Alma Nova 03 - Palavras, Acordos e Chamas.

-O que você disse? -Isaak não acreditava que uma amazona tão franzina pudesse falar daquela maneira com ele, apesar dela possuir um cosmo assustador ele não aceitava o fato de ser desafiado.

-Me entreguem a garota e ninguém precisa sair ferido... ou até mesmo morrer.

O cosmo de Esmeralda não vacilava mesmo estando na presença de quatro cavaleiros de bronze de cosmos poderosos; seu raciocínio era lógico, os cavaleiros negros queriam a garota, se ela pegasse a garota os quatro cavaleiros negros iriam aparecer ou com sorte, até mesmo Jango. Ela não pretendia fazer mal algum a garota, Esmeralda só queria os cavaleiros negros a sua mercê.

-Acha mesmo que pode ameaçar quatro cavaleiros de bronze? -Você está a serviço do santuário?! -Perguntava Thouma, se preparando para a pior resposta e a um ataque rápido.

-Eu quero é mais que o Santuário e Athena morram, eles não fazem falta nenhuma a esta terra... como a deusa protetora da terra permitiu que cavaleiros negros fossem confinados e não destruídos? Como podem ainda deixar que essa humanidade podre ainda seja assim! Se a vontade divina é tão superior, porque ela não molda esse mundo! Porque se os deuses são perfeitos, porque suas criações não eram também?

Aquela era questão que assolava todo mortal da terra que se encontrava numa situação desesperadora, onde nem mesmo a fé mantem a força de vontade. Todos ali sentiram o peso das palavras ditas pela amazona de fênix, mas Hana lacrimeja inconscientemente, pela tristeza e revolta que ela carrega.

-Me entreguem a garota e ninguém sai morto. -tentava se recompor Esmeralda após aquele desabafo.

Thouma ataca com toda sua velocidade, com um raio energizado em seu punho visando acabar com ela antes mesmo dela atacar, pois pelo tamanho do cosmo que transbordava dela, se ela o manifestasse, eles estariam em desvantagem.

Mas o golpe de Pegasus não encontra seu alvo, mais rápida do que ele, Fênix desvia com um passo para trás, o que deixa os outros cavaleiros perplexos. Hana apenas vira uma arvore cair e o ruivo com um olhar furioso para a jovem de armadura.

-Golpe de sorte. -dizia Thouma para sua rival. -O próximo não errarei. -Ele elevava mais ainda seu cosmo, junto com a densidade do relâmpago que era alimentado pela sua vontade de derrota-la.

-Mesmo que você queria, não vai conseguir, você é muito lento.

Era a ofensa que faltava para Thouma querer matar a amazona. Zombar de seu principal atributo era o cumulo, e ainda numa velocidade assustadora, mas dessa vez Esmeralda parece também atacar. Um ataque simultâneo que quase não fora visto nem pelos cavaleiros de fora da luta.

*****

No Santuário, Marin ainda não tinha noticia de Thouma e nem se ele já encontrará Athena, apenas sabia que Shina estava sobre cuidados médicos graças a agressão de seu irmão. Ela orava para que nada mais desse errado, rezava para que não fosse um erro mandar seu irmão para proteger Athena, devia ela mesmo ter ido, ela era menos impulsiva que o irmão. E será que ele estava certo. Que ela própria não conhecia, seu irmão que ela mesmo criara?

-Marin?

A amazona se assustará com o chamado de seu nome, perdida em tantos pensamentos e preocupações que não notará que ela estava ainda no Santuário controlado por um tirano, não podia se dar ao luxo de abaixar a guarda.

-Esta tudo bem?

Ao se virar, ela encontra Aioria, o cavaleiro de ouro da casa de Leão. E o amor de sua vida, o homem que abaixava toda a sua guarda só em estar lá.

-Sim, só cansada de toda essa violência no Santuário, vivemos uma época de relativa paz, com nossa Deusa presente e ainda não sinto paz de espirito. Como se algo estivesse fora do seu lugar.

