-A divindade está presente! –Era a apresentação de Shaka para qualquer leigo ou não, sua aura divina e seu cosmo partilhado com algumas entidades da cosmologia Hindu, o tornava o cavaleiro mais próximo dos deuses. Além do fato que ele mesmo recebera seu treinamento de seu avatar supremo: Buda.
Já Esmeralda apenas estava surpresa com o cosmo daquela entidade que aparecia em sua frente. Sabia que era pra ter medo daquele ser que acabará de chegar, sabia que devia correr, mas seu ódio por Jango lhe permitia ficar, lhe permitia não ter medo. Se ela soubesse de quem se tratava, talvez tivesse medo, ela mesma só sabia a existência de cavaleiros de Athena e os cavaleiros negros, nada mais.
Quem tinha uma reação diferente era Jango, não sabia quem era Shaka, mas acreditava que ele de fato era um deus, pois estava portando uma armadura dourada de algum dos doze signos solares. Era amedrontador, seu medo de padecer nas mãos de Fênix voltava, mas dessa vez para um cavaleiro de ouro.
-Então, você é o cavaleiro negro fugido da ilha da rainha da morte. –Olhava para os olhos de Jango, enxergando sua própria alma, porem não queria permanecer naquela mente deturpada por sadismo e violência por muito tempo. E ao olhar no fundo dos olhos de Esmeralda via apenas um passaro totalmente de fogo, queimando Jango, e que por trás das chamas havia uma menina chorando. Via que ambos eram da Ilha da rainha da Morte, o lugar onde os cavaleiros negros deveriam estar. –Vocês todos são resquícios da ilha da Rainha da Morte.
Jango lembra-se de Gigars, será que este havia mandado um cavaleiro de ouro para eliminar Fênix?! Não acreditava que praticamente era um cavaleiro das fileiras do Santuário e lutaria ao lado de um cavaleiro de ouro. Era o máximo de glórias que ele poderia ter.
-Hora de purificar suas profanas existências vãs nessa terra.
******
Pandora corria o máximo que podia com Hana nos braços, em uma velocidade alucinante, ganhando grande distância da área de combate. Já Hana gritava com a amazona e se debatia, pois queria voltar para ajudar Esmeralda, batia contra a armadura de Andrômeda com toda força que tinha, mas que para um cavaleiro de Athena, não era nada.
-Me solta, eu tenho que ajudar a Esmeralda!!! –As mãos de Hana já estavam com hematomas, mas mesmo assim ela tentava fazer com que Pandora a largasse.
-Não posso, se você ficasse lá iria morrer. Aqueles dois são monstros, tenho que salvá-la. Você é a esperança do mundo. –Pandora usava as palavras de motivação que Albior usava para seus aprendizes, mas não saía convincente de sua boca, parecia mais que Pandora falava para si mesmo.
-Eu fui covarde, nem tentei ajudar, apenas chorava com medo, sendo protegida. –Hana começava a chorar, recostando o rosto no peitoral da armadura de Andrômeda. –Vocês estão morrendo por uma causa, e se eu não for essa Athena?!
Pandora sabia dessa possibilidade, mas ao mesmo tempo era tão certo que ela era Athena! De alguma forma... Era impossível ela não ser Athena, não pelos fatos, não pelas provas, ela apenas era Athena. E no final, ela também a entendia, também se sentia uma covarde, mas ia cumprir as ordens de Fênix por esta ter confiado nela.
-Você não a ouviu? Temos que nos salvar, ela decidiu assim. Pior do que sair fugindo de lá, é não respeitar sua vontade. –As palavras de Pandora faziam Hana chorar ainda mais, pois sabia que no fundo era verdade, ela sentia que Esmeralda iria morrer, mas por mais estranho que fosse sentia que a veria novamente.
