11-19T17:37:24.989-08:00Alma Nova 15 - Andando Em Círculo Nas Trevas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Estava tudo escuro, era como se estivesse apenas afundando em um mar de escuridão, o oposto que uma fênix deveria fazer. Era deprimente, tudo que ela conseguia fazer era lembrar-se do seu último instante de vida, antes de atacar aquele cavaleiro de ouro. Via seu corpo sendo desintegrado em luz cada vez que avançava, via seu braço tornando-se luz e apagando-se logo em seguida. Recuar não era uma ideia que cogitava naquele momento, já havia ido longe demais para desistir.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Só havia duas coisas que se arrependia: Não ter matado Jango com suas próprias mãos, e colocar Hana nessa história toda. Não importava se ela era Athena, ela foi a única que lhe ofereceu colo e conforto quando precisava, a que lhe deu um sono sem pesadelos. Queria poder sorrir, mas ao que parecia aquilo era seu inferno. Ter seu corpo destruído e ser torturada pela própria consciência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se ela tivesse outra chance protegeria Hana. A jovem de cabelos lilases por um instante quebrou seu ciclo de ódio. Queria ter um corpo para lutar, queria ser novamente a amazona de Fênix para lutar novamente. Queria ter suas asas flamejantes para destruir quem se opusesse a ela e proteger a quem ela se importasse com a sua vida imortal. Ela precisava voltar, era o que pensava enquanto dava um grito naquele oceano de trevas e inexistência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não houve som, não houve nada... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma saía da água, bem cambaleante, carregando a sua irmã recém tirada de sua cruz invertida. Sabia que ela não estava em sua melhor forma, mas não esperava que sua mente e seu corpo estivessem tão debilitados. Não conseguindo carregá-la mais, caem ambos na areia, exaustos e a vista de Moses, o cavaleiro de prata que calmamente olhava para a cena sentindo-se tocado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses via uma cumplicidade entre os irmãos impressionante, tão tocante que o lembrava de outros tempos de combate. Por um momento, quis não ter sido enviado nessa missão, porém no momento seguinte lembra que seu companheiro poderia estar morto, soterrado, sob a água. Poderia verificar como estava Asterion e ainda deter os fugitivos mesmo atordoado, mas por algum motivo não conseguia tirar os olhos dos ruivos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de Baleia da um passo em direção aos “traidores” e, de repente, vê uma reação de levantar de Pegasus, como se ele fosse levantar-se. Ele poderia simplesmente pisar em sua cabeça para acabar com tudo aquilo, mas não conseguia. Já tinha um respeito e certa admiração pelo garoto, mesmo sendo inimigos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma finalmente levanta tonto e sem força alguma. Ele esperava que o Relâmpago Celeste que havia atirado deixasse-o no mínimo inconsciente. Pelo menos, o cavaleiro que estava torturando sua irmã jazia no fundo da praia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de bronze, mesmo sem armadura, colocava-se em posição de combate. Por mais que fosse pífia sua posição, por mais que sua morte fosse evidente diante de qualquer golpe de seu oponente, tinha que se colocar de pé, pois ele era o Pegasus da Profecia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Garoto, se finja de morto. Se não, terei que matá-lo realmente. Tenho que levar você e sua irmã para o Santuário. – dizia o Cavaleiro de prata restante para o seu adversário ferido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Isso não vai acontecer. – Thouma estava ofegante, havia aberto muitos ferimentos com o golpe que recebeu e sua cabeça doía, efeito do golpe de Esmeralda. – Não vou desistir, meu destino é sempre avançar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não seja estúpido, moleque. – Moses admirava a determinação, mas odiava a prepotência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos os cavaleiros colocavam-se em suas respectivas posições de combate. Ambos começavam a queimar seus cosmos, Moses de maneira maior, mas Pegasus não ficando muito atrás. Em boas condições, ele teria um nível de um cavaleiro de prata. Thouma percebia que se desviasse do golpe, esse iria acertar a sua irmã que estava desmaiada na areia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De repente, os dois cavaleiros sentem o cosmo inflando na água da praia. Olhando, os adversários vêem Asterion saindo da água sem seu elmo. Sangrava em profusão graças ao ataque de Pegasus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Caminhava para fora da praia, Thouma tremia por não ter eliminado o outro cavaleiro de prata.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim nossa Athena é falsa? – Indagava Asterion.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kiki estava extremamente cansado, sua luta contra o cavaleiro de prata de centauro havia consumido suas forças de maneira extrema. Seus dons foram forçados de maneira assustadora para o combate, seu mestre sempre lhe ensinara para ser um suporte para os cavaleiros, e não um guerreiro de Athena. Apesar dele mesmo querer muito, viu o quanto era inexperiente, o quanto era fraco perto dos outros cavaleiros de bronze. Eles sim eram prodígios de combate, assim como seu companheiro de treinamento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ruivo levanta-se e vê as caixas de pandora no hall onde estava. As armaduras de Pegasus e Dragão estavam lá, em uma ressonância moribunda, sentia as ressonâncias das armaduras de Cisne e de Andrômeda saudáveis na medida do possível. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aproximava-se das armaduras e cada vez mais podia sentir as dores das armaduras. Ao tocar a armadura de Dragão, via o golpe potente da amazona de Fênix, o golpe do dragão negro e ainda o poderoso punho de Docrates acertando a armadura. Sentia um orgulho vindo da armadura para com seu portador, quase como um pai que vê um filho crescendo e evoluindo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já ao tocar na de Pegasus, sentia uma frustração vinda da própria armadura. Ela estava feliz por estar do lado da deusa, mas não estava orgulhoso de seu cavaleiro. Parecia que era outra pessoa a qual ela esperava. Havia algo muito errado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- O que está fazendo? – Kiki gelou, geralmente quando fazia as leituras da ressonância das armaduras imergia para dentro de seu poder. Era puxado de volta ao plano primário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O dono da voz era Okko que vinha de fora da mansão. Não falava com agressividade, mas estava irritado com tudo que acontecia. Esperava uma guerra aberta e não ser um segurança. Foi treinado para o combate e não para proteger.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Nada, mestre Okko. – dizia Kiki da maneira mais polida que o seu susto permitia. – Estava vendo a lendária armadura de Dragão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não sou mestre e acho que quem bajula demais esconde alguma coisa. – Okko era direto, odiava bajulação e ser chamado de algo que não era. – Não preciso de um bajulador, preciso de um irmão de armas. E não é por isso que estamos na Resistência e não no Santuário. – Okko mostrava um sorriso feroz para quebrar o peso inicial das palavras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kiki ria e era verdade, a mente do cavaleiro de Dragão era aberta e sem mistérios. Por mais que o jovem lemuriano achasse-o com aparência mais selvagem e violenta, via em seu coração que ele buscava uma harmonia e equilíbrio, e ainda era o mais “cavaleiro” entre os cavaleiros de bronze que conheceu até agora. Fazia-o lembrar de Shiryu, mas de maneira menos prudente e mais instintiva.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Desculpe, Okko. É que eu tenho uma habilidade direta com as armaduras do zodíaco, posso meio que ler seus sentimentos e avaliar ferimentos. – dizia Kiki bem constrangido e ao mesmo tempo orgulho de ser tratado como um igual.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Habilidade de lemurianos, certo? – Perguntava Okko. – Já ouvi falar muito de seu povo pelo meu velho mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sim, exatamente. Como as armaduras são vivas, consigo sincronizar minha alma com a sua energia. É o mais próximo que alguém consegue chegar de uma comunicação para com a armadura que é um ser vivo. – Kiki era um dos poucos lemurianos puros existentes ainda no mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E a que conclusão chegou? – Perguntava, pois se preocupava com sua armadura. Toda vez que a vestia sentia-se completo como ser, como se uma paz para toda revolta que ele sofria fosse apaziguada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Que elas estão prestes a morrer, pelo menos as de Pegasus e Dragão... - responde Kiki em uma voz fúnebre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Responda, cavaleiro de bronze! – Asterion era autoritário em sua voz. Thouma sente seu sangue gelar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Do que está falando, Asterion? – Moses indagava, havia um olhar de certeza no companheiro. – acho que esse golpe foi forte demais para você.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Responda-me, cavaleiro de bronze. – repetia Cães de Caça. – Perguntaria a sua irmã, mas ela está desmaiada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E se for verdade? – Thouma não saia da posição de combate, tinha medo de que colocasse tudo que sua irmã havia sofrido em vão. Aquela luta ele não havia como vencer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Você está acreditando mesmo nessa conversa de traidores? – Baleia já olhava com certa dúvida para o companheiro, pensando que a loucura dos hereges havia lhe perseguido a consciência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não apenas acredito, como vi. Não é meramente questão de fé, mas sim, vi as memórias que Marin deixou vazar quando seu irmão apareceu. Vi coisas desconexas que quando estava desmaiado vi que faziam sentido. – O telepata era sincero em suas palavras, o que assustava o cavaleiro de bronze e o seu companheiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Acho que esse traumatismo craniano que está mal-encaixando sua cabeça, Asterion. – Estava realmente preocupado com o seu amigo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Moses, vi coisas que deixariam você assustado, está muito acima de você, de mim, de Marin, desse cavaleiro de bronze, até mesmo dos cavaleiros de ouro. Essa pequena guerra que travamos não importa. A Rebelião está fazendo de tudo para vencer o Grande Mestre. – Asterion tinha um tom apocalíptico em suas palavras. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma suspira aliviado, um cavaleiro estava do lado da rebelião por fé. Só tinha agora que derrotar o cavaleiro de prata de Baleia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vamos matar ambos, Moses. – Ao citar essas palavras, Thouma gela novamente. Nem mesmo Moses entendia, acreditava que o companheiro estava louco.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Primeiro, você fala que entende a Resistência, e agora nos manda matar?! – Thouma chegava a ignorar seu rival imediato para discutir com o telepata.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não me leve a mal. Sou um cavaleiro de Athena, mas devo admitir que o atual Grande Mestre é um gênio. Colocar uma falsa Deusa, e sumir com Athena, um governo por um humano manipulando uma deusa e todos os cavaleiros do Santuário. Convenhamos, é uma coisa gloriosa a se fazer. Colocar finalmente o destino dos homens na mão dos homens. – Asterion era sincero, era racional e acreditava sempre em si mesmo. Não chegava a ser herege, mas pragmático. – Moses, acabe com esses lixos que como você mesmo disse, eu devo estar com um traumatismo craniano grave.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim as armaduras estão para morrer? – Okko sentia uma vontade de agarrar o jovem lemuriano pelo colarinho, mas se controlou. – Minha armadura saiu recentemente das cachoeiras de Rozan. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Calma Okko, eu explico para você. – Shiryu descia pelas escadas, como se enxergasse. – As armaduras são criaturas vivas, como você sabe. Como todos os cavaleiros sabem em teoria. O que não se sabe é que elas são frágeis também, elas não têm almas, elas são guiadas por diretrizes de quem as criou. Elas se tornam mais forte com a diretriz certa, mas ao sair dessa diretriz elas se tornam fracas. E em nenhum momento, as armaduras foram criadas para destruir, umas as outras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E como podemos restaurá-las? – Perguntava Okko genuinamente preocupado, nunca sentira com tanta paz e completo desde que vestiu pela primeira vez a armadura de Dragão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eis que surge o problema. – dizia Kiki interrompendo o discurso de Shiryu. – Só em Jamiel está a solução para isso. Eu e Shiryu estamos treinados para consertar armaduras, mas a real gravidade dos danos e materiais para reconstruir só poderemos ter acesso lá.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Fácil, levem as armaduras, consertem-nas e as devolvam. Simples, demorem o tempo que precisar, mas nem um momento a mais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ruivo balança a cabeça em reprovação enquanto o jovem chinês se colocava pensativo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vamos os três, aposto que a armadura de Cisne deve estar da mesma situação que a de Dragão e de Pegasus. Vou falar com Lynna que deveremos nos ausentar. – Shiryu subia as escadas novamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- É mesmo necessário TRÊS de nós, quando dois são suficientes? – indagava o moreno.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- É bem capaz que nenhum volte se queremos ver as armaduras vivas novamente. – continuava a subir as escadas, e o jovem lemuriano sentava no sofá preocupado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma estava apreensivo e chocado com a revelação de Cães de Caça. Todos que conheciam o motivo da resistência e acreditavam, viravam-se contra o Santuário imediatamente. Mas esse cavaleiro não se importava verdadeiramente com quem era Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Marin se esforçava para levantar depois da declaração de Asterion, tinha vários ferimentos e muitos sangramentos. Era deprimente o estado que se encontrava, mas se esforçava o máximo que podia. Thouma admirava o esforço da irmã, mas era inútil, não seria uma luta dois contra dois, ainda seria ele contra dois cavaleiros de prata e tentando proteger sua irmã do fogo cruzado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Desgraçado. – Ao dizer isso, Marin deixa um filete de sangue sair de sua máscara. – Você não tem nem envergadura moral para ser um cavaleiro de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não me culpe, Marin. Foi sua própria devoção que a colocou aqui. Se fizer assim como eu, e apenas aceitar a nova direção, não sofrerá tanto. Porque não um humano governar a humanidade? É burrice essa guerra civil, aceitar o lado vencedor é a melhor coisa a se fazer. – Asterion era um orador sem par, se os dois irmãos não tivessem uma ideologia tão forte, aquelas palavras teriam os feito parar para pensar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas aquelas palavras proferidas por Asterion acertaram, na verdade, Moses. De certa maneira, ele estava certo, toda essa guerra interna só os enfraquecia para caso houvesse uma guerra santa. E eram o Santuário contra no máximo vinte pessoas, e talvez nem todas fossem cavaleiros, talvez fossem aprendizes e servos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele era um soldado acima de tudo, e sua convicção era lutar com todas as forças para ter paz no futuro. Para um soldado como ele, lutar uma guerra a qual se via desnecessária era frustrante para pessoas do tipo de Moses. Todos que viviam sobre esse código de conduta querem golpear o pilar do problema o mais rápido possível, mas dar o golpe em quem você acredita estar certo é trair a si mesmo e suas convicções de bem e mal. Esses julgamentos de moral não eram feitos para soldados, mas sim para filósofos, sacerdotes... O que fazer então? Cumprir ordens era o que ele sabia fazer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Moses, acabe com eles. E vamos voltar para o santuário como heróis. – Ordenava Asterion, e estava ai uma coisa que Moses queria, seguir ordens, deixar o direito de escolha a pessoas mais capacitadas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Acumulava seu cosmo e preparava-se para lançar novamente sua Força Explosiva de Kraitos...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com um cosmo assustador e um movimento de braços bruscos, o cavaleiro de Baleia usa seu golpe para criar um enorme fosso entre os irmãos ruivos e o seu companheiro. Todos os três estavam surpresos com seus atos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Saiam daqui. – dizia Moses para Thouma e Marin.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Moses, está louco? Você está do lado dos traidores?! – Gritava Asterion em um tom inquisitório.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não, meu amigo. Sou um cavaleiro de Athena, e não sou um servo do Santuário como você. – Moses tinha um peso nas palavras que deixavam a honra de todos presentes pesadas. – Sou um soldado de Athena, e esse talvez seja o meu ultimo ato como o mesmo. Não há glória e nem honra àqueles que se corrompem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Errado, meu amigo. Os vencedores escrevem a história. – retrucava Asterion.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu saberia, e é o que me basta! Prepare-se. – Moses se colocava em posição de luta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asterion não acreditava no que estava acontecendo, seu companheiro se rebelando contra ele e contra o Santuário. Lia a sua mente superficialmente, e era exatamente o que ele dizia. Achava que ele era o traidor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cães de Caça se preparava para lançar seu golpe, com o seu cosmo ele começava a fazer cópias de si mesmo, com pequenas partes de seu poder. Eram semelhantes em cada detalhe, no começo eram dez, logo após cem, no instante seguinte já havia mil. Thouma se preocupava em contar, e era o que diferenciava Marin de Thouma, pois nem ela e nem Moses ousavam a contar além dos três primeiros. Já presumiam que a técnica dele se baseava em telepatia e manipulação, um truque covarde.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por mais que fossem ágeis, nenhum deles poderia esquivar de todos. Muitos eram apenas ilusões que nem valiam a pena a se esquivar, outros poderiam simplesmente matar ao toque.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- FORÇA EXPLOSIVA DE KRAITOS!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O golpe do cavaleiro de Baleia usava jogava tudo para cima com enorme violência bloqueando todos os ataques, fortes ou fracos. Todos acompanharam o fluxo do golpe sendo elevados ao céu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Estou impressionado, Moses. Usar esse golpe para desviar meu golpe é impressionante, mesmo para alguém sem dons e com apenas esse golpe, mas não há muita coisa que você possa fazer, seu limitado. – Para todos, Asterion era arrogante, porém este esperava que Moses fosse apenas mais um brutamontes do Santuário, e não que tentasse desviar de seus golpes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses era uma figura sólida, sereno como um lago, ameaçador como uma tempestade por vir. Ao ler sua mente, tudo que podia ver era a sua obstinação em derrotá-lo, não havia plano, não havia maneira. Apenas obstinação de um soldado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asterion tentava invadir sua mente, até ver Moses correndo para cima dele com um ataque impressionante e rápido que por pouco consegue desviar. Sua mente estava confusa, como Moses descobriu que ele era o verdadeiro quando eles todos eram milhares?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas o segundo golpe foi em cheio no estômago, destruindo um pouco a proteção peitoral e abdominal de Cães de Caça. O golpe era destruidor e dotado de uma enorme força descomunal a qual destruía totalmente sua placa peitoral. E o segundo soco acertava-lhe o peitoral da armadura fragmentando-a e impactando-a no chão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao fazer isso, todas as ilusões desaparecem. Asterion perde totalmente sua concentração desfazendo suas ilusões. Agarrava-o pelo pescoço e quando seus olhares se cruzaram, o telepata sabia que não haveria piedade para ele, e para isso não precisou de seu dom.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- FORÇA EXPLOSIVA DE KRAITOS!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cães de Caça voou para os céus, assim como Thouma e Marin tinham feito. A velocidade era tanta que sua armadura, à medida que ele subia, era feita em pedaços. E com um olhar, Thouma entendeu que ele teria a honra de finalizar com o traidor de Athena. Marin também decide usar o resto das suas energias para atacar também, ambos elevam seu cosmo e pulam em direção de Asterion.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- RELÂMPAGO CELESTE!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- LAMPEJO DA ÁGUIA!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Voando em direção com todo o cosmo combativo que os restava, o ataque é fulminante restando apenas um clarão no céu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim? Vocês três precisam ir embora? – Gritava Pandora com Shiryu. – Estou a par da situação, os únicos que podem lutar são vocês três.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sua armadura está em ótimas condições, e você foi a menos ferida nesses combates. Com a armadura de Andromeda com o poder de suas correntes, você é a melhor defensora. Thouma se recuperará logo, uma teimosia não permitirá que ele fique muito tempo parado, e Isaak, graças aos esforços de vocês duas, logo estará melhor. Em menos de um dia estaremos com as armaduras restauradas. – Shiryu era didático em suas palavras parecendo rebater perfeitamente cada preocupação das presentes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora, por outro lado, sempre esquecia que era uma amazona, e não saberia se poderia defender Hana, Afinal, a armadura de Andrômeda tinha vontade própria. Apenas atuava o mínimo para não se ferir e para salvar Hana. Mas ter Shiryu longe ainda sim seria uma ótima escolha. Aquele seu dom de ver o fluxo de cosmo o faria poder ver o cosmo negro que corria em sua armadura de bronze. Só teria que se preocupar com a sacerdotisa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mas o que eu ouvi é verdade? Sobre a vida das armaduras? – Perguntava Lynna com uma genuína preocupação que chegava a assustar a espiã de Hades.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Depende de quem você ouviu, histórias se propagam e se distorcem. – Shiryu falava aquilo como uma poesia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Ouvi isso de Garan há muito tempo atrás.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Então é total verdade o que lhe foi contado. Agora vou. – fazia uma reverência para Athena e sua sacerdotisa e saia pela porta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hana, mesmo não entendendo nada, sente um aperto no coração, o mesmo que sentiu quando deixou Esmeralda para morrer no monte Fuji...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asterion estava morto sem armadura, pois até mesmo em pedaços a armadura havia o abandonado. Os irmãos estavam caídos e exaustos, enquanto Moses contemplava o mar pensando no que iria fazer, até que de repente sentiu um cosmo da intensidade de um cavaleiro de ouro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao olhar para trás, via um servo do Santuário, não sabia quem era, mas era possível saber quem era do Santuário ou não. O homem vestia-se de maneira bem genérica, com calça social, um casaco por cima e sem o olho esquerdo, e o braço do mesmo lado, sendo ocupado por um artefato místico que funcionava como seu cosmo ordenava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não se preocupe, estou com Marin e Thouma, na verdade, presumi que ele viria resgatar sua irmã e vim também. – Garan anunciava com as mãos levantadas em sinal de paz. – Sei que você não vai se importar se eu levá-los daqui, mas o que você pretende fazer agora? Ouvi que esse seria seu último ato como soldado de Athena. Pretende unir-se a Resistência?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu? Não vou tomar partido da Resistência. E nem do Santuário. – dizia Moses virando novamente para o mar. – Como você ouviu, não serei mais um Soldado nessa guerra sem sentido. Irmãos combatendo irmãos é um veneno que um toma querendo que o outro morra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E o que pretende fazer? Se omitir?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Acho que o termo melhor seria “abdicar”, vou simplesmente descansar de toda essa guerra e intriga, virar protegido ao invés de guardião. Só devolverei a armadura quando tudo isso estiver acabado, seja para o bem ou para o mal. – Não havia malícia e nem covardia em sua voz, apenas cansaço de quem já lutou e viu coisas demais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Entendo, queria ter esse poder também de sair dessa guerra, mas não tenho, mesmo não tendo armadura não posso. Em seu lugar, talvez eu fizesse a mesma coisa, mas não temos a mesma sorte, seria bom lutar ao lado de um homem como você, Moses. – Garan dizia com uma ponta de inveja do livre-arbítrio do cavaleiro de Baleia, mas o servo da casa de Leão tinha seu dever para cumprir para com o finado Aioros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jamian não era um padrão de beleza, tinha dentes cerrados, um andar desengonçado e uma boca larga demais. Não era um guerreiro propriamente dito, mas era um infiltrador sem igual no santuário, pelo menos o único com honra, assim como Spartan. Ao contrario dos outros cavaleiros de prata que tinham poderes assombrosos de destruição, seu poder estava ligado aos seus corvos. Podia ver, ouvir, e sentir por eles graças ao seu cosmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Naquela noite, nunca foram vistos tantos corvos no Japão. E todos eles estavam a serviço do Cavaleiro de Athena, sua presença permeava todo lugar e via muita coisa, como Moses se mostrando um traidor carregando a armadura de Baleia com ele. Achou também os outros cavaleiros de prata, Misty, Babel e Asterion, com as suas devidas covas em um cemitério civil. Talvez quando tudo aquilo estivesse acabado, ele poderia levar seus corpos para o Santuário, para serem enterrados como verdadeiros cavaleiros de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não achava os seus assassinos, mas por intermédio de Kappa, um de seus corvos, achava os cosmos mais avançados, pelos seus olhos viu o jovem Pegasus voltando para o orfanato filho das estrelas. Um nome bem curioso para o abrigo dos traidores. Lá, sentia também os cosmos de mais seis cavaleiros e dois civis, mas que tinham um potencial assustador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Colocava também os corvos Amael e Umbra para vigiar Spartan e Jiste. Spartan era um covarde e Jiste era traiçoeira. Até porque, fora reintegrada recentemente, Jamian sabia que pessoas podiam mudar, cavaleiros e monstros não, e era bem possível que a amazona de morcego fosse desse tipo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos ainda não tiveram sucesso no que foram designados, mas parecia que Jiste sabia que estava sendo seguida, e tentava despistar Umbra a qualquer custo, já Spartan era rápido demais, Amael apenas conseguiria não perder seu rastro, mas acompanhá-lo era impossível.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Via os dois cavaleiros e um aprendiz sair da mansão, com três armaduras de bronze. Vendo as figuras entalhadas nas urnas reconhecia como Dragão, Cisne e Pegasus, o garoto era lemuriano, da mesma raça do cavaleiro de ouro da casa de Aries, “será que a raça reclusa dos lemurianos estaria envolvida nisso?” pensava o infiltrador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já era hora de avisar ao Santuário e aguardar as ordens...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-9899334440580485722011-08-06T10:30:00.000-07:002011-08-06T10:30:13.418-07:00Resenha - Albina Genma<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">O que dizer desse trabalho de duas autoras com temáticas de escrita e roteiro diferente. Virgo tem uma escrita cheia de roteiro de sentimentos confuso e mexe bastante com destinação. Saphira tem o dom de transformar o cotidiano em uma coisa cuidadosa e interessante com um toque que ignoramos nas nossas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Albina Genma é um universo novo, sobre uma guerra entre três clãs. Os Carnelian, um clã Guerreiro com habilidades de combate formidáveis, os Fuscienn, com a habilidade de distorcer a realidade com a sua magia e os Glaucoviren, um clã tribal ligado aos animais e feras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Uma curiosidade dessa história é que todos carregam uma joia que está ligada ao clã e a vida da pessoa. O que causa essa guerra, além do que parece do eterno ciclo de violência é a posse da joia branca que dá imensos poderes ao portador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O texto é extremamente fácil de se ler, tranquilo e há uma leve impressão de “Avatar” só que uma história um pouco mais densa e em menor escala. É envolvente a sua maneira, com as personagens Samyra (a “aberração” dos Fuscienn), Lucian (o General de Carnelian), Oran (O líder escolhido dos Glaucoviren) e Vega (a mais poderosa entre os Fuscienn).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A história está em seu hiatus no capitulo 6, onde são apresentados bem mais personagens interessantes. Para quem está cansado da violência de Alma Nova e outras fanfics por ai, e quer ver os relacionamentos no pano de fundo dessa guerra de clãs, é uma ótima recomendação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para acompanhar essa história pode <a href="http://www.fictionpress.com/s/2681536/1/Albina_Genma">clicar aqui</a>, ou acompanhar no <a href="http://saphirarius.blogspot.com/">blog da Saphira</a>.</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-52358320263080380382011-08-03T15:36:00.000-07:002011-08-03T15:36:45.961-07:00Alma Nova 14 - Trilhando Rumo ao Desconhecido<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Naquela caverna obscura onde não havia teto e nem vida, Isaak parecia ser o único a ter uma luz que o rodeava. Andava perdido por aquele mundo até encontrar uma fila de pessoas sem brilho algum, com rostos derrotados, destinos traçados e sem resquício de vontade própria. Queria descobrir até onde iria aquela procissão, sempre tentava falar com alguém, porém apenas recebia um relance de olhar e era sumariamente ignorado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Passaram-se horas em que ele corria o máximo que podia, via que aquele não era o potencial completo de seus poderes, pois não tinha fome, nem sede e nem cansaço. Perante a fila, observava que todos eram iguais de longe, apesar de serem crianças, mulheres, homens ou idosos. Só realmente se deu conta de onde estava quando encontrou Andromeda Negro, um dos cavaleiros negros com sua armadura em farrapos. Percebeu que também estava morto, apesar de ainda ter aquele brilho em volta dele, o qual ele não compreendia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao longe, no horizonte, viu para onde aquela procissão ia, em direção a uma cratera gigante, que parecia mais uma cidade. Percebeu que aquela não era a única procissão, tinham outras, muitas outras, e todas rumavam para a enorme cratera. Viu ainda uma luz a borda dela e decidiu correr o máximo que conseguia para ver quem era a outra fonte de luz.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não esperava vê-lo tão cedo, meu discípulo. – A voz era reconhecível, quase em uma nostalgia recente, se é que isso era possível. Era seu mestre, o Cavaleiro de Cristal, diferente do qual ele conhecia. Tinha uma aparência translúcida com o mínimo de luz possível, menos luz do que ele emanava, mas ainda era muito mais do que qualquer um na fila poderia transmitir.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mestre. – A surpresa de Isaak causou lágrimas em seus olhos, mesmo não entendo o porquê delas. Algo dentro de si sabia que tinha de chorar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não se surpreenda. Geralmente os mortos vêm para cá – Cristal sorria por ver que o discípulo tinha chances ainda. Seu cosmo ainda não fora tragado pela escuridão da morte. – E me desculpe por ter jogado você no meio dessa guerra, sua mãe nunca iria me perdoar, o bom é que ainda posso encontrá-la aqui.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Quer dizer que estamos... – Isaak não conseguia completar a frase. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mortos?! – dizia a palavra que o cavaleiro não conseguia pronunciar. – Você, não. Já eu estou preso aqui. Todos os outros estão mortos mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E como o senhor chegou aqui? Porque ainda não está no caminho dos mortos?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Kamus me aplicou a execução aurora, estou congelado eternamente. Eu morri, mas ainda não me desliguei do meu corpo. Só poderei partir, ao que parece, quando morrer realmente. – Cristal mantinha o sorriso, só que o mantinha triste em seu rosto. – Já você deve estar no limiar entre a vida e a morte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim? Mestre Kamus o matou? – Isaak estava aterrorizado com aquilo, o mais poderoso cavaleiro do ártico havia matado o próprio discípulo. Sabia que talvez ele mesmo tivesse que enfrentar o próprio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Tive o vislumbre da Execução Aurora. E realmente, o poder desse golpe é impressionante, minha imitação foi muito barata. – Cristal apenas soltava sorrisos como se sua vida fosse uma distante nostalgia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mas mestre, porque não me contou que havia uma falsa Athena no Santuário? Porque me omitiu isso? – Isaak soltara a sua dúvida, afinal, estava entre a vida e a morte devido apenas a sua fé repentina em Hana ser a real Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Explicar-lhe isso era complicado. Você foi educado honradamente, vivendo à sombra das lendas dos cavaleiros, das histórias do santuário. Como eu iria explicar a você que isso que você aprendeu era o ponto de vista infantil? Imaginar que nós cavaleiros somos movidos apenas pelo certo e correto é uma visão limitada, meu discípulo. Como eu iria explicar-lhe que uma pessoa nascida para proteger Athena tentou matá-la? Para falar a verdade, nem eu mesmo acredito no que aconteceu comigo, Albior e Marin... – O sorriso nostálgico desfazia-se no rosto de Cristal, para uma face séria de alguém que se lembrou de um pesadelo. – Acreditar em Athena é questão da mais pura fé. Não há razão que ligue fé, razão precisa de conhecimento, fé necessita de crença. E também, Mikkeli nunca iria me perdoar em ver você usando uma armadura do zodíaco. Preferia envolver Jacob a você, não tive culpa do universo conspirar contra as minhas promessas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mikkeli... – Cisne repetia o nome. A última vez que ouviu esse nome não foi uma lembrança boa e nem agradável. Seu mestre tentava se desconectar desses sentimentos. Ser um guerreiro do gelo envolvia ter a maior concentração possível, seja esquecendo o passado, sendo “sangue-frio” ou vivendo pela razão. O próprio Isaak era um guerreiro do gelo devido a sua honra ser uma geleira eterna. Quanto mais questionamentos e sentimentos envolvessem os cavaleiros do ártico, mais seu poder seria diminuído.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Agora chega de nostalgia e vamos cuidar do futuro...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Garan já havia partido, deixando os cavaleiros de bronze sob a tutela espiritual de Lynna. Sentados na sala, alguns cavaleiros foram surpreendidos por um barulho enorme que vinha do andar superior, barulho esse que fez até mesmo Kiki acordar de seu sono. O barulho viera diretamente do quarto de Thouma onde a governanta do Orfanato estava também.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko foi o primeiro a subir, mas Kiki chegou primeiro graças ao seu dom de teleportação. No caminho, encontravam Shiryu, que corria também para a mesma direção. Shun, Hana e Lynna foram por último.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Droga! Estamos suprimindo nosso cosmo ao máximo e esses cavaleiros do Santuário já nos encontraram? – dizia Okko praguejando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não. – dizia Shiryu. – Não sinto nenhum cosmo além do nosso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando todos chegaram à porta do quarto, encontravam Mihu sendo surpreendida por Kiki, que tentava acalmá-la de sua súbita aparição. Okko já planejava entrar chutando a porta, mas a jovem se interpôs.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não. Por favor, ele está descansando. – dizia Mihu implorando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E o barulho que ouvimos? – Perguntava Okko preocupado com a segurança do companheiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Foi ele mesmo. – Explicava Mihu. – Ele acordou gritando, lançou uma energia contra a parede e desmaiou novamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Deve ser o golpe que ele recebeu da Fênix. Aquela demônia realmente era poderosa. – Okko lembrava-se de Esmeralda e pensava o como ela seria importante para a Resistência. Tinha a força de um cavaleiro de prata ou quem sabe de um cavaleiro de ouro. Sua fraqueza era só sua mente perturbada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Devemos deixá-lo sozinho, certas cicatrizes é melhor deixar o tempo cuidar. – dizia Shiryu, que apesar de cego parecia olhar nos olhos de Mihu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mas temos uma sacerdotisa, ela pode pelo menos cuidar melhor dele do que qualquer um de nós. Certo, Lynna? – O cavaleiro de Dragão se voltava para a Sacerdotisa buscando apoio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Por favor, Lynna. – dizia Hana. – Se pode fazer algo por Thouma, faça. Ele está assim por minha culpa. Ajude-o.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lynna sentia a preocupação genuína vinda de Okko, e era a mesma que vinha de Mihu, mas por algum motivo, Shiryu apoiava esta, além de não ter querido que ninguém atravessasse aquela porta segundos antes, mesmo com o pedido da própria Athena. Shiryu tinha um espírito sábio, e cavaleiros e sacerdotes pensavam diferente. Por ela, iria cuidar de Pegasus, porém achou que o melhor seria um...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não, por enquanto. Tenho que esperar que ele supere isso sozinho e qualquer espasmo desses de novo pode ser a morte de qualquer um de nós. Mihu já deve ter cuidado das suas feridas físicas, agora as mentais e espirituais devem começar dele mesmo. – Lynna vira Mihu suspirando de alivio enquanto todos olhavam para ela, e o jovem cego aprovava com um sorriso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko e Hana olharam com um misto de decepção. Sabiam da arrogância do cavaleiro de bronze a pedir ajuda, apesar da pouca convivência. O ego do ruivo já era conhecido por todos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Tudo bem, admito que Isaak está pior que Thouma. – dizia Okko reparando em alguma coisa. – Onde está Pandora?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Pedi para ela cuidar de Thouma. Se estivessem atacando os nossos feridos, Isaak seria o próximo alvo. – Okko começava a se irritar com Shiryu, ele estava certo, essa era a melhor solução. Ele teria que ficar embaixo, cuidando de Athena, Shun e Lynna.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Tem razão. – dizia Okko inconformado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Peço que me deixem ver como está Isaak; mestre Shun e a senhorita Hana descansem, e, Kiki, vá com eles; Okko, você que está em melhor estado entre os cavaleiros, peço, por favor, que cuide de nós; Shiryu, você deve descansar também, você e Kiki também lutaram, e prefiro que você faça isso junto de Isaak. – Cada ordem de Lynna era como um pedido que devia ser obedecido de tanta serenidade e preocupação que ela passava. Era quase como Hana pedindo algo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma, aproveitando a deixa de estar praticamente sozinho depois da discussão sobre quem estava em melhor estado, sai com cuidado, apesar de cambaleante, pelas ruas de Osaka apoiando-se da melhor forma que podia. Era difícil caminhar e respirar ao mesmo tempo, ele tentava realocar algumas costelas, do modo que podia, para não sentir tanta dor, o que era impossível, mas teria todo um caminho para se acostumar com os incômodos que sentia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pensava como lutar contra dois cavaleiros de prata sem armadura, se ele tentasse pegar a armadura de Pegasus, provavelmente seria detido, ou pior, faria com que todos quisessem enfrentar mais cavaleiros de prata. O tal de Shiryu podia ter derrotado um cavaleiro de prata sozinho, mas ele não era apenas puro combate, havia invadido sua mente, manipulado-a como uma massa de modelar. Além de tudo, sua irmã estava sendo mantida como refém, uma amazona de prata com uma das maiores mentes analíticas do santuário e peça-chave da Resistência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todos do grupo podiam saber lutar, mas apenas ele sabia como era estar atrás das linhas inimigas, ter que se esconder em público, bloquear suas intenções, manipular o próprio humor que naqueles que tem cosmo aflora imensamente, e com cada cavaleiro podendo jogar palavras na sua mente como se estivessem gritando em seu ouvido. Possivelmente, essa caçada repentina fora provocada por Shina, e como ele a deixou viva, era sua a culpa por tudo aquilo estar acontecendo. Então, ele iria resolver o problema e não como cavaleiro ou como membro de uma resistência, mas sim como homem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Agora ele colocaria a profecia que rege sua vida, ser o escolhido de Athena, ser o cavaleiro que feriu o rosto de Hades...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Será que o irmão dessa vadia traidora vem logo? – Moses estava impaciente, sua experiência como soldado sabia que uma demora dessas não significa que ele não se importava com sua irmã, significava que estava elaborando um jeito de derrotá-los. Aquela ideia de entrar na mente do cavaleiro era imbecil, existiam cavaleiros que poderiam, com um piscar de olhos, descobrir mais coisas, teriam mais tempo e meios para torturá-la e tirar mais coisas de sua mente. Queria reportar o mais rápido possível para o Santuário seus avanços.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Fique calmo, meu caro, ele virá e sem avisar a ninguém. Eu deixei o aviso bem claro, e vi que ele tinha um complexo bem narcisista. Ele acha que pode mesmo derrotar-nos, apenas porque feriu alguém superficialmente. Ele deve ter no máximo superado o poder de sua irmã que o treinou, porém Marin nunca foi uma combatente de primazia. – Asterion sorria com toda a tonalidade que o sarcasmo lhe dava. – E ao que eu li em sua mente, estava gravemente ferido. Quero-o aqui mais para ler sua mente, ele transparece bem mais que sua irmã.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos sentiram o cosmo do irmão de Marin se aproximando, mas a essa altura, pelo cálculo mental da intensidade de seu cosmo, a velocidade era humana, o que para um cavaleiro, mesmo um de bronze, era devagar demais. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vamos até ele. – dizia Moses.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não. Deixe-o fazer seu caminho para o fosso dos mortos, ou como os cristãos gostam de dizer, sua Via Cruzis. - dizia Asterion.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ares novamente estava em seus aposentos. Sozinho, estudava como fazer o corpo de morada da deusa da discórdia suportar a essência divina. Eris era uma deusa menor, não havia lugar para ela na mesa dos Grandes 12 Deuses, ela não tinha poder suficiente para disseminar sua aura pelo Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A única armadura que ela conseguia manipular era a de Gêmeos, para que Ares ainda pudesse vesti-la. Toda armadura era um ser vivo, e tinha o poder de decisão sobre o cavaleiro, a qualquer momento poderiam negar-se em ser usadas. O que era um mistério era o porquê algumas armaduras eram usadas...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mu e Dohko estavam realmente do lado certo, Aldebaran, Aioria, Shaka, Milo e Kamus eram manipulados pelas palavras e cosmo contados. Mas como Máscara da Morte, Shura e Afrodite podiam-se chamar Cavaleiros de Athena? Todos os três eram assassinos a sua maneira, sem amor ou mesmo misericórdia em seus corações.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O que as armaduras pensavam sobre os atos de seus cavaleiros? Ares se perguntava o que a armadura de Gêmeos pensava enquanto havia a “Batalha de Ares contra Saga”. Será que ela não poderia fazer nada para detê-lo? Será que ela era tão ambígua ao ponto de ver o Santuário de Athena sendo tomado por outra deusa? Será que ela aguardava a volta de Saga?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tirava aqueles pensamentos de sua mente e voltava a pesquisar os inúmeros tomos da história do Santuário. As guerras internas, a história de Aspros e Deufteros, as hipóteses de futuros alternativos nos quais alguns cavaleiros teriam vidas normais, outros possíveis futuros em que quem deveria morrer não morrem, e ainda quando um encontro errado mudava toda a história, mas não achou onde os cavaleiros de Athena veneraram outra deusa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Claro que havia aqueles que se corromperam, aqueles que decidiram escolher aquele caminho traindo seu destino e sua fé, mas aquilo era único. Substituir uma deusa por outra, usar a fé verdadeira para alimentar uma mentira... Como plantar uma muda de joio entre o trigo, esperando que o joio se torne mais do que o trigo e acabe matando-o?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Queria poder partilhar esse peso, mas isso não era possível, confiar em alguém enquanto a Deusa da Discórdia estava por perto era um pecado mortal. Porém precisava descobrir como evitar, de toda forma, que seus planos acabassem como outras histórias de final previsível onde o vilão é tragado pelas trevas e os “bonzinhos” são coroados com os louros da vitória.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ares conheceu apenas dois heróis: Aioros, morto por sua ideologia e devoção, e Saga, que foi tragado pelas trevas e deu a vida a ele. Realmente, a história que ele estava escrevendo para o futuro era nova, e ele iria contá-la. Que venham quaisquer deuses, ele iria subjugar a todos. Ares seria o verdadeiro Deus desse Novo Mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora se preocupava com o que tinha acontecido no quarto de Thouma, mas não tinha coragem de abandonar o quarto onde Isaak se encontrava debilitado com o sangue escoando de suas veias. Por mais que soubesse que era para seu bem, era torturante ver o seu sangue descendo e manchando os lençóis da cama, que ela trocava sempre que se encontravam sujos demais. Já era o quarto lençol...