-Deve ser esse grupo de anarquistas dentro do Santuário, que querem acabar com a vida do Grande Mestre e com a vida de Athena. - Aioria cerrava os pinhos com raiva. -Mesmo com a morte de um de seus lideres que era meu irmão, sangue do meu sangue. Eles continuam existindo, como se sua morte não fosse nada além de um inconveniente aos seus vis planos.

Marin apenas sente seu sangue gelar, afinal aquela era uma verdade apesar de estar bastante distorcida. Aioros havia fugido com Athena, e ao descobrir isso o “Mestre” uniu aqueles com os ideais de justiça mais fortes; mas Aioros não era o fundador, ele era o mártir daquela causa.

Porém, o ideal da amazona balançava quando o cavaleiro de Leão começava a proclamar aqueles discursos de “caça aos traidores remanescentes”. Ela sabia que ele não era uma má pessoa, assim como a maioria dos cavaleiros do Santuário. A real culpa era de Saga, o cavaleiro de ouro da casa de Gêmeos.

No entanto, para Marin era assustador para ela pensar que poderia um dia a vir enfrentar Aioria. E se o enfrentaria...

-Sempre esqueço de te agradecer por ter treinado Thouma. Ele me alcançou muito rápido, se fosse treinado por mim ele não evoluiria, apenas ficaria estagnado. Muito obrigado.

-Não precisa agradecer, Marin. Realmente ele tem muito poder e é muito habilidoso, tanto que conseguiu me acertar; mas acho ele muito arrogante sobre as habilidades dele. Ele ainda vai sofrer quando encontrar alguém mais habilidoso que ele.

-Do estagio que ele se encontra, ferindo você no rosto, não creio que um cavaleiro de bronze possa derrota-lo. Ele tem poder pra me derrotar.

-Isso não deveria ser uma coisa para você se orgulhar, Marin. -Aioria brincava com o comentário.

Marin ria por debaixo da máscara, como se estivesse relaxa, e a verdade que estava.

-Mestre Aioria, Mestre Marin. -O dono da voz era de um dos emissários do santuário. -Viram por acaso a mestra Shina?

-Aconteceu alguma coisa com Shina? -indagava Aioria.

-Ela estava hospitalizada, junto com alguns discípulos dela, mas essa manhã ela sumiu. -Marin sabia que aquilo não era bom sinal, Shina sempre fora uma pessoa vingativa, e com certeza iria atrás de Thouma para mata-lo pela humilhação de quebrar sua máscara.

-E ela falou sobre seu agressor? -perguntava Marin

-Não... e ao que parece os seus discípulos tem ordens para não falar também. E eles morreriam antes mesmo de dar a informação.

-Por que a preocupação, Marin? -perguntava Aioria, pois ele mesmo sempre soubera que ambas eram inimigas mortais. Desde a entrada de ambas na confradaria.

Marin se pega entre a cruz e a espada, devia ter interrogado o mensageiro depois. Agora se encontrava numa situação delicada em que deveria medir cada palavra sua e rápido, pois esse silêncio que ela usava para pensar, apenas fazia a semente de duvidas que Aioria tinha crescer e ter raízes.

-Vou continuar a procura-la, com licença. - O mensageiro se retirava velozmente.

-Pode ser que um dos traidores tenha atacado Shina. E agora ela tenha corrido atrás do traidor como uma questão pessoal. -Não era realmente uma mentira, mas sim uma meia verdade.

-Entendo... Então devo reportar isso ao Grande Mestre o mais rápido possível.

-“Péssima jogada, Marin!” -pensava consigo mesma, agora ela acabará de dar informações vitais para Saga. Que provavelmente mandaria o próprio Aioria executar a todos perto de Athena.

Aioria se virava e ia em direção as doze casas, para reportar a suposição de Marin ao Grande Mestre.

-“Pense, rápido.” -Gritava ela mentalmente para forçar alguma desculpa, qualquer desculpa a aparecer.