Até que ambas viam do local da batalha uma explosão de luzes, e apenas Pandora sentia aquele cosmo que inundava tudo, era assustador mesmo cheio de paz. Sabia que deveria correr para o mais longe daquele local. Nunca era bom sinal seres com cosmos enormes aparecendo do nada. Voltava a correr como se não houvesse amanhã...
*****
-M-mas c-como? – Jango estava amedrontado, não esperava por aquilo. Apesar que sua mente achava aquilo natural mas não esperava aquilo. Usar os cavaleiros negros para eliminar a garota e falar que a culpa era toda deles, mandando um cavaleiro de ouro qualquer para eliminar as provas. Era um fato.
-Não me interessa quem você é, eu vou acabar com Jango e somente eu o farei. Nada mais! –Esmeralda berrava, ela queria vencer mesmo não podendo naquele momento e naquelas condições, mas queria fazê-lo.
-Tola! Eu vim aniquilar todos, não só vocês como os três cavaleiros de bronze no desfiladeiro abaixo e a pessoa que está correndo! – Shaka, sentia o cosmo de todos, menos de Hana que não tinha um cosmo humano treinado, e Shaka achava irrelevante eliminar as pessoas comuns. –Eu vim eliminar todos vocês, já que os cavaleiros negros já foram mortos.
Esmeralda lança mais uma Ave Fênix destruidora para cima do cavaleiro de ouro, mas nada acontece, parecia que havia uma barreira circular invisível de puro cosmo. Era como se nada fosse puro o suficiente para tocá-lo, nem mesmo as chamas da amazona.
-Vou eliminar a todos, e a esse lugar maculado por vocês. Khan!!!
A explosão de luz foi assustadora, nada poderia se comparar àquilo, derrubando todo o pico do monte Fuji. A mídia local via a explosão de luz e de gelo, causando enormes deslizamentos. Todos chocados, estarrecidos, e amedrontados. A explosão coincidia com o sol se afastando no horizonte, mas ainda parecia dia, graças ao clarão do cosmo de Shaka.
Shaka, após liberar seu Khan, tenta sentir o cosmo de todos em volta. Todos eliminados, todos purificados por sua luz divina, mas algo estava errado. Algo que não se encaixava.
*****
Esmeralda acordara, e estava em movimento. Não entendia, tinha apenas visto aquele cavaleiro emanar um cosmo absurdamente poderoso, lembrava-se de Jango gritando por sua vida, mais nada além disso. Agora estava sendo carregada, estava lúcida, mas o cenário parecia ser colocado um em cima do outro, como se o anterior nunca tivesse existido.
Antes que passasse mal, decidira desconcentrar do cenário para a pessoa que lhe carregava, e apenas via suas costas e seu cabelo lilás liso e farto. Suas vestes também não era nenhuma armadura e nem mesmo um traje de treinamento, mas sim uma roupa fina e regional de alguma cultura. Notara também que seu cheiro era delicado. Ela não queria ser carregada, pois isso era o que a antiga Esmeralda aceitaria. Mas ela não tinha forças nem mesmo para protestar. Tinha que recuperar as suas forças, tinha que matar Jango, tinha que proteger Hana. Ela sabia que era melhor continuar inconsciente para restaurar um pouco de suas forças.
O homem que carregava esmeralda era jovem e apesar de se mover por intermédio do teleporte, as vezes que reaparecia corria ainda mais, mais que Esmeralda e Isaak poderiam realizar. E sempre olhando para trás com um semblante preocupado, mas ao mesmo tempo sereno. Por mais que ele fosse normal, sua marca de nascença se sobressaia, dois pontos roxos em sua testa.
Intimamente, ele rezava para que tudo corresse bem, tinha conseguido pelo menos salvar a amazona de Fênix. Era só deixá-la em algum lugar seguro, pois sabia que seus discípulos conseguiriam dar conta dos outros. Pelo menos ele esperava, mas tinha que acreditar. Não poderia fazer tudo sozinho...