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sentiu o cosmo da pessoa que havia chegado depois que Garan partiu, vinha acompanhado do cosmo de Shiryu. Agora era evidente que ela não era um cavaleiro, era infinitamente pior para ela, era uma das poucas sacerdotisas de Athena ainda vivas. O que mais assustava era que uma delas decidiu se unir a Resistência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A porta foi aberta fazendo com que Pandora tentasse disfarçar seu nervosismo usando o excesso de cuidados para com Isaak. Ao entrar, Lynna e Shiryu observaram a amazona de Andrômeda levantando-se para recepcionar ambos. Ao se encontrarem, Lynna e Pandora pararam para se olhar, e Shiryu, por mais que apenas visse o cosmo da pessoa, notava que a energia das sacerdotisas era diferente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shiryu podia sentir o cosmo de tal maneira que ele via os contornos das pessoas em forma de cosmo. Pandora era lilás, Lynna era um branco-azulado, a sua era verde. Sentia objetos pelo seu próprio treinamento e pelo seu sexto sentido avançado, mas sacerdotisas liam corações, emoções e mentes. Sentia-se deslocado ali entre aquelas duas mulheres.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambas ficaram um bom tempo se encarando, sendo apenas interrompidas quando Isaak deu um gemido de dor. Ambas pararam de se avaliar para dar atenção ao cavaleiro enfermo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma chega à praia ainda com a linha do mar apenas diferenciada pelas ondas. Não conseguia ver sua irmã, mas ele reconhecia a praia, e mesmo que não reconhecesse, estavam lá os cavaleiros de prata que estavam em seus pesadelos. Chegava cambaleante, mas ainda ostentando o orgulho de ser o cavaleiro de bronze de Pegasus em sua postura mesmo que decadente. Asterion estava se segurando para não gargalhar, era risível aquele cavaleiro de bronze contra dois cavaleiros de prata, porém Moses via nos olhos do jovem a obstinação e a tenacidade de quem sabe que tem a possibilidade de vencer. A esperança não havia morrido em seu peito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Seus bastardos, soltem a minha irmã. – Fala Thouma que não podia elevar muito mais a voz, sentindo uma de suas costelas produzindo uma dor aguda, mas ainda sim tentava manter a postura de um cavaleiro de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Olá, cavaleiro de Pegasus. Thouma, se eu não me engano. – dizia Asterion já esperando ansiosamente para tirar mais informações do irmão de Marin. – Recomendo você desistir, somos dois cavaleiros de prata com uma refém e você é um cavaleiro de bronze sem armadura. Por favor... desista logo, e se entregue.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses vira-se para Asterion, sentia raiva de seu companheiro, mas não deixava o sentimento transparecer. Poderia ser perigoso manipular um cavaleiro de bronze, por mais que o mesmo esteja exaurido. Ele conhecera cavaleiros de bronze mais experientes, inclusive seu mestre, que tinha sido um cavaleiro de bronze. Era um erro subestimar um rato, pois quando um rato é acuado ele ataca, e o que era estar mais acuado do que ser um cavaleiro de bronze, ferido e com o único membro da família mantido como refém por dois seres mais poderosos do que ele?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Devolvam a minha irmã, não me interessa, direi tudo a vocês o que sei. – diz Thouma com certo de ar de sinceridade forçado. Podia ser muitas coisas: uma mentira, uma verdade, uma meia-verdade, mas seja o que fosse, era determinada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Perdoe-me se não confio em um traidor que venera o grande traidor, mas se não se importa, vamos extrair da maneira mais convencional que temos de interrogar traidores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses não esperou o telepata acabar a frase, atacou Thouma com um simples golpe com toda a velocidade que podia. Não iria atacar Thouma com sua técnica mais poderosa logo de cara para que ele logo após esquivasse e encontrasse uma brecha. Iria ver do que ele era capaz naquele momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como esperava, com um movimento de giro e leveza, Pegasus escapa do golpe por milímetros e acerta logo em seguida com um chute no rosto o seu oponente, o qual não se move e nem parece sentir o golpe. Thouma faz uma cara de surpresa e se afasta com um chute, enquanto o cavaleiro de Baleia ficava imóvel.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses o avaliava dos pés à cabeça, era um guerreiro esguio e tinha uma genialidade no olhar. Sabia que ele não viera sem um plano, nem que fosse a pior ideia, mas ainda sim era um plano. Thouma se colocava em posição de combate, por mais que fosse difícil para ele devido aos ferimentos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Moses, pare de ser idiota, precisamos dele vivo! – Gritava Asterion, como se tivesse perdido o controle de seu companheiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- “Do jeito que estamos e com a obstinação nos olhos desse garoto, nós que temos que nos manter vivos”. – pensava Moses para Asterion, já presumindo que ele leria sua mente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Thou... Ma... – dizia Marin com dificuldade. Asterion sentiu a barreira mental da amazona cedendo um pouco. Voltou-se para sua refém invadindo mais ainda sua mente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto isso, Moses olhava para o cavaleiro de bronze. Mesmo sem armadura, um cavaleiro de Athena era letal. Com a armadura servindo apenas como defesa, um guerreiro sagrado podia dedicar-se totalmente aos seus ataques ofensivos e dons, enquanto a armadura usaria seu próprio cosmo para proteger o seu cavaleiro. Era ridículo pensar que apenas placas de metal ornamentadas poderiam proteger alguém, mas não era só isso, eram formas vivas exalando cosmo defensivo. A luta chegava a ser desleal, eram praticamente dois contra um, ainda sem contar a diferença de poder. Que cavaleiro de bronze sem armadura desafiaria um cavaleiro de prata? Seria melhor acabar com esse combate o mais rápido possível.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Força Explosiva de Kraitos!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma é jogado com uma imensa força destrutiva, junto com uma imensa quantidade de areia e tudo que não estava preso ao chão, mas ainda sim, a maior vítima era o cavaleiro de Pegasus que se perdia nas nuvens e continuava a subir.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Está morto! – Moses olhava para cima. – Poucos cavaleiros sobrevivem a queda, se sobrevivem agradecem imediatamente a sua armadura. Ele vai morrer antes de cair. – Virava-se em direção ao seu companheiro, o cavaleiro de Pegasus deveria agradecê-lo, era melhor morrer em combate do que torturado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Olhava para seu companheiro cada vez mais chorando sangue, violando a mente de uma mulher. Por mais que fosse uma amazona, não sabia o quanto o gosto sádico de Asterion iria. Percebia que algumas nuvens negras se juntavam querendo formar uma tempestade. Era o que aquele tempo anunciava: o começo de uma grande tempestade. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de prata de Baleia deu um passo, e a ideia, assim como um golpe, veio como um relâmpago. Colocou os braços para cima em proteção, e em poucos momentos veio um raio para cima dele. A armadura defendeu parte do golpe e o próprio Moses usou seu corpo como para-raio, mas ainda sim sofreu um golpe muito poderoso. Com o ataque, sentiu os braços dormentes e eletrificados, e, ao tentar se movimentar, sentiu que cada junta de seu corpo fora eletrificada. Ele estava certo, aquele cavaleiro de bronze tinha um plano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando notou qual seria o próximo passo lógico de seu adversário, tentou correr para proteger Asterion, mas seu corpo respondia com certo atraso, por mais que fosse veloz, naquele momento, ele mesmo era seu pior adversário. Seu corpo estava travado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma descia em uma velocidade assustadora em direção a Asterion, o qual estava esquecido do mundo real e estava no mundo mental de Marin. Levou um golpe direto no topo de sua cabeça afundando junto com Thouma na beira da praia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses não acreditava no que aquele moleque acabara de fazer. Havia achado uma falha no seu golpe, apenas ganhou impulso para atacar por cima. Usou o poder da natureza para ampliar o seu golpe para retardá-lo e atacou com seu próprio corpo contra o Cães de Caça.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-“O garoto é muito bom.” – Pensou Moses.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma saia da água, acabado com grande parte dos ferimentos abertos que ainda não tinham cicatrizado, porém a dor era companheira constante dos cavaleiros de Athena, e assim tirava sua irmã de suas amarras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses achava tocante aquilo, odiava questionar aquelas ordens, muito bem poderia atacar eles agora, um ato de covardia, seria o certo a fazer de acordo com as suas ordens, mas isso tudo era culpa de Asterion. Tudo que tinham de fazer era reportar o que aconteceu com o trabalho de Shaka e entregar Marin como traidora. Moses esperava ambos saírem da água.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Gigars estava um pouco mais afastado das doze casas, por mais que gostasse de ser o Oficiante-Mor, achava desagradável o clima de guerra que os doze cosmos áureos emanavam. Os cavaleiros de ouro possuíam tantos problemas emocionais e desvios de caráter quantos os humanos, porém pareciam não saber que tinham poderes muito acima de qualquer pessoa normal. Talvez, fossem realmente deuses afinal, como Shaka mesmo parecia achar, dizendo ser o humano mais próximo de Deus. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-“Fazia bem o grande mestre ter uma mão de ferro sobre esses loucos.” – pensava Gigars.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De repente, Gigars sente a aproximação de seu discípulo, Piton. Ele era seu porta-voz. Havia olhos demais em Gigars e no que ele fazia, mas não tantos assim em seu discípulo que era tão escorregadio como uma serpente. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Trouxe-os como o ordenado, mestre. - Piton estava ajoelhado para seu mestre. Gigars percebia depois que os convocados estavam também presentes, ocultando sua presença e existência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jamian de Corvo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Spartan de Bussola</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jiste e seus Cavaleiros Fantasmas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Chamei vocês porque aqueles imbecis cavaleiros de prata não me reportam nada. Misty de Lagarto, Babel de Centauro, Marin de Águia, Moses de Baleia e Asterion de Cães de Caça estão perdidos, quero que você, cavaleiro de prata de Corvo procure-os imediatamente. – Ordenava Gigars.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sim, Oficiante-Mor. Mas sabe o que dizem: asas negras, noticias negras... – E como um vulto e com um som agourento de corvos, Jamian desaparece.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Spartan, procure Shina. – Gigars sabia que ambos tinham um elo de amizade, e como um dos mais rápidos cavaleiros de prata poderia achá-la mais rápido. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Imediatamente. – Sumia como se nunca tivesse existido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Já vocês. – Dizia à Jiste que havia recentemente sido reintegrada ao Santuário. – Vai me trazer a armadura de ouro de Sagitário, sem combate, sem sangue, sem nada. Apenas a armadura. Finalmente achamos um cavaleiro que possa vesti-la. O Grande Mestre não quer que a flecha dourada seja empunhada novamente por um traidor contra Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Às suas ordens. – Sibilava na escuridão e sumia como uma sombra que foge da fonte de luz.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Após um tempo em que não havia mais nenhum cosmo por perto, Piton pede a palavra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Porque eles, mestre? Presumindo que os cavaleiros de prata estejam mortos, eles não sobreviverão aos traidores da “Resistência”. – indagava Piton.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- A diferença é que todos aqueles cavaleiros de prata tinham sua honra, não atacavam sem se anunciar. Imbecis. Já esses não, eles têm mais amor a sua vida do que a sua honra. Do que adianta a arma mais poderosa do mundo quando não se sabe quem é amigo ou inimigo? Se os traidores estão nessa filosofia, porque não iríamos adotá-la? - Um sorriso maligno era compartilhado pelo mestre e discípulo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shiryu havia saído, estava desconfortável na presença de Pandora e Lynna. Ambas fechavam os ferimentos de Isaak, muito sangue fora perdido, agora cabia ao cavaleiro de Cisne atravessar ou não o portão da morte. Ataduras estavam feitas, lençóis trocados e Isaak ainda continuava com sua febre alta. Alguns medicamentos foram ministrados, apenas Isaak poderia traçar seu destino agora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Você é muito boa cuidando e ministrando medicamentos, acho que você não deveria ser uma amazona, e sim uma sacerdotisa. – dizia Lynna apertando uma atadura de Isaak.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E sua máscara fica bem em você, você deveria ser amazona. – dizia Pandora tentando cortar qualquer relação com a sacerdotisa, mas sem demonstrar ser hostil a ponto dela desconfiar. Ser uma espiã era sempre andar no fio da navalha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Falo sério, você seria uma boa sacerdotisa. Esconde quem você é em meio a dezenas de camadas. Tantas que parece que quer esconder algo de si mesmo. – Ao falar isso, Pandora gela por dentro e trata de ocultar-se imediatamente. Ela odiava esses mind games quando eram contra ela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não creio nisso, meu destino estava traçado na constelação de Andromeda. – dizia Pandora na frase mais axioma que rege a vida dos cavaleiros e espectros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Nem sempre... A constelação indica apenas um caminho, é fácil seguir nesse caminho, mas sair dele também é. Muitos cavaleiros se corromperam na longa história do Santuário, desde agentes até cavaleiros de ouro, e hoje, o Santuário serve a uma deusa maligna. Acreditar que uma amazona pode se tornar uma sacerdotisa parece-me bem mais fácil e plausível. – A voz da sacerdotisa não havia ironia, sarcasmo e nem mesmo uma mera ambiguidade, apenas uma certeza tranquila. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora novamente gela por dentro, seu controle emocional não deixava transparecer muita coisa, mas aquele diálogo aleatório para com ela era muito assustador. Parecia que apenas com um vislumbre fraco de seu ego, ela era capaz de olhar diretamente para sua alma.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">– Raramente não vejo as nuances de emoções das pessoas, as suas são difíceis e complexas, sempre mudando de frequência e não são harmonizadas com a sua armadura. Geralmente, cavaleiros e armadura são um só, mas parece que vocês são duas entidades diferentes sendo forçadas a algo. – Lynna era precisa em suas palavras, até mesmo para aquela situação a qual não sabia de nada. – Tudo que posso dizer é que você tem um ótimo coração, tanto que o protege como pode, e que estou aqui para ajudar, não se preocupe. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora olhava a sacerdotisa e via um poço de bondade, mas até onde seria que a impressão podia ser a verdade?</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-33325144790755047682011-08-02T06:23:00.000-07:002011-08-03T16:08:31.128-07:00Sobre Lost Canvas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;"><br />
Bem, aqui estou eu para falar sobre o termino da Saga de Lost Canvas. Admito que comecei a ler quando saiu e depois eu larguei porque eu não tenho lá grande paciência para acompanhar semana após semana, só tenho esse compromisso para séries americanas.<br />
<br />
Lost Canvas encontra quase de maneira perfeita os backgrounds de todos os personagens dando a cada um deles algumas características profundas que faltaram na série clássica. Todos, ou pelo menos grande parte, com históricos interligados e de personalidades marcantes.<br />
<br />
Muita gente achou uma cópia da mitologia de Shurato, pois pelo conceito de reencarnação dos cavaleiros de Athena serem destinados é até uma ótima jogada, tanto que mesmo eles sendo reencarnações, eles acabam tento outra percepção da vida, outras experiências. Como que dizendo que as pessoas não só são moldadas pelo que elas são, mas pelo ambiente que vivem e escolhas que fazem.<br />
<br />
O protagonista Tenma é infinitamente mais “crível” que o protagonista da série clássica, mas ainda sim, mantendo grande parte das situações que constroem seu caráter intactas. E outra graça é ver como cada um vai ser apresentado.<br />
<br />
Aqueles menosprezados como os cavaleiros de touro, câncer e peixes, tem uma importância fundamental, além de serem bem mais carismáticos que os “originais”.<br />
<br />
Atualmente, para mim, Lost Canvas acaba sendo a melhor obra até agora no cenário “oficial” de Saint Seiya.<br />
<div><br />
</div></div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-91920232964230527352011-07-18T10:34:00.000-07:002011-07-18T10:34:46.289-07:00Isaak de Cisne<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRGyVlWkaJSDB6nm815US_GWjfyu841KbZ59Gzygyi6dkf_eazS3PWewt6csaJqC5z2q7iDE55gDo3iOx8xhXV8QSEkVL5jkzL7HVexo2jP5EfRikTQBnM1sdcl0Qp66xs7g8vYqv5sI/s1600/1075960479_f.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRGyVlWkaJSDB6nm815US_GWjfyu841KbZ59Gzygyi6dkf_eazS3PWewt6csaJqC5z2q7iDE55gDo3iOx8xhXV8QSEkVL5jkzL7HVexo2jP5EfRikTQBnM1sdcl0Qp66xs7g8vYqv5sI/s200/1075960479_f.jpg" width="200" /></a><b>Nome: </b>Isaak de Cisne<br />
<b>Idade: </b>19 anos.<br />
<b>Data de Nascimento: </b>17 de Fevereiro<br />
<b>Status: </b>Cavaleiro de Bronze.<br />
<b>Altura: </b>1,74 m.<br />
<b>Peso: </b>75 kg.<br />
<b>Local de Nascimento:</b> Finlândia<br />
<b>Local de Treinamento: </b>Sibéria, Russia<br />
<b>Instrutor:</b> Cavaleiro de Cristal.<br />
<b>Tipo Sanguineo:</b> B<br />
<b>Golpes:</b><br />
Pó de Diamante<br />
Circulo de Gelo<br />
Trovão Aurora<br />
Aurora Boreal<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Personalidade:</b></span></div><br />
Honra é a palavra que define Isaak, sempre sonhando em servir a Athena e ser um cavaleiro da justiça para o mundo. E é um gênio do combate quando não se encontra em desvantagem. Respeita a hierarquia, não luta em desvantagem, tenta proteger a todos que pode, vivendo um código de conduta próprio e rígido.Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-41414429772808185212011-07-18T10:14:00.000-07:002011-07-18T10:14:43.528-07:00Pandora de Andromeda<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij78EN28oVro2mxsWlFiLsbn9iNvBAcJZva0MR7TPqg1QVJaGcK6l8iwk9_PXPwJ4B545TZBqUsHIAkFItpQjMQflLh6k_9ddPTIeHu3fQxBEA5A64bvyglhsfWt_aO616HkdvbNsNYbU/s1600/Pandora_by_hiroshii.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij78EN28oVro2mxsWlFiLsbn9iNvBAcJZva0MR7TPqg1QVJaGcK6l8iwk9_PXPwJ4B545TZBqUsHIAkFItpQjMQflLh6k_9ddPTIeHu3fQxBEA5A64bvyglhsfWt_aO616HkdvbNsNYbU/s200/Pandora_by_hiroshii.jpg" width="200" /></a><b>Nome:</b> Pandora de Andrômeda<br />
<b>Idade: </b>20 anos.<br />
<b>Data de Nascimento: </b>3 de Setembro<br />
<b>Status: </b>Cavaleiro de Bronze.<br />
<b>Altura: </b>1,66 m.<br />
<b>Peso:</b> 52 kg.<br />
<b>Local de Nascimento:</b> Alemanha<br />
<b>Local de Treinamento: </b>Ilha de Andromeda, Etiópia.<br />
<b>Instrutor: </b>Albior de Cefeus.<br />
<b>Tipo Sanguineo:</b> A<br />
<b>Golpes:</b><br />
Nenhum<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Personalidade:</span></b></div><br />
<div style="text-align: justify;">Pandora é uma espiã mandada pelos Deuses Gêmeos, Hypnos e Tanathos, sem uma missão definida para ela, a sumo-sacerdotisa de Hades, esta com a armadura de Andrômeda pela influencia pelos mesmo deuses. Pandora é uma líder nata quando totalmente focada, falhando apenas quando se coloca como papel de Amazona entra em conflito com seu papel de espiã, perdendo totalmente o foco.</div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-59420407651458640732011-07-18T09:58:00.000-07:002011-07-18T09:58:36.495-07:00Esmeralda de Fênix<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPN2XKmyX_drYvoSHQb3N02GI3EWdCmIWuEyKiIfaw5nwkLtOzvGPcOT_e7BGFYmQ0hw4XVFNwdqUwZCIi1G_mMIq-IExsmDZniuc-MD8D_SNU-6bWUg2eu0hyphenhyphenDJaaj0j06zA2OeoHi3o/s1600/Esmeralda+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPN2XKmyX_drYvoSHQb3N02GI3EWdCmIWuEyKiIfaw5nwkLtOzvGPcOT_e7BGFYmQ0hw4XVFNwdqUwZCIi1G_mMIq-IExsmDZniuc-MD8D_SNU-6bWUg2eu0hyphenhyphenDJaaj0j06zA2OeoHi3o/s200/Esmeralda+%25281%2529.jpg" width="200" /></a><b>Nome: </b>Esmeralda de Fênix<br />
<b>Idade: </b>18 anos.<br />
<b>Data de Nascimento: </b>25 de Agosto<br />
<b>Status: </b>Cavaleiro de Bronze.<br />
<b>Altura: </b>1,58 m.<br />
<b>Peso:</b> 44 kg.<br />
<b>Local de Nascimento: </b>Ilha da Rainha da Morte.<br />
<b>Local de Treinamento:</b> Ilha da Rainha da Morte.<br />
<b>Instrutor: </b>Guilty, o Cavaleiro do Diabo.<br />
<b>Tipo Sanguineo: </b>A<br />
<b>Golpes:</b><br />
Asas da Fênix<br />
Ave Fênix<br />
Golpe Fantasma de Fênix<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Personalidade:</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De doce e carinhosa Esmeralda se torna uma pessoa cheia de dor e tristeza procurando um alivio, seguindo o que acha definitivo para abafar a culpa de ter matado seu mestre e se tornar uma amazona de bronze. Apesar da verdadeira Esmeralda estar ainda escondida, ela não crê que há volta ou perdão para ela.</div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-39655965171441159742011-07-18T09:35:00.000-07:002011-07-18T09:35:16.302-07:00Okko de Dragão<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRftXO3GwELSzYzS5_WesfDD7YVlPKyklHP0_cYvwUqq8TQ6r6ThJX1iOcLsim7pdfUPQXyqFkbSV2Sfku58b4XT6zb6sH5hWjwgTyZGxz3aydxnyP1yyzpFO0nwSDU6L0dTbtGu5cKyQ/s1600/1255465782174_f.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="141" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRftXO3GwELSzYzS5_WesfDD7YVlPKyklHP0_cYvwUqq8TQ6r6ThJX1iOcLsim7pdfUPQXyqFkbSV2Sfku58b4XT6zb6sH5hWjwgTyZGxz3aydxnyP1yyzpFO0nwSDU6L0dTbtGu5cKyQ/s200/1255465782174_f.jpg" width="200" /></a><b>Nome: </b>Okko de Dragão</div><div style="text-align: justify;"><b>Idade: </b>19 anos.</div><div style="text-align: justify;"><b>Data de Nascimento: </b>18 de Outubro</div><div style="text-align: justify;"><b>Status: </b>Cavaleiro de Bronze.</div><div style="text-align: justify;"><b>Altura: </b>1,76 m.</div><div style="text-align: justify;"><b>Peso: </b>83 kg.</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de Nascimento: </b>China.</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de Treinamento:</b> Cinco Picos de Rozan, China.</div><div style="text-align: justify;"><b>Instrutor:</b> Dohko de Libra.</div><div style="text-align: justify;"><b>Tipo Sanguíneo </b> O</div><div style="text-align: justify;"><b>Golpes:</b></div><div style="text-align: justify;">Colera do Dragão</div><div style="text-align: justify;">Grande Furacão do Tigre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Personalidade:</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko era um selvagem e rebelde cavaleiro, sendo impulsivo, mas ao conquistar sua armadura, se torna um pouco de paz e sabedoria é inserido em si mesmo. Odeia receber ordens mas as acata, e toma a posição de líder para não ser manipulado.</div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-50529753854507290292011-07-18T01:02:00.000-07:002011-07-18T01:02:36.935-07:00Thouma de Pegasus<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHY4njm_eNOEkmGhd1J9hvxML6HLaB_mHdyEdQOYUAjUo3bboU8gj3yVNQVrEtmBAen9Vy4Xx4izYgcTy7mHl_SEUKLrubBQNWdhZU1UhSHSu7Ei26OBeSLfxviDTEwgYoUy_xS5v2Umc/s1600/touma___saint_seiya_by_basilisco54-d3chytg.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHY4njm_eNOEkmGhd1J9hvxML6HLaB_mHdyEdQOYUAjUo3bboU8gj3yVNQVrEtmBAen9Vy4Xx4izYgcTy7mHl_SEUKLrubBQNWdhZU1UhSHSu7Ei26OBeSLfxviDTEwgYoUy_xS5v2Umc/s200/touma___saint_seiya_by_basilisco54-d3chytg.jpg" width="171" /></a><b>Nome: </b>Thouma de Pegasus<br />
<b>Idade: </b>18 anos.<br />
<b>Data de Nascimento: </b>1º de Dezembro<br />
<b>Status: </b>Cavaleiro de Bronze.<br />
<b>Altura: </b>1,73 m.<br />
<b>Peso:</b> 59 kg.<br />
<b>Local de Nascimento:</b> Japão.<br />
<b>Local de Treinamento:</b> Santuário de Athena, Grécia.<br />
<b>Instrutor: </b>Marin de Águia.<br />
<b>Tipo Sanguineo:</b> B<br />
<b>Golpes:</b><br />
Relâmpago Celeste<br />
Máxima Altura<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Personalidade:</b></span></div><br />
<i>Thouma é arrogante e egocêntrico. Vive sobre a lenda de ele ser o “Pegasus da Profecia”. Acha que tudo conspira a seu favor, mas nunca vai sem um plano apesar de se jogar contra as probabilidades sempre tenta achar o caminho mais seguro. Acredita que ele também é escolhido por Athena, e tende a acabar se apaixonado por ela.</i>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-22770467493707764372011-07-06T22:24:00.000-07:002011-07-06T22:24:23.940-07:00O Porquê de se criar Alma Nova<div style="text-align: justify;">Bem, aqui estou eu discursando sobre o porquê criar o <i>Saint Seiya – Alma Nova</i>. Primeiramente, apesar da mensagem que Saint Seiya passa de amizade, união, dever e essas coisas, sempre achei que havia coisas mal exploradas, CdZ só é bom pela estrutura dele. A própria ideia de o cara ter trocentos filhos e sacrificar seus filhos caçando sua armadura. E além do mais, não gosto do Seiya. Por mais que eu seja fanboy de CdZ convenhamos que os fãs gostam mais das possibilidades dos cenários de criar seus cavaleiros lutando contra os deuses do que qualquer outra coisa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Acho mais por esse motivo, além de ser o anime que mais gerou otakus na década de 90, que manteve Seiya e sua trupe viva com a promessa do anime da saga de Hades, de todo mundo especulando na minha época de Shun ser o Grande Mestre do Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O que ainda me manteve como fã de Saint Seiya, foi o seu fandom, que apesar de ter muita coisa ruim, e idéias boas mas conteúdo ruim (como a própria <i>Alma Nova</i>), há histórias que alimentam esse cenário se tornaram muito mais interessantes que o próprio cenário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Às vezes com os mesmos cenários, abordando temas, sagas, criando personagens próprios ou mesmo aprofundando aqueles que têm a profundidade de um pires.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por exemplo, a mim mesmo que comecei com um cenário de RPG bem especifico e acabei criando um mundo tão interessante que não valeria apena deixar ele apenas em um RPG, e assim foi criado o primeiro conto que nunca cheguei a publicar desse mundo que foi “Primeira Traição”, e ainda assim vendo que podiam ter mais histórias contadas que não foram contadas no RPG e assim foi criado o “<i>Registro da Ultima Guerra contra Hades</i>”, apelidado de “<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><i>Cavaleiros Z</i></span>” pelos exageiros das lutas dos cavaleiros que participaram dessa guerra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E Alma Nova, segue uma linha de raciocínio diferente, pois o Registro contava a história dos cavaleiros criados por mim e não pelos personagens criados pelo Masami Kurumada, ou como eu carinhosamente chamo “aquele velho senil”. O que seria um desafio de tornar os seus personagens mais profundos com uma história um pouco mais coesa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E no final das contas, acho que apesar de todos nós, os que escrevem CdZ, estamos insatisfeitos com o criador desse anime. E cada Fanfic lançada na net é como se atirássemos uma critica ao próprio dizendo um quase que: “<b><i>Aqui seu imbecil, consigo fazer algo melhor</i></b>”. Por mais que a pessoa tenha respeito pela obra, não creio que ela não carregue um pouco desse sentimento para consigo quando escreve.<i>Alma Nova</i> acabou se tornando esse grito para mim. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É como eu digo, O <i>Registro</i> eu psicografei, já <i>Alma Nova</i> eu trabalho em cima.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Alma Nova</i> é um trabalho alternativo, um espelho bizarro do mundo que vemos do mangá e do anime. E assim como a maioria de fanfics escritas, devem ser vistas com no mínimo com uma nova visão, mas o ideal é ir com uma nova perspectiva. </div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-69021669435206123742011-07-05T14:26:00.000-07:002011-07-30T09:51:17.879-07:00Alma Nova 13 - Somos O Que Devemos Ser, Somos Quem Podemos Ser<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Milo estava em um humilde casebre, sentado com um nutritivo prato de sopa na mão, alimentando uma jovem que estava deitada em sua frente. Ela estava em um estado deplorável, sua pele estava solta nos ossos, flácida e suja, completamente doente. Nada que ele fizesse a ajudaria, até mesmo aquele sorriso sedutor que desmancharia o coração dela naquele momento não era nada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O futuro cavaleiro de escorpião, o qual adorava sua vida mundana à sua vida sagrada, agora só queria ter uma vida divina, para tirar toda a dor e a tragédia de um único ser... Dela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vamos, coma garota. Como você quer melhorar sem se alimentar? – dizia Milo pelo quinto dia seguido. Seu treinamento havia parado devido a um cavaleiro que havia enlouquecido e começado a fazer chacinas pelas vilas da Itália. Como havia mais gente cuidando da caça desse famigerado criminoso, ele ficou para cuidar das vítimas. Não sabia se felizmente ou infelizmente, ela era a única.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">- Sabe que não tenho fome, sabe que eu não tenho sede e que só posso morrer quando aquele demônio que matou minha família e </span><span class="Apple-style-span">destruiu minha vila for capturado e tiver o que merece. Aquele demônio que destruiu minha vida. Se eu tivesse poder para matá-lo, eu teria um objetivo, mas só pude ver minha vila ser carbonizada. – Não havia emoção nas palavras dela, só havia certeza e fatos inexoráveis.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Já lhe contei que estamos trabalhando nisso, já te contei sobre o que nós fazemos. Vamos pegá-lo e dar-lhe uma lição que ele não gostará. Portanto, considere-o morto. Vamos falar mais sobre o que você vai fazer da sua vida. – dizia Milo com seu melhor sorriso e com seu tom de voz mais animador. – Você só não vai poder contar o que fazemos, a menos que você queira ser do Santuário. Não há apenas cavaleiros, ou aprendizes de cavaleiros como eu, mas também há oficiantes, gente que faz o bem, mas não luta...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Já te disse, só quero ter a certeza de que quando eu morrer, ele já esteja morto. Não quero saber se irei viver, apenas quero que ele morra. – dizia olhando para o fundo dos olhos do escorpiano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Havia tanta certeza naqueles olhos quanto a de um cavaleiro de ouro experiente, havia as dores físicas, e também as emocionais, de um treinamento de um cavaleiro de ouro podiam ser facilmente vistas ali. Havia um motivo para um querer, maior que a própria vida. Havia uma banalização da morte. Milo não apenas sentia pena, mas sentia como se estivesse falando com um cavaleiro de Athena ou qualquer outro servo de qualquer outro deus. Sentia-se conversando com uma igual, uma solidariedade. Tinha um sentimento que poderia ser ele naquele estado, uma compaixão não apenas por ela ser uma vítima.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abruptamente, além disso, sentia aquele cheiro adocicado de rosas cortando sua nostalgia de memórias. Via-se novamente sentado nas escadarias da oitava casa zodiacal, com o cavaleiro de peixes em pé a sua frente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Se eu fosse um inimigo, você poderia ter morrido. – dizia Afrodite.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- É... – dizia Milo com seus pensamentos ainda naquela mulher em cima daquela cama. – Eu poderia ter morrido...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E havia apenas um nome gravado no oitavo degrau da oitava casa zodiacal, escrito pelo prenuncio da agulha Antares.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Irynna.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No orfanato Filhos das Estrelas, todos ainda estavam recuperando as forças para o próximo passo da resistência. Thouma foi colocado no quarto de Mihu, com a mesma como sua companhia. Ela fazia questão de trocar as bandagens do cavaleiro de Pegasus e observar se sua febre havia passado. Havia alguma coisa no ruivo que a deixava com o mais puro desejo de protegê-lo, cuidar de suas feridas, como se pudesse acontecer qualquer coisa com ele, mesmo que sentisse que ainda sim ele sempre voltaria para ela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mihu ria de si mesma. Sempre foi uma moça certa e direita, tinha seus pretendentes, mas sempre esperava que fosse alguém de sua idade, ou de sua realidade pelo menos. Ele era exótico demais para ela, mas nada a proibia de sonhar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma estava melhor que Isaak, mas era o segundo pior em condições físicas. Algumas de suas feridas, causadas ainda pelos golpes da amazona de Fênix, tinham sido abertas. Havia também as sequelas do Golpe Fantasma, que não deixava sua mente funcionar sem flashs daquele pesadelo quase real. Apesar de suas condições físicas, ele admitia intimamente que era bom ser cuidado daquela forma pela garota de cabelos azuis. Ela trazia um pouco de amenidade aos pesadelos que sofria mesmo quando acordado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No hall de entrada, estava Kiki, dormindo sentado em um dos sofás, Garan, Shun, Hana e Okko, por sua vez, estavam apenas a discutir. O cavaleiro de Dragão, apesar de não ser o melhor em forma física, parecia ser o único capaz de dar atenção aos planos da Resistência, Isaak, Thouma e Shiryu estavam em uma grave situação, e Pandora estava cuidando do cavaleiro de Cisne e do jovem cego. Cabia a ele, portanto, saber dos próximos passos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Okko, não é?! – perguntava Garan, sendo confirmado pelo próprio. – Fico imensamente agradecido pelo que você e os outros cavaleiros de bronze fizeram até agora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não precisa agradecer. É nossa missão e fomos treinados para isso. Pelo menos eu. – dizia Okko, que lembrava de Isaak, apesar de ter duvidado, ter lutado ao lado deles, e também de Esmeralda, que se converterá no ultimo momento, e que morrera ao lutar contra Shaka, um dos cavaleiros de ouro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Tem razão. – dizia Hana saindo dos braços de Shun, indo abraçar o cavaleiro de Dragão. – Muito obrigada. Não agradeci a vocês ainda por cuidarem de mim e por me protegerem. Obrigada, por tudo. Espero que eu possa retribuir essa confiança que vocês depositam em mim.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko ficava constrangido, não sabia lidar com situações onde violência não era necessária, não sabia se deveria retribuir ao abraço ou manter-se impassível. Mas aquele afeto era bom, era calmante. Dava a sensação de querer sempre defendê-la.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Fico mais tranquilo em saber que ela está em boas mãos. Posso partir em paz. – diz Garan.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim, mestre Garan? – Indagava Okko, com Hana olhando-o também com a mesma pergunta com nos olhos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não posso ficar, estava para me encontrar com mestre Mu para discutir os próximos passos. Ia com Marin, mas ela foi designada para uma missão. Quis passar aqui antes de ir para tal encontro para encontrar Athena em sua forma humana. – diz Garan. – Mas não se preocupe. Vocês são capazes de proteger Athena, custe o que custar. Inclusive, pedi para mais um dos nossos aliados vir para cá ajudar. Sinto seu cosmo, ela já deve estar por perto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Marin novamente acordava com uma dor enorme, só lembrava-se de ter resistido bravamente à leitura mental de Asterion e depois de ter sido espancada agressivamente por Moses. Não pode ao menos lutar por ter se concentrado tanto em não deixar sua mente fraca, o corpo cedeu em uma rigidez quase cadavérica. Não lembrava muito bem como estava naquela situação. Depois do espancamento, provavelmente uma amnésia temporária acontecia devido a algum trauma ocorrido, esperava que não fosse craniano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pelo menos, eles não haviam tirado sua máscara, por mais que fossem facínoras, respeitavam a ordem de nunca retirar a máscara de uma amazona. Ou apenas esperavam fazer isso em um momento mais propício.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Via o mundo de cabeça para baixo, via que estava crucificada na praia e de cabeça para baixo. Sentia mais dor do que nunca, mas ainda forçava o bloqueio mental, sua vida não valia nenhuma informação sobre a Resistência Aioros. Na verdade, ela tinha que dar um jeito para derrotar os dois mesmo naquele estado. Os cavaleiros de bronze tinham sobrevivido e possivelmente estavam com Athena. Se fossem descobertos, Athena estaria em risco.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era difícil manter a concentração com tantas dores fazendo parecer que sua cabeça iria explodir, e ainda mais planejar. Porém, bastaria um erro, e todos os sacrifícios feitos até agora iriam ser em vão. Tinha que se manter firme. Olhava para seus dois inimigos e tentava ouvi-los, mas o barulho do mar e suas próprias dores abafavam o som de suas vozes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asterion percebe que ela estava acordada, e já se punha a caminhar em sua direção. Marin tentava escapar, porém além de pregada estava amarrada, incapaz de liberar seu cosmo. Não era uma guerreira como Moses, era uma planejadora, assim como Asterion.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vejo que acordou e mesmo depois de tantos ferimentos aposto que está usando todo o cosmo que lhe resta para manter seu maldito bloqueio mental, não é?! – Asterion aplica um soco na mandíbula da ruiva. – Não se preocupe, vamos dar um jeito de chamar seu irmãozinho, é evidente que ele está vivo. Se ele for seu irmão consanguíneo mesmo, será mais fácil achá-lo ainda. A ressonância de seus cosmos deve ser parecida, bastar usar você como filtro e trazê-lo aqui! Só espero que ele não tenha tanta fibra quanto você.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asterion colocava uma das mãos em cima da máscara da amazona de Águia, nada ela poderia fazer para detê-lo. Não podia negar o que ela era realmente, irmã de Thouma de Pegasus...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim não há notícias dos cavaleiros de prata enviados para o Japão? – Gigars estava desesperado, pois cinco cavaleiros de prata tinham partido para missões simples. Estava testando demais a paciência do Grande Mestre e a misericórdia de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Os cavaleiros de Centauro e Lagarto não deram noticias, os de Águia, Cães de Caça e Baleia apenas informaram que encontraram o corpo dos cavaleiros de bronze da rebelião, além de Docrátes, mas isso já tem mais de 3 horas, estamos sem comunicação alguma. – Piton dizia sem ao menos olhar a face de seu mestre, abaixado em servidão para o homem mais próximo de suceder o Grande Mestre Ares. Era difícil para ele dar notícias de fracasso, mas ele tinha que as reportar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Isso são péssimas noticias. Era simplesmente para os cavaleiros negros matarem aquela falsária, junto com Docrates que seria nomeado outro traidor, e Shaka mataria todas as testemunhas. Simples, mas tinha que haver intromissão dos cavaleiros de bronze e sabem-se lá quem mais que está nesse complô. – O asqueroso cavaleiro de Altar, com seu olho de joia, tinha engasgos de frustração pelo seu plano perfeito ter ido por água abaixo. – Só pode haver um traidor aqui para essa maldita rebeliãozinha ter tanto êxito assim.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E de quem suspeita, mestre? O nível de informação que eles teriam haveria de ser no mínimo um cavaleiro bem próximo do Grande Mestre, do senhor e de Athena. – dizia Piton, que de repente engasgava, pois ele poderia ser um dos suspeitos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- É difícil saber, nem mesmo eu poderia saber de tantas coisas. Apenas se o próprio mestre ou nossa Athena tivesse falado para com a Resistência. Tem que ser alguém bem manipulador e que esteja bem debaixo de nossos narizes. Teria que ser alguém disposto a isso e que tenha agido estranho desde a tomada desse plano. – Por um momento, algo parece fazer sentido na cabeça de Gigars. – Onde está Shina, a amazona de Cobra?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Shina? Não há mais sinais dela desde que o irmão de Marin conseguiu vencer o discípulo dela, que era o irmão de Docrates. – Ao dizer essas palavras, encaixavam a mesma situação em sua cabeça.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Shina é a nossa traidora...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma estava numa praia deserta, sem alma viva alguma por perto. Tudo que via eram as ondas do mar, indo e voltando lentamente, em sua dança marítima eterna conhecida como maré. Era um ambiente de calma e paz, mais do que ele sentia, desde muito tempo. Tudo era tão previsível, com uma plenitude infinita.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Daquele horizonte azul algo se destacava: uma cruz invertida. Forçando um pouco mais a vista, via uma mulher crucificada de cabeça para baixo, com o nível do mar chegando aos seus olhos. Tentava levantar-se, mas os sangramentos de vários ferimentos recentes tinham exaurido suas forças por completo, era sua própria vontade de viver contra um corpo fatigado querendo apenas desistir. O cavaleiro de bronze reconhecia aquela mulher. Era a amazona de prata da constelação de Águia. Era Marin, sua irmã, sua mestra, sua família. Correu em sua direção aflito, desesperado para salvá-la.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao tocar na água, surgiu um homem enorme, cheio de cicatrizes e com um olho perdido, que o pegou pelo rosto para afogá-lo em quinze centímetros de água. Thouma apenas podia respirar quando a maré se afastava. Nesses breves momentos, foi ainda capaz de notar que esse cavaleiro não estava sozinho, viu mais um par de pés, que depois se tornaram três pares, e depois ainda nove, para depois apenas ser novamente afogado pela maré que voltava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De repente, era jogado para o ar com uma força arrebatadora. Não conseguia mover um músculo sequer com o atrito do ar em seu corpo. Não conseguia respirar, e em um último flash de consciência, via as nuvens como chão e o céu escurecendo cada vez mais. Quando recuperava a consciência novamente, estava caindo, ainda sim, sem poder se mover.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Conseguia ver na queda o chão se aproximando. O que eram cores voltavam a ser a praia, aquele monstro que o havia arremessado e aquela centena de cavaleiros idênticos, até que tudo se tornou apenas o punho daquele cavaleiro acertando-o em cheio, estourando seu elmo, e lhe causando um traumatismo forte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Caía inerte no chão, agradecendo por não estar morto, arrastava-se para salvar sua irmã, até ser puxado por um dos cavaleiros, que eram muitos e um só ao mesmo tempo, sendo agredido por apenas um, enquanto todos os outros observavam sadicamente seu massacre. Não conseguia levantar-se mais, nem ao menos rastejar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto o cavaleiro não parava de se multiplicar, um dos milhares homens que estavam a sua volta abaixou-se e disse:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“Venha nos deter, senão faremos coisa muito pior com sua irmã do que espancá-la e matá-la.”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma levantou-se e disparou um raio, mas quando viu estava no orfanato com um enorme rombo feito em uma das paredes. Mihu olhava-o assustada por conta desse ataque. Não entendendo nada, Pegasus cai exausto sendo amparado pela governanta do orfanato que trata de colocá-lo em cima da cama novamente com grande esforço.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">June chegava à costa com Spika e Heda ainda desmaiados na jangada que eles escaparam da devastação do cavaleiro de Touro sobre a ilha de Andrômeda. Confiava que seu mestre, um dos principais homens da “Resistência Aioros”, o de prata mais poderoso, poderia lutar de igual para igual, porém já havia um bom tempo que não sentia mais os cosmos de ambos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Olhava para praia, enquanto esperava Albior aparecer ferido, pois uma luta entre dois cavaleiros de ouro poderia durar até mil dias. Mas encontrou o cavaleiro de Cefeus mais cedo do que esperava. Chorava em desespero, seu mestre e seu pai estava morto ali na sua frente. Boiando com a armadura de Cefeus destruída, e com uma rosa fincada no peito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os poderes do cavaleiro de Touro superaram o cavaleiro protetor da ilha de Andrômeda. O ódio cegava June, porém ela não gritava, pois seus companheiros precisavam de descanso e não precisavam ver isso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A pergunta que restava era: como o Santuário descobriu, se apenas a alta-cúpula da “Resistência” sabia quem eram os cavaleiros, e se todos tivessem metade do caráter e devoção à verdadeira Athena que Albior tinha, eles nunca falariam. Apenas uma palavra veio iluminar sua mente: Pandora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eles foram traídos por Pandora e eles teriam que detê-la antes que ela mesma desse um jeito para destruir a Resistência ou mesmo matar Athena a mando de Ares e da falsa Athena. Mas primeiro teria que enterrar um nobre cavaleiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;">Adentrava na porta do orfanato, uma jovem de cabelos e olhos tão azuis quanto um céu de um dia de sol radiante. Mesmo naquela altura da madrugada, nada dela estava a mostra, estava coberta por mantos além de uma máscara que lhe cobria o rosto, apenas deixando que, de relance, fosse vista uma tatuagem no antebraço direito com o nome de Athena em grego arcaico. Ela parecia trazer paz àquele ambiente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Apresento a vocês a Sacerdotisa Lynna, irmã do cavaleiro de ouro Kamus de Aquário. Ela é uma poderosa sacerdotisa, uma ótima amiga e um ser único e iluminado. – Sorria Garan ao apresentar a amiga de longa data.