-Aioria, espere...

Aioria para com o pedido de Marin e se volta novamente para ela, esperando que ela falasse o que queria.

-Acho melhor você não falar por enquanto nada Aioria.

-E porque Marin?

-Seria demais para o Grande Mestre pensar nisso, principalmente que a Shina também pode ser uma traidora. Não podemos promover um clima de paranóia entre nós cavaleiros, nós que devíamos zelar pela paz, estaríamos nos digladiando até a morte entre nós mesmos. -Agora, mais do que nunca, a amazona de Águia rezava para que Athena a ouvisse, que suas palavras fossem mais poderosas que o sétimo sentido.

-Tem razão, Marin. -A amazona não forçava-se a relaxar, mas agradecia mais intensamente do que pediu. -Mas ficarei de olho.

-Eu investigarei pessoalmente Aioria. Não se preocupe com isso.

Aioria andava em direção ainda das doze casas, mas Marin estava aliviada. E ao sair de sua vista ela desaba no chão. Sentia o estomago revirar, e tirava a mascara para soltar o que seu corpo rejeitava. Ao mesmo tempo que estava aliviada, ela estava desapontada consigo mesma. Afinal, mentira para ele; mesmo sendo por uma boa intenção, o inferno e o céu tinham os mesmos pavimentos.

Ela respirava o quanto podia sem a sua máscara para coloca-la novamente, pois agora mesmo que não queria ver seu rosto.

*****

Ainda sim no Santuário, mas em um lugar macabro, com rostos gemendo de dor e desespero. O inferno para qualquer mente saudável, com gemidos de almas torturadas como um fundo musical clássico. Assim era a casa de Câncer, um lugar que até mesmo os outros cavaleiros evitavam.

Mas ali estava uma figura que constrastava com o ambiente em si, com revoltos cabelos esverdeados, constituição delgada e armadura alva, e no braço direito um instrumento musical, uma harpa. Andava confuso, evitando pisar nos rostos de dor, mas estava disposto a fazer o que decidirá fazer...

-O que faz aqui, Orfeu. Minha casa não é lugar para sua música, mesmo que seja fúnebre. -Uma voz grossa que parecia surgir de todos os lugares, Orfeu começava a ver se era um dos rostos que decoravam o ambiente, mas era muito pior, era a pessoa que havia colocado aqueles rostos na casa de Câncer.

-Máscara da Morte, o cavaleiro de ouro da casa de Câncer; necessito de uma audiência com vossa senhoria. -Gritava Orfeu, mas sua voz mesmo assim era suave, uma linha de seda sonora que ecoava em lembranças de morte.

-Audiência? -O cavaleiro de ouro ainda não se revelava. -Pessoas imploram para nunca me verem, crianças tem pesadelos comigo, até mesmo meus iguais passam rapidamente por minha casa. E você quer uma audiência? Isso no mínimo vai ser divertido.

O cavaleiro aparecia. Orfeu achava que ele era um fantasma translucido que amaldiçoava a armadura de câncer, mas era pior. Ele era humano, uma pele morena castigada bastante pelo sol, cabelos de um azul intenso assim como seus olhos, mas o seu olhar era mais assustador do que ele esperava. Um olhar que parecia atravessar seu peito e mirava em seu coração, o qual havia gelado naquele momento. Sua real dúvida se ele era realmente humano, pois ninguém que se considere minimamente humano viveria naquele lugar.

-Vai ter sua audiência! Vamos comece a falar, Lira.

Orfeu reunia as forças para fazer aquilo que veio fazer.

-Vim aqui para lhe pedir um favor ou um acordo se preferir...

-Acha que eu sou um demônio? Faça-me o favor de ir embora, sou muito menos que um demônio, não tenho interesse em sua alma. -Máscara da Morte virava as costas e começava a andar para dentro da escuridão de sua casa. -Assim como os mortos, não gosto de ter meu sono perturbado.