Até que em um de seus saltos dimensionais, foi bloqueado por um cosmo enorme, um cosmo que ele reconhecia, o qual estava fugindo. Apenas para segundos depois ter sua confirmação visual do seu temor. Shaka estava a sua frente, aparecendo com teleporte, assim como ele.
O encontro dos dois se dá por um minuto de silêncio, ambos não tomam uma palavra se quer. A batalha que é travada naquele momento não é física, e sim paranormal. Ambos tentam invadir a mente do outro procurando por uma brecha, mas ambos são experientes demais para isso.
-Não faço a mínima idéia de quem você seja, mas sei que já senti esse cosmo em algum lugar em algum momento da minha vida. –Shaka não usava de sua visão para reconhecer as pessoas, não que fosse cego, mas apenas mantinha os olhos fechados por algum voto. –Quem é você? E por que está tentando salvar essa traidora?!
O jovem de cabelos púrpura agradece intimamente por Shaka não o reconhecer e por não conseguir ler sua mente, mas tinha que de algum jeito manter a amazona de Fênix viva. Não podia deixar uma vítima ser punida.
-Sou um agente do Santuário, estou aqui para evitar que você cometa um erro, cavaleiro de Virgem. –Mu não falava com dureza ou mesmo arrogância, muito pelo contrário, ele dizia serenamente como se fosse a mais óbvia das verdades. –Essa garota não é um cavaleiro negro, ela é uma vítima deles.
-Minha missão é destruir tudo que estava ligado a Rainha da Morte, a ilha não existe mais. O último resquício dela é essa garota. Não me importa se ela sofreu, se é vítima ou não. É o destino dela morrer. São ordens de Athena. –Shaka estava determinado, eram ordens da deusa protetora da terra, não deixaria de acatá-las. Pois mesmo ele reencarnara como um cavaleiro de Athena, era seu dever servi-la! –Se pretende me deter, vou considerar você uma ameaça a minha missão e vou eliminá-lo.
O homem que salvara Esmeralda não se acovarda diante da ameaça, iria protegê-la. Shaka talvez por passar a maior parte da vida de olhos fechado não enxergava as coisas mais óbvias, talvez por buscar a verdade universal dentro de si, não via que tal verdade estava lá fora, fora de sua mente egocêntrica onde ele era a perfeição. Não havia outro caminho, se Mu quisesse salvar a amazona de bronze, teria que lutar contra Shaka ali mesmo.
Quando Mu pensa em tirar Esmeralda de seu ombro, ela mesma sai, cambaleante, sem forças para nada, apenas para manter-se em pé e preservar um pouco da consciência que tentava fugir-lhe. Mas ainda usava seu salvador como apoio.
-Obrigado por tentar me salvar, mas eu luto minhas lutas. – Esmeralda queria lutar contra Shaka, ele matou Jango, lhe tirou toda sua vingança que lhe daria finalmente paz. Agora seu ódio foi transferido para o virginiano.
-Tola, acha mesmo que pode vencer Shaka? A reencarnação de Buda? – Por mais que a voz de Shaka estivesse serena, fica indignado com o desafio da amazona.
-Pare de referir a si mesmo na terceira pessoa e lute! –Esmeralda corre com o punho levantado para o indiano, sem cosmo e sem chamas, apenas com seus sentimentos. Não a importa se vai morrer, desde que Shaka vá com ela.
Mu tenta fazer algo, mas o movimento de Fênix foi tão intenso que ele não previu suas ações, nem mesmo Shaka, já que ela não estava usando seu cosmo, mas ainda sim não é o bastante para ameaçá-lo. Ele por pena de matá-la usaria seu Circulo das Seis Existências, iria jogar sua oponente para um dos mundos karmicos, para nunca mais voltar. E ele o faz.