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Exagera nas palavras, nobre amigo. Sou assim como você uma serva aos desígnios de Athena e da justiça. Não atuando como guerreira, mas sim como uma guia, um oráculo para Athena e seus servos combatentes. – dizia a sacerdotisa Lynna, com sua voz abafada pela máscara, mas ainda sim, uma voz melodiosa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Uma sacerdotisa mascarada, mestre Garan? De acordo com os tomos antigos apenas as guerreiras de Athena, a apenas as guerreiras sagradas devem esquecer sua feminilidade e abraçar a causa de Athena. – dizia o Cavaleiro de Dragão, citando as sagradas escrituras de Athena, quase que literalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Muito bem, mestre Okko. – dizia Lynna sinalizando para Garan não intervir em sua explicação. – Sou amaldiçoada, o primeiro cavaleiro que olhar para meu rosto irá se apaixonar imediatamente. Por isso, fugi do Santuário há muito tempo. Escapei da tirania de Ares e da falsa Athena, muitas sacerdotisas foram mortas para a farsa de Ares não ser descoberta. Sou uma das poucas vivas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sei que não faço parte dessa revolução. – O diretor do Orfanato começava a falar. – Mas o que uma sacerdotisa iria ajudar nessa guerra? Ao que parece, vocês precisariam de guerreiros e não de sacerdotes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eis que você se engana, mestre Shun. – diz Garan. – Ela cuidará que Hana manifeste e controle seus poderes como deusa. Já que esse seria o dever do Grande Mestre. Mas deverei partir, tenho encontrar a Alta-Cúpula da resistência e ver como vamos fazer para atacar o Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de ouro da casa de Touro estava boquiaberto com o que o cavaleiro de Cefeus havia dito para ele. Todo Santuário era manipulado por uma falsa Athena, e o Grande Mestre na verdade não era quem dizia ser. Era difícil acreditar naquilo, era uma época boa para o mundo, já havia no mínimo alguns anos que não havia uma guerra santa. O máximo que havia eram os problemas internos do Santuário que ecoava o nome de Aioros até hoje. Mas nunca houve tantas mortes entre os aprendizes que discordavam do avatar de Athena ou mesmo das decisões do Grande Mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Acreditava em castigos, mas não em execuções sumárias, mas esse era o atual ambiente do santuário de Athena. Admitia que ser um cavaleiro de Athena não era uma profissão, mas sim uma vocação, um talento, um dom, e não uma maldição, como muitos diziam. Na verdade, “ser cavaleiro de Athena é uma maldição” era uma das frases mais proferidas nessa época. Talvez Aldebaran fosse o único que acreditava que ser um cavaleiro de Athena, não era uma maldição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao conversar com Albior, não via um traidor, ou mais um que dizia que ser um cavaleiro de Athena era uma maldição. Muito pelo contrário, podia-se quase tatear o orgulho de ser um santo-guerreiro de Athena. Sua devoção, o carinho que ele falava dela, a honra de ser um cavaleiro, a benção de ser alguém com o poder de servir a uma causa maior, e a mesma coisa ele sentia pela Resistência Aioros. Sentia-se conversando consigo mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Realmente, era muito difícil compreender as escolhas de cavaleiros dessa geração, era estranho. Era difícil acreditar que Máscara da Morte era um cavaleiro como ele. Era muito difícil compreender as coisas como eram sob a ótica de quem está dentro do problema.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era muito mais fácil acreditar que uma falsa deusa estava no Santuário sendo manipulada por um ex-Cavaleiro que deseja ter os domínios de Athena, usando de artimanhas como mentiras, devoção, fé, discórdia... Por mais que ele quisesse acreditar nas duas versões, a verdade estava em uma linha tênue entre as duas linhas de pensamento. O melhor que ele podia fazer era no momento se omitir e deixar que os fatos se mostrarem para ele. Pelo menos, Albior estava vivo, era o beneficio da duvida que o cavaleiro de Touro dava para a famigerada “Resistência Aioros”...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;">Há 23 anos atrás...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um jovem lemuriano estava consertando a armadura de Aries, que há muito tempo havia sido danificada, mesmo em tão baixa idade, ele era o Mestre de Jamiel. Não se achava digno de tal missão que lhe foi passada, existiam poucos de seu povo. Ele era dos raríssimos que não tinha uma gota de sangue humano em suas veias, era apenas por isso que era o Mestre de Jamiel. Terra adotada pelo povo escolhido de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na verdade, seu mestre é que deveria estar em seu lugar, mas por coincidência ele também era o Grande Mestre do Santuário. Shion, o cavaleiro da casa de Aries, um dos dois únicos sobreviventes da última guerra contra Hades que se tem registro. Achava que o outro sobrevivente, o humano conhecido como Mestre Ancião, deveria cumprir essa missão, mas eles tinham seus motivos e ele não iria discordar de cavaleiros de tamanha sabedoria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A armadura de Aries estava prestes a ser concluída, o jovem Mu usava de seu próprio sangue para consertar as armaduras. Afinal, era a armadura de seu mestre, o qual ele mesmo tinha uma devoção e orgulho de ser seu discípulo. O que geralmente acontecia, era que um cavaleiro desse o sangue para consertar a armadura do discípulo. Era um trabalho solitário, mas ser um lemuriano era ser solitário. Vivendo três vezes mais que um humano normal, Mu já teve sua fase revoltada, teve família, tentou fugir de seu fardo, mas viu toda a sua família mudar, envelhecer e morrer, enquanto ele continuava o mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sem ao menos sentir qualquer cosmo, sentia uma mão em seu ombro enquanto deixava a mente voar e a inspiração de sua arte de ferreiro vibrar por suas mãos. Ao olhar para trás via seu mestre sobre as vestimentas do sacerdócio. Sorria para o mesmo, por ele mesmo ver que seu trabalho estava sendo feito o melhor possível.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mestre Shion, fico imensamente feliz por vê-lo aqui. Estava exatamente trabalhando em sua armadura. – dizia Mu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vejo que fiz a melhor das escolhas ao torná-lo mestre de Jamiel. – Sorria por debaixo da máscara. – Só esperava que eu pudesse doar meu sangue para a armadura de Aries, a qual já me salvou diversas vezes a vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Preferi fazer do meu, para o senhor carregar um pouco de mim quando voltar a vesti-la. – dizia o mestre de Jamiel, que na presença do Grande Mestre do Santuário se sentia um feliz aprendiz.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Estou velho para isso, meu caro. Se tiver mais vinte anos de vida será muito. Meu ciclo de vida está acabando e um novo ciclo de vida deve começar. – Shion passava as mãos nos pulsos cortados de Mu, cicatrizando imediatamente os ferimentos. – Você é o novo cavaleiro de Aries.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como assim, mestre? – Mu estava surpreso com o fato, sentia um misto de sentimentos e confusões. – Eu sou meramente o ferreiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não diga isso, você tem o poder, o coração e a alma de um cavaleiro. E você será necessário para alguns anos, os quais possivelmente você será o líder de nosso povo, assim como eu sou. Você é como um filho para mim, em quem mais posso confiar? – As palavras do antigo cavaleiro de Aries não eram, como eram sempre, as ordens de um líder sábio, mas sim o pedido de um pai amoroso. – Estou vendo uma sombra no futuro e temos que estar preparados para o que pior aconteça. Estou dedicado demais procurado a pessoa que trará Athena a esse mundo. Portanto, passo a você o dever de cuidar de Jamiel, de encontrar e treinar o futuro mestre de Jamiel e um futuro Grande Mestre para suceder meu escolhido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu? Porque, mestre? E como assim o sucessor do seu escolhido? – Mu estava demasiadamente confuso com tudo aquilo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sim, temo que teremos outra guerra santa se aproximando, e creio que eu já esteja morto antes dela acontecer. Gostaria que você fizesse isso, e quando eu partir, procure o mestre Ancião. Ele guiará você. – O grande mestre rasgava um de seus pulsos e colocava o sangue na armadura. – Queria que você fosse o novo grande mestre, mas nós, lemurianos, somos um povo de paz, Lemuria deixou de existir a muito tempo, o real dever de escolhas deve vir de um humano, o povo protetor de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mu ainda estava confuso com tudo isso, estava feliz de ser essa pessoa que seu mestre confiava, e estava triste, pois sabia que nem mesmo os lemurianos eram eternos, havia um pingo de esperança que Shion fosse, mas infelizmente ele não era.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Procure dois discípulos e os treine de acordo com o seu coração. Esses dois serão o futuro de uma geração de paz. – Shion fechava o próprio ferimento. – Sorria, cordeiro de Athena, pois você é a pessoa que vai continuar o meu legado de Mestre de Jamiel e de como Cavaleiro de Aries.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O novo cavaleiro sorria e chorava de emoção e se colocava a trabalhar na sua nova armadura, feita de seu sangue e do sangue de seu mestre. Uma verdadeira armadura lemuriana, usaria-a como todos os lemurianos antes dele. Com honra, proteção e amor.</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-69606576164495669972011-07-05T14:21:00.000-07:002011-07-05T14:21:57.408-07:00Alma Nova 12 - Dualidade: Quando os Deuses são Humanos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">19 anos atrás...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aioros ainda estava chocado com o anuncio, estava completamente em choque. Não queria essa honraria, ela pertencia ao seu amigo Saga, queria liberdade, proteger os humanos como sempre fez e, quem sabe, ser um deles. Mesmo assim, Aioros era parabenizado por todos, pelos cavaleiros de prata que serviam como guardiões, pela sacerdotisa que iria ter Athena, pelos oficiantes-auxiliares; mas ao procurar o único que realmente lhe importava naquele salão sentia que o lugar estava vazio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Saga estava nos corredores subterrâneos do Santuário, uma rota segura de fuga para Athena e outros que não fossem cavaleiros em tempos de guerra, um lugar que abafava o cosmo de um deus. Sempre ia para ali quando estava com seus problemas, preferia escondê-los, suprimi-los ao máximo, porém esquecia que ele não podia fugir de si mesmo. Não podia fugir do sentimento de não ser o Grande Mestre para proteger o Santuário que tanto ama, Santuário ao qual ele fez tantos sacrifícios como o de seu amor e de seu irmão que padeceu como um criminoso indigente. Tudo isso para ser rejeitado, ter seu maior sonho destruído.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>-Está vendo o que ganhou com tanta devoção? Apenas ingratidão.</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A voz parecia com a sua, parecia que vinha de todo lugar e de lugar nenhum ao mesmo tempo. Será que Kanon, seu irmão, havia sobrevivido? Somente ele poderia achá-lo ali, mas era impossível que estivesse vivo. Ninguém sobreviveria. Ninguém sobreviveu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>- Ainda com remorso por ter matado seu irmão? De ter estripado uma parte de você? E não, não sou seu irmão, mas sou parte dele, sou tudo que você reprime e anseia. Eu sou você.</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não pode ser. Não sou como meu irmão. E não estou ficando louco. – O cavaleiro de Gêmeos tapava os ouvidos com força, quase estourando sua cabeça. Era apenas uma situação traumática para ele. Forçava sua mente a também suprimir aquela voz, mas ela apenas se tornava cada vez mais clara.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>- Não adianta, eu sou você. E não me confunda com seu irmão, ele morreu injustamente, sem um julgamento de seus semelhantes, pela pessoa que ele considerava mais importante. Morreu pelas suas mãos.</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Ele era um traidor, um assassino, um conspirador. Queria governar a Terra, não queria ser mais vassalo, mas sim um suserano! – Gritava Saga com os dentes cerrados, e quase estourando sua própria cabeça.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>- Não! Ele queria a mesma coisa que você tentou desejando ser o Grande Mestre. Apenas proteger com as suas próprias mãos tudo que acreditava. Ele podia ser maligno em sua concepção cega e manca, mas ou você morre como herói ou vive o bastante para ver você mesmo se tornar o vilão. Por isso que ele contou para você, ele lhe deu a missão de ser o seu limite moral, a sua âncora, e o que você fez? Trancafiou-o para morrer de acordo com seu parâmetro de justiça.</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mestre Shion concordaria comigo!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>- E acha justo o que ele fez? Quem por acaso é a justiça? Ele ou Athena? Você ou Athena? Athena é apenas uma arma, um instrumento, o real deus é o Grande Mestre que manipula uma criança, ensinando-lhe sua justiça. A justiça é questão de um ponto de vista, não há justiça absoluta. Tudo é uma guerra que o vencedor conta a história.</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não é verdade. A justiça é como a direção de um vento, é como a gravidade. É única e verdadeira, não tem lado, não tem desvio e é incorruptível, somente essa é a justiça verdadeira. – dizia Saga repetindo seus ensinamentos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>- E que justiça há em um irmão matar o outro? Que justiça há em um homem e uma mulher que se amam não poderem ficar juntos? Que justiça é essa que não permite um pai cuidar de sua filha?</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aquilo era monstruoso para Saga, ouvi-lo dizer tudo aquilo, mas não na voz de seu irmão, e sim na sua voz. Uma justificativa para ele aceitar se corromper por uma boa causa, a sua causa. Quem melhor que ele para educar Athena, educar sua própria filha? Mas essa era uma decisão que não cabia a ele, e o cavaleiro de Gêmeos não iria ceder.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Saga! Saga!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Seu nome era chamado, trazendo-o de volta daquele embate. Viu-se parado sem mover um músculo, por um momento que durou uma eternidade, sua voz não era chamada pela sua própria, mas sim por Alana, a sacerdotisa que possuía a próxima reencarnação de Athena no ventre. A única mulher que com uma palavra podia trazer a realidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Alana? O que faz aqui? – Saga via a mulher que tanto amava grávida correndo para os seus braços sem sua guarda pessoal de cinco cavaleiros de prata, sem o Grande Mestre e sem o futuro Grande Mestre Aioros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A sacerdotisa apenas corria em sua direção, abraçando seu amado com a armadura, que era feita para resistir ao mais poderoso golpes, resistindo por eras. Era impotente perto de um abraço da pessoa amada. Alana, apesar de ser dois anos mais velha que Saga, era uma flor perto do cavaleiro de ouro da casa Gêmeos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Fiquei preocupada, não o vi no salão cerimonial. Não sabe o quanto você me assustou! – A preocupação da sacerdotisa dos cabelos violeta era genuína, o amor que ela nutria pelo cavaleiro era de maneira tão grandiosa que o desarmava contra qualquer ação que ele visse que a negasse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abraçada e aconchegada em seu peitoral, Saga tentava abraçá-la com cuidado para que a intensidade de seu abraço não a ferisse. Ao mesmo tempo sentia o corpo mole, rendido àquele ato de carinho. Não queria fazer nada há não ser retribuí-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mesmo assim, meu amor, você não pode estar aqui. – dizia Saga. - É perigoso...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Jagga está me protegendo, e Maya esta de prontidão para avisar qualquer coisa. – Sua amada olhava para seus olhos apenas saindo o mínimo de seu abraço para olhá-los. – Acho que temos problemas maiores que esse...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sim. - Concordava com ela, com sério pesar. – Mas não sei como rever essa situação, fui o melhor que pude, tentei ser o melhor para o Santuário, mas foi em vão como você pode ver.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Talvez seja o melhor, apenas fomos instrumentos de Athena. – Sorria Alana conformada. – Eu serei a santa que Athena escolheu para vir a Terra e você será o guardião da casa de Gêmeos. Talvez seja aonde podemos chegar graças aos planos divinos que eles reservaram para nós.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>-NÃO! VOCÊ NÃO PODE DEIXAR SUA FILHA E SUA MULHER DESPROTEGIDAS. SEM TOCÁ-LAS, AMA-LAS E PROTEGE-LAS. É O SEU DEVER COMO SER HUMANO. ESQUEÇA QUE É UM CAVALEIRO, SEJA HUMANO!</i></b> – A voz que Saga ouvira e discutia em sua cabeça, que também era a sua, gritava em desespero. Parecia chorar. Seja quem fosse ele também amava sua filha e Alana, e ao contrario dele mesmo, ele expressava e se desesperava, luxo o qual ele próprio não se dava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sim. – Saga assentia reabraçando-a. – Pode ser o plano divino, mas eu sempre as protegerei, custe o que custar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O casal se beijava com força como se aquele fosse o último. A voz entendia a mensagem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Saga seria humano...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nos picos de Rozan, estava Mu ajoelhado perante o velho ancião da China que em sua concepção era o segundo no comando da Resistência Aioros. Ainda sim, era estranho demais um cavaleiro de ouro da casa de Áries ajoelhado diante de uma figura de aparência tão deplorável, mas Mu e Shunrey sabiam que o Mestre Ancião era mais que sua aparência, era sua experiência e sabedoria. Especulações sobre sua estada ali são diversas, mas ele mesmo nunca dizia, ela apenas rezava vendo o passar das eras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Os cavaleiros de bronze de Pegasus, Dragão, Cisne e Andrômeda estão protegendo Athena. Garan, o servo da casa de Leão está também no Japão, e deixei meus dois discípulos: Shiryu e Kiki, como suporte. – Mu era quase um militar se reportando para com o antigo cavaleiro de Libra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sinto uma magoa em você jovem Mu de Áries. Como se tivesse perdido uma vida nesse meio de caminho. – dizia Dohko.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sim, mestre. - Mu se choca, ainda estava sentido com a morte da amazona de Fênix. Culpava-se por não conseguir salvá-la de Shaka de Virgem. A única que não estava nessa guerra, que estava em uma guerra pessoal e que foi convertida por Athena sem saber que era a Deusa que ela foi destinada a proteger. – Tentei salvar uma amazona de bronze, mas ela foi morta por Shaka. Eu não entendo, já que Shaka é o mais próximo de nós dos deuses, o cavaleiro mais poderoso, e ainda cai na rede de intrigas que é o Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não se abale, Mu. – dizia Dohko em uma sabedoria pausada. – Shaka ainda é uma criança, ele busca iluminação porque talvez seja o mais perdido de nós. Shaka fechou os olhos para tudo no mundo, fechou a alma para as pessoas para entender melhor o mundo, porém ele se esqueceu que o mundo não é feito de deuses, mas sim de pessoas. Ele pode ser o mais próximo dos deuses, mas ainda é um humano. Athena prega que a compreensão deve vir de compaixão, não por lógica ou equilíbrio. Athena prega a proteção e não a guerra pura e simples. Athena não quer isolacionismo, mas sim o acolhimento, se fosse ao contrario, porque reencarnar?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mesmo assim, mestre. É injusto! – Mu por mais racional que fosse era ainda um ser vivo com sentimentos que o regiam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Por isso que existimos, todos nós temos uma função de corrigir as injustiças, algumas coisas nunca mudariam. Veja Aioros, um dos cavaleiros mais valorosos de Athena e o que ele teve como recompensa? Uma família morta, um irmão que lhe odeia e que largou mão de todos os seus ideais e de seu nome sujo com o mais vil dos traidores. – dizia o cavaleiro de Libra. – E não acho que seria diferente em qualquer outra situação, a pior das hipóteses seria não existir a “resistência Aioros” para lutar contra essa teia de mentiras. Veja o verdadeiro líder da “Resistência Aioros”, ele é o maior injustiçado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Injustiçado?! Acho que ele é um manipulador andando para o lado que mais lhe é conveniente. – Mu se arrependia de suas palavras. – Desculpe, mestre. Não sou ninguém para julgá-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Relaxe, você ainda é jovem e ainda guarda muita mágoa dele. – dizia Dohko com uma risada leve e senil. – Mas ele quem começou a revolução, ele é o líder, mesmo que não possa fazer muita coisa morto. Como eu disse, todos temos uma missão de vida, a dele é que nem a do Aioros que conhecemos. Ser o Mal necessário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De repente, Dohko abaixa a cabeça, em um momento de tristeza mórbida que nem mesmo Mu consegue decifrar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E mais sacrifícios foram feitos... – Dohko sente a partida dos cosmos dos cavaleiros da Coroa Boreal e de Cefeus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Marin, a amazona de Águia, gritava mais uma vez, com esse era o oitavo grito da noite. Seu oitavo pesadelo. Asterion de Cães de Caça lançava uma sugestão de pesadelo para cada vez mais malear a mente da amazona de prata que era um escudo impenetrável, não conseguia decifrar a mente dela, não conseguia saber de nada além do que ele já sabia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estavam na praia, sentada na areia, enquanto Asterion estava sem as pupilas dos olhos. Tentando adentrar a mente de Marin, e Moses, o cavaleiro de prata de Baleia, estava entediado olhando o mar, a única coisa que lhe acalmava, pelo menos naquele momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asterion pela oitava vez saía do transe, deixando cair a oitava lágrima de sangue. Um efeito colateral de seu dom quando não consegue o que quer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Larga de mão, Asterion. Vamos mandar essa vaca para o Santuário. Aposto que o Grande Mestre vai adorar essa traidora. – Moses era um homem rústico e de ação, odiava qualquer trabalho que não fosse combate, pelo menos enquanto cumpria sua função como cavaleiro. Ele já era um veterano de guerra, tudo que queria ou era uma guerra aberta ou paz.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sabe que eu não consigo. – Por mais que tentasse, Asterion não conseguia parar com algo incompleto. Ele sempre queria mais, queria fazer além do seu serviço. – Quero descobrir o que Marin tanto esconde, mas acho que não vamos conseguir assim, precisamos de algo mais; mas o quê?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Ela não tinha um irmão? Acho que era o cavaleiro de Pegasus! –dizia Moses.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E Pegasus está vivo... – Asterion iria cumprir mais que sua missão novamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No Santuário, o Grande Mestre estava ansioso. Cada segundo que se passava era angustiante para Ares, todo aquele tempo de espera. A equipe que ele mandara para o Japão para esconder as evidências e vigiar Shaka, não havia reportado o relatório. Havia mandado também dois cavaleiros de prata, Misty de Lagarto e Babel de Centauro, para eliminar os cavaleiros de bronze e Athena, que ainda não haviam retornado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>- Você não vai conseguir, Ares. Eles estão certos, Athena está do lado deles, e você está confuso. Como você pensa ser o “novo deus do mundo” ao lado da deusa da discórdia?</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- CALE A BOCA!!! – Gritava Ares em mais um de seus surtos esquizofrênicos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>¬- Você sabe que vai perder, não há chance de você existir sem a Eris. E Athena vai vencer. Ela tem a Vitória ao seu lado.</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Errado, Saga. – Dizia Ares em mais um diálogo \ monólogo. – Ninguém sabe onde Vitória está…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>- Ela sempre estará ao lado direito de Athena. É o lugar dela, e ela sempre estará lá!</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eris\Athena entrava no recinto, a mente de Saga se esvaia e Ares saía de seus transe, acordando de maneira assustada via a doce menina loira que era a reencarnação da deusa da discórdia. Ares realmente não sabia o que era pior: ser assombrado por Saga ou ser manipulado por uma garota que é a reencarnação do mal?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- O que foi, meu escolhido? Ainda o seu “antigo eu” lhe incomodando? – A voz de Eris era inebriante, era aconchegante, era boa demais para ser verdade. Era difícil não aceitar aquela voz lhe manipulando, mas por isso que ele era o “seu escolhido”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Nada, minha jovem deusa. Apenas aflições contínuas que logo serão estripadas. – Ares evitava que Eris dominasse sua mente sibilando suas mentiras. O grande problema de ouvir o que Eris dizia era perder sua própria vontade. Era só observar o Santuário, todos ajoelhados perante a um falso Grande Mestre e a uma Falsa Deusa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não se preocupe, vou logo acender ao status de deusa. Basta nossa querida “Athena” morrer, e imediatamente eu me fortalecerei, me tornando a nova deusa desse mundo. – Eris abria a enorme cortina cerimonial deixando o sol entrar. – Logo, não precisamos mais se esconder.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-<b><i>“Quando uma mentira se torna realidade, o mundo será o errado”</i></b> – Sussurrava Saga pelos lábios de Ares.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Disse algo? – Indagava Eris.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Nada. – Ares escondia a verdade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko estava ainda sentindo a costela e o braço esquerdo reclamando, porém graças ao treinamento de cavaleiro, seu corpo se recuperava bem. Estava habituado a quase morrer e melhorar repentinamente. Tirando Pandora, ele era o melhor da equipe. Thouma mal conseguia respirar sem dor, foi lhe dado uma cadeira de rodas para que se locomovesse que era empurrada pela doce Mihu. Isaak estava entre a vida e a morte, sempre agonizante, pois seu sangue contaminado estava sendo expulso de seu corpo, e Pandora não saia de seu lado, sempre com uma toalha umedecida cuidando de Isaak.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Alguém quase nas mesmas condições de Isaak era Shiryu. O jovem cego cuspia sangue, apertava o coração tentando fazer ele não explodir, pois era isso que ele sentia. Kiki apenas rezava pelo seu irmão de treinamento sofrendo com seu karma e orava para quem quer que fosse para que ele não morresse, descia para a reunião deixando os dois cavaleiros abatidos nos cuidados da amazona sobrevivente, enquanto Garan cuidava para que o coração do cavaleiro voltasse a sua ritmia normal, sincronizando o seu cosmo com o de seu paciente. Shun, por sua vez, estava sentado no hall de entrada com Hana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Está bem mesmo, minha amiga? – Shun apesar de um rosto jovem, exalava segurança e um ombro amigo. Uma segurança indescritível para Hana que estava abalada no momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Realmente não sei. – Hana sentada com um vestido branco pertencido a mãe de Shun, estava quase em posição fetal, com os lábios tremidos e olhos mareados. – Dizem que sou uma deusa, pessoas morreram. Pessoas morreram por minha causa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hana desabava em um choro de desespero. Não havia divindade naquilo, aquele choro era tão humano quanto qualquer um. A jovem não entendia porque a necessidade deles se matarem, de se sacrificarem por ela. Shun abraçava a jovem das flores, a família Harusuki e a família Amanya sempre foram amigas, e Shun e Hana sempre foram como irmãos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Hana, ao que parece você é uma deusa de paz e proteção. Você é uma guia, talvez você seja a única que possa parar isso. – Shun colocava Hana contra o peito alisando seus cabelos púrpuras, como sempre fazia para acalmar sua amiga.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu? Uma deusa de paz e proteção? Eu não consigo sequer me proteger, o que dirá ser uma deusa de proteção! – Hana tentava conter o choro, era desesperador para ela saber que pessoas morriam por sua causa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vai ver que por isso que essas pessoas existem. Para que você possa se importar com o mundo e esses “cavaleiros” se importarem com você. – Shun fala isso com uma convicção impressionante.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mestre Amamiya esta certo, jovem Hana. – dizia Garan que descia pelas escadas com Thouma em uma cadeira de rodas, Okko com o braço ferido e sendo apoiado por Mihu e Kiki. Pandora não descera, pois estava cuidando das feridas de Isaak e Shiryu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O servo da casa de Leão deixava Thouma próximo ao sofá sendo amparado por Mihu, enquanto Okko sentava-se em outro sofá e Kiki saia da cozinha comendo diversas frutas encontradas na dispensa encostando-se em uma parede devorando uma maça. Garan era o único em pé, em uma imponência que mesmo tendo no lugar do braço esquerdo uma peça metálica e não possuindo um olho, que era tomado por uma grossa cicatriz, como um líder era completo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Deixe-me explicar o que realmente se passa, Athena. – Garan começava a falar até ser interrompido por quem ele achava que era a sua deusa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Não sou essa Athena, me chame de Hana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Perdão, sei que estamos forçando você a esse título, mas você não sabe o quanto você é necessária. – Garan deixa a voz de professor estremecer um pouco com a emoção de encontrar a verdadeira Athena. – Deixe-me explicar o porquê de todos nós estarmos dispostos a dar nossas vidas por você.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Me forçando? – Hana levantava, exaltada, não querendo e nem assimilando muito bem aquelas informações. - Vocês me outorgaram a um título que eu não sou e nem quero ser, sou uma órfã, adotada por um casal de japonês. Não sou nenhuma reencarnação de uma deusa pagã destinada a proteger o mundo, sou apenas uma estudante de letras. Só!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hana caía e chorava novamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vocês são pessoas com suas vidas, seus sonhos, suas esperanças. Vivam elas. – Hana caía no sofá, nos braços de Shun, que como um pai consolava uma filha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Nossas vidas são devotadas a você, jovem Athe... – Garan se consertava. – Jovem Hana, a diferença de nós e você é que sempre soubemos que estávamos destinados a isso. Fomos forjados para esse momento, para servi-la. – Era complicando para Garan explicar a complexidade de ser um cavaleiro de Athena, você ser destinado, querendo ou não. Alguns até hoje caiam em contradição até hoje. – Veja a amazona de Fênix que se sacrificou em seu nome, deu a sua vida para protegê-la, mesmo nem se considerando uma amazona de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- EU NÃO SOU ATHENA!!! - gritava Hana. – SOU HANA HARUSUKI!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu sei que você é Hana, mas você também é Athena. Aioros se sacrificou para que você pudesse sobreviver, não porque você era Athena, mas sim porque você era uma criança. – Garan parecia se tornar um pouco mais sofrido com suas palavras. – Ele faria isso por qualquer criança. E a prova que você é Athena, é que você está com a armadura de Sagitário. A herança de Aioros para a sua deusa-menina, ele sacrificou tudo, sua vida, seu amor, sua honra, em nome de Athena. Por isso que nos intitulamos a “resistência Aioros”, ele é o maior de nossos mártires.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Então, explique porque vocês acham que ela é Athena? – indagava Mihu, a melhor amiga de Hana, que empurrava a cadeira de Pegasus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Aioros deteve um plano maligno que visava o assassinato da reencarnação de Athena e trocá-la por outra criança. Sabendo o assassino iria tomar o lugar do Grande Mestre do Santuário, sendo o porta-voz de Athena. Ele fugiu com Athena para fora do Santuário. Foi caçado sem misericórdia, e todos que os caçaram acreditavam que ele tentou matar Athena. Pensaram que o plano que estava ocorrendo era o de Aioros, mas não era. – Garan lacrimejava e tremia ao contar a história. – Aioros era o símbolo de humanidade e de honra no Santuário de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- E esse santuário? O que pode fazer contra o governo do mundo inteiro? – Shun era metódico, mas era um fato. Vários exércitos contra quatro dúzias de pessoas?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Muita coisa. Um cavaleiro de bronze tem o poder de derrubar um país com uma milícia bem-preparada, um cavaleiro de prata tem o poder de desafiar um país bem-preparado militarmente e um cavaleiro de ouro é tão poderoso que só um pensamento dele é equivalente a um cavaleiro de bronze. Todo esse poder ligado a toda devoção que os cavaleiros têm para com o Santuário e para com Athena em mãos erradas é catastrófico, mas graças a nós, a Resistência Aioros, a situação não está pior. Estamos causando uma guerra interna no Santuário contra o falso Grande Mestre com sua falsa deusa. Nem tínhamos mais esperança de encontrá-la, até que o cavaleiro de ouro de escorpião informou no Santuário que encontrara a armadura de Sagitário. – Garan respirava fundo ao contar bem resumida a história, mas sem omitir nenhum detalhe importante.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A história parecia um absurdo, parecia um conto de fadas ou no mínimo uma história ruim, mas explicava muita coisa. Explicava até mesmo aquela conversa, explicava as pessoas que tentavam matá-la. Até mesmo Mihu e Shun, que não tinham relação com os cavaleiros e nada daquilo, acreditavam naquela história. Hana estava chocada demais e chorava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Já disse, não quero ser deusa, não quero que mais mal seja causado; quero só que as pessoas sejam felizes, que tenham suas vidas, quero só paz. – dizia Hana ainda chorando nos braços de seu irmão de consideração.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Isso é o mesmo de dizer que somos tolos que sacrificam suas vidas por uma ilusão. – dizia Garan se abaixando para olhar Hana nos olhos. – E nós queremos ser esses tolos. Queremos. Fomos talhados para essa tolice e escolhido pelas estrelas para essa tolice. Queremos apenas a paz e a sua felicidade. Todos nós nascemos para lhe adorar, e não sei quanto aos outros, mas o que me contaram era verdade. Você deve ser a pessoa mais bondosa desse mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hana olhava para todos os outros presentes na reunião, e todos confirmavam, fosse com um aceno, um sorriso ou mesmo um simples olhar. Aquilo emocionava Hana, pensando que eles estavam enganados, mas que não podia decepcioná-los...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora sabia que, taticamente para sua missão, deveria estar na reunião. Na verdade ela deveria ter matado Hana quando teve chance, no entanto se via cuidando dos cavaleiros de Athena abatidos. Era mais natural para ela que havia nascido para ser uma sacerdotisa e não uma guerreira, porém não uma sacerdotisa de cura e sim uma clériga da morte, servindo como porta-voz para Hades.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ainda não sabia por que possuía tanto cuidado para com o cavaleiro de cisne, nem o porquê de se colocar na frente dele, sendo que havia sentido hostilidade em relação a ele. Pensava que poderia ser pela Morte Negra, o golpe que mesmo que seu usuário morresse lhe garantiria uma companhia para o Tártaro. Havia algo nele que Pandora não sabia realmente o que era, mas que lhe chamava atenção.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora tirava a máscara e revelava seus olhos de cor violeta, a mesma que impermeava sua armadura de Andrômeda. Aquela máscara lhe sufocava, não por ser uma máscara, pois o objeto era claro e se modelava com seu rosto, mas por sentir que com aquela máscara todos sabiam que ela tinha algo a esconder. Albior de Cefeus sabia... Albior era sábio e inteligente, não fazia ainda sentido que ele a mandasse para “proteger” Athena. Logo ela. Ele simplesmente poderia não ter mandado ninguém, Heda, Spika e June tinham mais lealdade em um fio de cabelo do que ela mesma em toda a sua existência. Seria ela apenas um mero joguete dos Deuses-Gêmeos?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Ei, você. – Pandora se assusta. - Se não estiver muito perdida em seus pensamentos, poderia pegar um pouco d’água para mim?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora percebe que era o outro paciente, o jovem com cabelos longos trazido pelo jovem Lemuriano, quase a beira da morte. Estava de olhos abertos, olhando diretamente para ela, apesar de ainda deitado em uma péssima posição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Melhor colocar sua máscara. Uma amazona não deveria tirá-la.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desesperada, a falsa amazona pega a máscara com certo desespero e a coloca rudemente no rosto, tanto que a deixa cair. A cena era acompanhada por um riso do cavaleiro que acabava de acordar. O que ela não compreendia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Do que está rindo? Terei que lhe matar se ver o meu rosto. – dizia Pandora evocando uma tradição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Por que eu sou a regra a sua exceção. – ria Shiryu leve e divertidamente. – Sou cego, sou a pessoa que você menos deve se preocupar em ver seu rosto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora notara que ele realmente olhava fixamente para o vazio e não diretamente para ela, mas por via das duvidas ela ainda colocou a máscara.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Posso apenas imaginar com as informações dos outros sentidos, além de confiar certamente no meu sétimo sentido. Aprender a ver claramente o fluxo de cosmo de uma pessoa. – dizia o cavaleiro consciente e com o dorso nu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu tenho essa capacidade, mas só sinto como um arrepio. – dizia Pandora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Ela substitui a minha visão, é como se eu visse tudo contra uma luz. Admito que estou privado dos detalhes, mas ainda sim consigo viver e ser um cavaleiro. – Shiryu dizia isso com orgulho e não com a esperada angustia. – E o cavaleiro de Cisne? Como está?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mal. – Pandora respirava fundo como se o que ela iria dizer fosse uma fraqueza dela. – Foi acertado pela morte negra. Agora está sangrando e beirando a morte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Então não há nada que possamos fazer, só esperar que ele não atravesse a porta que divide o mundo dos vivos e dos mortos. – O cavaleiro sem armadura recitava a frase como cotidiana. – Também vivo nesse estado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Como assim?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Tenho um sério problema cardíaco, toda vez que elevo meu cosmo demais meu coração não suporta, posso viver muito bem sem ser um cavaleiro, mas assim a vida não seria completa. Você deve me entender.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Sim. – Não. A amazona não entendia, se ele podia viver como uma pessoa normal não fazia sentido ele ser um cavaleiro. Ela mesma queria ser uma pessoa normal. Era impossível aceitar que alguém havia escolhido essa vida por vontade própria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora se via humana demais, lembrava da luta contra o Andrômeda Negro. Os deuses-gêmeos possuíram sua mente e seu corpo. Tinha que afastar sua própria humanidade de si mesma...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Avezzano, vila da Itália. Seis anos atrás...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jovem cavaleiro de ouro da casa de Câncer olhava a devastação de uma pequena cidade e chorava sobre um cadáver. Tudo era destruição, ainda com as cinzas quentes, cadáveres recentes. Sabia de quem era obra, do homem que lhe treinou, que lhe deu seus poderes e técnicas. Era discípulo de um monstro. Giovani achava que era capaz de quebrar o ciclo de violência, mas viu que ele mesmo era parte desse ciclo sendo que o corpo que ele carregava no colo era de Alessa, sua noiva.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tudo por causa de uma omissão, por causa de esperança das pessoas serem boas e puras em essência, se enganara profundamente. Sua terra amada, sua mulher, sua honra, seu orgulho, morto e queimando em cinzas. Podia sentir o cosmo daquela cria do inferno com o poder de incinerar tudo que é vivo. Seu toque só trazia destruição e seus ensinamentos eram uma enfermidade para o mundo. Esse era Nabal, o Demônio dos Demônios, como era conhecido entre seu povo: os Lemurianos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Deixava o corpo de sua amada, iria vingar-se de tudo que ele causou de desgraças para esse mundo, inclusive a ofensa de ter nascido. As suas lágrimas se tornavam espíritos de um resto de humanidade de Giovani que morria naquele momento assim como tudo que ele amou. Caminhava para vingar a morte de Giovani, pois a partir de agora ele seria Máscara da Morte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nabal havia concluído o treinamento de seu discípulo e o esperava ansiosamente...</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-6712320505696459642011-07-05T14:13:00.000-07:002011-07-05T14:13:23.932-07:00Alma Nova 11 - Choros de Tempestade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">-Não acredito que você se tornou um cavaleiro de Peixes, estou muito orgulhosa de você! – dizia a garota com seus vinte anos, de cabelos beirando ao branco, mas com uma suavidade de verde-água quando tem batido luzes solares sobre si. Naquele dia que era o maior de todo ano, naquela terra fria e congelada da Groelândia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era ela bela, muito bela. Uma beleza conseguida apenas por aqueles que possuem esse dom na família e muita sorte. Ela realmente tinha orgulho de seu irmão, ele treinara e lutara por aquela armadura que era tão bela. Tão bela que talvez ofuscasse toda a sua beleza.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Que é isso, mana. Sabe que me esforcei o suficiente para conquistar a armadura, e com uma rival como você, escolhida também para suceder a armadura de peixes. Foi páreo duro. –Dizia o cavaleiro de peixes que era maior que sua irmã, ofuscado pelo sol fraco daquela terra, reluzindo a ouro. –Mas foi bom você não ter conseguido a armadura. Não gostaria de ver sua beleza maculada por tanta maldade e crueldade da vida de um cavaleiro de Athena...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No quarto das crianças no orfanato Filhos das Estrelas estavam desmaiados os cavaleiros de bronze Thouma, Okko e Isaak, desmaiados em cima de camas, e Pandora estava consciente cuidando dos seus companheiros enquanto Hana estava encolhida em um canto do quarto e chorava copiosamente. Tantas pessoas já haviam morrido por causa dela, e agora uma criança lutava para protegê-los, Hana amava as crianças do orfanato e nunca iria colocar uma delas para lhe proteger. Era mais provável que ela morresse no lugar dela, e ela até tentou, mas levou um tapa de Pandora que se martirizava agora por bater no rosto de uma Deusa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Porém Pandora não sabia muito bem o que fazer com a cabeça tão confusa, se martirizava por bater em uma deusa que nem ao menos tinha sua devoção. Tinha a missão de protegê-la, mas porque simplesmente não a deixara sair para morrer pelas mãos de seu próprio cavaleiro? Ela se auto convencera que estava fingindo que queria sua proteção, mas o fingimento era real demais. Tinha que lembrar que era monitorada mentalmente pelos deuses gêmeos da morte e do sono. E a imagem do rosto do diretor do orfanato lembrava instintivamente a Hades...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E o pior de tudo isso, entre as suas questões e indecisões de escala divina, parecia ocupar sua mente mais do que seus pensamentos era o cavaleiro de cisne, que tinha manchas negras como o ébano. Ele se debatia, estava em uma febre assustadora e ainda gritava algo sobre seu mestre e uma mulher chamada Mikkeli. Isso lhe deixava nervosa, com a força e intensidade que ele gritava. Ela sabia que aquilo era a conhecida “Morte Negra”, uma praga que devora o corpo, alma e cosmo. Tentava lembrar como era a cura, mas não lembrava devido a sua mente confusa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto isso, Hana só pensava em como se metera naquele turbilhão de coisas, sendo atacada por aquele cavaleiro de negro. Ou mesmo quando aquele homem de cabelos cacheados azulados havia lhe encontrado, mas ao que parece era tudo por causa dela e daquela urna dourada que estava a sua frente. Achava-se uma idiota por deixar logo “aquilo” no orfanato, atraindo esses seres sobrenaturais chamados “cavaleiros de Athena”. Achava que Shun iria lhe culpar para sempre, achava que as crianças podiam morrer com aquela idiotice que fizera, ela mesma achava que era melhor ela ter morrido para aquele cavaleiro negro. Ela fazia tudo, menos se preocupar consigo mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nenhuma das duas queria ver o que acontecia do lado de fora, Hana só queria que aquilo parasse, Pandora sabia que o melhor era olhar para o caso daquele aprendiz fosse derrotado, mas não conseguia se concentrar devido ao turbilhão de pensamentos e indagações que passavam por sua mente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eis que ambas repararam que o barulho havia acabado e as luzes vermelhas não apareciam mais como um reflexo na parede. A luta estava terminada e passos vinham em direção do quarto. Pandora puxava Hana com uma força que ela não parecia ter, e já preparava para atacar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A maçaneta começava a girar e a porta a ranger, abrindo rapidamente...