-Eurinice está morta. -Cerrava os dentes para tentar esconder a dor e a tristeza que já transbordava por seus olhos. -A mulher que eu amo está morta!

-Devia agradecer, isso é a prova que ela estava viva. -O cavaleiro áureo continuava a andar, se dissipando nas trevas de seu ambiente. -Se quer procurar ela aqui, sinta-se a vontade, mas lhe garanto que eu não a matei, logo ela não esta aqui.

-GIOVANNE!!! MINHA MULHER ESTÁ MORTA!!! -Orfeu gritava além da sua voz, suas mãos já sangravam pela pressão que os dedos faziam na palma da mão revestida com a armadura.

Mascara da Morte para, mas não foi a noticia que Eurinice esta morta que ele parou, e muito menos pelo grito de Orfeu que ele se comoveu. Foi pelo seu nome, Giovanni Quantos anos ele não era chamado assim, junto com aquele nome esquecido veio memórias de sua humanidade.

-Então foi isso que você veio negociar? Meu passado?

-Não... - Orfeu lançava sua lira ao chão, e se ajoelhava de maneira brusca e humilhante. -Vim aqui pedir ao seu lado humano que me de a chance de reencontrar meu amor.

-E acha que eu tenho poderes de ressuscitar alguém, seu idiota. -Giovanni ainda permanecia de costas para Orfeu.

-Não, mas dentre os doze cavaleiros. Você é o único que consegue enviar alguém para o fosso dos mortos, Yomotsu Hirasaka.

-Peça ao Shaka! Ele é quase um deus, ele pode ter piedade de um pobre coitado como você.

-Peço por favor, Giovanni Lembre de quando você era um mortal desesperado como eu.

Giovanni lembra, ele sempre lembra. Por isso cada rosto que estava ali, na casa de Câncer. Para ele nunca esquecer. A dor de perder pessoas que confiavam nele, pessoas que o amavam e que ele amava. Era tanta dor que já fazia parte de sua vida, qualquer dor menos intensa que ele sentia era completamente ignorada, mas Orfeu fez o lembrar o desespero que ele passará.

-E o que você pretende fazer? Para passar ao mundo dos mortos e não ser uma alma escrava de sua punição você precisa ter o oitavo sentido. Isso é uma coisa que eu e Shaka treinamos para alcançar há anos. O que o faz pensar que vai conseguir?

-Não sei. -Orfeu chorava e ao abrir os olhos vira que suas lagrimas caiam sobre uma das faces que parecia também chorar. -Eu só sei que vou trazer Eurinice, é a única certeza que eu tenho.

-Então se eu te levar, você não contará a ninguém de meu passado. E mesmo se você morra, ninguém saberá. Acho um bom acordo. -Se virando rapidamente com um denso cosmo purpura acumulado em seu dedo indicador, como se roubasse a essência daqueles mortos e de sua constelação para aplicar o golpe no cavaleiro de prata.

-ONDAS DO INFERNO!!!

Um raio circular purpura com diversos círculos adjacentes vai em direção a Orfeu, que pega sua lira e coloca-a entre ele e o golpe, porém o feito do ataque do canceriano é arrastar corpo e alma para onde se faz a divisa entre a vida e a morte. Para onde todas as almas que padeceram caminham para seu lugar, seu novo lar.

Orfeu vê o que parecia a extensão natural da casa de Câncer, mas em proporções assustadoras, uma fileira de pessoas que vistas de longe, era impossível de se diferenciar. Todas sem vida, sem cor, apenas como fotos antigas que se arrastavam para uma enorme cratera que mais parecia um vulcão igualmente morto.

-Feliz com o lugar? -Mascara da Morte estava ao seu lado, nem um pouco abalado com aquela cena, enquanto Orfeu estava aterrorizado. -Vamos, você tem que resgatar sua amada.

Orfeu lembra o motivo de estar naquele começo de inferno, Eurinice. Não havia escolha de voltar para trás, apenas seguir em frente para resgata-la. E levantando-se, ele vai junto com Mascara da Morte para Yomotsu Hirasaka.