Shaka antes de vê-la sumir, pode sentir o punho cheio de raiva de Esmeralda tocar-lhe a face, não fizera nenhum corte, não deixara nenhuma marca. Ele apenas sentira, o homem mais próximo dos deuses foi tocado por uma amazona de bronze. O cavaleiro indiano mantém a calma e não mostrava seu abalo. E ao ver sua missão cumprida se retira, mas antes diz:
-Caso você se interponha novamente em meu caminho, não deixarei você vivo. –E desaparecia como se nunca estivesse estado naquele local.
Mu apenas se recriminava por não ter protegido a amazona de Fênix, e ela ter padecido de uma maneira tão injusta, rezava para que os outros estivessem bem. Sumia esvaindo-se no ar.
******
A área do monte Fuji é interditada pela polícia local, como sempre, diversos curiosos e a imprensa local fazendo vigília no local para terem a notícia mais rápido que outros. Agentes federais japoneses e peritos geológicos e do esquadrão antiterrorismo. Até que três figuras surgem com imensas mochilas.
Um homem cheio de cicatrizes lhe faltando o olho esquerdo, com músculos inchados que davam a impressão de se romper a qualquer movimento, o segundo, de pele morena e feições atléticas, longe da aparência de um japonês comum, e a terceira parecia uma mulher, carregando a mesma mochila, coberta por uma capa enorme.
-Não podem passar. –dizia o agente federal do Japão obstruindo o caminho do trio.
-Somos da ONU. –dizia o moreno passando a mão pelos olhos do agente federal, para logo em seguida lhe mostrar três lenços de papel, que o policial pega. –Pode ver nossas credenciais.
O policial examina as credenciais que eram meros lenços de papel, conferindo sua autenticidade como um verdadeiro documento diplomático. E levanta o cordão de isolamento, deixando os três passarem. Corria mais a frente para avisar ao encarregado do caso da chegada dos investigadores da ONU.
Ao chegar em seu superior, o moreno levanta a mão em direção para o encarregado. No momento, todos que olham os lenços de papel, vêem as credenciais dos investigadores da ONU. O Encarregado se encontra com o grupo de diplomatas.
-Bem-vindos, senhores. Sou o tenente Yagami Souchirou, desculpem-me é que são tantas pessoas em volta que temos que ter alguns cuidados. Senhor?! –Indagava o policial apenas para saber se os nomes dos documentos batiam.
-Maren Hanssen! Por favor. Falta de cortesia minha. Estes são: Tim McIvor e Aleka Niotis. –Os nomes eram simplesmente inventados pelo moreno e jogados na mente do japonês. –Desculpe ser rude, mas temos que investigar, já que fomos mandados pra isso.
-Mil perdões, querem que eu envie alguns dos meus homens com vocês? –O policial parecia nervoso, afinal era a primeira vez que ele se metia com pessoas da ONU.
-Não é necessário. A ONU designou somente a nós fazermos um relatório e iremos embora. Queremos apenas que ninguém se aproxime, podem ver que estamos bem equipados. –Apontava para as enormes mochilas que carregavam. E os três adentravam andando calmamente, até serem perdidos da vista dos policiais.
Ao perderem de vista os policias, os três começam a correr em sua velocidade normal, que era no mínimo assombrosa, com o peso que carregavam não eram humanos normais, mas sim cavaleiros do zodíaco.
-Você cada vez me assusta mais, Asterion. –Dizia o homem cheio de músculos e cicatrizes para o moreno.
-Nem tudo se resolve com força bruta, Moses. –dizia o cavaleiro com poderes telepáticos.
-Mas com certeza é a parte mais divertida! –Ria o cavaleiro companheiro de Asteiron. Geralmente eles eram uma dupla, e não um trio, mas ela fora também mandada para investigar, não exatamente a causa da explosão, mas sim para confirmar os cadáveres dos cavaleiros de bronze.
-E onde estão Lagarto e Centauro? Vieram conosco até o Japão, mas se separam de nós. –Indagava o terceiro integrante, que era na verdade Marin, a amazona de prata de Águia, que era a perita em investigação do Santuário, e um dos lideres da rebelião contra o Santuário.