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era Shun, e ambas respiraram aliviadas, mas com ele estava um homem gigantesco, com cabelos loiros e curtos e com um dos olhos que não abria por causa de uma cicatriz enorme e grossa. Estava com um sobretudo marrom, e roupas esportivas, como qualquer pessoa do mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Er... Este é... Amigo do Mu... – Hana não fazia idéia quem era e nem Pandora, mas só no anuncio do nome de Mu, já lhe arrepiara. De acordo com seu mestre, Mu era o mestre de Jamiel, e ainda o verdadeiro coordenador da resistência Aioros. Agora fazia sentido quem os salvou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Olá, sou Garan. Um servo da casa de Leão. –Shun estava assustado, pois ele viu o que aconteceu com o aquele cavaleiro que manipulava as chamas, tivera um rombo feito no meio do peito, e apenas caiu, sem ao menos saber o que lhe havia atingido. Eram monstros em forma humana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Garan ia imediatamente em direção a Isaak, chegava a ponto de derrubar Pandora sem o mínimo de cuidado, e atravessa Hana sem ao menos encostá-la. Pandora se levanta pronta para agredi-lo, e via que olhava para Isaak com olhos de curandeiro, não. Eram mais precisos como os de um cirurgião.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-É a morte negra. –Pandora dizia seu diagnostico para adiantar a cura de Isaak.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eu sei... –Garan teve um olhar de desprezo. – Isso é obvio, e para isso só há uma solução...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A mão esquerda é erguida e revela uma manopla de metal equivalente a uma mão humana, porém não havia espaço para uma mão, apenas se ela fosse atrofiada, era como uma mão biônica que não se movesse por energia elétrica, mas sim por cosmo. Mas o mais chocante ainda era que aquele misterioso homem estava prestes a atacar Isaak com um golpe com dois dedos direto, e era possível também ver o cosmo fluir para sua mão concentrando nas pontas dos seus dedos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Imediatamente uma explosão de velocidade, e enquanto a mão de Garan descia, Pandora agarrava seu pulso. Era possível ouvir o metal ranger com a pressão que ela exercia, impedindo o golpe de misericórdia. Garan estava surpreso pelo potencial daquela garota, que exalava um cosmo púrpuro. Perguntava-se se ela era mesmo um cavaleiro de bronze, e ao reparar no paciente, aquela que todos estavam achando que era Athena estava debruçada sobre o corpo do cavaleiro de Cisne.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não vou ver ninguém mais dos meus amigos morrendo. –Hana dizia sem olhar para Garan, com uma voz trêmula e lacrimejante, mas cheia de coragem e determinação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Essa não é a solução para a Morte Negra, eu sei que tem uma cura. –Pandora deixava seu cosmo púrpuro fluir até mesmo nos seus olhos de uma maneira intimidadora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Essa é a única... –Garan olhava diretamente aos olhos intimidadores da amazona de Pandora. -... Maneira de curá-lo. Tenho que abrir os pontos cósmicos para que com isso a “Morte Negra” saia junto com o sangue, é uma medida arriscada, mas no grau que ele esta, qualquer coisa é arriscada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era verdade, Pandora lembrava agora da cura citada pelo seu mestre, Albior. Lembrava que a Morte Negra deveria ser tratada o mais rápido possível. Ela vem com um golpe geralmente e não é sentida no momento, apenas se encubava acumulando os danos para atingir o corpo certeiramente, agravando ainda mais seu estado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora larga o braço metálico de Garan, e tira levemente Hana de cima do corpo de Isaak, dizendo à Hana que estava tudo bem, que era melhor ajudarem Shun e Kiki. Tudo que queria era poupar a visão de Hana do que iria acontecer. Fecha a porta e tira a reencarnação de Athena do quarto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No saguão da sala, Shun estava no sofá, com a cabeça baixa, segurando levemente os cabelos. Como se algo o preocupasse, ou seja, tudo que ocorrera. Ouvia passos, era Hana sendo segurada por Pandora pelos ombros, que saia para os braços do diretor, chorando e pedindo mil perdões por colocar ele e as crianças em perigo, em uma cacofonia lamuriosa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shun a acalmava com todas as suas palavras de conforto para não dizer que a culpa era dela. Shun sabia que ela era a maior vítima daquela situação. Qualquer outro em seu lugar estaria a culpando, mesmo que guardasse dentro de si, mas não Shun. Ele acreditava que o mundo era um lugar bom, cheio de pessoas boas, que no máximo as pessoas sobreviviam, e que sua essência é bondosa. Talvez Shun fosse a pessoa mais bondosa do mundo e talvez realmente fosse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora apenas ficava parada em seu mar de dúvidas e devaneios, por trás daquela máscara que a sufocava. Perguntava-se o porquê de se preocupar mais com o cavaleiro de Cisne do que com sua missão, seja de proteger Athena ou mesmo para com os deuses que manipulam suas cordas. Até que a porta abre abruptamente, revelando o jovem lemuriano carregando e arrastando um homem totalmente ferido...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Heda e Spika estavam inconscientes já, apenas June mantinha a consciência de maneira muito turva. Ela não conseguia acreditar, era inconcebível em sua mente aquele homem que estava a sua frente. Seu corpo e o dos outros guerreiros da ilha de Andrômeda não reagiam, seus cosmos haviam queimado há um nível perigoso, no qual suas vidas poderiam se esvair. Mesmo com suas armaduras, elas eram apenas pesos naquele momento, junto com as armas que vinham nela, que era inútil. E aquele monstro em forma de gente nem ao menos descruzou os braços.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de ouro não se movera um momento sequer, mas seus golpes vinham, não era psiquismo, não era nem ao mesmo um golpe de energia. Era possível sentir o punho do imenso adversário em seus corpos, rompendo sua pele e lesionando seus órgãos internos. E isso sem se mover, talvez apenas querendo que eles morressem, eles morreriam. Os cavaleiros de ouro não faziam jus a sua fama, eles eram muito mais fortes ainda. Mesmo os cavaleiros de bronze eram muito acima dos humanos normais, mas nem eram o poder de um dedo de um cavaleiro de ouro. O terror nos ossos da amazona era evidente e decepcionante para qualquer um que tivesse o mínimo de amor-próprio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E era pior do que June imaginava, pois Aldebaran nem havia usado sua força total, apenas o que ele chamava de “força contenção”, a força do touro dourado era absurda, assim como de todos os outros dourados. Aldebaran ao ver todos os jovens caídos imóveis, começa a andar lentamente, olhando a paisagem bela e letal. Esperava lutar logo com o cavaleiro de prata rebelde, de acordo com a fama do tal cavaleiro, não esperava que ele fosse se esconder atrás de seus valorosos discípulos, mesmo com sua imensa compreensão Aldebaran já estava repensando sua missão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Anda aos poucos para dentro da ilha, observando tudo atentamente, e via que aquele lugar lembrava o Santuário Grego, porém mais afiado e menos clássico. Seguia o cosmo de seu oponente que estava do outro lado da ilha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Milo estava aos pés de sua escadaria, sentado e riscando um dos degraus com sua unha. Desenhava aleatoriamente, em um mínimo que era considerado vandalismo e um ato indigno para um cavaleiro de ouro, mas tamanhos eram os danos causados a cada dia a qualquer placa de mármore do Santuário apenas por citarem o antigo cavaleiro de Sagitário, ou mesmo quem era o antigo Grande Mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E tudo parecia piorar, e cada vez mais desde que Athena nasceu. As poucas vezes que estivera no Santuário durante sua fase de treinamento e a cerimônia para adquirir sua armadura tudo parecia piorar, os treinamentos, as gerações de cavaleiros que pareciam ter seus cosmos cada vez mais enegrecidos, parecendo mais máquinas que eram assassinas e apenas cumpriam ordens.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de escorpião não achava aquilo certo. Acha que cavaleiros deveriam ser mais humanos que os próprios humanos para protegê-los. Cavaleiros tinham que trazer luz, e não somente fazer “limpeza” das trevas. Parecia que o marco dessa “Idade das Trevas” foi com a morte de Aioros e não com sua suposta traição. Afinal, já se passaram mais de 15 anos que aquilo acontecera... E só daí, que os “rebeldes” começaram a aparecer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E ele sempre pensava em Hana, na armadura de Sagitário e de como os cavaleiros de ouro começavam a esvaziar suas casas desde que ele relatara ao Grande Mestre Ares sobre a existência da armadura e de sua “guardiã”. Será que...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Já chega disso. –a voz grave e raivosa passiva de um leão prestes a atacar. –Afinal, de contas o que você é?!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Como assim?! -Milo estava surpreso, não reparara a presença de Aioria. E pela voz ele estava o seguindo há muito tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você é ou não é um traidor?! Se for, vou matá-lo aqui e agora! –Nunca viu Aioria tão raivoso. –Vamos! Diga!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ficou louco? –Milo não sabia de nada que estava acontecendo, e muito menos queria lutar. –De onde você tirou isso?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Posso saber o porquê desse dialogo hostil? – Os passos eram de um militar, um verdadeiro executor. Um soldado que não precisava de Athena, seu próprio código de conduta era mais rígido que as ordens de Athena. Enquanto a palavra da deusa dava ordens e movia exércitos para a batalha, a dele dilacerava exércitos. Um cavaleiro que estava acima da ética de qualquer um, que todos temiam. Shura de capricórnio, o dito executor de traidores, já que ele mesmo sem armadura desafiara e lesionara o traidor de Sagitário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os olhos de Shura pareciam tão afiados quanto à fama do espanhol, era forjado para ser um “inquisidor do Santuário”, e acabava de ver Aioria tentando lhe tomar o cargo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ou o que?! –Aioria estava desafiador, odiava seu irmão por trair o Santuário, mas odiava também Shura por ter matado sua família, exceto a que ele salvou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não esta acontecendo nada, Shura. Apenas Aioria reclamando do meu vandalismo com o degrau do Santuário. –Milo odiava lutar, odiava matar e não queria ver cavaleiros de ouro se digladiando até a morte. –Logo mandarei um dos meus servos cuidar da minha “insolência”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Faça isso! –dizia Shura. –E cuidado Aioria, odiaria terminar completamente com a linhagem de traidores que assola o Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O sangue de Aioria começava a subir, pensava que poderia vencê-lo. Pensava que seu cadáver seria irreconhecível com uma cápsula do poder e poderia acusá-lo de traição. E Shura simplesmente começava a subir. Milo apenas queria que ambos saíssem de sua escadaria, até que uma jovem de cabelos verdes subia a escadaria. Era a serva da casa de Leão. Lithos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mestre, você está ai! Fiquei preocupada com você. –De uma posição raivosa, ele passa a ser um Aioria protetor, até porque Lithos era sua protegida. –Vamos para a casa de Leão. –Começava a puxar seu mestre que não oferecia resistência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Milo respirava aliviado e ao mesmo tempo preocupado. Evitara uma guerra de três pessoas, mas agora sabia que era um dos suspeitos de ser um traidor. Uma guerra iria começar logo, e era uma questão de tempo até ela explodir. Só falta o lado inimigo, se é que ele é o “lado” inimigo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Rozan, as cachoeiras místicas e lendárias onde em eterna vigília se encontra o mestre Ancião. Em seu fardo enquanto admira toda aquela região crescendo, tem seus primordiais alicerce corpo e sangue de muitos cavaleiros e espectros, cobertos pelo minério místico do pó de estrela que cai sobre a região. Algo sempre nasce de guerras, dor e morte, pelo menos foi uma coisa boa. Aquelas plantas fortes, aquele chão poderoso, as águas selvagens e as pessoas que sobrevivem com humildade e respeito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lembrava de seus irmãos de armas, até mesmo de seus rivais, todos mortos enquanto ele vivia. Cada batida de coração ele se recriminava por estar vivo. Queria estar na companhia dos outros cavaleiros, queria poder simplesmente viver ou morrer, mas ainda tinha a sua missão para seguir. Porém, pelo cosmo que se aproximava, seu tempo de confinamento iria acabar. Não sabia se sorria ou se lamentava, como sempre apenas aceitava o fato.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Vindo de uma pequena rachadura atrás de uma das diversas cachoeiras, surgia primeiro uma linha negra que se ampliava com um formato oval. De dentro daquele cosmo vinha gritos e lamurias de mortos fadados a caminhada dos mortos. Surgia aquele dos doze guardiões das casas zodiacais, o mais sombrio e soturno, capaz com a simples visão aterrorizar os sonhos de pessoas. O mensageiro da morte e guardião das portas do inferno que o faz simplesmente em nome de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pelo menos rezava-se para isso...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Olá! Velhote. –Máscara da Morte, com seu olhar esguio de assassino e sanguinolento daquele italiano mórbido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de prata da Coroa Boreal estava meditando no meio do deserto da Sibéria com ventos que matariam qualquer cavaleiro que não fosse um guerreiro do ártico. Os ventos eram assassinos e congelantes. Congelando até mesmo a umidade natural da pele, o que causaria paralisia e tremedeiras compulsivas em guerreiros santos não acostumados com o frio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cristal sempre foi emocional demais comparado com seu mestre e com seu pupilo Isaak, intimamente, ele parecia mais com Jacob o qual deixara treinado em uma área onde os picos de gelo quebravam os ventos. Lembrava que sua missão não era apenas treinar, lembrava que ele não era apenas um cavaleiro de Athena e um membro da Resistência Aioros, mas que também era um Guerreiro Azul, um dos cinco com uma missão especifica, que ele pretendia passar para Isaak, mas que não seria possível. Teria que delegar seu peso para Jacob com apenas seus treze anos, pois sabia que seria a última vez que olharia para as planícies geladas da Rússia...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O motivo se aproximava em passos firmes e frios, com uma razão que acalmava até mesmo a tempestade de gelo, que era a Morte Branca, para os desavisados. Seu algoz era a pessoa que ele mais admirava, a pessoa que ele tinha como exemplo de vida, por que não, como deus. E esse mesmo Deus Ártico iria puni-lo por abandonar a religião, que era a mais pura racionalidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto sentia ao longe o cosmo áureo se aproximando, começava a se levantar vagarosamente. E pensava porque aquela história toda era uma loucura, não fazia sentido aquela história de tanta conspiração e morte; mas seu coração dizia o contrário. Por haver tanta coisa duvidosa, que ela era. Era como confiar na existência do ar ou na gravidade quando se tem cinco anos, são coisas óbvias demais que não precisam de explicação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E assim chegava o cavaleiro de ouro, sua certeza agora era seu poder, sua razão só seria usada para combate. Razão e emoção fazem parte da mesma pessoa, intuição é o sexto sentido que todo cavaleiro tem que ter aprimorado. Finalmente conseguia vê-lo, e nunca deixava de se surpreender com a visão do mago do gelo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aquele homem que aparecia envolto em uma névoa seca e fria, os longos cabelos azulados que em outras terras pareciam exóticos, ali parecia uma extensão do céu refletido no gelo. Com a capa que voava levemente, e junto com a sua armadura áurea, que lhe dava a imponência a qual era por direito dele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um confronto de dois guerreiros do ártico, uma batalha monumental e histórica iria começar e ninguém registraria. Geralmente eram assim que as lendas eram contadas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Máscara de Morte, o que faz aqui o cavaleiro de ouro da quarta fortaleza do zodíaco? Fico alegre em receber visitas, mas se tivesse avisado eu teria preparado algo. –A frase veio com um misto de humildade e ironia, junto com uma risada idosa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Máscara da Morte olha para a figura mítica e lendária no mundo dos cavaleiros de Athena. O que era irônico era que talvez o cavaleiro mais temido fosse um velho decrépito de menos de um metro e quarenta, o qual faltavam três dentes ou mesmo mais. Seria fácil demais se ele não fosse o cavaleiro de Libra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpe velho, mas não sou muito sociável como você já deve ter ouvido falar. Vim aqui unicamente para lhe matar, nada pessoal, apenas ordens. –Uma risada mórbida e sem vontade alguma, praticamente a antítese total da risada de Dohko. Mas era a mais pura verdade, Máscara da Morte não tem nada contra o cavaleiro de libra, até mesmo tinha respeito pela figura já que o Mestre Ancião conhecera seu mestre. No entanto tinha que matá-lo, já que ele abdicara de sua consciência há muito tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Impressionante esses jovens cavaleiros que apenas “obedecem a ordens”, isso na minha época me pouparia de diversos problemas. Lembro-me de uma vez em que...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Todo velho mesmo gosta de enrolar ou é mesmo sua senilidade lhe afetando? –O cavaleiro de Câncer interrompe o discurso do velho mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Perdão, quando se vive tanto tempo quanto eu e sozinho. Quando se encontra alguém do mesmo oficio, ficamos com vontade de dividir as experiências, passar aos mais jovens sobre nossas histórias para que eles acertem onde nós erramos, para...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você está começando a tornar isso pessoal, o bom que talvez eu tenha prazer nisso. –O cavaleiro italiano ia em direção ao misterioso cavaleiro de Libra para cumprir suas ordens. –E você? Não vai mesmo reagir?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Se eu fizer isso, irei descumprir ordens diretas de Athena, e você sabe que nós vivemos para cumprir ordens, não é?!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mais até do que você imagina... –Máscara caminhava cada vez mais em direção ao Mestre Ancião, até que uma jovem se jogara no meio de sua trajetória com o seu corpo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não vou deixar você dar um passo na direção de meu mestre. –Era Shunrei que se colocava no caminho de Máscara da Morte, com sua constituição frágil, mas com uma vontade imensa. Tentava agir como Okko, mas não tinha aquela determinação e autoconfiança, e muito menos treinamento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Há menos que você tenha o poder de suprimir seu cosmo inteiro e seja o próximo cavaleiro de Libra, sugiro que saia da minha frente, menina. –Máscara da Morte se satisfazia mais em matar Dohko do que Shunrei, até porque ela fazia lembrar o jeito sem autoconfiança própria e ao mesmo tempo com uma determinação ferrenha, assim como Gabrielle...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não! Não vou sair!!! –Shunrei já com algumas lágrimas nos olhos, mas firme em sua decisão. E por um instante via Gabrielle com seus cabelos castanhos e cacheados e olhos escuros postos na sua frente, na mesma posição, com os braços estendidos, gritando com ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Shunrei, saia! –dizia o mestre Ancião para sua discípula. –Você não pode com ele. –Mas ela não queria saber, tinha que ficar lá e proteger seu mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Máscara da Morte começa a lembrar de tudo que era antes de ser Máscara da Morte, antes de não ter sua consciência. Lembrava de todos, todos que agora jazem na casa de Câncer. Isso lhe deixava com ódio de si mesmo, as memórias que ele reprimia tanto tempo começam a reaparecer, e nada lhe dava mais ódio. Iria torturar e matar aquela garota por abrir aquela ferida antiga.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Levantava seu punho de maneira assassina, iria atravessá-la, mas não matá-la. Depois iria destroçar seu corpo no Yomustu Hirasaka e jogá-lo aos pedaços, mas não conseguia mais mover seu braço. Por um instante achou que era a sua consciência, mas da última vez que ela agiu dessa maneira ele completou o serviço e vomitou logo em seguida. E seu braço não tinha um cosmo próprio emanando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Agora mata inocente? Máscara da Morte?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sempre matei, Mu de Touro...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aldebaran finalmente chegava a seu encontro, e não encontrava o que esperava. Viu um homem nobre, loiro, altivo trajando uma armadura de maneira nobre e respeitosa. Ele estava de costas, olhando para o horizonte. Com cabelos loiros ao vento, olhando o horizonte e o sol que começava a querer a desaparecer da ilha de Andrômeda ou mesmo procurava o melhor lugar para observar o que estava prestes a acontecer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Fico agradecido que seja você a vir, esperava alguém com menos virtudes: como o Máscara da Morte ou mesmo aquele fanático do cavaleiro de Leão. –Albior se virava para o cavaleiro de ouro presente, e Albior poderia se passar muito bem por um cavaleiro de ouro. Sua postura autoconfiante, o ar de humildade e superioridade que todo o cavaleiro de ouro tem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acho que nisso você tem razão, agora antes de nos combatermos, me responda: porque você mandou seus aprendizes primeiro e não me combateu? – Aldebaran não acreditava que um homem daqueles era capaz de uma covardia daquelas, principalmente daquela maneira inútil.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Discípulos idealistas são geralmente bem rebeldes, preferi você combatê-los a eu os atacar. Eles são como filhos para mim, só teria coragem para nocauteá-lo se fosse outro cavaleiro, agradeço a Athena por ser você. Foi bom para eles verem realmente o nível de um cavaleiro de bronze para um cavaleiro de ouro. –Albior só tinha sinceridade nos olhos, a mesma sinceridade que Aldebaran sempre carregou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O medo de Aldebaran era ser enganado por esses que eram os “traidores de Athena”, Athena estava no Santuário, e não era a primeira vez que tentavam um golpe desses contra o Santuário de Athena. Tinha medo que suas convicções fossem falsas, tinha medo de matar uma pessoa boa, tinha medo de deixar um algoz de Athena vivo. Pesando tudo, o lado que mais pendia era o de Athena, pois ele recebera ordens diretas de eliminar o cavaleiro de Cefeus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Colocava-se em modo de sua força de contensão, cruzando seus braços em uma posição sólida que muitos de seus adversários pensaram que era deboche, mas na verdade era a mais pura demonstração de poder e imponência do cavaleiro de ouro da casa de Touro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Vendo aquela posição e o aumento de cosmo de Aldebaran, sabia que teria que vencer para convencê-lo. E preparava-se também. Albior deixava suas correntes criar vida, se espalhando pelo chão na forma de uma nebulosa. Albior parecia muito mais poderoso, pois agora todo o cosmo do cavaleiro de Cefeus fluía por onde tocava a corrente, como se parte da própria ilha de Andrômeda fosse ele mesmo. Além do próprio cosmo áureo reluzindo dele, o cosmo pertencido por aqueles que alcançaram o sétimo sentido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O incrível era que suas técnicas eram muito semelhantes: atrair o inimigo para sua defesa, para atacá-los. Era um momento tenso, até mesmo por ambos terem quase o mesmo nível de poder e técnicas similares. Era óbvio que um dos dois teria que largar a sua “defesa impenetrável” em nome de uma possibilidade de fazer o outro sair de sua defesa. Um verdadeiro combate digno dos mitológicos “mil dias de guerra” de cavaleiros de ouro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era algo aterrorizante, até mesmo para June que estava distante, colocando com ajuda de Spika e Heda, gravemente feridos, os que estavam em pior estado físico e mental. Sentiam na pele o atrito dos cosmos áureos, na forma mental de arrepios e terror, e na forma física de enjôo e espasmos involuntários. Mesmo sabendo que seu mestre era poderoso, nunca poderiam especular que seu poder fosse nivelado com o de um cavaleiro de ouro. Mesmo anoitecendo para os guerreiros feridos da ilha de Andrômeda, era um pôr-do-sol feito de cosmos dourados, que parecia mais vivo do que o do próprio sol. A amazona de camaleão agora sabia por que dizem que os cavaleiros de ouro são deuses com corações humanos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-June, vamos sair desse inferno! –gritava Heda tirando ela de seu transe daquele crepúsculo artificial.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Certo! Vamos! –June nunca considerou a ilha de Andrômeda como um inferno, mas sim como um lar, e até perder de vista seu lar, não deixou de olhá-lo, despedindo-se de seu mestre e de seu lar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;">Kamus não acreditava, mas suas ordens eram específicas. Eliminar um traidor, que era seu próprio pupilo, seu irmão de armas, e um guerreiro do ártico assim como ele. Os cavaleiros de mesmo treinamento eram raros, e por serem raros e terem uma ligação de poderes e experiências eram considerados irmãos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro áureo podia ser um iceberg por fora, mas por dentro era um verdadeiro turbilhão de confusão e emoções que passavam por dentro de si, que ele tentava abrandar com sua racionalidade e a inexorável ordem de eliminação vinda do Santuário. Seu pupilo era um traidor de Athena, alguém que ignorava a paz do Santuário e queria simplesmente o caos completo. E seu dever era eliminá-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele não queria isso, não aceitava, mas se negasse tal ordem seria como se ele torna-se um traidor, como ele estivesse atacando a própria deusa-viva. E isso não era aceitável, trair sua religião, todos aqueles que morreram por um ideal de paz e manutenção no mundo, era uma heresia a tudo que Kamus acreditava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Andava devagar, querendo acordar daquele pesadelo. Queria no mínimo adiar aquele momento o máximo possível. Não queria manchar a sua terra-santa gélida com sangue, principalmente com um filho do deserto de gelo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já era possível sentir o cosmo de Cristal a poucos metros de distância. Era um cosmo de outro guerreiro, e não o mesmo Cristal que ele treinou durante anos. Um cosmo mais poderoso e refinado, cheio de certeza, inquebrável e transparente, como seu codinome anunciava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que ambos se encontram, cara-a-cara. O pupilo e o mestre, os dois guerreiros do ártico, dois cavaleiros de Athena, os dois irmãos... Numa luta em que qualquer um dos deuses bondosos estaria chorando, a própria Athena, a verdadeira, estaria gritando desesperada para evitar essa luta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Por quê? – Perguntava Kamus ao amigo, mais serio e compenetrado do que nunca. – Porque você traiu o Santuário? Porque você traiu Athena? Porque você traiu os nossos ideais justiça e ordem?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Kamus, meu mestre. Não sabe o quanto eu quis explicar, a cada vez que eu lhe encontrava depois daquele dia. Quando nós o encontramos... –Cristal fechava os olhos com força e lembrava-se daquele dia, quando Marin, Albior, Guilty, Mu e ele próprio, viram aquela conversa. – Infelizmente nem tentarei te explicar, até porque a própria realidade parecia ilógica.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-O que aconteceu?! Eu só quero uma explicação plausível! –Kamus pedia uma explicação lógica. Apenas isso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não posso, e você sabe. –Cristal sabia. – Eu sei que você quer saber para ir atrás dos outros, mas o que eu posso dizer é que você não está seguindo o lado verdadeiro da Justiça. Aquela Athena não é Athena. Aquele Grande Mestre não é o Grande Mestre verdadeiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Vejo que eu te treinei bem demais a como estudar o inimigo, não é?! – Em parte era verdade, Kamus sempre tentava arrancar informações, mas dessa vez não era apenas isso, queria um motivo, queria saber o que levava Cristal a se tornar um traidor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cristal queria realmente falar, como depois daquele fato, como durante a vinda de Kamus para ver Isaak. Queria poder mandar uma carta contando tudo, queria mostrar o testamento que ele deixou para Jacob, na geleira a qual ele estava golpeando naquele momento. Na qual chorava, pois sabia que o mestre estava para se sacrificar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acho que a hora das palavras acabou. E o sangue de um dos guerreiros do ártico iria macular o gelo puro da Sibéria. –dizia Cristal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Seja o meu ou o seu. – dizia Kamus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E o embate mais doloroso da história do deserto de gelo: Gelo, Lágrimas e Sangue...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aldebaran sabia que ambos poderiam ficar ali vários dias, então resolveu atacar pelo menos para avaliar o potencial dele. E com uma simples rajada de seu poder e sem ao menos se mover, atacava Cefeus. As correntes reagem imediatamente, como um escudo, elas absorvem totalmente a rajada do cavaleiro de Touro, transformando aquela massa de poder, em alguma espécie de eletricidade que fluía pelas correntes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro áureo se impressionava, a defesa das correntes de Albior se trata de absorver o cosmo lançando direcionando para seu próprio uso, o que denotava que ele não era um combatente, mas sim um manipulador de área, assim como é Kamus, Mu, Shaka, e outros... Sabia como lutar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Durante um piscar do cavaleiro áureo, Albior simplesmente desaparece como se fosse a mais pura miragem que nunca existiu, mas as correntes estavam lá. Em uma segunda olhada mais precisa esperando que fosse uma ilusão de ótica devido ao crepúsculo que acontecia, Cefeus aparecia do nada, mais próximo a ele aplicando-lhe um soco direto nas placas de metal, eficiente se não fosse contra ele. Um golpe que o nocautearia completamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aldebaran prepara seu enorme punho para esmagar o cavaleiro de prata, um golpe rápido preciso e simples, não para matar, apenas embalá-lo no manto de Morfeu. Seria simples, sem as correntes, sem a defesa de sua armadura era fácil demais... Fácil demais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O sorriso de Albior fez o que tudo parecia mal encaixado se ajustasse. Notou que a sua orgulhosa defesa estava desarmada, e ele era enormemente inteligente, tão ou mais que Kamus. Descia o seu punho o mais rápido que podia com a ajuda da gravidade. E só sentiu pedras...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No piscar de olhos seguinte, o elmo do cavaleiro de touro voava pelo ar graças ao chute de Albior, que aparecia como um fantasma em pleno ar, com a perna esquerda esticada na nuca do gigante de touro. O corpo de Aldebaran era treinado o suficiente para aguentar aquele tipo de impacto, mas aquele golpe não era para causar danos físicos, mas sim lesionar o cerebelo e bulbo de seu oponente, que atingiria seu equilíbrio e coordenação motora. No instante seguinte, houve um segundo chute ainda em pleno o ar, e acertou a garganta de seu oponente com a ponta do pé em noventa graus com a sua perna, acertando em sua traquéia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A falta de ar e de equilíbrio de Aldebaran é quase que sentida automaticamente. Seu mundo era agora algo desfocado, desequilibrado e sufocante, aquela era a sua realidade graças por subestimar, por um instante, seu adversário. Aquele homem minava rapidamente suas forças não atacando diretamente, mas sim atacando suas funções motoras com cálculos quase cirúrgicos e em uma velocidade impressionante para um cavaleiro de prata. O cavaleiro de touro teria que prever o próximo ataque e detê-lo, mas isso era complicado com seu mundo se deformando e com você não conseguindo respirar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um soco na parte frontal foi o golpe que ele não previu e nem deteve, agora seu mundo tinha obscurecido, e mesmo não vendo seu mundo girar, a própria escuridão parecia alterar sua gravidade e seu chão. Albior era letal, a lenda de seu poder não era em vão. Inteligência tática, aliada a defesa das correntes de Cefeus e a uma velocidade que era assustadora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Albior finalmente colocava as pernas no solo da ilha de Andrômeda, e via que estava com alguma vantagem, pelo menos era o que ele esperava. Afinal, só sabia que Aldebaran era do tipo combatente, assim como ele, mas Albior sabia que apenas força não resolvia todas as situações, lutas contra seres mais poderosos ou numerosos tinham que ter planejamento, estratégia e o mínimo gasto de energia. Albior e Marin eram muito parecidos nisso, a diferença entre eles era que Marin não suportava lutas, preferia manipular seus adversários, já Albior tinha o dom para combates em desvantagem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de prata sabia que não poderia encarar Aldebaran e nenhum cavaleiro de frente, primeiro tinha que conhecer seu tipo de luta, após isso achar uma falha em sua técnica ou criar uma, para ir minando lentamente para depois aplicar o golpe com força total. Saber disso poderia ser evidente, aplicar isso com o sangue lhe fervendo e com a ameaça de morte iminente fica difícil organizar e coordenar os movimentos no calor da batalha, porém para Albior era normal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E Aldebaran não pensava, apenas via seu mundo transmutando em algo parecido com a “luz” que todos vêem quando estão prestes a morrer. Era angustiante e doloroso, o mais impressionante era o poder e a tática do cavaleiro de Cefeus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O guerreiro da ilha de Andrômeda se afastava consideravelmente para junto de suas correntes, e as mesmas se acoplavam suas armas em seus punhos. Voltando a sua defesa perfeita, ele começava a concentrar seu cosmo para aplicar seu golpe, o que consistia em mais um golpe. Os ventos daquela ilha, antes inertes, agora mudavam subitamente, nuvens tempestade começam a se formar também, caindo relâmpagos, a chuva começa a cair de maneira forte, para logo em seguida se tornar granizo, junto com os retumbantes e ecoantes trovões.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aldebaran perdia ainda o sentido da audição, eram tantos sons que ele mesmo não sabia definir. Enquanto cada respiração de Albior estava sincronizada com cada ruído da ilha. E a cada vez que o cosmo de Albior aumentava, a natureza respondia, até que chegou o vento cortante. O barulho do vento começava como uma lâmina afiada sônica no ouvido do emissário do Santuário, um filete de sangue começava a sair de seus ouvidos, e alguns instantes depois começavam a sair de seus olhos. O som piorava seu raciocínio e seu próprio peito começava a queimar, pois tudo aquilo fazia inconscientemente “esquecer” de respirar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Albior não sofria nada, pois ele estava no “olho do furacão”, o golpe dele consiste em canalizar toda a fúria da natureza e lançá-la contra seu oponente. Com os sentidos limitados e semi consciente, pouco podia fazer perante a Tempestade Nebulosa de Albior, o Cavaleiro de Prata da Constelação de Cefeus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-TEMPESTADE NEBULOSA!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Toda reação natural em que os ventos pudessem ter controle param durante um instante para se reorganizarem. As correntes de ar em volta de Aldebaran praticamente o paralisam, atuando na direção contraria como uma parede de ferro que igualava a força de Aldebaran deixando uma estátua viva. Enquanto, metros à frente, um principio de furacão se formava sendo canalizada pela força de Albior, que era assustadora, uma força digna de um cavaleiro de ouro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto isso, Aldebaran sabia que estava com sérios problemas, subestimou em um instante o adversário e estava entre a vida e a morte. Isso logo teria um fim...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">********</div><div style="text-align: justify;">Kamus não queria, mas teria que o fazê-lo. E com um movimento de mão, ele criara uma ventania que jamais a natureza criaria, mesmo a natureza fria do local, ela tem mais compaixão que Kamus. Cristal, em um movimento explosivo se joga para trás, sendo ainda mais rápido que a própria tempestade do Aquariano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cristal era muito veloz, até mais mesmo do que a tempestade criada pelo mago do gelo do Santuário. Ele deslizava sobre o gelo, como se tivesse patins, mas estava apenas com a armadura. Da tempestade saíram estacas de gelo em direção do cavaleiro de prata, o qual desviava com manobras dignas de contorcionistas, chegando a usar uma das mãos no chão, deslizando velozmente pelo deserto de gelo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com um movimento de pulso e o dedo indicador apontado para cima, estalagmites surgem do chão como uma ordem dada pelo próprio cavaleiro de ouro. Eram grandes como prédios de três andares com pontas de lança que cresciam no mesmo instante.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mesmo assim o cavaleiro azul desviava-se prevendo apenas com um mínimo de intuição, onde elas cresceriam. Seus movimentos eram flexíveis, rápidos e únicos, deslizando para longe de Kamus, onde sua influência sobre o gelo poderia diminuir. Não parecia fazer esforço nenhum, ia velozmente apenas desviando como se não houvesse atrito, desviava de costas para não perder Kamus de vista.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kamus via a disposição de treinamento de seu antigo pupilo, Kamus era o tipo de cavaleiro manipulador de área, transformando a paisagem em volta a seu bel-prazer. Já Cristal era do tipo tático, usava de técnicas inusitadas para imobilizar e minar as forças de seu inimigo. Kamus nunca realmente viu Cristal usar suas técnicas, mas o cavaleiro de prata já viu grande parte de suas técnicas, senão todas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com mais um movimento de mão e um aumento de cosmo surpreendente o cavaleiro áureo consegue criar uma área enorme de estalagmites gigantescas, as quais pareciam querer alcançar o céu, mas Cristal não se abalava, parecia que ele esperava isso de seu mestre. E continuava sua patinação artística que um erro iria causar sua morte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com um movimento de mãos horizontal, as estalagmites criavam estalagmites, menores e mais afiadas, que em saltos acrobáticos com uma velocidade assustadora Cristal ainda conseguia fugir. O cavaleiro do ártico parecia uma bala ricocheteando, em cada local em que pudesse tocar, mas sem perder o mínimo de velocidade. E começava a subir, sendo perseguido pelas lanças de gelo recém-criadas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de Cristal conseguia sair da cidade de estalagmites. O que era o plano de Kamus. Cristal voa como se tivesse asas, apenas com um mero impulso de cosmo e ainda não tirava os olhos de seu antigo tutor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kamus erguia o braço com a mão em uma posição de ordem para algo se levantar. O gigantesco império de estalagmites de Aquário se tornava uma cidade-monstro, onde as estalagmites cumpriam seu trabalho como presas, garras e carapaça em um corpo gélido; o qual avançava para devorar o inimigo de seu criador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cristal aumentava seu cosmo e usava-o como impulso para fugir da monstruosidade criada por um cavaleiro de ouro. Canalizava no braço esquerdo, o Pó-de-Diamante, como uma mordaça para o monstro que o atacava. Para no mínimo, descer em segurança.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pousando no chão, via uma abertura direta para o corpo de Kamus, do flanco esquerdo do monstro. Um caminho fácil para a vitória. E o cavaleiro de prata avançava com a espada de Cristal para cima de Kamus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era o plano de Kamus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E no caminho de Cristal surgia uma segunda cabeça, como a de uma hidra, no caminho de Cristal. O devorando. No segundo seguinte, o monstro começa se tornar uma esfera de gelo, com um brilho dourado. Prestes a explodir. O cavaleiro da décima primeira casa zodiacal com um estalo de dedo explode a prisão de gelo, diluindo seu discípulo em neve e gelo. E com uma explosão que refletiu uma gigantesca aurora boreal na Rússia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kamus lamentava que logo um guerreiro do ártico, logo seu discípulo, logo alguém tão próximo fosse um rebelde do Santuário. Era algo que no fundo deveria fazer sentido, a proximidade de um cavaleiro de ouro; mas era impossível Cristal ser um traidor. O cavaleiro de ouro soltava uma de suas poucas lágrimas que congelavam e viravam pó logo em seguida. E abandonava a terra que agora era o túmulo de um traidor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao se virar para ir embora daquela terra cheia de lembranças, tanto boas quanto ruins, lembrava também de todo potencial que Cristal possuía, quase era possível o sentir alcançando o sétimo sentido. Na verdade, era possível até sentir o cosmo dele chegando ao sétimo sentido. E houve uma explosão vinda debaixo do gelo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kamus viu tudo em um flash sem reação, seu discípulo aparecendo do gelo emanando o sétimo sentido como um real cavaleiro de ouro, e com a espada de Cristal trespassando seu peito, ignorando a armadura de ouro de Aquário e seu cosmo protetor. Cristal aprofundava tanto a espada que seu punho chegou a entrar no peito de Kamus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de ouro, nunca foi tão ferido. Não conseguia racionalizar a cena, a dor, tanto física quanto emocional, era enorme. Cristal tinha nos olhos a tristeza de uma criança por ferir seu mestre e a certeza de um cavaleiro de Athena que luta pelo seu nome. Antes que Kamus pudesse pensar em algum contra-ataque, o cavaleiro da Coroa Boreal salta para longe.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kamus tira a lâmina de seu peito e tentava controlar o desespero irracional de sua mente. Voltava a olhar para seu oponente, e novamente entrava em desespero.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Via Cristal com os braços erguidos e as mãos juntas como uma oração. Reconhecia a posição, não era uma prece de vida, mas um pedido de descanso eterno ao oponente. Era a Execução Aurora, o golpe máximo dos Guerreiros do Ártico. Quando as partículas e moléculas cessam seu movimento com o poder do gelo eterno. Alcançados apenas por aqueles que dominam o sétimo sentido, e seu ex-discípulo cumpria os pré-requisitos para isso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kamus se colocava na mesma posição, mesmo com o peito transbordando sangue, Cristal tinha diversos ferimentos que fariam cavaleiros de prata agonizar. Ambos defendiam a vontade da Athena que acreditavam e preparavam seus golpes com todo o cosmo que suas almas e seus corpos podiam produzir.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- EXECUÇÃO AURORA!!! – O grito mútuo foi dado pelos dois guerreiros do Ártico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E as rajadas áureas se encontram produzindo um clarão...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O golpe resultante na ilha de Andrômeda eleva destroços ao chão, que logo seguinte à gravidade tratava de trazer de volta. Quase que um quinto da ilha havia desaparecido, toda a biodiversidade daquela região havia sido violentamente morta, as mais próximas foram simplesmente destruídas sem vestígios de sua existência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando os destroços daquela parte da ilha caíram finalmente e a poeira baixou, Aldebaran estava em pé ileso, e ainda com seu elmo na mão esquerda e com o braço direito tencionado e com a palma da mão aberta, e a partir de dois metros distante da palma da sua mão começava a linha de destruição se ampliando, onde deveria estar o cavaleiro de prata.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Partes das correntes pertencentes à armadura de Cefeus estavam destruídas aos montes, a maior tinha apenas três elos juntos, e várias partes da armadura espalhadas, mas que não dariam para encher um copo, mas nenhum sinal de Albior.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aldebaran limpava os olhos que antes vertiam sangue como se nada tivesse acontecido e estalava os ossos do pescoço que o incomodava devido à tensão que sofrerá. Achara seu adversário distante dali, escondido atrás de uma rocha do outro lado da ilha. Que em um piscar de olhos se desloca para lá.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O mestre da ilha de Andrômeda estava apenas com as pernas da armadura em seu corpo, e mesmo assim não era nada agora além de um peso desconfortável, seu braço esquerdo tinha uma fratura exposta, um osso que se rompeu quando sua tempestade nebulosa falhou para o Grande Chifre do cavaleiro de Touro. Mesmo assim se considerava um homem de sorte, se não fosse a tempestade nebulosa, a defesa nebulosa e a própria armadura de Cefeus, seria pulverizado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Suas costelas haviam se partido também, não conseguia respirar normalmente, tinha que respirar diversas vezes e de forma chiada. E o sangue não parava de cair, não de forma letal que o matasse de hemorragia naquele momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então essa é a diferença real dentre os cavaleiros de prata para um cavaleiro de ouro. –Falava para si mesmo, tudo que vira antes de sair do caminho do golpe do cavaleiro de touro era ele levantando e abrindo a gigantesca palma da sua mão, quando não devia se mover, devido aos golpes que lhe dera e devido aos efeitos das correntes de ar. Só havia uma explicação para aquilo...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não usei minha força total no começo de nossa luta. –Aldebaran aparecia respondendo a dúvida que estava transparecendo na face de Albior, e foi o erro de Albior, não considerar que ele iria usar todo o seu poder para combatê-lo. –Declara-se vencido?