Ao chegar, o cavaleiro de Lira se deparava a uma cena chocante. Onde as almas se jogavam para dentro daquela cratera sem fundo, apenas com escuridão e gritos piores que a casa de Câncer.

Ambos estavam ali, parados olhando para baixo.

-Ainda quer fazer isso?

-Sim, mas me responda, Giovanni - Olhava Orfeu para ele diretamente. -Com esse poder, por que você nunca tentou resgatar alguém que morreu que você amava?

Sem olhar para Orfeu, Giovanni responde:

-Porque simplesmente ninguém que eu amei esta lá, carrego todos comigo.

Orfeu já não tinha duvidas, Mascara da Morte era de alguma maneira ainda humano. E Eurinice lhe esperava...

Ele salta para os domínios além do que o Mascara pode controlar, um brilho áureo do sétimo sentido.

E tudo que sobra é o canceriano parado, que após perder o cavaleiro de prata de vista olha pra cima.

-Pois todos aqueles que eu amei, eu carrego comigo... Boa sorte, Orfeu de Lira.

Mascara da Morte desaparecia se esvaindo no ar daquele mundo...

*****

Thouma e Esmeralda deram um golpe simultâneo.

A ombreira da amazona explode com o raio de Pegasus, e cai ajoelhada com a mão no ferimento. Thouma se vira ileso para sua adversária com seu olhar arrogante e determinado.

-E então? Não disse que iria me matar? Ainda estou vivo, e você com um ferimento no ombro.

-Idiota, acha mesmo que pode me derrotar. -Esmeralda olhava para ele. -realmente, você não é capaz de se controlar, e muito menos tem palavra. Veja quem você realmente acertou.

Thouma olha um pouco mais atrás de Esmeralda e vê a reencarnação de Athena quase que carbonizada por seu ataque, ela não respirava. Ele matará a Deusa protetora da terra. Thouma sente seu mundo desabar, tudo que ele defendia, tudo que ele fizera agora estava destruído.

“Como ela me obrigou a fazer isso” -gritava mentalmente consigo mesmo. -Como você me obrigou a fazer isso? -murmurava agora. -COMO VOCÊ ME OBRIGOU A FAZER ISSO?!!

Pegasus aumentava seu cosmo pela indignação e ódio que sentia, relâmpagos atravessavam seu corpo. E chegavam a acertar o chão com violências, e seus olhos eram a mais pura energia de seus cosmo refletida.

Fênix ria daquilo, mesmo com um ferimento no ombro. Que vendo bem, não parecia um grande ferimento, estava mas para uma leve escoriação.

-É só isso que você pode alcançar? Então essa garota realmente iria morrer, você não tem força para protege-la. -A voz de Esmeralda mudava para a mesma entonação arrogante de Thouma. -E realmente, acho melhor você não usar mais cosmo que esta acostumado. Um cavaleiro tem que acostumar seu corpo ao seu próprio poder, geralmente usar demais pode causar problemas, mas qualquer aprendiz de cavaleiro sabe disso.

Era realmente mais ofensas que o ruivo podia aguentar, ele aumentava seu cosmo ainda mais e mais, para provar que ele não estava nem perto de seu limite, mas acontecerá o que a guerreira da Ilha da Rainha da Morte lhe profetizará. Ele começava a perder o controle do próprio poder, tentar reduzi-lo ele entrava em desespero, mas era tarde.

Um relâmpago advindo de seu próprio poder explode seu braço deixando em frangalhos, pois fora um ataque de dentro para fora. O cavaleiro do santuário olhava seu braço, e não acreditava que estava sendo consumido por seu próprio poder. Sua dúvida foi apenas o grande estopim que ocasionou outras explosões internas na coxa, joelho, estomago, olhos, ombros. Até que seus cosmo diminuirá, mas era porque sua vida também estava se esvaindo.