Marin estava apreensiva, não estava no Santuário, mas sim no Japão, onde seu irmão podia estar morto e talvez Athena também, mas o que não entrava na sua cabeça era porque lhe chamaram com a companhia de uma equipe de prata. Talvez fosse porque ela é a perita em investigação, mas Asterion também era desse tipo, especializado em infiltração de qualquer lugar e em arrancar as informações de qualquer um.
Mouses era o braço armado da equipe, caso acontecesse alguma coisa. De equipes inteiras ele sempre sobrevivia, não sem um arranhão, muito pelo contrário era o primeiro a entrar em combate e sempre saia vivo. Isso era prova de seu poder perante o Santuário.
Já sobre os cavaleiros de Lagarto e Centauro, ela não tinha muitos dados, apenas sabia que era do tipo de cavaleiros que trabalhavam sozinhos para que seus companheiros não sofram o “fogo-amigo”. Não fazia sentido tantos cavaleiros de prata em uma missão de reconhecimento, poderia mesmo ter mandado Shaka que estava ali momentos atrás para averiguar.
-Eles tem outra missão aqui no Japão. A nossa é reconhecer os mortos e eliminar ainda os vivos. –dizia Asterion que fora nomeado chefe da equipe. –Fiquei sabendo que pode haver alguém ligado a você, Marin.
Marin sentia que sua mente estava sendo invadida por Asterion, apesar de não ser uma paranormal, tinha aprendido a repeli-los, bloqueando apenas com a sua vontade. Mas apesar de tudo, tinha que ainda dar uma resposta para os cavaleiros de prata a sua frente, ela poderia com apenas um deles, e não dois.
-Só conferindo para saber, mas creio que seja meu discípulo um dos traidores. Ele veio para cá com algum motivo. –Intimamente se amaldiçoando por jogar a culpa apenas no irmão, mas tinha que saber que ele estava vivo, para isso tinha que acompanhá-los até o local da batalha contra os cavaleiros negros.
Cada passo que a amazona de prata dava, mas ela se sentia encurralada. Sua mente tentava cada vez mais achar não apenas um plano B, mas sim um plano C, D e mais, apenas mesmo porque devido àqueles dois era no mínimo necessário. E rezava sem deixar sua vontade enfraquecer, que seu irmão mais novo estivesse bem.
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Ares novamente pensava em seus planos, tinha que dar certo a segunda investida dos cavaleiros de prata. Ele sabia que havia tanto cavaleiros quantos não-cavaleiros entre os traidores. Tanto que restringia seu contato apenas àqueles, e mesmo assim sentia na pele a oposição. Sentia-se rodeado por traidores, e era nessas preocupações que a mente confusa de Saga começava a tentar suas investidas para tomar sua mente e seu corpo.
-“Você não vai vencer, nem você nem Eris. Você está no santuário de Athena, um dos lugares mais puros, cheio de santos que à primeira visão de Athena se revoltaram.” - dizia Saga apenas na mente que parecia fazer sua voz ecoar pelo mundo todo.
-Cale a boca, seu fraco! –Ares apertava os ouvidos inutilmente, tentava gritar para abafar a voz ímpia de Saga dentro de sua cabeça. –Você matou seu irmão, você é tão monstro quanto eu, eu sou a parte que você matou.
-“A família de um cavaleiro é Athena, sua devoção é para com ela. Tentei simplesmente deter um mal, mas esqueci que era humano, que estava sujeito ao mesmo mal. Você é o resultado da minha fraqueza. É isso que você é, uma fraqueza”. –Ares sentia o seu mundo girar, passava mal, se sentia sufocado. Já adotara sua máscara para não ver mais a face de Saga, que também era a sua face, apesar de drasticamente mudada, com olhos densamente vermelhos e cabelos brancos. Ainda sim ele era uma paródia maligna do santo de Gêmeos.