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sim, acho que pelo menos posso morrer em paz. Só prometa-me que não irá matar meus discípulos. –Sua única preocupação era com seus discípulos naquele momento. Aldebaran poderia facilmente alcançá-los e matá-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Minhas ordens eram apenas para eliminá-lo e destruir a ilha, mas já que eu venci e você mal pode se mover. Pode me explicar porque vocês são os “traidores”? Já que até agora quem atacou foi o Grande Mestre e não vocês! E por favor, desde o começo... –Aldebaran sentava-se para ouvir o relato de Albior, e aproveitava para cuidar dos ferimentos mais graves.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um sorriso surgia do rosto ferido de Albior, pensando que todos os elogios de caráter feitos a Aldebaran eram mera especulação diante a pessoa. Albior resolvera que iria contar cada detalhe de tudo que ele sabia...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kamus despertava, caído no chão com o ferimento sangrando menos devido ao frio e a própria armadura usando seu cosmo para cicatrizar o ferimento. Não conseguia sentir dor, seu corpo estava anestesiado. Ao levantar um pouco mais a cabeça, via seu amigo congelado em uma esfique de gelo com a armadura de Coroa Boreal, que tinha o formato de um cristal de gelo em forma de estátua, na mesma posição da Execução Aurora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de ouro se arrastava até chegar a escultura de gelo que se tornou Cristal. Subia agarrado na rocha de gelo eterno e cristalino, como se sua vida dependesse disso, tudo isso para poder ficar em pé e olhar para o cavaleiro de prata. Olhando seu rosto de seu ex-oponente, via tristeza, determinação e o sentimento de dever cumprido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Valeu apena? VALEU A PENA, KURT? – Kamus batia no gelo em uma tristeza sem razão. Batendo naquele que seria o exemplo do que seria dos traidores de Athena e ao mesmo tempo, o que um cavaleiro de Athena é capaz por sua fé.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Longe dali, aplicando diversos socos na imensa rocha de gelo. Acompanhando a morte de seu mestre por seu cosmo, coberto de gelo, lágrimas e sangue; Jacob quebrava o gelo, encontrando o testamento de Cristal e suas últimas ordens...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mu de Touro? Esta me confundindo. –Realmente era Mu, mas ele mesmo não entendia essa confusão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpe, pelo coração bondoso e por ser inoportuno pensei que você era o Aldebaran, agora, se não se importar, posso continuar com o meu serviço? –Ele forçava o próprio braço, sentindo que estava mais frouxo pela simples confusão de nomes, sabia como lutar contra Lemurianos, afinal foi treinado por um e já matou um.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sinto que não vou poder fazer isso, até porque não posso deixar outra pessoa morrer. –Mu ainda lembrava de Esmeralda de Fênix que lutou bravamente contra um cavaleiro de ouro, mesmo sabendo que não ia vencer, não quis que aquela cena se repetisse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shunrei começa a flutuar para longe de Máscara da Morte, sendo colocada ao pé da cachoeira. O mestre Ancião suspira em alivio, Máscara da Morte agora terá que destroçar mais uma pessoa, mas não ali e nem agora. Ele era um homicida, mas dois cavaleiros de ouro era burrice enfrentar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Está bem, mas da próxima vez não haverá impedimentos... –Uma abertura surge atrás do cavaleiro italiano, guiando para o mundo dos mortos. -... E isso vale para os três. –Após entrar em seu mundo mórbido a fenda desaparece, deixando apenas arrepios assustadores na mente e na carne dos dois cavaleiros de ouro e de Shunrei.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todos os três, sem exceção, respiram aliviados, porém com um pesar no coração, sabendo que quando pudesse iria cumprir sua promessa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpe pela entrada assim, Grande Mestre Ancião. –Mu se curvava em respeito ao cavaleiro de Libra, que em sua cabeça era o atual Grande Mestre, e por mais que ele mesmo coordenasse os outros cavaleiros da rebelião, ele era a figura máxima, há quem ninguém poderia desrespeitar e qual a autoridade não havia par ou ao menos a qual ninguém ousaria questionar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eu que agradeço, jovem Mu de Áries. Você salvou Shunrei e salvou-me de descumprir de meu dever sagrado. E salvou o próprio Máscara da Morte, deu mais um dia para ele se arrepender de seus pecados, ou mesmo para se perdoar de suas mágoas. –Eram as palavras sabias do Mestre Ancião, parecia que de alguma maneira ele conseguia ler os corações e as reais intenções de uma pessoa, vendo através de gentilezas, máscaras, bloqueios. Como uma simples definição do que era bom e mal e ainda conseguia enxergar suas nuances. –Mas acho que você não veio apenas para o meu socorro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Novamente o senhor tem razão, vim trazer os relatórios sobre os nossos avanços...</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-68511582646878455022011-07-05T14:07:00.000-07:002011-07-05T14:07:13.216-07:00Alma Nova 10 - Ideologia e Devoção<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">-Pandora, amazona de bronze de Andrômeda; Isaak, cavaleiro de bronze de Cisne, Okko, cavaleiro de bronze de Dragão; Thouma, cavaleiro de Pegasus; O cavaleiro de bronze de Docrátes; e Jango, o líder dos cavaleiros negros. –Asterion contava os mortos, repetindo as informações que Marin havia o passado, mas de acordo com o despacho enviado do Santuário, faltavam ainda quatro cavaleiros negros e uma amazona de bronze, mas era tudo que eles conseguiram.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todos os cadáveres estavam ali, estirados. Asterion tinha a certeza completa que todos estavam mortos, pois mesmo que tivessem a habilidade de parar seu metabolismo, Asterion podia ver o mínimo resquício de cosmo em um cadáver. Chegava a ver o fluxo de cosmo de uma pessoa. Era um dos poucos cavaleiros de prata com tal nível de poder. Moses observava a tudo entediado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asterion sentia que havia algo errado, o cenário era perfeito demais. Nunca um cenário era perfeito demais. Quase não havia variações com o desmoronamento da montanha, era como se este conservasse as cenas do combate. Mas isso não mudava a história, o grande problema era a amazona em seu grupo, que antes era calada, soturna e misteriosa, e externamente ela continuava assim, mas seus sentimentos e pensamentos estavam mais leves. Era no mínimo suspeito, e o que incomodava também eram os sinos presos nos pulsos, porque os traidores usariam algo para se identificar se seus Modus Operantis era atuar entre os cavaleiros do Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que ele levanta Pandora para analisar mais de perto, o sino cai e algo acontece. Marin vê aquilo e tenta se afastar, pois ela foi a primeira a reparar, só não contava com Moses, que sempre a vigiava, pois ao virar apenas vê o punho enorme do cavaleiro de Baleia, e cai inconsciente, vendo seu mundo vermelho para depois enegrecer, caindo no vazio de sua consciência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-FURACÃO DAS TREVAS!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os ventos circulares como um tornado horizontal atacava o rapaz cego, que pulava pela janela para evitar os danos maiores dos ventos. Misty não vestira sua armadura, poderia ser visto pela vizinhança, já que o barulho de uma das paredes sendo estilhaçada iria chamar bastante atenção.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os discursos paranóicos do Grande Mestre para os cavaleiros do Santuário não eram frutos de uma imensa senilidade, pulavam rebeldes por cada lugar, e eles eram mais bem organizados que os próprios cavaleiros do Santuário, mas se dependesse do “Matador Prateado” seria menos um rebelde para espalhar a anarquia pelo mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele passava pelas diversas pétalas e pela destruição que acabara de causar para eliminar aquele traidor de Athena, mas perdera-o de vista. Não seria difícil para ele encontrar o cosmo daquele cego, ele iria enfrentar um deficiente físico, para o cavaleiro de Lagarto era como um adulto espancar um recém-nascido. Ele amaldiçoava os rebeldes por mandarem um cego para ser sua vítima.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Misty sentia que o cosmo dele se afastava, e que alguns vizinhos da loja começavam a olhar pela janela e alguns mais ousados a sair pela porta. O cavaleiro de prata entendia que o seu oponente não estava fugindo, mas sim mudando o local da batalha, para não serem realmente descobertos ou mesmo para não ferir os civis.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Pelo menos, esses traidores ainda não querem jogar tudo a público. –pensava Misty, após desaparecer em frente aos olhos dos que espiavam de alguma maneira. E só quando o burburinho dos próprios moradores se tornou o barulho predominante, os mais ousados começaram a sair querendo saber o que aconteceu. E um deles tinha uma câmera...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então, você é o cara que mata criancinhas indefesas. –dizia o jovem de olhar vivido e com dois sinais no meio da testa. –Esperava alguém gigantesco, não alguém com um olhar psicótico, mas olhar psicótico combina com assassino de crianças e deficientes. Daqui vai pra onde? Pra um asilo? Um hospital?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Presumo que você seja um dos traidores. –O olhar de desprezo de Babel era intensificado para a criança que estava a sua frente, intimamente o cavaleiro de prata agradecia à Athena, por pertencer àquela missão de purificação, ele ainda iria se livrar de um verme que se autodenominavam “Resistência Aioros”, homenageando o maior dos traidores. Para o cavaleiro de prata era uma heresia e uma blasfêmia se orgulhar da pessoa que quase destruiu o mundo que de alguma maneira eles protegem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vou queimar TUDO E TODOS!!! CHAMAS DE BABEL!!! –As chamas de Babel iam em forma espiral, parecendo querer engolir tudo com suas labaredas mortais, consumiria o orfanato e aquela semente de traição. Somente o ar quente já tirava a vida dos lindos jardins que havia em volta da mansão. O calor era mesmo sufocante, geralmente a pessoa morria antes mesmo das chamas as alcançarem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas esse não foi o destino do jovem, muito pelo contrário. As chamas de Babel se extinguiram antes de chegarem ao jovem, antes mesmo que o alcançassem, ou mesmo a mansão, apenas com um brilho dos olhos do jovem a sua frente. Um brilho que aparecia em apenas poucos cavaleiros dotados do dom da paranormalidade, ainda sim seria uma oferenda cada vez melhor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-O que diabos é você?! –Indagava Babel, desejando saber quem iria enviar ao Tártaro como oferenda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sou Kiki, aprendiz de cavaleiro. Lemuriano de Jamiel. –O jovem se colocava em posição de luta zombeteira e desafiadora, assim como seu olhar se manifestava. Kiki como um combatente se mostrava como um desafio zombeteiro; seu olhar, sua posição, seu título e sua pouca idade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Novamente, o cavaleiro de prata ataca, mas dessa vez com uma investida flamejante, seu punho era o foco das chamas, mas as próprias chamas se alastravam pelo seu corpo. O lemuriano saia da rota de ataque do cavaleiro de prata, apenas desvanecendo no ar, como se não existisse. Babel sabe muito bem o que paranormais podem fazer, os poucos que surgiam nas fileiras da confrataria eram lendários com os seus feitos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um chute atingiu a nuca de Babel. Se não fosse um cavaleiro treinado e estivesse com sua armadura, provavelmente estaria com o pescoço quebrado, ou no mínimo desnorteado; mas nada que Babel não agüentasse com sua armadura de prata. O mesmo pega a perna de seu oponente, e o lança para cima da mansão e instantes depois uma enorme bola de fogo, em seqüência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kiki pensa durante um segundo em se teleportar, mas caso fizesse isso as chamas iriam consumir a mansão, que era abrigo de órfãos, e a vida do diretor com olhos gentis que ele sempre esquecia o nome. Se impulsionando com telecinésia ainda mais, para ganhar velocidade, ao se aproximar da parede da mão pisa nela ganhando estabilidade e depois com a mesma telecinésia joga a bola de fogo no chão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kiki agradecia por seus dons, porque sem eles não saberia como deter aquele ataque. Era muito complicado para ele cumprir aquelas façanhas, pois seus dons requeriam serenidade e calma, coisa que ele não tinha no meio de uma ação e principalmente depois de um impacto daquele. Teve que primeiro se estabilizar para depois agir novamente, seu mestre dizia que essa era uma grave falha em combates. E agora ele entendia por que.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Realmente, com esse chute da para ver que você é meramente um aprendiz incompleto mesmo. Vou te ensinar uma coisa. –Babel andava calmamente, se permitia dar um pouco de iluminação aquela criança por saber seu erro. –Uma armadura do zodíaco, tem um cosmo próprio que protege o seu cavaleiro, e o cavaleiro tem o poder de destruição, por isso que não nos preocupamos em desviar dos ataques, ser um cavaleiro é a harmonia plena entre combate e armadura, formando uma única criatura que é chamada de cavaleiro. A menos que seu cosmo supere o da armadura. Você não pode ferir o combatente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jovem ruivo sabia, era uma lição básica, quase que óbvia sobre o que é ser um cavaleiro. Kiki ouvia isso desde que nascera de seu mestre, e por não acreditar nele estava agora com o pé com uma luxação que incomodava e quase deixou a mansão ser incinerada. Seu treinamento básico foi para controlar seus dons de Lemurianos e para ser um auxiliar e não um combatente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Está na hora de se tornar uma oferenda à deusa protetora da Terra. –Babel olhava com desprezo para o jovem, num olhar insensível e duro. –CHAMAS DE BABEL!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E em um movimento, o lemuriano estica os braços e as chamas não tocam nem o jovem e nem a mansão, mas ainda sim sofria com o calor do golpe, então com a própria telecinése, ele começa a empurrar as chamas com sua parede psíquica. Com o esforço conseguia aumentar a distancia das labaredas, mas as chamas começavam a se intensificar, já que Babel via que o garoto tinha potencial de crescer em combate. Tinha que fazer sua oferenda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas dessa vez, Kiki estava determinado a não deixar nada acontecer com aquele orfanato.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O homem cego chegava em um shopping ainda em construção, foi o melhor lugar que ele havia encontrado desolado. Tinha pena que ele fosse se destruir com o combate e que pessoas ficassem desempregadas, mas era melhor que deixar o mundo cair em trevas. Só uma coisa era pior que esse pensamento, que era onde estava a armadura de ouro de Sagitário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas não teria muito tempo para pensar, pois aquele cavaleiro já havia chegado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Muito bom, nocauteou os guardas da segurança, desligou o sistema de eletricidade provavelmente com um golpe, e mesmo que haja câmeras, nossos cosmos interferem com as transmissões. Vejo que você não quer aparecer, tanto quanto eu. –Misty tinha um cosmo assombroso, e um tom de cinismo ainda maior. –Lhe matarei rápido se me disser onde está a armadura de ouro de Sagitário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jovem sem visão respirava aliviado, achava que era uma armadilha, pois ele próprio não havia encontrado a armadura. Felizmente também não estava com ele. Apesar de ser desprovido da visão, nada passava pelos seus outros sentidos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vim aqui mais para conversarmos, você tem que entender que você está sendo enganado. Que você é mais uma vítima que o Grande Mestre usa como peão. –Shiryu era assim, pacifista até o ultimo momento, nem sempre toda batalha era vencida apenas por lutas, mas também por palavras, ideologias. A luta em si é sempre o ultimo recurso, e recorrer a ele significa a possível morte de um dos lados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O matador do santuário chama a armadura numa sincronia perfeita, a qual era de uma brancura ímpia e cegante, dando ao cavaleiro de prata um ar mais puro que ele exalava sem. E ao mesmo tempo ele apontava o dedo médio e indicador para o rebelde.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-FURACÃO DAS TREVAS!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shiryu saia de forma rápida do caminho daqueles ventos que vinham como um ciclone deitado, deixando o corpo cair pelos diversos andares do shopping não-acabado, que tinha vários andares para o subsolo. Era o único jeito viável de escapar daquele golpe de área. Já havia recebido uma vez de surpresa, e estava com o ombro gravemente ferido por isso, mas apenas ignorava a dor. Qualquer outro cavaleiro ou ainda mais um humano comum haveria sido morto por aquele ataque; mas Shiryu conseguia ver o fluxo do cosmo de uma pessoa e com uma avaliação analítica simples e seu sexto sentido treinado, podia prever os golpes antes mesmo que eles acontecessem, porém o Furacão das Trevas era mesmo capaz de atingir qualquer um mortalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Chegava ao chão e não estava ferido, graças ao treinamento que seu mestre lhe deu. Esperava que o mesmo treinamento fosse capaz de vencer um cavaleiro de prata com armadura e habilidades completas, mas seus questionamentos que ecoavam na sua mente só o fizeram perceber o fluxo quando o cavaleiro de Lagarto se aproximava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Conseguiu acompanhar sua velocidade que pegava o chute em pleno movimento do cavaleiro francês. O cavaleiro de prata estava impressionado com as habilidades do rebelde, escapar de um golpe era uma coisa, duas vezes era um fenômeno, um tremendo dia de sorte para um cego, agora três vezes era praticamente impossível, principalmente para alguém sem armadura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Misty apenas continua o movimento com uma força descomunal, mas Shiryu mesmo após voar alguns metros, conseguia se estabilizar no chão e bruscamente partia para o ataque com seu punho, que parecia ser capaz de atravessar qualquer coisa. O cavaleiro de prata ainda fazia movimentos como se criasse uma parede, e depois de cinco movimentos abria totalmente a guarda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jovem atacava com tudo para cima do cavaleiro, mesmo se ele quisesse parar não conseguiria, pois a inércia não permitia e nem mesmo seus músculos já enrijecidos. Tudo que podia fazer era continuar, porém para seu choque, seu golpe foi detido. Sentia seu punho deslocado por acertar uma parede feita de cosmo e ar. Shiryu voltava ainda para trás. Não esperava mesmo que o nível de um cavaleiro de prata fosse tão forte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Achou mesmo que poderia me acertar com esse golpe. Não me faça rir... –Misty tinha uma arrogância que chegava a dar medo ao seu rival. Pela sua aparência, ele passava a impressão de fragilidade, e não um ser que não podia ser vencido, muitos percebiam isso apenas enquanto agonizavam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aqueles dois dedos eram novamente apontados para ele, novamente para a execução do Furacão das Trevas. Quando os ventos tomavam a forma de um ciclone, o guerreiro cego pulava no momento exato para escapar ileso para três andares acima. Enquanto Misty destruía quase que o andar inteiro o qual estava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora, ora! Não é que o rebelde cego é bom?! –Misty o procurava pelo cosmo, porém Shiryu tinha a habilidade de disfarçar o próprio cosmo. Geralmente esse era o tipo de treinamento para cavaleiros ou agentes do Santuário que trabalhavam mais com espionagem de campo inimigo ou mesmo como batedores. Era o tipo esquivo que Misty e grande parte dos outros cavaleiros de prata odiavam profundamente, eles que eram faróis de cosmos ofuscantes que apenas perdiam para os cavaleiros de ouro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shiryu estava escondido atrás de um balcão de alguma loja de eletrônicos, estava com o ombro e o pulso do mesmo braço deslocado e estava com seu melhor braço praticamente imobilizado. Forçava o braço para ele voltar para o lugar, melhor um braço com dor do que um braço inútil. Shiryu pensava em como vencer aquele cavaleiro, sempre pensou que tinha o poder de um cavaleiro de prata e que poderia derrotá-lo, estava enganado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tinha que descobrir como derrotá-lo, e de preferência rápido para logo encontrar Kiki. Tinha que descobrir algum jeito de um guerreiro sem armadura e sem dons derrotar um cavaleiro de prata completo e ainda com armadura. Tinha que conseguir de alguma maneira vencer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto isso, o cavaleiro de prata começava a se irritar com aquele rebelde, queria poder destruir todo o lugar soterrando-o, mas pensava que seu oponente era um verme muito sobrevivente e esquivo, muito bem seria capaz de emergir vivo, e ele já causara abalo demais em uma simples recuperação de uma armadura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tentava sentir o cosmo de seu adversário, mas sua raiva por aquelas táticas irritantes turvava sua detecção pelo cosmo, decidia procurar do método tradicional, pulando até onde ele estava e procurando loja por loja. Começava a destruir cada um dos possíveis refúgios.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos começavam a notar que o dia começaria a raiar em menos de uma hora, tinham logo que acabar com aquele jogo. Nenhum deles iria ganhar revelando a existência de cavaleiros para o mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shiryu aparecia concentrando toda a sua força e seu cosmo de uma vez nas costas de Misty, deixando seu cabelo fluir junto com o cosmo que se elevava, e por debaixo da camisa o dragão esmeralda aparecia em suas costas. Prepara com o braço ferido o seu golpe.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de prata ri, era ridículo atacá-lo pela frente graças a sua barreira de vento aliado a sua armadura de prata, era impossível tocá-lo. Queria ver o efeito de tamanha tolice de atacar sua defesa de maneira ofensiva. Seria uma morte a ser lembrada. Afinal, a justiça estava do lado de Athena e de seus cavaleiros, assim como a vitória.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-DRAGÃO NASCENTE!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shiryu parecia voar rente ao chão, e seu punho parecia querer destroçar tudo a sua frente e tinha até mesmo uma certeza de conseguir. O mais assustador não era o cosmo do anarquista, mas sim a sua determinação fanática, que ele exalava em seu grito e em seu cosmo. Enquanto Misty refazia seus movimentos de mãos, usando seu cosmo para redirecionar os ventos fazendo sua defesa perfeita.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As duas técnicas se colidem, de maneira no mínimo assustadora. O braço já ferido de Shiryu se quebra, o som do osso partindo era claro, mas também Misty sofre um ataque no abdômen que nem mesmo a barreira natural da armadura consegue deter. A dor é alucinante para ele que nunca sentiu dor nem mesmo em seu treinamento por já nascer com o dom de manipular ventos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sua raiva era enorme, aquele “verme” havia tocado-o, seu olhar ao invés de desprezo e superioridade, tornava-se uma expressão de puro ódio e sanguinolência. A morte seria pouco para ele, Misty virava-se, pois Shiryu havia trespassado por ele e não havia parado, apontando a posição de mãos que ele evocava para usar o furacão das trevas com todo seu cosmo. Para ele, não sobraria nem mesmo resquícios de sua existência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas ao virar, Shiryu já atacava novamente com o braço intacto com uma força descomunal e de surpresa. A mão do cavaleiro de prata foi totalmente destruída com o soco do guerreiro da resistência, e não se detia apenas na mão de Misty, mas sim ultrapassava chegando ao cavaleiro do santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Misty ao sentir a raiva tomar conta de si, já sabia que havia perdido. Seu inimigo tinha sobrepujado sua força, sua ideologia, sua fé apenas com a força de vontade e o punho. E enquanto sentia sua vida se esvaindo até o seu coração explodir na mão do inimigo, pensava que tudo estava errado, e que ele não estava certo e que tudo no Santuário estava errado. Desejava que apenas todos os erros fossem consertados, principalmente os que ele próprio cometeu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O corpo de Misty cai inerte, e Shiryu com o punho encharcado de sangue, antes mesmo que pudesse sentir a dor do braço esfacelado, sentia uma dor enorme em seu coração, apertando o peito numa dor aguda, que por mais que fosse poderoso, não poderia segurar ou deter. Apertando o lado esquerdo do peito, ele cospe sangue e vê seu mundo perder estabilidade e o chão e logo após as cores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na mansão Kido, o jovem lemuriano usava seu cosmo e todo seu dom de telecinése já há um bom tempo contra as chamas de Babel. Sabia que não poderia durar muito tempo naquele embate de forças, até mesmo porque a cara de Babel parecia obstinada e controlada. Ao contrário de Kiki, Babel sentia prazer naquela luta, para ele cada cosmo e gota de sangue naquela batalha era uma oferenda à deusa Athena no Santuário. O jovem usa todo o seu poder para devolver as chamas escarlates do seu oponente para o mesmo, que recebe além do impacto do próprio golpe o impulso da telecinése.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Kiki caía de joelhos e suando além de por causa do calor das chamas do oponente, também por causa do esforço que fez. Não tinha poder algum para derrotar um cavaleiro de prata como Babel, mal tinha o poder de um cavaleiro de bronze, e muito menos tinha uma armadura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto Babel se levantava com pouquíssimas escoriações, alguns meros chamuscados. Nada que ele não sofrera já em outras missões. Divertia-se, pois aquele moleque não era mais que um aprendiz longe de conseguir qualquer armadura. Ele mesmo queria que tudo se prolongasse até onde pudesse, pois em sua doentia mente, cada sofrimento e cosmo usado pelas suas “oferendas” era para a força de sua deusa, levanta-se caminhando em sua direção.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Levante-se! Sofra! Gaste mais poder contra mim, assim você deixará minha deusa feliz e mais poderosa. –Babel tinha um tom louco e devotado na voz, era assustador até mesmo para os mais fanáticos dos cavaleiros do Santuário, talvez por isso que ele fora mandado, pois ele talvez fosse o único que queimaria um orfanato sem crise de consciência e nem se vender ao lado dos “traidores”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Pode ser a SUA deusa, mas não é Athena. A deusa protetora da terra não prega a violência irracional, mas sim a convivência por meio da paz. Seu poder não vem do sofrimento, mas sim pelo seu amor a humanidade. –Kiki mesmo eusarido continuava com a língua afiada e dono de um raciocínio mais sarcástico e óbvio dentre a resistência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sabe que é hora então de você queimar junto com esse orfanato, fazendo uma grande chama para enaltecer a MINHA verdadeira deusa, e fique com a misericórdia fracassada de sua FALSA deusa. –Ele ria obstinadamente, como a prova de uma autenticidade para saber quem era a deusa verdadeira, e como comprovando com as chamas que carregava na mão prestes a incinerar as ideologias do seu oponente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas se deteve diante de uma gargalhada de felicidade e de cinismo em sua voz. Não era um riso de loucura e desespero, mas sim um riso de esperança. Isso perante a morte eminente era algo errado. Era algo que o irritava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Porque está rindo a beira da morte!? –Babel indagava ao jovem ruivo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Simplesmente por que minha luta não era para vencê-lo -Kiki, mesmo sem forças conseguia sentir de longe o cosmo que se aproximava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Babel também sentiu o cosmo de seu adversário, simplesmente não acreditava quem era, apenas com o deslumbre da sua silhueta e com o brilho do seu cosmo, sabia quem era. E com um simples piscar de olhos, via-se caminhando em uma fila de pessoas mortas, um caminho de almas e zumbis indo em direção a uma grande cratera. Quando Babel entendera onde estava, não importava mais, pois ele agora era a oferenda, e apenas seguia seu caminho como todos os outros...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A silueta negra que era oculta pela noite e que dera o fim a vida de fanatismo do cavaleiro de Centauro, volta-se para dentro da mansão adentrando-a. Kiki suspirava de felicidade e deixava-se cair e gargalhar um pouco pela sua sorte por tê-lo do seu lado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aldebaran era um homem enorme, um verdadeiro colosso dentre os cavaleiros do Santuário. Não apenas pelos seus 2,10 m de altura, mas também pelo seu cosmo e poder. Tinha feições extremamente duras, e quadradas. Tudo no cavaleiro guardião da segunda casa parecia ser tão resistente quando sua armadura, mas ele era só assim por fora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por dentro ele era, talvez, o melhor dos cavaleiros. Não tinha magoas, grandes traumas, desastre que distorcera sua mente, absolutamente nada, era por dentro um homem simples que pregava mais proteger e conservar do que destruir. Lembrava até mesmo Aioros antes de se revelar um traidor, o que não seria estranho, pois foi ele que o encontrou perdido no meio do Brasil, pais da América do Sul, era filho de outro cavaleiro que queria apenas paz.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez soubesse que tinha nascido para algo ainda mais nobre do que viver em harmonia com o mundo que o rodeava, foi escolhido pela constelação solar de touro e decidiu que mesmo contra a vontade do pai, iria lutar para proteger o mundo. Lembrava de quantas vidas havia mudado quando trajou aquela armadura, por quantas vezes não salvara o mundo de uma ameaça terrível.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Só odiou duas vezes ser cavaleiro. A primeira foi quando soou o alarme dizendo que Aioros, o cavaleiro de ouro de Sagitário, tentara matar Athena. Quando todos que estavam no Santuário foram ordenados a detê-lo, ele mesmo era uma criança que tinha uma armadura. Não mexera um dedo para deter Aioros, por saber que iria ser morto pelo legendário cavaleiro e por não poder levantar a mão contra ele, já que praticamente, foi ele que lhe deu sua armadura, que o achou e lhe ofereceu aquela chance.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao mesmo tempo que sua mente lembrava daquilo, uma lagrima caía dos olhos de Aldebaran, naquela praia com diversas marcas de batalhas de cavaleiros e aprendizes, que apesar de ser um campo de batalha era lindo em cada detalhe. Aquela era a ilha de Andrômeda, uma beleza que somente os mais fortes poderiam apreciar e que os fracos padeciam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Cavaleiro de Ouro estava rodeado por três cavaleiros de bronze e mais seis aprendizes de cavaleiro, todos muito jovens, e mesmo juntos não seriam capazes de derrotá-lo, mas mesmo assim tentavam fazer frentes com as suas armas, armados de correntes, chicotes e outras armas de corpo-a-corpo que tinham um razoável alcance de ataque, era efetivo para cavaleiros bem controlados, racionais e protetores, mas aquela não era a situação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao contrario do Santuário onde o cavaleiro de touro era conhecido pelo seu coração benevolente, sua aparência inspirava terror em June, Heda e Spika, os únicos com armaduras que além de outros seis companheiros estavam tremendo. A visão do gigante blindado de ouro era assustadora, pois seu corpo fazia juz ao cosmo que ele possuía, o que era inacreditável para eles, já que seus ensinamentos nunca disseram nada sobre pessoas de força absoluta como Aldebaran.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De braços cruzados, aparência amedrontadora e um coração chorando teria que afundar a ilha de Andrômeda...</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-43616824515024641962011-07-05T13:59:00.000-07:002011-07-05T13:59:28.194-07:00Alma Nova 09 - Iniciativa Prateada<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Os escombros da montanha voam como se atingidos por um explosivo, mas era apenas Moses, levantando pedras com seu golpe, Asterion somente tentava detectar um resquício dos cavaleiros mortos com seu poder telepático, aliado à técnica natural de detectar cosmo de qualquer cavaleiro e Marin apenas rezava para Athena que seu irmão não estivesse morto, ou mesmo que a própria Athena não estivesse morta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ei, Asterion! Achei um deles! - Até que finalmente, um dos corpos foi achado. O corpo da Amazona de Andrômeda sozinho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não parece ser uma posição de quem morrera em batalha, mas sim de quem morrera fugindo. – Asterion comentava olhando o corpo, e sentindo mesmo a cosmo energia da armadura, que também estava morta. – Acho que ela já devia estar bastante ferida. O que acha, Marin?!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A amazona estava estática, parada como muitas vezes naquele dia, era como se não encaixasse algo em sua cabeça. Asterion sente uma confusão nas nuances de suas emoções e ela parece finalmente acordar de seus pensamentos, e confirma que esse era um dos traidores, uma amazona de bronze vinda da ilha de Andrômeda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Se ela estava fugindo, significa que estava vindo dali, o centro de batalha que devia ter sido destruído. –Marin apontava para a direção oposta onde o corpo fora encontrado e já caminhava nesta direção.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Moses a seguia até que de repente foi detido por Asterion.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não acha que pra uma investigadora introspectiva indagadora, ela não está solícita demais?! –Asterion não precisava e nem dependia demais de suas habilidades mentais para interpretar as nuances de humor humanas. Ao contrário de muitos outros telepatas que se consideram acima dos humanos, querendo se livrar de sua humanidade, ele era apegado demais a sua. Por ser humano, ele entendia as mudanças humanas, principalmente aqueles com uma força de vontade que impedia a aproximação de sua mente. Isso explicaria sua vinda especificamente para essa missão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você é o telepata, mas se você estiver pensando o que eu estou, ela é minha. –Moses era um companheiro de longa data do cavaleiro de cães de caça. Não era um gênio e nem um prodígio, mas não era um acéfalo que pensava apenas com os músculos, tinha inteligência bélica. Cada cicatriz que possuía no corpo era uma lembrança de como ele escapou da morte diversas vezes. Ele quando conhecia alguém, já estudava seus atos e fazia um combate mental entre os dois, como um mero exercício mental. Tanto que fizera isso também com Asterion em cada missão junta. Não que ele fosse um inimigo, mas por via das dúvidas...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Como sempre. –dizia Asterion.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos caminhavam na direção onde à amazona de prata havia se dirigido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Misty era um homem belo, possuía a pele alva e sem uma cicatriz, sua pele chegava a se destacar na noite, como se ele fosse iluminado. O cavaleiro de prata passara mal por dividir o transporte com Moses, que contava com orgulho cada história de cada cicatriz. Para o cavaleiro, não havia beleza e nem mesmo lucidez em criar ferimentos, derramar sangue no solo e contar isso com orgulho. Isso na verdade era uma fraqueza, a sua incapacidade de deter ou escapar do ferimento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na concepção do cavaleiro de prata sair vitorioso de uma batalha era o sinal que você era o melhor, mas sair ileso era o sinal que você era abençoado, iluminado, o escolhido. Sair sangrando era o sinal que o seu inimigo maculava seu corpo, sua ideologia, sua existência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ainda bem que seria simples, apenas recuperar uma armadura perdida em uma floricultura, o que era irônico, afinal, ele era dito como afeminado pelos cavaleiros que teciam comentários sobre a vida alheia em vez de aprimorar seus corpos. E era uma missão fácil, na pior das hipóteses era enfrentar um rebelde de bronze ou matar um civil, porém se tratando de um artefato daquela magnitude vidas podiam ser perdidas, e era tolerável. Não agradável, mas sim, tolerável.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era noite e todos estavam em suas casas. Ao que parece houve um acidente da natureza ou uma aparição de um cavaleiro, se bem que ambos eram iguais, apenas que o segundo acontecimento geralmente era camuflado como o primeiro. Os cavaleiros eram forças da natureza invisíveis que simplesmente aconteciam. Só que ao contrário da natureza eles obedeciam à justiça. Ou aqueles que se diziam a mesma...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Depois de se perder por diversas horas e apenas seguindo um mapa, havia encontrado. E o lugar era lindo. Não era grande, não era ostentosa, não era opulenta. Era simples, deixando apenas as flores não só como decoração, mas algo vivo, como se elas realmente morassem na loja de dois andares. Era um verdadeiro tributo a deusa Perséfone.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Passa da meia-noite, e Misty se aproximava da porta que tinha uma enorme janela. E já não gostara, sentia um resquício de cosmo em suave. Pensara no começo que era a influência da armadura, a ressonância de seu cosmo, mas não era. Não era constante e nem natural, tinha oscilações bem forçadas. Era óbvio que aquele era um cavaleiro, e bem treinado para esse nível. E a porta estava aberta, na verdade estava arrombada, a maçaneta estava deslocada violentamente e de maneira precisa ao mesmo tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele abria a porta e seu olfato era invadido por diversos cheiros florais, que não eram desagradáveis, mas o deixava entorpecido por diversas sensações sutis. Ao fundo aparecia a silhueta de um homem. Forçando a visão via mais um japonês, com cabelos enormes lisos e negros que se confundiam com a escuridão do local, porém com trajes típicos de outro lugar que o cavaleiro de Lagarto não reconhecia no momento, e possuía bandagens nos olhos, provavelmente era cego.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpe senhor, a loja está fechada no momento. –dizia o cego, esbarrando na mesa desastradamente, deixando cair um vaso com Crisântemos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpe senhor, mas vim buscar uma encomenda. –Misty sabia que ele não era um dos Harusuki, até porque lera e relera o relatório da missão e a única Harusuki viva era uma tal de Hana. E era uma jovem, e não um jovem cego, mas queria ver até onde aquele teatro fajuto iria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acho que não tem nada para o senhor aqui, melhor o senhor ir embora. –O jovem cego dizia com uma voz poderosa, séria e sóbria. E se acostumando com a iluminação, Misty via que o corpo do cego era calejado de treinamento, era no mínimo um cavaleiro de bronze ou um agente do Santuário muito poderoso, mas nada que um cavaleiro de prata pudesse dar conta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No orfanato Filhos das Estrelas, Shun olhava pela janela de escritório. Depois de acompanhar pela televisão todo o desmoronamento do topo do monte Fuji, só havia agora debates sobre isso em todos os canais, muitos culpavam o aquecimento global por causa do degelo que provocou a avalanche, outros culpavam o choque das placas tectônicas que sempre aconteciam e os mais conspiradores achavam que era um ataque terrorista da guerra do ocidente com o oriente médio. Mas não, tantos estragos eram causados por uma deusa pagã ressuscitada, que era uma de suas melhores amigas, e de seus servos místicos que protegem esse mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era muita insanidade todos esses acontecimentos aparecendo todos de uma vez, e o pior era que ele não poderia dizer nada, afinal quem iria acreditar. Provavelmente falariam que estaria louco, e tirá-lo-iam da administração do orfanato. Deixando provavelmente o lugar uma mansão abandonada no nome do único dos bastardos Kido que o velho assumira, o qual era um aventureiro e sumiu pelo mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pensava que no mínimo poderia contar essas histórias para as crianças, ou mesmo não. A mente de Shun continuava a vagar, pensando. E se um dia todos soubessem dessa verdade? Que na verdade o Islamismo, Cristianismo e diversas religiões estavam erradas, e que a verdadeira era uma religião morta há muito tempo? Que todos lutaram, morreram e viveram, por uma ideologia falsa? E imaginar que jovens de mesma idade que a sua tem um poder destrutivo de exércitos e que cada nação guerrearia para dizer que “Athena” estaria do seu lado, criando seus próprios “cavaleiros”. Imaginava o Papa e Hana, discutindo sobre filosofia e quem estava certo. Ou mesmo pior, numa época de terrorismo e guerras acusar Hana de ser uma “inimiga publica”, com seu pequeno exército capaz de devastar cidades.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era bizarro demais, por mais que escondessem, provavelmente isso não iria durar para sempre. Por mais que ocultassem os fatos, culpando outros, não iria durar pra sempre. Era difícil pensar nisso, toda essa informação que aquele garoto ruivo lhe passou foi demais. E ao que parece, dessa vez ele presenciaria essa luta, e o garoto que deveria ter seus treze anos estava no portão do orfanato, esperando a pessoa que viria os matar. E tudo que o jovem diretor poderia fazer era observar. Todos estavam em uma excursão, inclusive Minu que foi como responsável. Ele também poderia ter ido, mas algo o pediu para ficar e ver. E ainda havia uma chance da casa ser destruída, e aquele era seu lar, se fosse destruído, ele morreria junto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por fim, esperava que os quatro cavaleiros e sua amiga Hana estivessem vivos e que se recuperassem, seja qual fosse o mal sofrido por eles.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jovem ruivo tinha um corpo calejado, mas olhos curiosos e imperativos, que fitavam a rua em frente ao orfanato e possuía dois pontos bem formados na testa de um lilás muito claro. Estava lá após ter comido muito no orfanato e ter discursado sobre dez por cento do que eram os cavaleiros do zodíaco e a situação atual para o diretor, afinal, ele o tratara bem e o alimentara. Era razão suficiente para ele ter aberto sua mente, afinal por ajudar seu mestre, agora ele estava correndo perigo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Honra e o certo a se fazer, preceitos básicos (ou pelo menos deveriam ser) aos cavaleiros de Athena; mas nem tudo eram as histórias e lendas que eram passadas de geração em geração. Os cavaleiros eram simplesmente humanos, com suas aflições, vícios e loucuras. Por mais que todos fossem santos, ou dito como santos, até santos eram humanos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E o ar que era frio e úmido começava a se tornar quente e seco, era sufocante mesmo para aqueles que não tinham a mínima noção do que era Athena, e para o jovem de cabelos rubros e revoltos era clara a fonte dessa “massa de ar”, que não era um fenômeno da natureza, mas sim um cavaleiro. E não um sem-armadura ou mesmo um dos fracos. Ao que parecia, o Mestre do Santuário estava disposto a eliminar toda e qualquer resistência, mesmo que isso fosse matar bebês e criança.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E eis que ele aparecia...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Uma pessoa enorme e treinada na arte de combate dos cavaleiros era possível se notar só pelo olhar daquela pessoa. Era com certeza um cavaleiro, e do tipo fanático, que segue ordens sem pensar, apenas exaltando o orgulho por sua fé. Era um homem medonho, pois o fanatismo saltava aos olhos. Passos decididos, olhando com desprezo para o orfanato. Este com certeza iria queimar se o jovem não detesse aquele fanático.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Babel foi criado sempre dentro do Santuário. Foi filho de servos de cavaleiros de ouro, sempre se orgulhando por servir, mesmo que indiretamente a Athena. Sabia a história completa de cada geração de cavaleiro, desde as três ultimas guerras santas. Olhava cada estrela torcendo para que um dia fosse escolhido por Athena para defender seus preceitos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Havia completado o treinamento que todos os guerreiros e soldados fazem; e mesmo após a morte dos pais continuava tentando. Até que foi sagrado cavaleiro de prata de centauro. Foi a maior emoção, sagrado pelo próprio Grande Mestre Ares, o qual ele mesmo deve a vida e jurou seguir sua palavra como lei, não importando o que fosse, mesmo se houvesse que tirar sua própria vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E ele estava lá, estando prestes a incinerar um orfanato cheio de crianças, e não tinha a mínima crise de consciência. Afinal, tudo fazia parte de um plano maior que Athena e as estrelas traçaram. Todos eram traçados por algumas estrelas, aquelas crianças apenas nasceram para serem incineradas, meramente, era assim que sua mente funcionava, incinerando sua consciência, humanidade e mesmo suas culpas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Andando calmamente, encontrara o seu alvo, uma mansão enorme feita de madeira, concreto e tijolos, na mente de Babel, uma verdadeira oferenda as suas chamas e à Athena. Reconstruir um novo mundo a partir das cinzas do velho. Até que encontrara um garoto sentado em frente à porta, com cabelos ruivos revoltos e olhos extremamente curiosos. A primeira oferenda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já na Grécia, no mítico lugar onde os cavaleiros do zodíaco tem como base de operações, o lendário Santuário de Athena, mas precisamente no Salão do Grande Mestre. O coração do Santuário, onde as acomodações de Athena se localizam também, um lugar onde poucos possuem acesso, apenas conselheiros, soldados de honra, auxiliares e os cavaleiros de ouro, e todos com sua devida permissão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estavam a sua Santidade, Mestre Ares ao lado direito da divindade que se dizia Athena. E a frente deles, dois seres que não podiam se chamar simplesmente de pessoas, dois protetores das casas zodiacais, dois cavaleiros de ouro ajoelhados perante o sumo-sacerdote e a sua deusa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O primeiro a chegar foi Aldebaran, o cavaleiro protetor da segunda casa do zodíaco. Um homem enorme em todos os sentidos, claro que havia cavaleiros maiores, mas não mais poderosos. Um homem de feições duras e quando sem obrigações, um homem de um riso extremamente fácil e com uma extrema preocupação com as pessoas a sua volta. Um cavaleiro de caráter e coração perfeito para ser um dos supremos protetores de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E seu companheiro que estava ajoelhado ao seu lado, não era nada mais nem nada menos que Kamus, o cavaleiro protetor da casa de Aquário, conhecido fora da redoma que os cavaleiros de ouro se mantinham hierarquicamente como “Mago do Gelo”, devido as suas habilidades de manipulação de gelo superior a de qualquer Guerreiro do Ártico, e até mesmo por todo ar de sobriedade e nobreza que o francês carrega como personalidade. O mais racional das doze casas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos ajoelhados humildemente, perante aos representantes máximos da justiça a sua frente. Sendo apenas agentes da vontade de Athena na terra e o Grande Mestre Ares.