Esmeralda se aproximava calmamente e olhava seu oponente caido de bruços, mal podendo sustentar seu olhar seu olhar para ela, mas mesmo assim ele continuava. Em um orgulho que ele não tinha mas como manter, mas ele tentava.

-Como eu disse, você não pode comigo. -Ela erguia sua mão acima da cabeça dele, acumulando o mesmo cosmo que Thouma unirá com toda dificuldade, na face de chamas que pareciam querer desintegrar qualquer existência.

Okko e Isaak ainda não entendiam a imobilidade dos dois cavaleiros a sua frente, mas para Pandora era óbvio. Fênix tinha algum tipo de ataque que atacava a mente de seu oponente, aquela amazona era realmente assustadora, numa aparência frágil sabia como derrotar inimigos mais poderosos que ela.

Pegasus cai de bruços e com um olhar comatoso, como se não houvesse mais vida. Aquilo era apenas o que sobrara de um cavaleiro. Enquanto isso, Esmeralda se voltava para os outros três cavaleiros, sem ao menos um arranhão.

-O que você fez com Pegasus? -Isaak perguntava, pois ambos, na curta luta que tiveram, tinham o mesmo nível de cosmo.

-O mesmo que vai acontecer com vocês se não me derem a garota. -Realmente, Esmeralda falava sério, ela destruirá a mente de Pegasus com um só golpe, e faria de tudo para destruir os cavaleiros negros, nem que tivesse matar a própria Athena e quem precisasse.

Isaak se preparava para ser o próximo oponente de Fênix até que sentira uma mão em seu ombro. Era Pandora, que o detinha.

-Não seja precipitado de ataca-la sozinho, Isaak. Não viu o que ela fez com Pegasus, se quisemos vence-la sem ferir Athena temos que atacar todos juntos, não é Dragão?

-Tem razão. -Okko não gostava da idéia de que precisava ser uma luta desleal, mas era por Athena.

Os três olhavam para Hana, que não entendia o motivo de protegerem-la com tanta vontade. Ela era apenas uma estudante que tomava conta de uma floricultura; mas aquela devoção em protege-la, no fundo, ela sentia que sabia. E tinha um carinho por eles, mesmo acabando de conhece-los.

Os três cavaleiros se colocavam em posição de ataque contra sua oponente, pareciam companheiros de longa data. Esmeralda os invejava, queria ela poder lutar lado a lado com alguém, mas ela tem que cumprir sua vingança, e aquela jornada estava próxima de acabar. Seu mestre tinha que ter seu descanso merecido, e ele não teria com aqueles malditos cavaleiros negros ainda vivos.

O primeiro ataque veio de Okko com um soco direto em Esmeralda que sai rapidamente de sua direção, apenas para ver a corrente triangular vindo em sua direção, a qual ela não vira pois o guerreiro de Rozan obstruía sua visão.

De novo ela desvia numa velocidade impressionante, mas ao reaparecer vê Cisne a sua frente e um ar frio o rodeando.

-PÓ DE DIAMANTE!!!

Os ventos gélidos atacam Esmeralda que quase não tem tempo de se desviar, e acaba desaparecendo novamente, mas Isaak sumia também. Okko e Pandora não acreditavam a velocidade dos dois, onde quer que Esmeralda fosse no segundo depois Isaak estaria lá disparando mais uma rajada gélida.

Pandora em um certo momento, parecia disparar a corrente de forma aleatória, mas a própria corrente começava a fazer curvas de ângulos geometricamente perfeitos prevendo onde a inimiga iria aparecer.

-Quando a encurralarmos você ataca! -dizia Pandora em tom de ordem.

Okko olha para o rosto da amazona de Andrômeda e mentalmente a ofende, pois aquilo era óbvio, e ninguém o ordenava, nem mesmo seu mestre.

Esmeralda estava em sérios apuros, eles tinham um nível superior aos cavaleiros negros, assim como o cavaleiro de Pegasus. Que ela só o venceu por causa do Golpe Fantasma, e naquele ritmo eles iriam acabar a encurralando, e a enfraquecendo bem, mas era tarde.