-Maldito, eu não sou sua fraqueza, sou tudo que você não conseguiu ser, sou o líder do Santuário, defendo a minha deusa! E protegerei esse mundo! –gritava Ares, mesmo não precisando, e seu grito pode ser ouvido por todo salão do Grande Mestre.
-“Não. Você nasceu de uma fraqueza. De instintos vis que meu irmão me deixou. Você é uma fraqueza”. - Ressoava a voz de Saga que naquele momento não era nem um ser material, era a divindade maligna que ecoava na mente de Ares. As lutas dos dois não envolviam cosmo em si, mas a vontade de se permanecer no plano material, em se valer a sua consciência da outra.
Até que subitamente, a voz de Saga se cala, o mundo e a mente de Ares se tornam novamente sob seu controle. A simples presença de sua Deusa Eris no recinto era o bastante para calar Saga. Ela sim era sua deusa, seu apoio divino, até que ele superasse esse “estorvo”, para ele mesmo eliminá-la, seria idiotice confiar na deusa da discórdia plenamente.
-Ainda sofrendo com Saga em sua mente, meu amado?! –A voz de Eris era a plena dúbia e cheia de nuances, sempre possuía um tom de ironia, sarcasmo, falsidade e ludibriação envolvida de palavras doces e gestos amáveis. –Meu campeão deveria suprimir isso mais facilmente.
-Desculpe minha deusa, pela fraqueza em meu coração, mas é que sempre me sinto cercado de traidores, e eis que Saga surge do escuro do esquecimento como um pesadelo. –O que era verdade, Ares evitava dormir para não enfrentar mais seus duelos de vontade no plano inconsciente, porém essas guerras passaram a eclodir mesmo quando Ares estava acordado.
-Ora meu amado servo, se não sabe quem são os traidores e eles te cercam, atire para todos os lados. Um deles você vai acertar. –Dizia a deusa loira aplicando um beijo leve em Ares. –Acerte em quem você suspeite, comece uma inquisição, afinal, você é o Grande Mestre e está sendo apoiado por Athena, a Deusa da Justiça. Você está apenas detendo os servos de um grande mal que está para surgir.
Na mente de Ares aquilo era certo, porém algo realmente o assustava: A falsidade que dizia que ele era o Grande Mestre e que ela era Athena era a mesma falsidade que o chamava de amado, mas ela estava certa, Saga se mantinha com a ameaça da rebelião e se fosse acertado pelo menos um traidor, a morte de inocentes já bastaria.
-Que comece a Inquisição! –Ares gritava para seu alter-ego ouvir, e o mesmo temia pelo sangue justo que iria ser derramado.
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Misty e Babel, os cavaleiros de prata que foram juntos até o Japão com Marin, Moses e Asterion, estavam no centro de Osaka, procurando a direção de seus alvos. Ambos sabiam que talvez tivessem que eliminar inocentes, mas eram ordens dadas por sua Santidade e sua própria deusa. Por mais que uma razão de moralismo lhes batesse no peito, eram apenas soldados da justiça, e às vezes ela não tinha um caminho muito coerente.
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Há anos atrás...
Aioros corria com uma criança no colo, fugido da ira de seus irmãos de armas. Aqueles que ele mesmo acompanhou seu treinamento, muitos amigos dele, e todos inocentes, exceto a pessoa da qual ele nunca esperaria uma traição. Queria ele ser um paranormal nessas horas, mas nem mesmo mestre Shion conseguiria fugir com seu dom de teleporte graças ao campo de restrição que o Santuário de Athena proporcionava. Mas incrivelmente, ele não fugira pelo caminho mais curto para fora do Santuário. Corria para a sua casa, sua mulher e sua filha estavam lá. Tinha que salvá-las também, tinha que ter força o suficiente para isso.
Até que viu sinais de luta, não de lutas comuns. Mas sim como se uma gigantesca espada tivesse passado por vários locais, ele reconhece esse golpe, o único que poderia fazer isso era um de seus subordinados. Shura.