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sem bem vindos e abençoados cavaleiros de Touro e Aquário, infelizmente não os chamei aqui para um momento de cortesia, mas sim para anunciar somente a vocês que estamos em uma guerra aberta agora. –Ares era preciso em cada palavra, pois em uma época com a que ele vivia, bastava apenas uma palavra errada para que a semente da dúvida germinasse na certeza do teatro do qual ele fazia. –Os traidores espreitam por todos os lados, que talvez nos leve a uma anarquia a nossa confrataria ou mesmo a matar nossa deusa. E vocês, Kamus e Aldebaran, são grandes opostos entre si, mas com algo equivalente, a justiça em suas almas. É com pesar que eu tenho que mandá-los como executores para alguns traidores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O brasileiro e o francês se enaltecem com as palavras do grande mestre e estremecem com a noticia de serem executores, eles já souberam que o próprio Shaka, foi enviado para o Japão para eliminar cavaleiros negros e dizem ainda que ele afundou a Ilha da Rainha da Morte durante sua trajetória, causando ondas gigantescas, que provocaram em curto prazo a destruição de alguns vilarejos litorâneos, fome, doenças, dentre outros. Shaka estava tão ligado a sua proximidade com os deuses que se esquecia da sua proximidade com os humanos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Até mesmo enviaria Shaka novamente, mas lhe falta o senso que vivas não são apenas carmas que as pessoas estão destinadas a continuar sua jornada, mas sim alguém que devote sua vida a proteger as pessoas no plano material, claro que nossa função é lutar contra qualquer tipo de ameaça, mas ainda servimos aos humanos que não tem poderes para se defender. –A força e sinceridade das palavras de Ares tanto o assustou, quanto assustou Eris, não parecia Ares, a voz e a ideologia de Saga, as palavras foram tão fortes que até mesmo aos cavaleiros ajoelhados foi tocante, e nem mesmo pelas palavras em si, mas sim pela força e obviedade da voz. –Então, necessitamos que vocês eliminem essas potenciais ameaças, para até mesmo evitar uma guerra interna desnecessária de irmão de armas, e defensores de Athena morrendo por causas inúteis.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E para os cavaleiros isso era verdade, não suportavam guerras, para Aldebaran a própria palavra guerra era insuportável. Com a guerra vinha o caos, o medo, o terror, a angustia, dentre outros males humanos que afloram o pior do ser humano. E Kamus achava que isso era à volta dos primórdios do barbarismo, que toda evolução humana era jogada por terra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Agora meus amados cavaleiros peguem suas missões santas e vão em meu nome purificar esses maculadores de armaduras. Levem o significado de justiça a eles, levem o significado de Athena aos seus corações profanados. –Eris motivava com as palavras certas, com a tonalidade certa, com a delicadeza certa ao coração dos guerreiros áureos. A jovem deusa da discórdia tinha esse poder de convencer, de fazer guerras apenas por amor, um amor falso, ou mesmo palavras saborosas feitas de puro veneno. Um veneno que corrompia a alma de maneira lenta e eficaz. O exemplo disso foi Gêmeos ter se tornado Grande Mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os cavaleiros assentiram e respeitosamente saíram sem falar entre si, deixando novamente a deusa e o sumo-sacerdote sozinhos, acatando as suas ordens. Ambos sabiam que havia algo errado, ambos de maneira diferente, mas ainda sim sentiam que algo não se encaixava. Kamus sabia que não havia um manifesto muito claro para os traidores se rebelarem, há não ser que soubessem algo que o traidor Aioros iria fazer com a morte de Athena. Já Aldebaran só sentia que algo não se encaixava, afinal, todos os cavaleiros eram escolhidos por suas armaduras e constelações a servir à Athena. Era difícil entrar a idéia de “cavaleiros traidores”, mesmo a idéia de Aioros ter tentado matar Athena lhe soava absurda, mas naquela caça às bruxas, o melhor que fazia era ficar calado, não queria ter o mesmo fim de Aioros, matando ou morrendo por quem foi já seu amigo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos cavaleiros guardavam o que achavam errado para si mesmo, dentro de seus corações e trancados em suas mentes. E fechavam a enorme entrada que dava ao salão da divindade da Justiça.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Podem sair agora. -Eris, com a mesma voz doce que sibilara para Aldebaran e Kamus ordenava de maneira sutil agora para as duas figuras que se ocultavam naquele lugar. O primeiro tinha um sério ar de despreocupação, recostado em uma pilastra de maneira desrespeitosa, como se não tivesse apego por nada, por religião, conduta ética, nada. Esse era Máscara da Morte, o sinistro guardião da casa de câncer. E do lado oposto, contrastando com a figura fúnebre, estava Afrodite, em sua beleza andrógena e ar de nobreza que parecia rivalizar com a essência divina de “Athena”. Era no mínimo hipnotizante.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim como os dois cavaleiros que acabavam de sair, eles se encontravam em um antagonismo amistoso, quase com uma guerra prestes a acontecer, mas que nunca acontecia. Era quase assustador que entre as doze casas, pessoas tão poderosas e tão divergentes vivessem sobre ordens de uma jovem e um velho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E então, o que quer conosco, ò vossa Santidade. –dizia Máscara da Morte com seus olhos que pareciam adagas prestes a perfurar o flanco de quem o olhasse diretamente, enquanto Afrodite era indiferente sobre qualquer assunto, como se não valesse a pena discutir com quem quer que fosse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpem-me por convocá-los nas sombras de Kamus e Aldebaran. –dizia Eris descendo alguns degraus do qual seu trono era distante do chão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sim, sabemos como somos desprezíveis, mal-falados e bastardos inglórios que não devem ser misturados com os de coração puro-. Os comentários do canceriano faziam, até mesmo que involuntariamente, Afrodite rir. Seu sarcasmo agressivo era uma verdadeira afronta a quem fosse sua vítima. Numa época daquela, ele seria condenado por traição facilmente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Muito pelo contrário, eles que não podem ser misturados a vocês. –Eris novamente destilava seus elogios e enaltecimentos que ludibriavam aqueles que não possuíam uma força de vontade pétrea e firme. –Vocês realmente são puros, vocês se assumem do jeito que são, não importando quem os olhem. Vocês são simplesmente vocês e eu admiro isso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Afrodite já estava enredado pelas palavras de Eris, mas Máscara da Morte não se importava com as palavras doces que aquela ninfeta poderia dizer. Não iria rastejar aos pés dela como todos os outros faziam, ainda possuía um pouco de dignidade e orgulho, mesmo que decadentes, mas como ele decidira há muito tempo que nunca mais iria fazer o que achava que deveria e sim simplesmente acatar ordens, ele era apenas um instrumento da “justiça”, e não um filósofo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Apenas fale, vossa divindade. –Máscara da Morte tinha um engasgo cada fez que fazia reverência ao casal. –Não tenho a mínima disposição de apenas ser adulado. Se fosse, eu seria mais popular ou benevolente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eris tentava ler o coração de Máscara da Morte, mas não era possível, era tenebroso demais, um labirinto de sentimentos acumulativos e negativos, como desprezo, rancor, ódio, amargura, dentre outros. Um turbilhão de coisas que escondiam uma verdade ainda pior que aqueles sentimentos. Assim como Afrodite, que tratava tudo superficialmente, mas escondia algo que assombrava sua alma, o sueco era como uma arca de ouro cravada de pedras preciosas que apenas servia para lacrar um demônio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos achavam que o demônio que carregaram era pior que os demônios que viviam assolando a Terra, tornando-lhes seres maquiavélicos, que cumpriam ordens. Pois sabiam que o mundo não era uma lenda bonita que os mais velhos contavam aos mais novos. Que a diferença do bem e do mal era menor que um fio de cabelo, prestes a se romper. E que tudo era relativo, bondade ou maldade, justiça e injustiça, caos e ordem. Era óbvio para os dois apenas manter suas convicções e seguir em frente, ocultando e enterrando suas origens.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E Ares apenas observava o fracasso que era manipular o italiano com a alcunha fúnebre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E qual seria o porquê de toda essa hostilidade comigo? –Eris desejava saber o motivo da sua resistência, o porquê de suas palavras não o seduzirem e nem o conduzirem da maneira que sempre conduzia. Ele não tinha uma fraqueza aparente, a sua estava enterrada. Literalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você pode lamber a pélvis do meu ego, mas nada disso não vai tornar meu trabalho agradável. Você é a justiça que eu sigo até encontrar uma melhor. –Máscara da Morte pegava os dois despachos da mão de “Athena”, um ele lançava para Afrodite e se dirigia para outro enquanto ia embora deixando o salão do Grande Mestre abrindo o despacho oficial. Ares por sua vez, já se manifestava para repreendê-lo, mas Eiri o impediu dizendo que ele era “espirituoso”, e Afrodite se desculpava pelo desrespeito perante a deusa pedindo para punir o cavaleiro de Câncer, o que foi dito não ser necessário pela jovem diva. Máscara da Morte então volta com passos decididos, e joga o despacho dentro do salão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Orfeu já está morto. Eu mesmo o matei. –dizia o italiano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você matou Orfeu? – Ares não acreditava, pois Orfeu era um cavaleiro de prata com o oitavo sentido desperto, era praticamente impossível derrotar um cavaleiro de ouro sem estar com ferimentos, a batalha entre os dois deveria ser catastrófica.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sempre subestimam minhas habilidades. Poderia dar conta de você, Grande Mestre, mas isso não vem ao caso. –diz o cavaleiro de Câncer com arrogância.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora seu... –Ares estava revoltado, ele mesmo poderia matar o cavaleiro de prata, e se o podia fazer sem ter danos mais sérios, Orfeu sobreviveria de alguma maneira por pelo menos um golpe, o que revelaria sua identidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não se preocupe, Ares. Ele é bastante espirituoso. –Ares tentava se recompor mentalmente, pois esse pico de instabilidade era a brecha que Saga usava para aparecer, mas tinha alguma coisa na voz de Eris que parecia mais uma de suas manipulações... –Acho então que proporei uma tarefa ao seu nível. Matar o mestre Ancião.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ar parece parar, os estômagos gelam, o corpo estremece só nas duas palavras que faziam referência àquela pessoa. A verdadeira lenda, um dos poucos mitos vivos entre os cavaleiros atuais. Contam-se lendas de até cem anos atrás, e outras histórias não confirmadas que datam mais de duzentos anos. E todas apontam, mesmo que vagamente, que o Mestre Ancião é o cavaleiro de Libra, a armadura perdida durante anos, desde a última guerra contra Hades, acontecida há 243 anos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Claro que poderiam ser apenas boatos, poderiam ser especulações e meramente histórias, mas era isso que essencialmente eram os cavaleiros de Athena. Todos eles eram uma lenda, e o Mestre Ancião talvez fosse a maior delas, tirando a vinda de Athena na terra, mas não ficava muito longe.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Esta bem, finalmente vou poder brincar! –Máscara da morte não tremeu, nem muito menos gaguejou. Em alguma parte ele saberia que poderia de alguma maneira insana se redimir e sai sem ao menos fazer reverência aos seus superiores. Afrodite pede desculpas pelos atos do cavaleiro de câncer, e se retira.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ares e Eris observavam aqueles dois cavaleiros se retirando, dos quatro que passaram ali naquele momento, eles eram aqueles que serviam ao senso de justiça de outros porque não acreditavam no seu próprio senso de justiça, com segredos que atormentavam suas almas, talvez das dozes casas, aqueles fossem os únicos que o seguiriam sem mentiras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há 19 anos atrás...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Salão do Grande Mestre estava cheio, com os poucos cavaleiros que havia aquela época, na época em que o Grande Mestre regente do Santuário era Shion. Todos ali eram algum tipo de guerreiro de Athena, ou no mínimo ligado a eles, mas isso ainda era raro em eventos desse tipo, ter os dois únicos cavaleiros de ouro que existiam no momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um deles era Aioros, o cavaleiro da casa de Sagitário, um jovem de cabelos castanhos bem cortados porem sempre revoltos. Sua armadura era uma das mais impressionantes do Santuário, a única com asas douradas. Sempre com um sorriso no rosto e uma face amigável, apesar da pouca idade que exalava, tinha passado também por muitas coisas, coisas que amadurecem pessoas mais cedo. Seu dever era atuar como agente externo do Santuário, mandado para missões que somente um cavaleiro de ouro poderia sobreviver, e procurar potenciais cavaleiros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E o outro era Saga, o cavaleiro de ouro da casa de Gêmeos, um jovem com longos cabelos azuis portando a armadura de Gêmeos que lhe dava um porte impressionante de realeza. O geminiano tinha um olhar gentil, mas sempre uma face muito séria. Sua missão era defender o santuário de qualquer ameaça, ele era a defesa absoluta de todo o santuário, já que era o único cavaleiro de ouro fixo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Saga e Aioros eram amigos apesar de tudo, e nenhum deles tinha remorso de seus deveres. Aioros adorava explorar o mundo, adorava as pessoas e se sentia sufocado preso em sua casa zodiacal, em seu próprio pensamento, acreditava que para proteger a humanidade tinha que conhecê-la e amá-la de verdade. Já Saga amava o Santuário, pois aquele era seu mundo, seu lar; seu único remorso foi ter dado a pena de morte para seu irmão gêmeo, Kanon, que tramara um plano que nem ele mesmo queria lembrar, mas que sempre ecoava em sua cabeça. A desculpa que ele dera para o sumiço do irmão era uma doença que o matou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tanto que eles especulavam sobre como seria sua vida quando se tornassem mais velhos. Aioros desistiria de ser cavaleiro apenas para ser pai de seus filhos e marido de sua mulher, que já estava grávida de seu primeiro filho. Aioros adorava crianças, inclusive seu irmão mais novo que tinha um potencial incrível para ser um cavaleiro de prata e quem sabe um de ouro. E Saga seria o novo Grande Mestre, pois o velho Shion já avisara que a senilidade estava chegando e que sua vida estava chegando ao fim, afinal ele possuía uma idade quase que incalculável para eles.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Havia também quatro cavaleiros de prata, veteranos de batalhas que apareciam esporadicamente, os quais eram Maya de Sagitta, Ian de Escudo, Kraysto do Cruzeiro do Sul e Jagga de Orion, o último era considerado um dos cavaleiros mais fortes para a sua casta, era possível que despertasse o sétimo sentido. Os quatro foram promovidos à guarda pessoal de uma única mulher.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aquele festejo para os cavaleiros era para comemorar a vinda de Athena para a Terra. E no trono que era posse de Athena estava uma mulher vestida como uma sacerdotisa, e grávida de seus sete meses. Estava feliz por trazer a reencarnação de Athena à Terra, mas achava mais que aquela comemoração era para ela do que para a criança. Estava feliz também por outro motivo, mas não ousava pensar próximo ao Grande Mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Atenção. –Dizia Shion com sua voz poderosa e única, apesar da avançada idade. –Estamos aqui para festejar a aproximação da vida de Athena para a terra e por ela vir de uma de nossas sacerdotisas. – Todos os cavaleiros levantavam a taça de vinho. –E venho aproveitar também para proclamar quem será o meu sucessor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Saga estava esperançoso, seu trabalho seria reconhecido por ter a fama local de “homem santo” e Aioros ficava feliz antecipadamente pela conquista do amigo. E todos os outros olhavam para o Grande Mestre, inclusive os oficiantes que serviam os comes e bebes, e mesmo os soldados que faziam a segurança do local.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Aioros se tornará o novo Grande Mestre quando eu partir para o lado de meus companheiros de batalha. –dizia Shion, levantando a taça. E todos levantaram suas taças, exceto Alana que não possuía taça e os dois cavaleiros de ouro que estavam perplexos...</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-41754501734812668292011-07-05T13:49:00.000-07:002011-07-05T13:49:26.190-07:00Alma Nova 08 - Inquisição! Caça e Morte aos Traidores<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">-A divindade está presente! –Era a apresentação de Shaka para qualquer leigo ou não, sua aura divina e seu cosmo partilhado com algumas entidades da cosmologia Hindu, o tornava o cavaleiro mais próximo dos deuses. Além do fato que ele mesmo recebera seu treinamento de seu avatar supremo: Buda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já Esmeralda apenas estava surpresa com o cosmo daquela entidade que aparecia em sua frente. Sabia que era pra ter medo daquele ser que acabará de chegar, sabia que devia correr, mas seu ódio por Jango lhe permitia ficar, lhe permitia não ter medo. Se ela soubesse de quem se tratava, talvez tivesse medo, ela mesma só sabia a existência de cavaleiros de Athena e os cavaleiros negros, nada mais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quem tinha uma reação diferente era Jango, não sabia quem era Shaka, mas acreditava que ele de fato era um deus, pois estava portando uma armadura dourada de algum dos doze signos solares. Era amedrontador, seu medo de padecer nas mãos de Fênix voltava, mas dessa vez para um cavaleiro de ouro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então, você é o cavaleiro negro fugido da ilha da rainha da morte. –Olhava para os olhos de Jango, enxergando sua própria alma, porem não queria permanecer naquela mente deturpada por sadismo e violência por muito tempo. E ao olhar no fundo dos olhos de Esmeralda via apenas um passaro totalmente de fogo, queimando Jango, e que por trás das chamas havia uma menina chorando. Via que ambos eram da Ilha da rainha da Morte, o lugar onde os cavaleiros negros deveriam estar. –Vocês todos são resquícios da ilha da Rainha da Morte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jango lembra-se de Gigars, será que este havia mandado um cavaleiro de ouro para eliminar Fênix?! Não acreditava que praticamente era um cavaleiro das fileiras do Santuário e lutaria ao lado de um cavaleiro de ouro. Era o máximo de glórias que ele poderia ter.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Hora de purificar suas profanas existências vãs nessa terra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora corria o máximo que podia com Hana nos braços, em uma velocidade alucinante, ganhando grande distância da área de combate. Já Hana gritava com a amazona e se debatia, pois queria voltar para ajudar Esmeralda, batia contra a armadura de Andrômeda com toda força que tinha, mas que para um cavaleiro de Athena, não era nada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Me solta, eu tenho que ajudar a Esmeralda!!! –As mãos de Hana já estavam com hematomas, mas mesmo assim ela tentava fazer com que Pandora a largasse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não posso, se você ficasse lá iria morrer. Aqueles dois são monstros, tenho que salvá-la. Você é a esperança do mundo. –Pandora usava as palavras de motivação que Albior usava para seus aprendizes, mas não saía convincente de sua boca, parecia mais que Pandora falava para si mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eu fui covarde, nem tentei ajudar, apenas chorava com medo, sendo protegida. –Hana começava a chorar, recostando o rosto no peitoral da armadura de Andrômeda. –Vocês estão morrendo por uma causa, e se eu não for essa Athena?!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora sabia dessa possibilidade, mas ao mesmo tempo era tão certo que ela era Athena! De alguma forma... Era impossível ela não ser Athena, não pelos fatos, não pelas provas, ela apenas era Athena. E no final, ela também a entendia, também se sentia uma covarde, mas ia cumprir as ordens de Fênix por esta ter confiado nela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você não a ouviu? Temos que nos salvar, ela decidiu assim. Pior do que sair fugindo de lá, é não respeitar sua vontade. –As palavras de Pandora faziam Hana chorar ainda mais, pois sabia que no fundo era verdade, ela sentia que Esmeralda iria morrer, mas por mais estranho que fosse sentia que a veria novamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que ambas viam do local da batalha uma explosão de luzes, e apenas Pandora sentia aquele cosmo que inundava tudo, era assustador mesmo cheio de paz. Sabia que deveria correr para o mais longe daquele local. Nunca era bom sinal seres com cosmos enormes aparecendo do nada. Voltava a correr como se não houvesse amanhã...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-M-mas c-como? – Jango estava amedrontado, não esperava por aquilo. Apesar que sua mente achava aquilo natural mas não esperava aquilo. Usar os cavaleiros negros para eliminar a garota e falar que a culpa era toda deles, mandando um cavaleiro de ouro qualquer para eliminar as provas. Era um fato.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não me interessa quem você é, eu vou acabar com Jango e somente eu o farei. Nada mais! –Esmeralda berrava, ela queria vencer mesmo não podendo naquele momento e naquelas condições, mas queria fazê-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Tola! Eu vim aniquilar todos, não só vocês como os três cavaleiros de bronze no desfiladeiro abaixo e a pessoa que está correndo! – Shaka, sentia o cosmo de todos, menos de Hana que não tinha um cosmo humano treinado, e Shaka achava irrelevante eliminar as pessoas comuns. –Eu vim eliminar todos vocês, já que os cavaleiros negros já foram mortos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda lança mais uma Ave Fênix destruidora para cima do cavaleiro de ouro, mas nada acontece, parecia que havia uma barreira circular invisível de puro cosmo. Era como se nada fosse puro o suficiente para tocá-lo, nem mesmo as chamas da amazona.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vou eliminar a todos, e a esse lugar maculado por vocês. Khan!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A explosão de luz foi assustadora, nada poderia se comparar àquilo, derrubando todo o pico do monte Fuji. A mídia local via a explosão de luz e de gelo, causando enormes deslizamentos. Todos chocados, estarrecidos, e amedrontados. A explosão coincidia com o sol se afastando no horizonte, mas ainda parecia dia, graças ao clarão do cosmo de Shaka.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shaka, após liberar seu Khan, tenta sentir o cosmo de todos em volta. Todos eliminados, todos purificados por sua luz divina, mas algo estava errado. Algo que não se encaixava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda acordara, e estava em movimento. Não entendia, tinha apenas visto aquele cavaleiro emanar um cosmo absurdamente poderoso, lembrava-se de Jango gritando por sua vida, mais nada além disso. Agora estava sendo carregada, estava lúcida, mas o cenário parecia ser colocado um em cima do outro, como se o anterior nunca tivesse existido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Antes que passasse mal, decidira desconcentrar do cenário para a pessoa que lhe carregava, e apenas via suas costas e seu cabelo lilás liso e farto. Suas vestes também não era nenhuma armadura e nem mesmo um traje de treinamento, mas sim uma roupa fina e regional de alguma cultura. Notara também que seu cheiro era delicado. Ela não queria ser carregada, pois isso era o que a antiga Esmeralda aceitaria. Mas ela não tinha forças nem mesmo para protestar. Tinha que recuperar as suas forças, tinha que matar Jango, tinha que proteger Hana. Ela sabia que era melhor continuar inconsciente para restaurar um pouco de suas forças.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O homem que carregava esmeralda era jovem e apesar de se mover por intermédio do teleporte, as vezes que reaparecia corria ainda mais, mais que Esmeralda e Isaak poderiam realizar. E sempre olhando para trás com um semblante preocupado, mas ao mesmo tempo sereno. Por mais que ele fosse normal, sua marca de nascença se sobressaia, dois pontos roxos em sua testa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Intimamente, ele rezava para que tudo corresse bem, tinha conseguido pelo menos salvar a amazona de Fênix. Era só deixá-la em algum lugar seguro, pois sabia que seus discípulos conseguiriam dar conta dos outros. Pelo menos ele esperava, mas tinha que acreditar. Não poderia fazer tudo sozinho...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que em um de seus saltos dimensionais, foi bloqueado por um cosmo enorme, um cosmo que ele reconhecia, o qual estava fugindo. Apenas para segundos depois ter sua confirmação visual do seu temor. Shaka estava a sua frente, aparecendo com teleporte, assim como ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O encontro dos dois se dá por um minuto de silêncio, ambos não tomam uma palavra se quer. A batalha que é travada naquele momento não é física, e sim paranormal. Ambos tentam invadir a mente do outro procurando por uma brecha, mas ambos são experientes demais para isso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não faço a mínima idéia de quem você seja, mas sei que já senti esse cosmo em algum lugar em algum momento da minha vida. –Shaka não usava de sua visão para reconhecer as pessoas, não que fosse cego, mas apenas mantinha os olhos fechados por algum voto. –Quem é você? E por que está tentando salvar essa traidora?!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jovem de cabelos púrpura agradece intimamente por Shaka não o reconhecer e por não conseguir ler sua mente, mas tinha que de algum jeito manter a amazona de Fênix viva. Não podia deixar uma vítima ser punida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sou um agente do Santuário, estou aqui para evitar que você cometa um erro, cavaleiro de Virgem. –Mu não falava com dureza ou mesmo arrogância, muito pelo contrário, ele dizia serenamente como se fosse a mais óbvia das verdades. –Essa garota não é um cavaleiro negro, ela é uma vítima deles.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Minha missão é destruir tudo que estava ligado a Rainha da Morte, a ilha não existe mais. O último resquício dela é essa garota. Não me importa se ela sofreu, se é vítima ou não. É o destino dela morrer. São ordens de Athena. –Shaka estava determinado, eram ordens da deusa protetora da terra, não deixaria de acatá-las. Pois mesmo ele reencarnara como um cavaleiro de Athena, era seu dever servi-la! –Se pretende me deter, vou considerar você uma ameaça a minha missão e vou eliminá-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O homem que salvara Esmeralda não se acovarda diante da ameaça, iria protegê-la. Shaka talvez por passar a maior parte da vida de olhos fechado não enxergava as coisas mais óbvias, talvez por buscar a verdade universal dentro de si, não via que tal verdade estava lá fora, fora de sua mente egocêntrica onde ele era a perfeição. Não havia outro caminho, se Mu quisesse salvar a amazona de bronze, teria que lutar contra Shaka ali mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando Mu pensa em tirar Esmeralda de seu ombro, ela mesma sai, cambaleante, sem forças para nada, apenas para manter-se em pé e preservar um pouco da consciência que tentava fugir-lhe. Mas ainda usava seu salvador como apoio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Obrigado por tentar me salvar, mas eu luto minhas lutas. – Esmeralda queria lutar contra Shaka, ele matou Jango, lhe tirou toda sua vingança que lhe daria finalmente paz. Agora seu ódio foi transferido para o virginiano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Tola, acha mesmo que pode vencer Shaka? A reencarnação de Buda? – Por mais que a voz de Shaka estivesse serena, fica indignado com o desafio da amazona.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Pare de referir a si mesmo na terceira pessoa e lute! –Esmeralda corre com o punho levantado para o indiano, sem cosmo e sem chamas, apenas com seus sentimentos. Não a importa se vai morrer, desde que Shaka vá com ela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mu tenta fazer algo, mas o movimento de Fênix foi tão intenso que ele não previu suas ações, nem mesmo Shaka, já que ela não estava usando seu cosmo, mas ainda sim não é o bastante para ameaçá-lo. Ele por pena de matá-la usaria seu Circulo das Seis Existências, iria jogar sua oponente para um dos mundos karmicos, para nunca mais voltar. E ele o faz.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shaka antes de vê-la sumir, pode sentir o punho cheio de raiva de Esmeralda tocar-lhe a face, não fizera nenhum corte, não deixara nenhuma marca. Ele apenas sentira, o homem mais próximo dos deuses foi tocado por uma amazona de bronze. O cavaleiro indiano mantém a calma e não mostrava seu abalo. E ao ver sua missão cumprida se retira, mas antes diz:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Caso você se interponha novamente em meu caminho, não deixarei você vivo. –E desaparecia como se nunca estivesse estado naquele local.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mu apenas se recriminava por não ter protegido a amazona de Fênix, e ela ter padecido de uma maneira tão injusta, rezava para que os outros estivessem bem. Sumia esvaindo-se no ar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A área do monte Fuji é interditada pela polícia local, como sempre, diversos curiosos e a imprensa local fazendo vigília no local para terem a notícia mais rápido que outros. Agentes federais japoneses e peritos geológicos e do esquadrão antiterrorismo. Até que três figuras surgem com imensas mochilas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um homem cheio de cicatrizes lhe faltando o olho esquerdo, com músculos inchados que davam a impressão de se romper a qualquer movimento, o segundo, de pele morena e feições atléticas, longe da aparência de um japonês comum, e a terceira parecia uma mulher, carregando a mesma mochila, coberta por uma capa enorme.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não podem passar. –dizia o agente federal do Japão obstruindo o caminho do trio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Somos da ONU. –dizia o moreno passando a mão pelos olhos do agente federal, para logo em seguida lhe mostrar três lenços de papel, que o policial pega. –Pode ver nossas credenciais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O policial examina as credenciais que eram meros lenços de papel, conferindo sua autenticidade como um verdadeiro documento diplomático. E levanta o cordão de isolamento, deixando os três passarem. Corria mais a frente para avisar ao encarregado do caso da chegada dos investigadores da ONU.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao chegar em seu superior, o moreno levanta a mão em direção para o encarregado. No momento, todos que olham os lenços de papel, vêem as credenciais dos investigadores da ONU. O Encarregado se encontra com o grupo de diplomatas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Bem-vindos, senhores. Sou o tenente Yagami Souchirou, desculpem-me é que são tantas pessoas em volta que temos que ter alguns cuidados. Senhor?! –Indagava o policial apenas para saber se os nomes dos documentos batiam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Maren Hanssen! Por favor. Falta de cortesia minha. Estes são: Tim McIvor e Aleka Niotis. –Os nomes eram simplesmente inventados pelo moreno e jogados na mente do japonês. –Desculpe ser rude, mas temos que investigar, já que fomos mandados pra isso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mil perdões, querem que eu envie alguns dos meus homens com vocês? –O policial parecia nervoso, afinal era a primeira vez que ele se metia com pessoas da ONU.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não é necessário. A ONU designou somente a nós fazermos um relatório e iremos embora. Queremos apenas que ninguém se aproxime, podem ver que estamos bem equipados. –Apontava para as enormes mochilas que carregavam. E os três adentravam andando calmamente, até serem perdidos da vista dos policiais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao perderem de vista os policias, os três começam a correr em sua velocidade normal, que era no mínimo assombrosa, com o peso que carregavam não eram humanos normais, mas sim cavaleiros do zodíaco.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você cada vez me assusta mais, Asterion. –Dizia o homem cheio de músculos e cicatrizes para o moreno.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Nem tudo se resolve com força bruta, Moses. –dizia o cavaleiro com poderes telepáticos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mas com certeza é a parte mais divertida! –Ria o cavaleiro companheiro de Asteiron. Geralmente eles eram uma dupla, e não um trio, mas ela fora também mandada para investigar, não exatamente a causa da explosão, mas sim para confirmar os cadáveres dos cavaleiros de bronze.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E onde estão Lagarto e Centauro? Vieram conosco até o Japão, mas se separam de nós. –Indagava o terceiro integrante, que era na verdade Marin, a amazona de prata de Águia, que era a perita em investigação do Santuário, e um dos lideres da rebelião contra o Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Marin estava apreensiva, não estava no Santuário, mas sim no Japão, onde seu irmão podia estar morto e talvez Athena também, mas o que não entrava na sua cabeça era porque lhe chamaram com a companhia de uma equipe de prata. Talvez fosse porque ela é a perita em investigação, mas Asterion também era desse tipo, especializado em infiltração de qualquer lugar e em arrancar as informações de qualquer um.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mouses era o braço armado da equipe, caso acontecesse alguma coisa. De equipes inteiras ele sempre sobrevivia, não sem um arranhão, muito pelo contrário era o primeiro a entrar em combate e sempre saia vivo. Isso era prova de seu poder perante o Santuário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já sobre os cavaleiros de Lagarto e Centauro, ela não tinha muitos dados, apenas sabia que era do tipo de cavaleiros que trabalhavam sozinhos para que seus companheiros não sofram o “fogo-amigo”. Não fazia sentido tantos cavaleiros de prata em uma missão de reconhecimento, poderia mesmo ter mandado Shaka que estava ali momentos atrás para averiguar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eles tem outra missão aqui no Japão. A nossa é reconhecer os mortos e eliminar ainda os vivos. –dizia Asterion que fora nomeado chefe da equipe. –Fiquei sabendo que pode haver alguém ligado a você, Marin.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Marin sentia que sua mente estava sendo invadida por Asterion, apesar de não ser uma paranormal, tinha aprendido a repeli-los, bloqueando apenas com a sua vontade. Mas apesar de tudo, tinha que ainda dar uma resposta para os cavaleiros de prata a sua frente, ela poderia com apenas um deles, e não dois.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Só conferindo para saber, mas creio que seja meu discípulo um dos traidores. Ele veio para cá com algum motivo. –Intimamente se amaldiçoando por jogar a culpa apenas no irmão, mas tinha que saber que ele estava vivo, para isso tinha que acompanhá-los até o local da batalha contra os cavaleiros negros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cada passo que a amazona de prata dava, mas ela se sentia encurralada. Sua mente tentava cada vez mais achar não apenas um plano B, mas sim um plano C, D e mais, apenas mesmo porque devido àqueles dois era no mínimo necessário. E rezava sem deixar sua vontade enfraquecer, que seu irmão mais novo estivesse bem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ares novamente pensava em seus planos, tinha que dar certo a segunda investida dos cavaleiros de prata. Ele sabia que havia tanto cavaleiros quantos não-cavaleiros entre os traidores. Tanto que restringia seu contato apenas àqueles, e mesmo assim sentia na pele a oposição. Sentia-se rodeado por traidores, e era nessas preocupações que a mente confusa de Saga começava a tentar suas investidas para tomar sua mente e seu corpo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>-“Você não vai vencer, nem você nem Eris. Você está no santuário de Athena, um dos lugares mais puros, cheio de santos que à primeira visão de Athena se revoltaram.”</i></b> - dizia Saga apenas na mente que parecia fazer sua voz ecoar pelo mundo todo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Cale a boca, seu fraco! –Ares apertava os ouvidos inutilmente, tentava gritar para abafar a voz ímpia de Saga dentro de sua cabeça. –Você matou seu irmão, você é tão monstro quanto eu, eu sou a parte que você matou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>-“A família de um cavaleiro é Athena, sua devoção é para com ela. Tentei simplesmente deter um mal, mas esqueci que era humano, que estava sujeito ao mesmo mal. Você é o resultado da minha fraqueza. É isso que você é, uma fraqueza”</i></b>. –Ares sentia o seu mundo girar, passava mal, se sentia sufocado. Já adotara sua máscara para não ver mais a face de Saga, que também era a sua face, apesar de drasticamente mudada, com olhos densamente vermelhos e cabelos brancos. Ainda sim ele era uma paródia maligna do santo de Gêmeos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Maldito, eu não sou sua fraqueza, sou tudo que você não conseguiu ser, sou o líder do Santuário, defendo a minha deusa! E protegerei esse mundo! –gritava Ares, mesmo não precisando, e seu grito pode ser ouvido por todo salão do Grande Mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b><i>-“Não. Você nasceu de uma fraqueza. De instintos vis que meu irmão me deixou. Você é uma fraqueza”.</i></b> - Ressoava a voz de Saga que naquele momento não era nem um ser material, era a divindade maligna que ecoava na mente de Ares. As lutas dos dois não envolviam cosmo em si, mas a vontade de se permanecer no plano material, em se valer a sua consciência da outra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que subitamente, a voz de Saga se cala, o mundo e a mente de Ares se tornam novamente sob seu controle. A simples presença de sua Deusa Eris no recinto era o bastante para calar Saga. Ela sim era sua deusa, seu apoio divino, até que ele superasse esse “estorvo”, para ele mesmo eliminá-la, seria idiotice confiar na deusa da discórdia plenamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ainda sofrendo com Saga em sua mente, meu amado?! –A voz de Eris era a plena dúbia e cheia de nuances, sempre possuía um tom de ironia, sarcasmo, falsidade e ludibriação envolvida de palavras doces e gestos amáveis. –Meu campeão deveria suprimir isso mais facilmente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpe minha deusa, pela fraqueza em meu coração, mas é que sempre me sinto cercado de traidores, e eis que Saga surge do escuro do esquecimento como um pesadelo. –O que era verdade, Ares evitava dormir para não enfrentar mais seus duelos de vontade no plano inconsciente, porém essas guerras passaram a eclodir mesmo quando Ares estava acordado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora meu amado servo, se não sabe quem são os traidores e eles te cercam, atire para todos os lados. Um deles você vai acertar. –Dizia a deusa loira aplicando um beijo leve em Ares. –Acerte em quem você suspeite, comece uma inquisição, afinal, você é o Grande Mestre e está sendo apoiado por Athena, a Deusa da Justiça. Você está apenas detendo os servos de um grande mal que está para surgir.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na mente de Ares aquilo era certo, porém algo realmente o assustava: A falsidade que dizia que ele era o Grande Mestre e que ela era Athena era a mesma falsidade que o chamava de amado, mas ela estava certa, Saga se mantinha com a ameaça da rebelião e se fosse acertado pelo menos um traidor, a morte de inocentes já bastaria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Que comece a Inquisição! –Ares gritava para seu alter-ego ouvir, e o mesmo temia pelo sangue justo que iria ser derramado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Misty e Babel, os cavaleiros de prata que foram juntos até o Japão com Marin, Moses e Asterion, estavam no centro de Osaka, procurando a direção de seus alvos. Ambos sabiam que talvez tivessem que eliminar inocentes, mas eram ordens dadas por sua Santidade e sua própria deusa. Por mais que uma razão de moralismo lhes batesse no peito, eram apenas soldados da justiça, e às vezes ela não tinha um caminho muito coerente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há anos atrás...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aioros corria com uma criança no colo, fugido da ira de seus irmãos de armas. Aqueles que ele mesmo acompanhou seu treinamento, muitos amigos dele, e todos inocentes, exceto a pessoa da qual ele nunca esperaria uma traição. Queria ele ser um paranormal nessas horas, mas nem mesmo mestre Shion conseguiria fugir com seu dom de teleporte graças ao campo de restrição que o Santuário de Athena proporcionava. Mas incrivelmente, ele não fugira pelo caminho mais curto para fora do Santuário. Corria para a sua casa, sua mulher e sua filha estavam lá. Tinha que salvá-las também, tinha que ter força o suficiente para isso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que viu sinais de luta, não de lutas comuns. Mas sim como se uma gigantesca espada tivesse passado por vários locais, ele reconhece esse golpe, o único que poderia fazer isso era um de seus subordinados. Shura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Adentrava em sua casa correndo e via uma cena pavorosa. A casa ensangüentada, sua mulher, Miriam, morta, e sua filha recém-nascida aos berros nas mãos de Shura, um dos pródigos do Santuário, por duas coisas: seu senso de justiça e da excalibur em seus ataques.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-S-Shura... O-o que você fez?! –O desespero bate no coração do sagitariano, ele não merecia aquilo. Seu mestre Shion, estava morto, seu melhor amigo, outro cavaleiro de ouro, traia-lo e tentava matar Athena, e agora sua mulher morta por uma criança, já que Shura possuía quase a mesma idade de seu irmão mais novo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Isso é justiça, traidor. – Shura só via um inimigo de Athena a sua frente, via um ser desprezível que deveria ser morto, um ser que maculava o título de cavaleiro de ouro. –Me entregue essa criança e estará tudo bem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-SHURA!!! O QUE VOCÊ FEZ?!!!! –O grego gritava com tudo, a mulher que ele ama estava morta e sua filha estava na mira da excalibur.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Justiça, traidor. Justiça – Shura tinha os cabelos sempre bem aparados como um verdadeiro militar e também um olhar como a de uma espada pronto em retalhar o que estava à sua frente. –Você matou nosso Grande Mestre, eu matei sua mulher. Agora venha comigo e me entregue Athena, que juro em meu nome que não irei matar sua filha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aioros não confiaria nele, nem mesmo em seu irmão, já fora traído demais por um dia. Tudo que tinha que fazer era salvar Athena e sua filha, de uma maneira ou de outra. Nem que tivesse que passar por cima de cada um do Santuário e de seus próprios sentimentos, de seu nome, de tudo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Essa criança não é Athena. –Dizia Aioros, para evitar que Athena fosse deixada de lado nessa luta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mesmo assim, me passe a criança e venha comigo, redima o seu nome com sua morte e sua filha irá viver. –Shura era um obstinado pela justiça, e com a sua filosofia que encaixava bem com o seu golpe: “cortar o mal pela raiz”, mas justiça sem discernimento era falha e letal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aioros atacava Shura em uma velocidade assombrosa que não poderia ser acompanhada aos olhos não-treinados do espanhol. Um soco em seu peito seguido do golpe do cavaleiro de Sagitário, o seu trovão atômico, e no mesmo instante tirava sua filha das mãos de seu mais novo oponente, e este apenas voava com o impacto para fora da casa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro áureo deixava ambas as crianças na casa, e decidiu deixar Shura inconsciente. Suas emoções diziam para ele o matar, mas não era o que sua mente dizia, ele sabia que não iria adiantar nada matar Shura, aquilo não iria trazer sua mulher de volta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aioria saía de dentro do armário onde Miriam havia o jogado. Miriam assim como muitas outras pessoas no Santuário tinham habilidades de sentir o cosmo, e com o boato, presumia o que iria acontecer, mas não foi rápida o bastante para esconder a própria filha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O irmão caçula do traidor pega sua sobrinha, da qual apenas poucos sabiam da existência e escondia-se no armário. Não deixaria que ela sofresse como “a filha do traidor”, ele lhe daria uma vida normal e carregaria o fardo de ter o sangue do traidor, mas ela não. Em nome da santa mulher que Miriam foi enquanto estava viva...