Esmeralda em sua ultima parada tivera a perna acertada pelo golpe do guerreiro do Ártico e presa pelo pulso pela amazona, a qual manda uma descarga elétrica pela corrente. E como se não fosse suficiente, Dragão partia na mesma direção que ela estava, com o cosmo crescente.

Apesar de Fênix estar encurralada, não parecia que ela estava prestes a perder. Muito pelo contrario, parecia que eles cometeram um erro há atacarem daquele jeito. E haviam cometido...

O ar frio de Cisne começa a se descongela numa onda de calor repentina, que se originava dela; Pandora também sentia sua mão queimando, era por causa da corrente que estava em brasa.

-DRAGÃO!!! SAIA DAI!!! -Ambos gritaram de maneira desesperada, mas era tarde.

Quando Okko vê, Esmeralda esta com uma silhueta flamejante que tomavam forma de asas para a armadura.

-Que as asas da fênix queimem sua essência!!!

A voz doce de Esmeralda dizendo isso pareciam um profundo sacrilégio, uma rajada de vento enorme acompanhada por labaredas de chamas atacavam todos os lados. Isaak e Pandora foram jogados quebrando algumas arvores até pararem nas mais grossas.

Já Okko estava parado em meio aquele inferno, graças ao aviso dos outros dois cavaleiros, resistindo bravamente com seu escudo, mas ele começava a ver tudo turvo, o horizonte parecia inclinar-se, ele estava perdendo a consciência por que as chamas queimavam o oxigênio presente. Isso também acontecia com Isaak e Pandora.

Esmeralda cessa o ataque por sua vontade até verem que todos estavam, no mínimo, desmaiados. E naquela clareira onde começava a ouvir som de sirenes chegando, procurava a garota, esperando não te-la matado.

E vira que Pegasus, em um rápido momento havia se jogado em cima dela, recebendo todo golpe. E ela estava apenas com as roupas levemente chamuscadas, mas nenhum ferimento grave. Ela o empurrada com o pé e pegava Hana no colo, preparando para ir embora, Thouma a agarra, fracamente, pois estava destruído tanto fisicamente quanto mentalmente.

-Se quiser vê-la novamente, espere até eu matar todos os cavaleiros negros. -Esmeralda chutava o rosto de Pegasus fazendo ele perder o resto de força que lhe sobrará.

Esmeralda some, como se nunca estivesse ali, levando Hana consigo...

Okko tenta forçar a consciência mas tudo que vê é uma figura escura e imprecisa que carregava alguém e sumia novamente, sua consciência também não se mantem durante muito tempo e se esvai...

3 comentários:

  1. No último capítulo ela termina com uma entrada triunfal, nesse, é com uma saída triunfal xDD

    Essa luta me lembrou um pouco o estilo da luta Shaka vs. Kamus, Shura e Saga, muito emocionante! ^^

    A Esmeralda dá a entender que de fato ela só está atacando o necessário pra concluir o que tem em mente. Quando ela concluir sua vingança para com os cavaleiros negros, o que será que ela vai fazer em seguida? Ser uma Ikki da vida? Curiosa pra saber. ^^

    O legal Dad D. é que você pega praticamente o mesmo rumo da história original e faz mudanças que deixam a história diferente e extremamente interessante sem sair do foco. Dá mó gosto de ler, indo agora pro cap 4 \o/

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  2. O mais chocante é que na época nem pensei nisso. Quem sabe o que pode acontecer com Esmeralda? Já que o Ikki era ligado com o Shun e a Esmeralda não tem vinculo nenhum com ninguém.

    A proposta de Alma Nova é essa, andar nesse meio dessa linha tênue de usar outros protagonistas e manter a essencia da história!

    Cada vez to implodindo em felicidade *___*

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  3. Relendo Alma depois de um tempo, para poder me situar e ler os últimos cap.! Tinha esquecido como vc é bom em descrever cenas de ação!!!

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