</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-24048764194328895192011-07-05T13:39:00.000-07:002011-07-05T13:39:52.623-07:00Alma Nova 07 - Resquícios da Rainha da Morte<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Ele estava lá, preso, sofrendo o vai e vem das marés do cabo Sunion. Preso pelo sangue do seu sangue, a parte pura dele. Seu próprio irmão impediu de cumprir seu destino, ele quis dividir o poder com ele, afinal eram pessoas incompletas. Seu ódio crescia a cada dia que se passava, sua fúria aumentava a cada aumento da maré. Ele ia pagar, assim como sua adorável humanidade que ele iria escravizar, assim como os deuses que criaram a humanidade. Iria dominar tudo sendo humano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para isso ele tinha que descobrir uma maneira de sair, batia nas paredes, tentava arrancar as barras, mas tinha algo ali que o impedia de usar sua cosmoenergia. Até que finalmente ele acreditava ter chegado seu dia, depois de quatro anos se alimentado dos peixes que caiam na sua cela. Ele quase conseguia tocar a lua de tão próxima que estava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E a água cobria já toda a caverna, ele não sentia como as últimas vezes, como se algo o protegesse. Só a água fria do mar batendo violentamente na encosta. Já que era seu último momento de vida, não iria padecer sem luta, mesmo que fosse contra a natureza, atacava as grades com tudo que tinha, com tudo que lhe sobrava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que o impacto de uma onda o fez bater na parede da caverna. E seu mundo de ambição e loucura tornaram apenas breu. Apenas antes de se tornar parte do breu viu uma luz ímpia, na forma de um tridente, seu último pensamento foi.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“O inferno não parece tão ruim assim!”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Antes de sua consciência se tornar breu também.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">********</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fênix se levantava rápido, não esperava dormir no colo de Hana. Não tivera o pesadelo de que matara seu pai, que na verdade não era um pesadelo, e sim uma lembrança, dessa vez apenas descansou sua mente no colo de sua refém, por mais estranho que isso parecesse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não dormira muito, porém cochilou bem mais do que estava acostumada. Não havia acompanhado os cosmos em suas lutas, porém não sentia mais os dos cavaleiros negros. Apenas daqueles cavaleiros de bronze que ela derrotou na floresta. Não queria combatê-los, queria apenas chamar a atenção dos cavaleiros negros. E por acreditar que Jango não havia morrido, afinal, este era covarde demais pra isso, decide então devolver sua refém para eles. Mas seriam eles capazes de protegê-la?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela levantava o rosto e via que Hana também tinha dormido. Esmeralda tentava se lembrar de como era dormir assim. Antes de ser Fênix, mesmo que o treinamento quase a matasse, ela dormia sem pesadelos, sem assombrações, um sono que lhe deixava recuperada. Agora seu sono era só para atender as necessidades básicas de seu corpo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda saía em silêncio, não queria atrapalhar os sonhos de sua refém que ela jurou para si mesma proteger com sua vida imortal, o que para ela é o maior juramento que ela poderia fazer. Fosse ela Athena ou não, iria protegê-la.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko andava devagar devido aos seus ferimentos, os golpes de Dragão Negro afetavam tanto por dentro quanto por fora, sentia alguns vasos sanguíneos rompidos. Conseguia sentir também fracamente o cosmo de Isaak e Thouma, mas não sentia o de Pandora, ela era um companheiro de luta, por mais que a achasse arrogante e mandona. Seria então ele pelo menos o primeiro a lutar contra Fênix, talvez fosse o mais capacitado, graças ao escudo e o punho do Dragão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Chegando próximo ao local, sentia um clima ao contrário do que a montanha sugeria: Um ar abafado, quente e sufocante. Podiam até ser vistas algumas poças de água próximo ao cume da montanha, o que era ilógico, afinal deveria ficar cada vez mais frio. Ilógico? “Se eu consegui fazer uma cachoeira correr ao contrário, porque vou passar a duvidar das coisas?”, pensava consigo mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro de bronze chegava a um planalto da montanha, onde havia uma caverna com a forma da boca de um lobo, e a frente do sinistro abrigo a fonte de todo aquele calor. A amazona de Fênix, a oponente que todos esperavam enfrentar. O chinês tentava se recompor para não demonstrar fraqueza para seu oponente, mas este era diferente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela era franzina, não tinha muita massa corporal, parecia ser até mais fraca que Shunrei. O cosmo que emanava parecia ser alimentado por algo maior que ela própria. Um sentimento muito forte, que Okko sentia que não era bom, mas mesmo assim tinha que resgatar Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Fênix me devolva a garota! –dizia Okko sem deixar a voz vacilar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acha mesmo que pode protegê-la? –Fênix parecia querer ser convencida de que eles pudessem proteger mesmo Athena, essa era uma batalha que ele teria que travar com as palavras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eu venci Dragão Negro, os outros venceram as suas versões negras, nós vamos protegê-la, porque é nossa missão. –Okko chiava muito, devido à dor que tinha no peito, mas mesmo assim continuava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E Jango? –Esmeralda ficou dividida naquela pergunta, ela jurou matá-lo, já que ele era o líder dos cavaleiros negros, mas se eles o tivessem matado seria a prova que eles poderiam proteger Hana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Jango?! Que Jango? –Com essa resposta, Okko causou um suspiro na amazona da Ilha da Rainha da Morte, de alívio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então terá que me provar que pode protegê-la. –Fênix sumia da visão de Okko numa velocidade comparada a do cavaleiro de Cisne.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela aparecia quase embaixo dele, e lhe aplicava um chute no maxilar, praticamente voando baixo. Fênix não tinha muita força, mas seus golpes eram bem colocados, causando danos mais específicos, o chute foi suficiente para pegar em sua traquéia e ele perder o ar, aliado aos danos que já havia sofrido por causa de Dragão Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fênix mal tocava no chão e já avançava novamente com um soco igualmente bem colocado no estômago do cavaleiro de Dragão. Okko ainda ataca, a deixa basicamente presa, e avança com seu punho direito, mas só encontra o ar para logo em seguida levar um chute na nuca e uma rasteira que lhe fazem planar sem muito senso de direção.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando Esmeralda se prepara para chutar a coluna de Okko ele some, e ela sente um cosmo vindo rapidamente e sai da onde estava no mesmo instante. Por pouco não foi atingida por um relâmpago, vindo do cavaleiro de Pegasus, que ela julgara que era um vegetal a essa altura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao ver o outro lado, via Cisne que havia salvado Dragão no último momento, numa velocidade impressionante, mas não muito acima de sua velocidade. A loira via que apesar da desvantagem numérica, todos estavam em péssimas condições, passar pelos quatro grandes cavaleiros negros não era um desafio ao qual eles iriam passar ilesos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dragão se levanta ao lado de Cisne que mentalmente agradece ao cavaleiro, mas não fala por seu próprio orgulho. Thouma que estava do lado oposto se colocava em posição de combate. Isaak estava ofegante, sentia o calor se esvaindo do corpo, devido àquele clima, mais ameno que sua terra natal onde treinou. Okko e Fênix reparam pelos rasgões na roupa do finlandês que havia manchas extremamente negras, Esmeralda sabia o que eram, a marca da Morte Negra. Ela sabia que um dos cavaleiros negros tinha essa técnica, só não sabia qual. E por conhecer tal técnica, sabia também que em pouco tempo Cisne iria ficar totalmente negro, e assim sua vida começaria a ser drenada por essa força maligna.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Nos devolva Athena! –Falava Isaak ofegante, que ao contrário de seus companheiros era o menos atingido e com menos danos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acham mesmo que podem me vencer? Nem quando vocês eram quatro o podiam fazer. O que dirá agora. –Esmeralda não tinha arrogância, tinha um ar de obviedade, que irritava aqueles cavaleiros orgulhosos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma, Okko e Isaak se colocam em posição de ataque, e Esmeralda nem ao menos se movia, com o corpo relaxado. Nem ao menos colocava os braços em modo de defesa, ela não estava nem tão pouco motivada a vencê-los. A amazona queria testá-los para saber se eles tinham poder o suficiente para proteger Hana, aquela garota que eles dizem ser Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Antes mesmo dos cavaleiros darem o primeiro passo, todos ali sentem uma enorme densidade de cosmo se aproximando que os faziam suar e estremecer, até mesmo Fênix... Até mesmo Hana, que acordou e já passava mal, tanto fisicamente com espiritualmente, ia se escondendo até a boca da caverna vendo aqueles jovens trajados de armadura parados e olhando para todos os lugares. Faltava uma pessoa, a de armadura lilás e de cabelos longos e arroxeados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora se arrastava com as correntes de Andrômeda, ela não acreditava no poder de Hypnos de manipular não só a armadura, mas a ela mesma inconsciente. Tudo que a sacerdotisa se orgulhava, que era sua força de vontade, fora totalmente ignorada pela simples vontade do Deus do Sono. Ela viu tudo enquanto estava “inconsciente” mesmo que não quisesse, as cenas da luta eram simplesmente despejadas em sua mente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Queria ficar deitada, queria deixar que todos se matassem e apenas ficar segura. A espiã de Hades não queria lutar numa guerra que não era sua, mas era a sua vontade contra a vontade divina de dois Deuses. Se antes a pseudo-amazona de Andrômeda tinha medo de morrer atraindo a ira de Tanathos, agora também temia os domínios de Hypnos. E colocava-se mesmo contra sua própria vontade a caminhar para salvar Athena, mas um pensamento que invadia sua mente enquanto caminhava, era que Athena talvez não fosse a única que precisasse ser salva...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os cavaleiros perceberam que aquela densidade de cosmo vinha de cima. Pegasus, Dragão e Cisne dão um passo para trás. Os cavaleiros tiveram então a visão de um verdadeiro monstro em forma de pessoa. Vindo como um verdadeiro meteoro, provocando uma enorme nuvem de poeira junta, estava um ser de quase seus três ou quatro metros, trajando também uma armadura do zodíaco assim como eles.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era muito assustador ver um monstro daquele trajando uma armadura do zodíaco. Thouma achava que o reconhecia, mas não sabia de onde. Não apenas havia aparecido aquele ser tão grande, havia também um outro homem, dono de um cosmo macabro e assustador, sem nenhuma armadura a não ser a básica de um soldado, e com uma enorme cicatriz no olho direto como uma mancha escura, mais pra uma queimadura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então, vocês são os cavaleiros que estão indo contra a vontade do Santuário e de Athena. –A voz daquele monstro em forma humana era digna dele. Era forte e ameaçadora, mesmo não querendo. Até que ele observa mais atentamente que um dos cavaleiros a sua volta era o cavaleiro de Pegasus. –Você Ruivo! Por acaso é o irmão de Águia?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma afirma que sim, presumindo que aquele gigante viera do Santuário. E assim como ele, tinha um relativo conhecimento sobre os cavaleiros de lá.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sou Docrátes, irmão de Cassius! – Thouma estremece, pois lembrara dos rumores que ouvia sobre o irmão de Cassius. Que era muito acima em poder, cosmo e crueldade. Designado a missões que nenhum cavaleiro com resquício de humanidade executaria. –Você decepou a orelha de meu irmão e ainda feriu Shina que é uma grande amiga minha. Vai sofrer por tudo isso!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eles são lixo, não esqueça de Fênix. Que por sinal, sinto o cosmo dela, mas não a vejo. –dizia Jango procurando sua tão temida inimiga.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Fala da pequena amazona que eu mirei enquanto descia? –Questionava Docrátes. –Deve ser apenas uma sujeira no meu pé.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas o que Docrátes não notava que sua perna estava dobrada, e que ao baixar definitivamente a poeira, via-se claramente Esmeralda bloqueando o pé de Docrátes com uma das mãos, sem qualquer dano grave. Até que a amazona de Fênix o empurra fazendo-o perder o equilíbrio e cair. Jango sai antes de ser esmagado pela queda de Docrátes. E via a mulher que ele tanto se preparava para combater.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Olá Jango! Finalmente consegui fazer você sair da toca e lutar! –O ar de indiferente de Esmeralda que ela esbanjava até agora se tornava uma alegria sádica. Era quase possível ver o sorriso cruel por debaixo da máscara. – Desculpem meninos, mas vou ter que confiar em vocês para proteger Hana que está na caverna. Acham que conseguem?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Novamente, os cavaleiros sentiram seu orgulho ferido, mas antes mesmo de sentirem, viram que a amazona não era seu real inimigo. E como todo cavaleiro de Athena, tinham que colocar a proteção de sua deusa acima de seu próprio orgulho. O que era difícil particularmente para aqueles três, mas eles o fizeram.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Onde pensa que vai, sua anã! –Docrates atacava com seu enorme punho em direção à amazona, que destruía mais o próprio cenário que tudo. Ele porém, não sentia o corpo da amazona em seu punho, apenas as rochas. Esmeralda continuava a andar em direção de Jango, lentamente com passos obstinados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando Docrátes tentou se virar para tentar atingir a guerreira loira, teve que deter seu ataque para ele mesmo não ser atingindo por um rápido relâmpago que quase lhe acertou o rosto, vindo do homem que roubou a armadura de seu irmão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acho que você não ouviu Fênix... Nós seremos seus oponentes! –dizia Okko ao lado de Isaak e Thouma.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora chegava naquele momento, apoiada pelas paredes sem condição de luta, mas dessa vez suas correntes estavam reagindo, arrastando para a boca de uma caverna. Isaak tem uma fagulha de alegria por ver que a amazona estava bem, e apesar disso, não queria que ela se arriscasse naquela luta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Pandora! Cuide de Athena que nós cuidamos deles! –gritava Isaak para a amazona.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A amazona sem cosmo nenhum aceita a missão, mesmo querendo combater ao lado deles para não se tornar tão inútil assim no grupo. E ia em direção de Hana, na caverna na qual ela se ocultava para não ser atingida pelo combate, até que sente suas correntes reagirem ao cosmo de Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De repente num movimento intenso, Docrátes ataca o cavaleiro de Pegasus com seu punho monstruoso. Thouma sai da trajetória com um giro gracioso, para apenas Dragão parar seu punho com outro soco. O impacto, forte demais, criou uma pequena onda de choque.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">aqui</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Docrátes investe com um segundo soco para cima de Dragão, que se protege com o escudo. O cavaleiro-monstro não percebe até que é tarde demais. Isaak estava na abertura de seu golpe e usava seus ventos árticos para atingi-lo em sua lateral. Fazendo-o afastar do combate corpo-a-corpo de Okko. Apenas para logo em seguida receber o impacto do Relâmpago de Thouma que faz com que se aproxime cada vez mais do precipício. O gigante percebe e firma seus pés no chão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro chinês corre em direção de Docrátes, que se sente desafiado e se coloca em uma posição mais sólida, para resistir ao golpe e contra-atacar. Então, Okko ataca com seu punho indestrutível no chão, provocando uma rachadura e o gigante tenta colocar sua enorme perna na base da rocha que ainda não estava despencando, mas com duas aparições, Cisne e Pegasus, ele é golpeado fazendo perder o equilíbrio e cair.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sabendo de sua força e de sua fama, Thouma sabia que aquilo era meramente uma distração. Todos ali estavam fracos em comparação a quando chegaram na montanha. O pior deles era Isaak, que parecia estar cansando-se mais do que Okko e Thouma, mas não havia tempo hábil para eles se preocuparem consigo mesmos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os três pulam para onde caía Docrátes, deslizando montanha abaixo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda caminhava lentamente, enquanto Jango tentava não tremer de medo daquela franzina amazona loira.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Shun, o diretor do orfanato, pegava-se tomando seu tradicional chá e olhando o noticiário local, que dizia que nunca houve tantos deslizamentos no monte Fuji. No fundo, ele sabia que isso tinha haver com seus hóspedes, até o ruivo fora correndo, mesmo não estando completamente bem. O diretor sabia que se contasse a alguém, qualquer um diria que ele havia enlouquecido. E por mais que tentasse negar, aquilo parecia muito óbvio para ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas aquele não era seu único pensamento, em relação a isso. Perguntava-se como aquela mulher de cabelos escuros e excessivamente lisos sabia da existência de seu irmão morto e de seu medalhão, a única lembrança que tinha de sua mãe e de seu irmão. As próprias lembranças que ele fazia questão de esquecer. Realmente sentia que conhecia aquela mulher de algum lugar...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Apesar de serem sentimentos demais, ele não se dava o direito de pensar em si mesmo. Tinha as crianças do orfanato para se preocupar. Aquele era seu santuário, seu templo que ele tinha que defender. Rezava então para que aquelas pessoas estranhas conseguissem salvar Hana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Senhor Amaniya?! –Entrava Minu, a governanta da casa, que apesar da pouca idade para tal função, exercia com maestria a ordem do orfanato Filho das Estrelas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sim, Minu. Fale! –dizia o diretor ainda tomando seu chá e olhando o noticiário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sei que o senhor sempre toma as medidas mais acertadas, mas não concordo em você ter omitido àquelas pessoas sobre o que Hana deixou aqui, dias atrás, antes de ser seqüestrada. –dizia a jovem governanta com seu jeito submisso e cabisbaixo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Minu, eu sei também disso, mas você sabe muito bem o quanto eu sou preso a minha palavra. Assim como eu prometi a meu irmão e a minha mãe em seus túmulos que iria cuidar do orfanato, eu prometi a Hana que iria entregar o que ela deixou ou ao tal de Milo ou a ela própria. - Shun acabava de tomar o chá na mesa de seu escritório e virava a poltrona que o deixava de costas para Minu. –Queria muito acreditar que eles são mesmo quem dizem ser, mas não posso me dar ao luxo de ser tão ingênuo assim.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">********</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda avança para cima de Jango, com um golpe direto no rosto, a uma velocidade que o cavaleiro negro não podia acompanhar, mas para surpresa da amazona, ele não cai. Ela investe novamente com um chute, mas dessa vez ele defendia. Golpeava com a outra perna, mas dessa vez não foi apenas bloqueada. A perna dela fora pega e ela fora impactada no chão. Como Jango conseguia fazer aquilo?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E o seu oponente apenas mantinha uma posição de combate zombeteira, afinal, ele sabia que o treinamento de Esmeralda não fora completo, pois ela não se dedicara até a morte de Guilty. Em perícia e em combate, Jango era muito superior. O que ele temia realmente era o cosmo alimentado pelo ódio dela, e quanto a isso, ele tinha um plano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ar novamente começa a se aquecer, é sufocante até mesmo para Hana e Pandora que estão um pouco mais fora do combate. Pandora lembra-se do ataque de Fênix, joga então Hana no chão e a cobre com seu próprio corpo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-AVÊ FÊNIX!!!! – Num movimento rápido e furioso a amazona da Rainha da Morte lança seu golpe para cima de Jango, este chega a ser mais devastador que o primeiro lançado na faculdade em que Hana estuda. As chamas se espalhavam numa velocidade impressionante por causa dos ventos que lhe acompanhavam, e a mesma explosão causava vários deslizamentos que eram relatados pela imprensa local. Mesmo os helicópteros não se aproximavam devido ao calor que fazia haver o risco de desmaiar os pilotos devido à falta de oxigenação. Até mesmo fotos do satélite saíam de foco, mas para os cavaleiros do zodíaco isso era comum, já que de alguma maneira a cosmoenergia deles interferiam com a transmissão de radiofreqüências.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda recupera sua racionalidade que juntara naquele momento e deseja ver apenas o corpo carbonizado de Jango, saciando assim seu propósito de vida. Porém, antes mesmo de se erguer recebe um golpe vindo de onde estaria as cinzas de Jango. Uma labareda de chama negra que acertava seu ombro, fazendo-a cair de dor, pois aquelas chamas pareciam arder também seu sangue.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jango estava ali em pé, numa área circular intacta, não fora afetado de nenhuma forma pelo golpe devastador da pupila de Guilty. E carregava um sorriso sádico e insano estampado no seu rosto, que assustaria até mesmo o pior dos demônios.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">********</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Docrátes caía em um lago enorme, que havia se formado com o derretimento de gelo causado pelos inúmeros golpes que se acumularam; este para ele era apenas uma grande poça de água. Via os cavaleiros descendo em alta velocidade para combatê-lo, o que os deixava como alvos fáceis. Unindo os dois punhos enormes e acumulando cosmo gigantesco transferia a energia para um punho só para a execução de seu ataque. O punho de Hercules. Um gigantesco meteoro feito de cosmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os três vendo aquilo, saíram da rota do golpe sacrificando seu equilíbrio, caindo bruscamente no lago. Levantando-se, a água batia a um palmo abaixo de suas cinturas, enquanto Docrátes estava até, no máximo, com metade de sua perna submersa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um segundo Punho de Hercules é lançado contra eles. Todos conseguem escapar a sua maneira, mas vêem que cada vez mais os golpes daquele cavaleiro monstruoso estavam aumentando o poder, enquanto ele se entregava à batalha. Os três sabiam que o ideal era vencê-lo rapidamente e resgatar Athena. E seu senso de urgência aumenta mais ainda quando uma grande explosão de chamas ocorre de onde vieram, que eles reconhecem como o golpe da amazona de Fênix.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Docrátes se impressiona com o tamanho da explosão, e não acredita que foi a amazona que ele chamara de “anã” que ocasionaria aquele show pirotécnico. Até que sentira uma dor enorme no estômago, era Okko, golpeando-o, ainda sim sentiu isso de forma fraca, pois seu corpo e sua armadura agiam por excitação à luta, e estavam mais rígidos ainda. Também, levara um chute no rosto proporcionado por Thouma, mas que não causara dano, apenas deixava o gigante furioso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao atacar os dois cavaleiros, ambos escapam do oponente, que por sua sorte cada vez ficava mais lento na mesma proporção que ficava mais forte. Enquanto isso, eles apenas acobertavam Isaak que usava o círculo de gelo para deixá-lo imóvel, porém seu golpe não estava com a mesma intensidade. O cavaleiro em questão via mais chamas negras em seu corpo e via ele mesmo cada vez mais fatigado, mas como só ele tinha o poder de parar o gigante, toma uma decisão que poderia ser seu fim.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Adquirindo velocidade, o cavaleiro de cisne sumia do campo de visão de Docrátes, este por sua vez, reparava que alguns cristais de gelo formados no ar atrapalhavam ainda mais seus movimentos. Odiava essas táticas, as achava ridículas, pois vários de seus oponentes já tentaram isso inúmeras vezes. Suas atenções eram mais para o usurpador da armadura de Pegasus, que deformara seu irmão mais novo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que sentira um calafrio enorme subindo-lhe as pernas, era o guerreiro do gelo congelando as mesmas. Isso seria facilmente resolvido com um bom soco que iria quebrar sua coluna, seria um oponente a menos. Desce então o punho com a vontade de acabar com a vida de Issak.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao acabar a trajetória, não sentira o estalo de osso quando se quebrava, mas sim parecia que havia socado um muro de ferro. Quando vê, era o cavaleiro de Rozan que protegia Isaak com o lendário escudo do Dragão. Apenas ele para agüentar um golpe de Docrátes, o que na realidade não impedia este a continuar tentando. O escudo podia ser indestrutível, mas o cavaleiro não.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Depois do quarto golpe, Thouma ataca com seu Relâmpago Celeste na nuca do monstro em forma de cavaleiro. Não o feria, mas apenas chamava sua atenção, uma manobra apenas para chamar atenção, que foi bem-sucedida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi o suficiente para distraí-lo, as pernas de Docrátes, totalmente congelas pelo ataque de Cisne, que se afastava rapidamente dali, dando espaço para Okko que assim havia ganhado espaço para lançar seu golpe, a Cólera do Dragão. Golpe este que manipula a força da água manifestada na entidade draconiana e ataca o cavaleiro gigantesco, fazendo-o voar pelos ares, perdendo totalmente seu senso de equilíbrio e direção, pois ele mesmo, que não fosse pela sua própria vontade, nunca saiu do chão. Aproveitando ainda, o cavaleiro de bronze ruivo, ataca-o com seu relâmpago celeste, pois ele mesmo não teria mais força para lançar outra Altura Máxima.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak preparava mais um círculo de gelo, dessa vez congelando as outras partes de seu corpo transformando apenas o imenso cavaleiro em uma escultura bizarra de gelo, que caia ao fundo da montanha, onde vários deslizamentos aconteciam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os três cavaleiros de bronze se entreolham e sorriem por terem detido aquele monstro, apenas num momento de não-hostilidade entre eles próprios antes de desmaiarem pela exaustão e ferimentos adquiridos durante a chegada ao Japão. Apenas deixando-se perder as forças naquele lago...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">********</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda estava chocada, aquilo não era possível, como ele escapara ileso de sua Ave Fênix? Era realmente impossível! Enquanto Jango gargalhava de maneira assustadora que apenas ele sabia, um som que fazia o seu estômago revirar de medo. Até mesmo Pandora se assusta, nem mesmo as correntes de Andrômeda e nem o escudo do dragão suportaram o golpe direto de fênix. Que tipo de oponente era aquele?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então, tive medo dessa menina o tempo todo... Realmente foi a pior idiotice que eu poderia fazer. – Jango se aproximava da amazona loira, que estava sem saber o que fazer. Resolvia atacar novamente, talvez fosse apenas um momento de sorte, mas era em vão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cada soco e golpe aplicado era facilmente bloqueado por Jango, era o mesmo de ver um adulto brincando com uma criança de quatro anos furiosa. Era impossível, o grande temor de asas flamejantes era facilmente vencida por um não-cavaleiro. Até que o único cavaleiro negro restante esbofeteia a franzina amazona que cai no chão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fênix tenta usar o seu Golpe Fantasma, já que não podia destruir Jango por fora, poderia destruir sua mente, mas também fora inútil, ele apenas caminhava, sem ao menos hesitar para chutar a face de Esmeralda. A amazona da ilha de Andrômeda, ao mesmo tempo em que escondia os olhos de Athena, para que ela não visse aquele massacre, começava a ter pena da amazona. Por mais que tivesse uma parte que sentia que era aquilo que ela merecia, ela se via no lugar de Esmeralda, quando lutava com Andrômeda Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E para o Jango, aquilo realmente era o seu sonho de consumo, humilhar Fênix, a mascote de seu irmão Guilty, que morreu praticamente para dar a armadura mais poderosa para Esmeralda. Ele realmente estava feliz como nunca, e no final, ainda iria se tornar um cavaleiro de Athena, finalmente o destino sorria para ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Como! –gritava Esmeralda. –Como você consegue?!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sua idiotinha, um golpe não funciona duas vezes contra o mesmo cavaleiro. –Jango a chutava novamente, jogando-a um pouco mais longe de onde estava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eu nunca combati você, como você pode ser imune aos meus golpes?!!! –Urrava Esmeralda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mas você usou nos cavaleiros negros. Achava mesmo que eu estava fugindo de você?! Eu estava ganhando tempo. –Jango dizia aquilo se vangloriando. –Descobri um artefato que sempre esteve na minha frente e nunca enxerguei.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda recebia outro chute, mas dessa vez era jogada contra a parede da montanha, um pouco distante ainda da boca da caverna onde Pandora e Hana estavam. Seu corpo e seu orgulho doíam, era impotente assim como na vez em que deixou seu mestre se suicidar com suas mãos. Estava rendida, e Jango percebia isso sem ao menos ver seu rosto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jango tirava algo de trás das suas costas, Pandora prestava bastante atenção, enquanto Hana tremia de medo por sentir tanta destruição. A amazona de Andrômeda observava que ele retirava uma máscara muito estranha com uma essência assustadora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando Esmeralda põe os olhos na máscara, a mesma chama de ódio volta a se acender dentro dela. Era a máscara que seu mestre usava, era a máscara que ela sempre odiou, e mesmo que odiasse, era ainda sim parte de seu mestre. Novamente ela usa sua Ave Fênix contra Jango. Mas como da última vez foi inútil.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Essa máscara foi feita pra proteger o usuário tornando-o mais poderoso, usando tudo que ele tem de pior e aumentar seu cosmo. –Dizia Jango por trás da máscara e com a sua volta tudo queimado, menos o chão que ele pisava. –O problema é que tudo que eu tenho de pior já está exposto para quem quiser ver, ao contrario do idiota do meu irmão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda não acreditava, aquela máscara que transformava seu pai em um monstro estava com Jango, os dois seres que ela passara sua vida amaldiçoando. Os seres que ela devotava sua vida a destruir estavam a derrotando, aquilo para ela só poderia ser um pesadelo, ou no mínimo uma enorme piada de mau gosto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Agora que você não pode fazer nada, acho que lhe farei sofrer. –dizia Jango. –Vi que você fez amizade com a menina que o Santuário me mandou aniquilar. É unir o útil ao agradável.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A amazona de Fênix não devia ligar, mas ela sentia que aquela garota que lhe ofereceu o colo para dormir era diferente de qualquer pessoa. Era destinada a alguma coisa que ela mesma não entendia bem. Ela lhe deu sua única sonolência que não vinha acompanhada de pesadelos. A amazona havia prometido a si mesma protegê-la com sua vida. Não podia ficar parada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela voltava a atacar o cavaleiro negro, o qual, em um rápido movimento a jogava contra a parede novamente. Era ridículo pra ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você tem tudo pra ser uma guerreira imbatível, só lhe faltou treinamento adequado. –Jango dizia resoluto. –Usei os cavaleiros negros como cobaia aumentando o nível gradualmente para ver seu limite de poder, provavelmente você só os vencia por causa de sua aparência, e pela sua cosmoenergia, Tinha usado Dragão Negro e os outros para enfraquecê-la e Docrátes como plano B, só não contava com a aparição desses cavaleiros de bronze. Mas por fim, correu tudo certo, não terei um passado pois todos aqueles que conheceram “minha vida devassa” estão mortos ou vão estar!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esmeralda sentia mais ódio ainda daquele que seria parte da sua família. Usara todos que conhecia para se beneficiar, matara indiscriminadamente apenas para sua satisfação pessoal. E ela não pode fazer nada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Bem, hora de cumprir com o meu serviço. CHAMAS NEGRAS DA RAINHA DA MORTE!!!</div><div style="text-align: justify;">O golpe de Jango eram chamas profanas que pareciam queimar o próprio fogo que iam em direção de Pandora e Hana dentro da caverna. Provavelmente as incineraria e ainda faria a caverna desmoronar, sem chance de sobrevivência. Mas algo impediu...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As correntes de Andrômeda formam na mesma hora uma defesa circular, só que ao invés de defender Hana e Pandora, canaliza com vento as chamas negras por dentro delas, jogando-as para cima e as dissipando no ar. Deixando Jango, extremamente irritado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora sua...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Andrômeda, leve Hana daqui! –dizia Esmeralda. –Eu vou cuidar dele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não seja idiota, Fênix! –Gritava Pandora. –Você não pode com ele, você não viu?!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não vou quebrar as promessas que fiz para mim, para meu mestre e para Hana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hana fica estática, não queria estar lá, e também não queria deixá-la sozinha, mas estava muito assustada com tudo aquilo que acontecia de uma só vez. E Pandora, exceto por ficar estática, estava na mesma situação de Hana vendo tudo aquilo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você é uma amazona de Athena, trate de ser uma e tire Hana daqui agora!!! –Gritava ensandecida Esmeralda, temendo machucar Hana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E era verdade, Pandora sabia que esse era o desígnio de qualquer cavaleiro de Athena, proteger sua Deusa. Pandora coloca a jovem nos ombros, mesmo contra a sua vontade e recua tentando fugir da montanha. Sair para longe daquele lugar, era o que um cavaleiro de Athena, mesmo ela não sendo uma, tinha que fazê-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jango deu um impulso para persegui-las, mas fora bloqueado rapidamente por Esmeralda, que ainda era mais veloz que Jango. Dando espaço o suficiente para Pandora escapar com Hana, deixando apenas os últimos sobreviventes da Ilha da Rainha da Morte. Jango e Esmeralda ali parados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Idiotazinha! Acha mesmo que vai me deter?! Se escapar de mim, ainda terá o cavaleiro do Santuário para torcer o pescoço daquela ninfeta, se bem que se eu fosse ele, faria outra coisa! –O sorriso maquiavélico no rosto de Jango era assustador, monstruoso, aberrante.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora seu...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A amazona foi interrompida por uma explosão de luz. Apenas uma breve aparição para a própria figura, mas que para qualquer outra criatura poderia chamar de milagre, de benção. Não apenas um guerreiro de Athena, não apenas um cavaleiro de ouro, mas sim a reencarnação de Buda à serviço de Athena. Shaka de Virgem. O cavaleiro que tinha como serviço executar a todos ligados de qualquer maneira aos cavaleiros negros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-A divindade está presente. – dizia Shaka em reverência a si mesmo.</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-13206869506523901392011-07-05T13:29:00.000-07:002011-07-05T13:29:52.053-07:00Alma Nova 06 - Lutas Obscuras - Parte 2<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">-Você sacrificaria uma peça que foi tão longe assim, meu caro irmão? -indagava Hypnos, o Deus do Sono, observando a cena numa nuvem que era tão nítida como a realidade. - Afinal ela já chegou dentro do Santuário, e só esta lutando para manter as aparências.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E o que pretende fazer meu, caro irmão? -Tanathos desligava-se por um momento da festa das ninfas para saber mais do plano intricado do irmão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Simples. Você verá! -dizia Hypnos manipulando palavras em grego como magia apenas com um dedo. -Você verá!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Que decepção, eu esperando que minha batalha fosse mais divertida. -Andrômeda parecia feliz e decepcionado ao mesmo tempo. Não esperava que a original fosse tão fraca assim, mas aquilo não importava muito, ele seria um dos que lutaria com Fênix, e finalmente seria um cavaleiro de bronze.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Decepção? Que tal eu lhe dar desespero ao invés disso? -Pandora se levantava com um cosmo que não pertencia a ela, o cavaleiro negro começa a se apavorar, pois nem mesmo o cosmo de Jango era tão apavorador. A máscara da amazona que não tinha marca alguma tinha agora a famosa estrela de Davi desenhada em sua face.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-M-mas como? Você estava morta! -Andrômeda Negro não sabia o que estava acontecendo, ela estava morta! Seu cosmo havia se esvaído, ela estava envenenada graças à corrente negra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Morta é uma definição muito abrangente e definitiva, mas acho que esse conceito vai servir bem em você. -Pandora não tinha nada mais da amazona que não controlava as suas correntes, mas sim dona delas forçando-as a se movimentar a seu bel-prazer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cavaleiro negro atacava mais uma vez com seu golpe, as correntes negras, as mesmas que viravam víboras para envenenar seu oponente, mas com um simples movimentos de mão, as cobras param e se curvam como se admitissem a amazona de bronze como novo mestre. Como se fossem hipnotizadas, não respondiam mais ao cosmo de Andrômeda Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-I-impossível!!! Como você consegue controlar as minhas correntes. -Andrômeda Negro em desespero.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Eu disse que ia lhe dar desespero! Ataquem víboras negras esse herege! -Num simples movimento de mão, as serpentes se voltam contra seu criador. E o atacam com tudo, tentando inocular seu veneno, devorar sua carne, quebrar seus ossos, aniquilar sua existência. -Não há mais misericórdia em meu coração cara cópia sem aptidão. Só há o desejo de transformá-lo em cadáver para alimentar os vermes dessa terra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não! Piedade! Não me mate! -Implorava por misericórdia, naquele cosmo não parecia haver esse sentimento, naquele cosmo que a amazona de bronze exalava não havia qualquer sentimento humano, parecia uma coisa distante, fria, que não respeitava nada a não ser sua existência.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-No inferno nós conversaremos! -As serpentes o cobriram totalmente, dos pés a cabeça, e atacaram mais uma vez, torceram, morderam e envenenaram até onde podiam, até que tornaram-se correntes de novo. E o cadáver inerte de Andrômeda Negro cai no chão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora/Hypnos olha aquele mundo e sente o cosmo de Athena próximo. Ele poderia a matar, mas se o fizesse, não poderia usá-la para matar na lutar contra Poseidon, os espectros teriam que lutar contra cavaleiros e marinas sobre a mesma bandeira. Que a sacerdotisa continuasse seu trabalho. E deixava de exercer sua influência no corpo dela, deixando seu corpo e sua alma sem consciência ali, logo ela iria se levantar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko continuava a correr, sentia que algumas batalhas já haviam começado, mas com a falta de Pegasus, tinham um cavaleiro negro a mais para derrotar. Ao acabar de atravessar uma das cavernas para chegar numa encosta menos íngreme para se lutar, e seguia também o cosmo de um dos cavaleiros negros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que encontrara a saída da caverna e a paciência de seu inimigo. Uma armadura idêntica a sua em cada detalhe, menos em sua coloração que era negra. E a aparência era totalmente diferente da sua. Tinha feições mais suaves, não de um combatente, mas sim como as de um artista marcial. Mas os olhos dele que mais lhe chamavam a atenção, seu globo ocular era de um azul muito escuro e profundo, facilmente confundido com negro se não fosse pela própria íris negra. Ele parecia à personificação do que era ser um “Cavaleiro Negro”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora se não é o Grande cavaleiro de bronze de Dragão. Treinado nos sete picos de Rozan. Realmente, o nosso encontro é feito! -dizia Dragão Negro, como se sempre esperasse o cavaleiro de Dragão ali.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ao que parece você esperava a mais tempo do que a entrada dessa montanha. Já que fui ordenado cavaleiro esses dias praticamente. -dizia Okko com o seu sorriso feroz no rosto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sim, todo cavaleiro negro espera encontrar-se com seu original, pois só assim podemos ser cavaleiros de bronze a serviço de Athena. Esperamos esse momento toda nossa vida, morremos esperando, e agora vai ser o momento de nós dois passar por nossa provação. -Após dizer isso, o cavaleiro negro se colocava em posição de combate.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O discípulo de Dohko sentia em seu rival um sentimento de serenidade e destino impressionantes. Parecia com o que ele sentia quando ganhou a armadura de Dragão, um sentimento de paz de espírito e equilíbrio, mas que o de seu oponente estava mais acostumado aquilo. E Okko também se colocava em posição de ataque.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cosmo de ambos parecia equivalente, se os outros cavaleiros negros tivessem o mesmo nível de cosmo, os outros estariam com sérios problemas. Ele teria que vencer o Dragão Negro e todos os outros que aparecessem em sua frente. Ele prometeu que iria defender Athena para seu mestre, e não ia recuar. Era seu orgulho..</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O primeiro golpe vinha de Dragão Negro, um soco direto que Okko facilmente defendia com o escudo e ia atacando com o punho direito até que teve que parar o ataque para segurar o chute de seu oponente. Era difícil prever seus movimentos, não tinha como interpretá-los, ele parecia impassível até o golpe ser transferido, se atacasse estaria com a guarda aberta. E ele odiava aquilo, aquela vulnerabilidade, mas não podia dar-se ao luxo de sair gravemente ferido sabendo que no final teria que lutar contra Fênix.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com um soco no punho, Okko fez que Dragão Negro se afastasse. O próprio oponente entendera a manobra e iria respeitar, até porque estava realizando seu sonho de lutar contra o cavaleiro de bronze.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você é bom! -Okko passava a mão no rosto, por causa de um dos golpes de raspão que lhe acertará, mas nada grave para seu corpo, apenas em seu orgulho de guerreiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E você está me decepcionando, Dragão. -dizia Dragão Negro. -Você só se defendeu, pensei que haveria uma batalha épica entre nós dois. Vejo que necessitarei apenas de um dedo pra te vencer. -Dragão apontava o dedo que iria usar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acha mesmo que vai me derrotar com um dedo, não seja estúpido! -Okko por mais que tivesse mudado depois de receber a armadura de Dragão, ainda não suportava provocação. Ia em direção de Dragão Negro sendo Okko apenas! Queria atravessar seu punho pelo corpo dele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dragão Negro abaixava o dedo, como se fosse um momento de desistência! Okko por um momento pensa em desistir, mas não podia dar-se aquele luxo, tinha mais oponentes mais a frente. Tinha que vencê-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Numa súbita mudança de cosmo, o cavaleiro negro volta a apontar aquele dedo, mas nele veio destruição numa rajada circular de vento que atinge Okko, jogando-o para a parede da montanha, mas sem antes destruir inúmeras formações rochosas em seu caminho. O cavaleiro de bronze caia de joelhos, fora pego em um chamariz idiota e por um golpe poderoso, rápido e limpo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Prepare-se então! -Numa súbita explosão de cosmo, algumas pedras começam a tremer. Os cabelos de Okko começavam a subir a medida que seu cosmo aumentava. -Vai se arrepender por provocar a CÓLERA DO DRAGÃO!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O golpe ia em direção ao seu oponente, o formato de um dragão fazia o caminho de destruição, mas Dragão Negro não se movi, muito pelo contrário, parecia que ele queria resistir ao golpe. Colocava o escudo de sua armadura em posição de defesa enquanto resistia ao golpe. Até que desviava o golpe e corria em direção ao cavaleiro, Okko não acreditava nisso. Odiava aquele golpe, deixava-o desprotegido logo ali, quando seu coração estava vulnerável devido a pressão que a Cólera do Dragão exercia sobre seu corpo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em um piscar de olhos, Dragão Negro estava face-a-face com ele. Apontando aquele maldito dedo para o seu coração, com um sorriso maligno de vitória no rosto. Okko quis fazer alguma coisa, mas não houve tempo. Um golpe direto em seu ponto fraco, chegando a fazê-lo perder a consciência imediatamente, sendo acordado pelo impacto no chão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Levante-se! Não treinei tanto para lutar contra um desistente como você! -O cavaleiro negro caminhava em direção do cavaleiro caído, Okko tentava levantar, mas sentia uma dor aguda no peito. Se estivesse sem armadura estaria morto, um impacto localizado daquele tipo era monstruoso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora, você treinou a vida toda para ser o cavaleiro de Dragão e vai cair assim sem uma luta? -Dragão Negro levantava Okko, o cavaleiro de Athena, pelo colarinho da camisa, até que algo encaixou na mente dele. Não achava que ele seria um cavaleiro de Dragão, principalmente pela tatuagem do tigre que aparecia em suas costas; mas ele não admitia ser um perdedor. Se não pudesse vencer como um Dragão, lutaria como um tigre que era.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um soco voou direto no rosto do cavaleiro da rainha da morte, que quase o fizera perder alguns dentes se não fosse a própria aura mística das armaduras. Dragão Negro reparou que agora seu oponente mudava, não era aquele misto de energias que se formava completando uma a outra e divergindo em algum ponto, mas agora era um misto de energias selvagens, indomáveis.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você vai se arrepender por ter me feito fazer isso! -Os ventos à volta de Okko se tornavam mais furiosos e indomáveis assim como ele mesmo. -Vou lhe contar uma coisa! Eu realmente não esperava me tornar o cavaleiro de Dragão, mas jurei ao meu mestre que iria defender Athena. Então, sempre treinei para lutar sem armadura, e tenho um golpe meu que eu pensava que não seria necessário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A própria armadura de dragão saia do corpo de Okko, prevendo a vontade de seu cavaleiro. Okko só estava com o dorso nu e em posição de ataque que fazia lembrar mais um tigre. Em suas costas começava a aparecer um tigre completo, com a pata esquerda indicando o coração de Okko.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dragão Negro se preparava novamente elevando seu cosmo para mais um golpe, mas não chegava agora a se comparar ao cosmo de Okko. Era o desafio de sua vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko partia em direção do cavaleiro negro, o qual fazia o mesmo para lhe atacar. Ambos espalhavam cosmo por onde passavam no formato que seus golpes representavam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-GRANDE FURACÃO DO TIGRE!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como um furacão o golpe vai em direção, o Dragão Negro utiliza sua técnica que apenas por pouco tempo se mantém, cedendo totalmente a técnica de Okko. Dragão Negro tenta se defender com seu escudo negro, mas quando começa a fazer o movimento vira apenas aquele tigre humano, atravessando o braço nu em seu peito, como uma verdadeira garra atravessando seu coração.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E os ventos não cessavam, ainda atacavam rasgando a armadura negra e a pele de seu portador. O ataque do guerreiro de Rozan era devastador, até mesmo para ele, já que o mesmo não contava com a proteção da armadura naquele momento. O golpe também o afetava, mas se fosse para ele não perder seu amado orgulho, ele sacrificaria sua vida sem hesitar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko força o braço para fora do corpo de seu adversário, mas ventos do golpe ainda conseguem jogar Dragão Negro para longe, num tremendo impacto que ainda o faz ficar soterrado sobre dezenas de pedras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O tigre de Rozan caia ajoelhado, exausto, pois aquele golpe era demais para ele mesmo. Via seu punho direito praticamente destruído por trespassar o peitoral de Dragão Negro. Mas ainda se sentia bem, agradecia pelas armaduras negras não fossem tão duras quanto as armaduras de bronze, senão, seu braço de ataque estaria quebrado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Via a armadura e sentia um sentimento de orgulho, como se ela o parabenizar-se, por não depender dela. Surgia um sorriso no rosto de Okko, para logo depois vir o olhar de surpresa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dragão Negro se levantava mais uma vez dos escombros, se colocando em posição de ataque. Para Okko aquilo era impossível! Aquele era o seu golpe mais poderoso, e o mais arriscado, não tinha mais energia para lançar um segundo furacão. Dragão Negro por mais que quisesse aparentar que está bem, não estava. Tinha no mínimo três costelas quebradas, e seu sangue escorria sobre o ferimento do peito e dos vários cortes que receberá.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko também se levantava, sabia que não podia contar com sua técnica, e muito menos contar com a armadura de Dragão, que não passaria nada a mais que uma algema pesada. Tinha que confiar mais uma vez no golpe que mais odiava, a Cólera do Dragão. Elevava mais uma vez seu cosmo para um golpe que possivelmente o mataria, mas ao que parecia, nenhum dos dois iria ao inferno sozinho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ambos elevavam seu cosmo ao máximo que podia. O cavaleiro da Ilha da Rainha da Morte avança mais lento que a ultima vez, mas ainda veloz. Okko já sabia onde ele ia atacar e ficou no mesmo lugar, e preparava apenas o golpe para derrubá-lo definitivamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Houve o encontro e tudo em volta explodiu em um enorme clarão...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma corria, acordava de seu estado vegetativo recentemente e só sentia os cosmos de clarões enormes de cosmos se chocando, alguns muitos estranhos, o que parecia ser o de Pandora uma hora definhava a outra ressurgia monstruoso. O de Dragão tinha parecido explodir agora contra seu adversário. Parecia apenas que o cavaleiro de Cisne estava inteiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Logo ele. -Pegasus sentia um pouco de rivalidade com o guerreiro do gelo, afinal não tiveram o desfecho de sua luta, mas primeiro iria se vingar de Fênix por deixá-lo daquele estado. Estava com a mente confusa e perceberá que perdia momentaneamente seu senso de equilíbrio, por causa daquele ataque mental. E ainda sentia as dores de algumas queimaduras, mas agora já sabia do que ela era capaz. E ela iria cair diante de seus relâmpagos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Colocava-se a correr novamente a correr em direção da montanha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os dois dragões estavam parados, o negro apontando o dedo para o coração de Okko, e o Tigre havia acertado as costas, na direção do coração, de Dragão Negro. O cavaleiro negro caia, mas o guerreiro de Rozan o aparava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Por que você não usou o seu golpe? Você teria me matado na mesma hora! Por quê?! -Gritava Okko, por não entender a reação do oponente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Quer saber mesmo? -Dragão Negro cuspia sangue. -Porque eu fui derrotado por um tigre, mas a minha missão era de vencer ou morrer pelas mãos do cavaleiro de Dragão. Quis pelo menos morrer pela cólera do Dragão, nunca iria prever que enfrentaria um tigre e um dragão em uma só pessoa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Desculpe por não ser o Dragão que você quis confrontar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Idiota. -Dragão Negro cuspia mais sangue forçando as últimas chamas de sua vida. -Você é mais que um Dragão, mas eu viverei também em seu escudo, te forçarei a lutar mais e mais. Pois a perfeição é o destino de todo o dragão. Agora vá que você tem uma deusa a salvar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko via Dragão Negro morrer em seus braços, mas parte dele iria viver no escudo do dragão. E colocava novamente sua armadura para ir ao encontro de Fênix e salvar Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak continuava sua subia pela íngreme montanha, pulando de rocha em rocha. Sentindo o cosmos de seus amigos sumirem aos poucos, principalmente o de Pandora. O qual ele quis voltar para ajudá-la, mas tinha que enfrentar mais um cavaleiro negro, pois não podia contar com Pegasus. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Chegando há uma das várias áreas planas do local, estava lá um cavaleiro com a armadura deturpada de Pegasus, um jovem assim como ele de olhos negros e com um ar de rebeldia. Apoiado no paredão da montanha como se o esperasse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vejo que foi o idiota do Cisne Negro que perdeu primeiro, como o esperado. Vejo que vou ter que lutar com você, não é?! Ganso Branco?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak não acredita no desrespeito que o cavaleiro negro demonstrará com ele. Aquilo só lhe dava mais vontade de derrotá-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pegasus Negro avança contra Isaak que praticamente desaparece da vista de seu oponente e o ataca de cima, que esquiva apenas por perceber o cosmo de Cisne em cima da hora. E á área de impacto tornava-se o nascimento de diversas estalagmites de gelo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak não acreditava naquilo, raramente alguém prevê seus golpes em alta velocidade, ele esquivara antes mesmo que ele atacasse como se fosse uma coreografia. O guerreiro do gelo tinha que manter sua mente limpa tinha que ser racional para que algo explicasse aquilo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-O que foi ganso? Não consegue encostar em mim? -Isaak começava a se irritar seriamente com aquilo. Iria acabar aquilo com um único golpe logo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-PÓ DE DIAMANTE!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os ventos gélidos atacam os cavaleiros negros, que numa velocidade assustadora se movimenta mais rápido que o golpe. Chegando a subir o paredão da montanha, mas o Pó de Diamante era o golpe mais básico dos cavaleiros do ártico, então podia forçá-lo a mudar de direção. E com um pouco mais de concentração e cosmo gasto ele fazia os ventos se dobrarem a sua vontade para acertar seu oponente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas ainda sim, Pegasus Negro conseguia fugir do ataque de gélido. Pousando no chão após um salto acrobático e ia em direção para um combate direto contra Isaak, que ainda não havia parado de atacar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pegasus Negro chuta a garganta de Isaak, fazendo-o parar de lançar o golpe; e ainda sendo arremessado em direção do abismo que tinha acabado de escalar. Isaak ainda parava, e bloqueava o soco que vinha para dar o impulso para ele realizar a queda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era impossível aquele nível de improviso, já que ele nunca lutará contra o cavaleiro negro. Era como se ele já estivesse acostumado a lutar com ele, como se conhecesse cada movimento dele. Pegasus Negro só demonstrava aquela cara debochada irritante, que não lhe deixava concentrar, mas tinha que descobrir qual era o truque dele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro negro atacava com uma chuva de meteoros negros, que ia em direção de Isaak. Que desaparece com a sua velocidade, mas ainda estava sobre a mira de seu oponente. Até que Isaak lembra que Cisne Negro passou o símbolo do cisne, possivelmente, aquele cavaleiro negro que deve ter estudado cada movimento dele e seu potencial, mesmo que ele inove, será muito difícil vencê-lo nessas condições.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que um dos meteoros negros que iria atingi-lo foi cortado por um relâmpago em alta-velocidade, destruindo totalmente o meteoro negro. Os dois oponentes olham a fonte de tal ataque e enxergam o cavaleiro de bronze de Pegasus um pouco mais acima da deles.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Querendo me trapacear, Cisne? –dizia Thouma. –Quem deve vencer esse cavaleiro negro sou eu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você que é um incompetente, ficando dormindo quando tem que salvar uma deusa! –Sorria Isaak ferozmente para o companheiro recém-chegado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vá que eu cuido dele. –dizia Pegasus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vai cuidar também de mim sozinho? –dessa vez a voz era feminina, para Pegasus Negro e para Isaak, não fazia lembrá-los de nada, mas para Thouma aquela voz era recente e mesmo assim não acreditava que ela o seguiria até aqui.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A amazona estava com uma nova máscara, idêntica a outra que Thouma havia quebrado, mas dessa vez estava com sua armadura: armadura de prata de Serpente. Isaak e Pegasus Negro sentiam seu cosmo é ela era poderosa. E Pegasus Negro era o que estava mais nervoso, afinal eram três cavaleiros de Athena para combater.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Hora de morrer, seu insolente! –Shina colocava-se em sua posição de ataque com suas enormes unhas e com um faiscar de um relâmpago passando por seus braços em direção de Thouma.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tudo era muito confuso, Isaak não acreditava naquilo, mas aquele dia era realmente de coisas inacreditáveis. Possivelmente aquela amazona estivesse a serviço da falsa Athena, mas era a oportunidade de Pegasus Negro continuar a atacar Cisne. Enquanto, o cavaleiro ruivo estava ocupado com a amazona, e disparava seus meteoros negros para cima de Isaak, que forçava-se a imaginar para onde iria para não ir. O que tomava tempo demais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os dois cavaleiros de bronze apenas esquivavam, pois mesmo que Thouma soubesse como Shina lutava, ele ainda estava com algumas queimaduras e sérios danos fortes por debaixo da armadura. E seus respectivos oponentes já conheciam suas táticas e golpes. Até que ambos ficaram de costas um para o outro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Que bom que eu não sou o único a não gostar de você! –Dizia Isaak ao bloquear um chute do cavaleiro negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Cale-se, temos que vencê-los! –Thouma segurava o pulso de Shina, e lhe aplicava um golpe no abdômen para ela recuar. –Tem algum plano?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-A única coisa que eu vejo é aproveitar que eles estão lutando separados para lutarmos juntos! –Isaak lançava sua rajada ártica para apenas afastar Pegasus Negro. – O que pra nenhum de nós é uma boa escolha, mas é a necessária.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Como você disse: Não é boa, mas é necessária! –Shina voltava a atacar com as suas Garras de Trovão, porém Thouma energizava seus braços com seus relâmpagos e segurava o golpe de sua oponente e a jogava para trás, ao mesmo que Isaak se abaixava. A amazona de prata caia em cima do cavaleiro negro, que adorou a cena, mas tinha que tomar cuidado agora, pois dos dois cavaleiros de bronze começavam a aumentar seus cosmos de forma assustadora, lado-a-lado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até mesmo Pegasus Negro que era treinado na ilha da Rainha da Morte, treinado para ser ele mesmo o bastante para as suas lutas, treinado para nunca depender de ninguém; mas naquele momento era mais do que óbvio que teria que lutar ao lado dela, mas Shina só via seu objetivo. Matar o cavaleiro de bronze de Pegasus, e mataria também Pegasus Negro depois, apenas por que suas armaduras eram similares. E investia sobre o ruivo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma apenas com um bater de braços o céu começava a se fechar com uma nuvem pesada e escura que repentinamente aparecia acima deles, parecendo que chamava o cavaleiro de Pegasus que flutuava em pleno ar. Shina não se importava com o feito visual daquele golpe, apenas queria ver o sangue do irmão de Marin esvaindo por um ferimento grave. E ignorava o cavaleiro de cabelos esverdeados que fazia a mesma imensa nuvem nevar ao mesmo que relampejava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O guerreiro negro atacava cisne com seus meteoros negros para detê-lo, mas era tarde demais! Com um simples movimento de mãos, sem exageros e ainda sim com um ar majestoso lançara seu pior golpe: a Aurora Boreal. Uma rajada ártica extremamente mais agressiva, como se fosse uma tentativa do guerreiro ártico de dividir seu sofrimento do treinamento de anos em apenas um momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O frio avançava cobrindo tudo que estivesse na sua frente, envolvendo os meteoros negros e partindo-lhes como vidro. Até que chegava ao seu oponente congelando-o totalmente, e mesmo Shina que havia saltado para ataca o cavaleiro que roubou a armadura de seu discípulo sentira a brisa do golpe que fora o suficiente para deixar suas pernas dormentes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como os raios que caiam sobre a área, Thouma transformou seu golpe em um raio e lançou diretamente a Shina, que perderá velocidade graças à Aurora Boreal de Isaak, acertando-a em cheio. Que ao chegar ao chão, os raios seguiram por terra por todos os lados evitando apenas Isaak, mas acertando o guerreiro congelado, Pegasus Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A combinação dos golpes fora devastadora, com uma grande área negra no ponto de impacto e no abdômen da amazona de Cobra, com várias estacas de gelo encravadas por todo lugar, inclusive no corpo de Pegasus Negro. O efeito foi no mínimo devastador, os golpes sozinhos não teriam esse efeito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma ainda vê que a amazona que estava lhe caçando, ele poderia ser problemas mais a frente. Parado ele levantava o punho para dar-lhe um último golpe, o que acabaria com a obsessão dela e com a sua vida. No momento que descia o punho, ele sentiu travar na metade de sua trajetória. Isaak estava segurando o braço de Pegasus, o que assustava com a velocidade com que ele chegará.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você já venceu, não precisa matá-la! –dizia Isaak forçando o aperto no braço de Thouma.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Como não? Não viu que ela é vai atrás de mim depois que acordar. E quem sabe não é uma agente do Grande Mestre?! –dizia Thouma tentando tirar o braço preso em vão, pois ali era um dos vários lugares de seus ferimentos não curados, mas não demonstrava dor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E presumo que você a vencerá? Ou a convencerá que está do lado errado? Não é? – Isaak começava a esfriar o ar junto com o braço do companheiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Thouma se livrava mais bruscamente da mão de Cisne e ia continuava a andar, mesmo sabendo que aquele seria um erro. E Isaak via esperava o ruivo se distanciar, para ver uma ardência que sentia no braço, uma mancha negra. Pensava que era um dos vários hematomas que adquiria e logo se ia, e colocou-se a andar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em seu último sopro de vida, Pegasus Negro via a marca da Morte Negra, logo Cisne iria sofrer as consequências de uma morte dolorosa e corruptora sobre ele. E o cavaleiro negro deixava-se ser levado para o reino dos mortos.</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657247679028027062.post-81784593413852620182011-07-05T13:21:00.000-07:002011-07-05T13:21:36.543-07:00Alma Nova 05 - Lutas Obscuras - Parte 1<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Okko, Isaak e Pandora se locomoviam até chegar ao monte Fuji, o cativeiro de Athena. Todos alcançavam uma velocidade que não era visível ao olho nu humano. Deixando um rastro de vento cortante que levantava tudo que a gravidade permitia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Temos que chegar o mais rápido possível. -dizia Pandora. -Mas não se desgastem, teremos muitas lutas ao que parece.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Isso é óbvio. -dizia Okko. -dá pra sentir o cheiro daqueles cosmos podres dos cavaleiros negros daqui, e nem chegamos ainda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Por que não deixamos Fênix matar os cavaleiros negros, e depois cuidamos de Fênix, já enfraquecida?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Isso seria um bom plano se eles não estivessem com Athena. -dizia Pandora. -Temos que preservar sua integridade física.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E somos bons o suficiente para derrotar plágios imperfeitos de cavaleiros, e agora sabemos como Fênix luta, quase não há maneira de perdemos. -dizia Okko com um sorriso selvagem no rosto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mas ela também viu nossos movimentos, seria fácil para ela nos derrotar. -Isaak respondia ao cavaleiro de Dragão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Fale isso por você, Isaak. Foram você e Pegasus que lutaram contra ela, eu e Pandora quase não fizemos nada. -Okko retrucava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Mesmo que ela não veja nossos movimentos, você também sentiu o cosmo dela. -Pandora com uma seriedade mórbida. -Eu, mesmo com as correntes de Andrômeda, não creio que sozinha vou poder parar o cosmo devastador de Fênix. Realmente, aquilo parecia só ser o abrir de asas dela, e não um golpe total.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko e Isaak também haviam sentido aquilo, o que realmente era assustador. Se aquilo fora um mero abrir de asas, imagine um golpe total. E eles ainda teriam que eliminar os cavaleiros negros, que esses com certeza iriam eliminar Athena. Iriam enfrentar inimigos que não sabiam a extensão de seus poderes e um que preferiam apenas não enfrentar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Okko parecia ser o único realmente que iria proteger Athena, pois Isaak ainda não entendia nem engolia muito bem aquela história, mas se aquela jovem fosse mesmo Athena ele nunca iria se perdoar, seu mestre não iria lhe perdoar, e imagine Kamus de Aquário que fora ver ele se tornando um cavaleiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E Pandora que não tinha o dever de proteger Athena, seria até bom que ela morresse. Ela deveria estar ajudando os cavaleiros negros, enviando a reencarnação de Athena para os braços da morte. Parecia que aqueles anos de treinamento com Albior de Cefeus haviam a mudado, os discursos inflamados dele. Caberia a ela deixar que os deuses gêmeos guiem seus passos, apesar de odiar ser controlada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O pensamento em comum era a preocupação com Thouma de Pegasus na luta, um deles teria que lutar com Pegasus Negro, querendo admitir ou não, ele era um ótimo lutador e seria necessário suas habilidades para aquela batalha que estava a frente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os quatro grande cavaleiros negros, ou talvez fossem os únicos cavaleiros negros restantes. Para eles não importava, era até melhor que aqueles fracos que ousavam a zombar do título de cavaleiro negro com seus mínimos poderes. E logo eles também largariam o título de cavaleiros negros e passariam a ser cavaleiros de Athena. Graças a feliz coincidência dos “rebeldes” serem de seus “cavaleiros originais”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dragão Negro pára, e olha para trás furtivamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-O que foi? -Indaga Pegasus Negro</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não sentem o cosmo dos cavaleiros de bronze vindo para cá? -Dragão Negro diz. -Realmente, vocês são fracassados como cavaleiros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-O que foi que você disse? -dizia Cisne Negro segurando ele pelo colarinho da armadura, não que fosse uma crítica para ele, mas ele se ofendera como tudo que era dito para ele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-O que foi Cisne Negro? Ofendido por apanhar do cavaleiro de Pegasus e ser humilhado pelo mestre Jango. -Dragão Negro não tinha o costume de falar demais, mas quando o fazia parecia transformar todos em escória com meras palavras e fatos imutáveis. -Acha mesmo que vai poder derrotar Fênix sem mim, ou melhor, acha mesmo que pode contra Fênix?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pegasus Negro e Andrômeda Negro riam com a situação como sempre, eles também foram ofendidos e sabiam disso, mas nada que pudessem fazer contra Dragão Negro, ele era o mais poderoso dentre eles, e também era sempre bom ver Cisne Negro dando seus ataques de fúria inútil contra Dragão Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cisne Negro sabia que era mais fraco que Dragão, mas hoje, somente hoje, ele teria que deixar aquilo sem punição. Porque ele não pudera nem mesmo com o Pegasus original, e ao que parecia o próprio não havia sobrevivido ao ataque de Fênix.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você me paga Dragão Negro. -Cisne Negro fazia aquilo como uma grande ameaça, que não passava de uma das suas inúmeras promessas vazias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então, o que faremos com os originais? Deixamos eles passarem até Fênix? -perguntava Andrômeda negro para o resto do grupo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E isso seria bom, deixar eles se matando e aparecemos para dar o golpe final em quem estiver mais fraco, gosto muito disso. -dizia Cisne Negro</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Além de fraco, covarde. -provocava Pegasus Negro. -Com medo do Cisne original.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ora seu...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Calem a boca. -Dragão Negro ordenava aos seus companheiros. -Essa tática é inviável, pois e se os cavaleiros de bronze se unissem a Fênix? Desse jeito seria impossível de vencê-los, e isso vai ser a prova de qual de nós e poderoso o suficiente para se tornar um cavaleiro de bronze. Iremos derrotar nossos originais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aquilo soara como um desafio da boca de Dragão Negro, e eles odiavam ser desafiados e adoravam vencer desafios. Todos sorriram malignamente, exceto Pegasus Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Maldição, Fênix matou o meu original. -dizia frustrado Pegasus Negro por não participar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Fique calmo, você vai matar o que vencer um de nós. -dizia Dragão Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Que vai ser provavelmente o Cisne. -soltava Andrômeda Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cisne Negro olhava para Andrômeda querendo matá-lo, mas decidira provar sua força matando Cisne Negro e depois matando ele com a armadura original de Cisne.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Novamente na mansão de Jango, esta o líder dos cavaleiros negros na sua sexta garrafa de uma bebida que ele não sabia qual era, mas forte o suficiente para fazer seu estômago queimar, mas não estava embriagado, pois os cavaleiros negros tinham uma estranha resistência a venenos. Era uma pena, pois naquele momento Jango queria está fora de si.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mandara os cavaleiros negros na frente pois não queria testemunhas no que ele iria fazer, aquela amazona de bronze tinha um cosmo assustador para sua feição doce e franzina. Como ele odiava Guilty, seu irmão mais velho e seu mestre. Eles foram condenados pelo Santuário a viver vigiando os cavaleiros negros, como não liderá-los? Por que não usar a lendária armadura de Fênix para seu beneficio?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Guilty via aquilo como uma missão sagrada, onde apenas os cavaleiros mais poderosos podiam exercer. Ele se auto-intitulava o cavaleiro do diabo, pois só sendo um demônio para chamar aquilo de lar. Seu irmão era um idiota, um idiota que adorava uma deusa que lhe enviara ao inferno na terra. E destruía a vida daquela garota, tornando um ser cheio de ódio ao invés de ser uma mulher comum amada por um homem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jango levantava a cabeça para tomar ar e coragem para fazer o que nenhum cavaleiro negro lhe vira fazer. Ele iria implorar pela ajuda daquele monstro que o Santuário enviou...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*****</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os cavaleiros de bronze chegam ao Monte Fuji, ou Montanha dos Espíritos como chamam os habitantes daquela região. O que tinha sentido, pois com a passagem por vento pelas várias cavernas do local ecoavam como gritos de almas penadas tiveram fim naquele local.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-E então, qual é o plano? -perguntava Isaak aos seus dois companheiros, pois ele mesmo ainda estava confuso sobre tudo aquilo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acho que a melhor abordagem é enfrentarmos nossos oponentes todos juntos, eliminando um por um. -dizia Pandora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak torcia o nariz para aquilo, mas antes que pensar qualquer coisa Okko já lhe tomara a palavra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Faça isso você e Cisne, se quiser. Eu enfrentarei a todos ali e resgatarei Athena ao meu jeito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Você é louco, só vimos o poder de Cisne Negro, desconhecemos as habilidades dos outros, e se houver mais cavaleiros negros. -dizia a Amazona de Andrômeda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acho que você esqueceu de uma coisa. -Dragão fazia uma pausa tomando ar, para falar. -Nós somos cavaleiros de Athena, os santos da justiça, guerreiros honrados; e apunhalar não é coisa que fazemos. Lutamos com nossa força e nossa fé, isso é que nos faz diferentes deles, não é apenas trajar uma armadura de melhor qualidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora fica chocada com o discurso dele, e olha para Cisne que balança a cabeça afirmativamente. Pandora estava chocada, não entendia como eles conseguiam pensar apenas em honra quando sua deusa estava em perigo, mas ela parava e pensava consigo que ela não entendia aquele conceito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Afinal, ela era uma espiã, numa armadura que nem deveria estar usando. E que ela só usa por intervenção de Hypnos e Tanathos, e era uma ironia mesmo do destino, ela usar uma armadura que representa uma princesa que se oferecerá em sacrifício para Poseidon. Só algumas coisas mudaram, como ela ser sacrificada pelo bem de Hades e sua armadura estar cheia de morte e pesadelos. Realmente sua vida era uma macabra ironia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Se aquela for realmente Athena, não há com que nos preocuparmos. -dizia Isaak cortando os pensamentos de Pandora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vocês tem razão, afinal ela é Athena. -Pandora começa a pensa que seria bom ela morrer, estaria livre do fardo de ser uma amazona. -Enfrentaremos quem estiver em nossa frente e chegaremos todos lá para exigir Athena de volta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Certo! -dizia Isaak com empolgação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Por que até uma idéia minha parece uma idéia sua?! -dizia Okko mas confirmando que iria seguir aquela tática. -Você devia ser sacerdotisa e não amazona.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vamos logo. -ordenou Pandora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os três correram um para cada lado, numa velocidade que a olho nu apenas era possível ver a cor predominante de suas armaduras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E ao longe, os cavaleiros negros sorriram com a chegada de seus “originais”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">******</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No santuário, Saga estava apreensivo. Tudo aquilo demorava demais, só ter mandando os cavaleiros negros já teria dado um grande golpe, um grande barulho, mandava um dos cavaleiros para após a morte de Athena, recuperar a armadura de ouro, mandaria Shaka eliminar a todos envolvidos, tudo que ligasse a ele. Depois ele cuidaria simplesmente dos rebeldes em focos isolados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas tudo aquilo demorava demais, tudo era uma agonia para Ares, realmente era um tormento, seus planos não estavam funcionando. A maldita rebelião de cavaleiros, dos quais conseguiam fazer estragos em sua fé como Grande Mestre, semeando a dúvida nos corações de seus vassalos. E se eles conseguirem trazer Athena, a verdadeira Athena, tudo que ele criara estaria destruído. Uma paz que não seria edificada em justiça, mas sim nele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não poderia mandar qualquer outros a essa missão, afinal já mandara Shaka. Não faria sentido algum mandar qualquer outro cavaleiro após tê-lo mandado. Seria arriscado e conflitante demais, mas ele poderia solucionar outros problemas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-SERVIÇAL!!! -Ele gritava a qualquer um dos guardas para atendê-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Sim, Grande Mestre?! -dizia o guarda que cuidava da porta do salão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Chame Gigars onde quer que ele esteja! E AGORA!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O homem desesperado corre atrás do sacerdote Gigars.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">***********************</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">[Luta Isaak de Cisne Vs Cisne Negro]</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak andava perdido na base da montanha, pois até mesmo onde Fênix se encontrava era na maior montanha, e já gastara cosmo demais correndo e tinha que poupar energia. Ele simpatizava com o lugar, pela grande altura a própria temperatura era baixa, o que era melhor para ele, pois assim podia lutar melhor num lugar mais parecido com sua terra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esquecia um pouco da sua terra para lembrar um pouco da amazona de Andrômeda que passou pelo outro lado da montanha, nunca vira ser tão belo. Ela parecia mais alguém para ser protegida e não para proteger; mas aquelas perguntas para aquele homem delicado. Eram estranhas demais, e próximas demais. O mínimo que se treina para ser um cavaleiro de bronze é sete anos, e geralmente treinam em áreas isoladas. Como pode conhecê-lo antes disso?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E mudava a mente para aquela jovem de cabelos lilases, seria ela realmente Athena? O santuário estaria protegendo e venerando uma falsa deusa. E como Mestre Cristal não pode contar para ele depois de tantos anos? Mas será que ele também acreditaria?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sua mente vagava até que sentirá algo se aproximado e deixava apenas o seu corpo e instinto reagir aquela situação. Pulava para trás, numa distância o suficiente para escapar do que quer que fosse. Ao reparar via estalagmites de gelo negro formado onde estava, só podia ser uma pessoa a fazer aquilo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não esperava nada menos do cavaleiro de Cisne. - Era um dos quatro grandes cavaleiros negros, o Cisne Negro, sua cópia maligna praticamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Provavelmente ele sentiria o cosmo do oponente muito antes, e não só quando ele esta prestes a receber um golpe daqueles, suas inquietações pareciam atrapalhar sua concentração. Uma coisa que ele sempre odiava quando acontecia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Preparado para morrer, Cisne? -Cisne negro iria mostrar aos seus companheiros que poderia derrotá-lo, e pretendia levar a cabeça de Cisne como prova.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A temperatura começava a cair drasticamente, com vários cristais de gelo caindo de ambas as cores: branco e preto, a medida que seus cosmos começavam a se preparar para a batalha. Que teriam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Era no mínimo um espetáculo lindo e mortal, num contraste, o que representava aquela cena perfeitamente. O bem e o mal lutando em um ambiente hostil e desconhecido para ambos, era a cena que retratara aquela situação perfeitamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cisne Negro, que estava mais a cima em uma das várias camadas da montanha, atacava novamente com seu gelo negro contra Isaak que se movia rapidamente para sair do golpe. Apenas para reaparecer, pois ao momento que parava uma rajada negra ia em sua direção.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para Cisne Negro aquilo era irritante, como o cavaleiro de Cisne se movia tão rápido? E assustador, ele corria como se deslizasse no gelo, e parando onde ele desejasse. Mesmo com seus golpes ele não alcançava Isaak.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que Isaak se aproxima e lhe aplica um golpe em seu queixo que o faz chocar na parede da montanha, mas Cisne Negro não tem tempo para se lamentar. Não poderia se dar ao luxo de ficar no mesmo lugar sendo alvo. E sai numa acrobacia, mas fica tempo o suficiente para ver a rajada ártica de seu oponente quase lhe acertando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao desce, Cisne Negro aparece atrás de Cisne para atacá-lo, mas Isaak ainda desvia apenas com um curto e comum passo, e agarrava o pulso de seu oponente. Cisne Negro começava a ficar apavorado, como ele poderia ser tão poderoso?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Realmente, você não é um guerreiro do ártico. -Isaak arremessava-o novamente para a parede, de maneira violenta mas sem alterar seu estado emocional.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Idiota, vou te matar. -Cisne Negro começava a traçar a cruz do norte, em posições belas e únicas. -TEMPESTADE DE GELO NEGRO!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak olha para aquele golpe, fecha os olhos e ergue sua mão parecendo querer bloquear o golpe de Cisne Negro. O cavaleiro negro gargalhava, pois aquilo era uma tentativa de suicido; mas ao ver o resultado da cena se espantava. Apenas a mão e metade do ante-braço fora congelado, era uma vantagem que ele ganhava.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Idiota, agora com seu braço direito congelado pelo meu gelo negro, sua derrota é certa. -Cisne Negro estava feliz, afinal iria provar aos seus companheiros que era mais forte que seu original.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Ridícula cópia. -exclamava Isaak ao ver seu braço congelado. -Mas bem esforçada para uma ilha vulcânica, pena que escolheu o oponente errado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O gelo alvo de Isaak começava a devorar e converter o gelo negro de seu inimigo, até que o cobrisse totalmente e partindo em vários pedaços. Cisne Negro voltava a se apavorar, não acreditando naquilo que acabara de ver. O pavor se transformou em raiva e ele partia em direção do cavaleiro de Athena, mas não conseguia se mover.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao prestar realmente a atenção, vê círculos de gelo ao redor dele. Não entende como o cavaleiro de Cisne fizera tudo aquilo. E como ele criara daquele jeito, um dos Quatro grandes cavaleiros negros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Vou ser piedoso e tirar suas dúvidas antes de te mandar para o Tártaro. Eu lhe apliquei o círculo de gelo quando você pensou que eu tinha errado o golpe. Foi apenas um chamariz, mas o que realmente me assusta é o porque você não descobriu o segredo da minha velocidade. -Isaak via a reação de espanto dele, e dava pena alguém com um título tão assustar ser tão fraco. -No lugar em que eu fui treinado, o ar é rarefeito, nosso corpo não reage muito bem, por causa da hipotermia; mas como eu disse antes, pra alguém que treinou em uma ilha vulcânica você é um pródigo, mas não soube escolher o seu adversário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A raiva de Cisne Negro crescia mais e mais, mas ele não conseguia se libertar daqueles frágeis círculos de gelo. E aos poucos, o ar começava a ficar mais frio, os cristais de gelo, começavam a ficar maiores e os ventos mais agressivos, Cisne Negro não acreditava que tudo aquilo era obra do cavaleiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Isso é só uma pequena amostra do que pode um guerreiro do Ártico, e uma breve visão da morte branca conhecida como Pó de Diamante. -Cisne negro começava a ter hipotermia, começava a sentir o que era o frio que seu oponente tanto falara, era assustador, era belo e assustador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Tem algo para me dizer antes de sentir o Pó de Diamante? -Isaak falava para Cisne Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Só que vocês são loucos, desafiar o Santuário dessa maneira. E pior ainda, escolher Fênix como adversária. Você tera uma morte pior que a minha. -Cisne Negro proferia sua fala em tom de maldição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Então que você sirva como exemplo para aqueles que subestimam os guerreiros do Ártico. PÓ DE DIAMANTE!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os ventos se tornam agressivos e seguem um único caminho, uma direção que atravessa o corpo de Cisne Negro. O jogando de cabeça para baixo, prendendo-o de cabeça para baixo em uma das formações rochosas, deixando apenas seu braço direito e sua cabeça para fora da estalactite formada com o corpo de Cisne Negro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Não se preocupe, se fosse tiver mesmo força de vontade, vai sair daí vivo. Vai sair sem cosmo algum, mas vai sair vivo. -dizia Isaak olhando para o inimigo -Não vou te matar, só quero Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Acaba de assinar seu contrato de morte, cavaleiro de Athena. - Cisne Negro tirava o emblema do cisne, praticamente decapitando sua armadura. -Sofrerá a morte negra. -Ao acabar de proferir suas palavras, fazia desaparecer o símbolo, enquanto o resto do gelo lhe consumia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isaak não acreditará, Cisne Negro matara a sua armadura e a si mesmo, e com que intuito? Uma derrota não valeria uma vida, mas Isaak não tinha tempo para pensar nisso, tinha que correr para salvar Athena, ou aquela que todos diziam ser Athena.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">************************</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">[Pandora de Andrômeda Vs Andrômeda Negro]</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora andava sobre aquela intempérie fria daquela montanha, afinal, qual era o motivo de uma espiã dentro do Santuário querer salvar Athena? E a armadura mesmo não lhe obedecia, as correntes de Andrômeda não respeitavam seu comando, mas durante a batalha contra Fênix elas reagiram muito bem. Possivelmente elas sabiam que aquela era Athena, e fizeram de tudo para protegê-la.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Essas armaduras realmente tinham algum nível de consciência, um nível que os poderes de Hypnos e Tanathos não podiam dobrar nem exercer a sua influência, não totalmente. A sacerdotisa de Hades, pensava que ser uma amazona de Athena não seria tão ruim, não teria que criar uma utopia, seria apenas proteger as pessoas de seres como ela. Talvez fosse uma luta digna, talvez ela não recebesse a morte dos pais, e tivesse a alma de seu irmão tragada por Hades, e muito menos seria uma peça descartável para aqueles dois deuses.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora, sente um deslocamento muito rápido e agressivo, e rapidamente desvia. Vê inúmeras cobras negras como um bote só, caso não tivesse sentido o cosmo da pessoa que as controlada, provavelmente estaria morta; mas ao que parecia elas não iriam desistir tão facilmente de sua presa e voltavam a atacar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A amazona saltava para trás num impulso rápido e forte, mas as cobras se moviam praticamente a sua velocidade, impossível um animal se mover tão rápido assim. Pandora lança sua corrente triangular para cima das cobras, que não passava de uma corrente morta e sem vontade, pensava consigo mesma que seria melhor lançar uma pedra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As cobras se dividem e atacam por todas as direções, Pandora sua a corrente da esquerda para afastá-las e consegue apenas acertar algumas. Das outras, tudo que pode fazer era fugir, sabia que seria logo encurralada naquele ritmo, mas o que podia fazer com correntes que não lhe obedeciam?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao parar no chão, não via mais o céu. Só se ele se tornasse em várias cobras querendo devorar seu ser. Era o que era queria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Concentrara todo seu cosmo, e o soltara, um ataque básico de todos aqueles que tinham algum cosmo desenvolvido dentro de si, mas era uma manobra amadora, pois técnicas canalizavam melhor um ataque do que essa explosão, além de consumir menos suas energias, mas era tudo que ela tinha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As cobras foram incineradas com esse ataque, e Pandora apenas caira no chão, e não se dara ao luxo de abrir sua guarda. Porque o inimigo estava mais a sua frente, olhando para ela e rindo de sua maneira ridícula de defesa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tinha cabelos negros, mas próximos de um verde muito escuro. Além da própria armadura ser idêntica a dela. Olhando bem, ela reparava traços similares ao do jovem que lhes abrigara depois do confronto contra Fênix, mas numa versão tão maligna que era facilmente diferenciados somente pelo olhar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Realmente, você me desapontou amazona, jurava que a minha original seria mais poderosa. Achei que no mínimo você iria usar a defesa circular, particularmente, você é deprimente. -Andrômeda Negro recolhia as suas correntes que se transformavam em cobras para atacar seu oponente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Possivelmente, qualquer um dos outros cavaleiros já teria derrotado a essas alturas, mas ela mesmo não era uma amazona, era uma sacerdotisa e sua própria não lhe respondera. Estava numa situação perigosa, mas uma coisa que ela não podia demonstrar era medo. Afinal, aquilo só iria alimentar as forças de seu oponente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Realmente, entre nós, seu cosmo chega a ser tão pífio que eu não vejo a necessidade de usar as correntes de Andrômeda para acabar com você. Consigo vencer você apenas com as mãos, e realmente eu não fui treinada para combate. Você será minha cobaia. -Pandora assumia uma postura ereta para dar ênfase as suas palavras, já que sua máscara lhe ocultava sua face.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O cavaleiro negro de uma feição irônica passa para uma face obsessiva e psicótica de raiva e ódio. E volta a atacar sua oponente, com as correntes de sua armadura que em momentos depois se transformam em cobras negras. Pandora se desloca o mais rápido que pode para não ser acertada pelas correntes de Andrômeda Negro; mas não tinha muito o que fazer para contra-atacar, a não ser esperar uma brecha mas ela nunca aparecia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pandora não conseguira saltar rápido o suficiente para fugir das correntes de Andrômeda Negro, a qual era uma cobra que aplicava-lhe um bote firme e doloroso. Sendo a dor alucinante, e a mesma víbora que lhe mordia parecia se multiplicar, e as que apareciam lhe aplicavam mais um ataque, até que a amazona estivesse caída.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela não se rendia, queria suportar, queria vencer; mas o veneno que aquelas peçonhas inocularam nela pareciam estar drenando sua força. Além do baixo nível de cosmo, não poderia fazer uma segunda explosão de cosmo. Ela começava a pensar que foi um erro ser enviada, talvez fosse melhor morrer, o pior que aconteceria, seria ela ir para “seu lar” aquele inferno, e esperar a chegada de Hades para o recepcioná-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela apenas tinha que deixar de insistir, para deixar de existir, lembrando apenas de algumas pessoas enquanto perdia os sentidos: Seus pais, seu mestre Albior, June e do cavaleiro de Cisne. Se bem que ela não fazia idéia do por quê ele aparecer em suas últimas memórias de vida, mas não foi desagradável.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Deixar de insistir... Desistir... -As últimas palavras de Pandora enquanto ouvia o riso estridente de seu algoz.</div></div>Demiris Ikarushttp://www.blogger.com/profile/14863139989794869952noreply@blogger.com2