Adentrava em sua casa correndo e via uma cena pavorosa. A casa ensangüentada, sua mulher, Miriam, morta, e sua filha recém-nascida aos berros nas mãos de Shura, um dos pródigos do Santuário, por duas coisas: seu senso de justiça e da excalibur em seus ataques.
-S-Shura... O-o que você fez?! –O desespero bate no coração do sagitariano, ele não merecia aquilo. Seu mestre Shion, estava morto, seu melhor amigo, outro cavaleiro de ouro, traia-lo e tentava matar Athena, e agora sua mulher morta por uma criança, já que Shura possuía quase a mesma idade de seu irmão mais novo.
-Isso é justiça, traidor. – Shura só via um inimigo de Athena a sua frente, via um ser desprezível que deveria ser morto, um ser que maculava o título de cavaleiro de ouro. –Me entregue essa criança e estará tudo bem.
-SHURA!!! O QUE VOCÊ FEZ?!!!! –O grego gritava com tudo, a mulher que ele ama estava morta e sua filha estava na mira da excalibur.
-Justiça, traidor. Justiça – Shura tinha os cabelos sempre bem aparados como um verdadeiro militar e também um olhar como a de uma espada pronto em retalhar o que estava à sua frente. –Você matou nosso Grande Mestre, eu matei sua mulher. Agora venha comigo e me entregue Athena, que juro em meu nome que não irei matar sua filha.
Aioros não confiaria nele, nem mesmo em seu irmão, já fora traído demais por um dia. Tudo que tinha que fazer era salvar Athena e sua filha, de uma maneira ou de outra. Nem que tivesse que passar por cima de cada um do Santuário e de seus próprios sentimentos, de seu nome, de tudo.
-Essa criança não é Athena. –Dizia Aioros, para evitar que Athena fosse deixada de lado nessa luta.
-Mesmo assim, me passe a criança e venha comigo, redima o seu nome com sua morte e sua filha irá viver. –Shura era um obstinado pela justiça, e com a sua filosofia que encaixava bem com o seu golpe: “cortar o mal pela raiz”, mas justiça sem discernimento era falha e letal.
Aioros atacava Shura em uma velocidade assombrosa que não poderia ser acompanhada aos olhos não-treinados do espanhol. Um soco em seu peito seguido do golpe do cavaleiro de Sagitário, o seu trovão atômico, e no mesmo instante tirava sua filha das mãos de seu mais novo oponente, e este apenas voava com o impacto para fora da casa.
O cavaleiro áureo deixava ambas as crianças na casa, e decidiu deixar Shura inconsciente. Suas emoções diziam para ele o matar, mas não era o que sua mente dizia, ele sabia que não iria adiantar nada matar Shura, aquilo não iria trazer sua mulher de volta.
Aioria saía de dentro do armário onde Miriam havia o jogado. Miriam assim como muitas outras pessoas no Santuário tinham habilidades de sentir o cosmo, e com o boato, presumia o que iria acontecer, mas não foi rápida o bastante para esconder a própria filha.
O irmão caçula do traidor pega sua sobrinha, da qual apenas poucos sabiam da existência e escondia-se no armário. Não deixaria que ela sofresse como “a filha do traidor”, ele lhe daria uma vida normal e carregaria o fardo de ter o sangue do traidor, mas ela não. Em nome da santa mulher que Miriam foi enquanto estava viva...
Oh, o Olos já era sofredor, agora tá com mais tristeza ainda, tadinho! T_T
ResponderExcluirSerá que a fiota do Olos vai virar amazona de alguma coisa? Curiosa aqui, normalmente essas histórias aparecem com um motivo que vai ser explicado lááááá no futuro, então aguardemos para ver o que acontece ^_^
Afinal, eu posso ter 2151316161846196 de teorias fajutas sobre o que vai acontecer, mas a última palavra é sua, né? Eu só chuto, e como sou horrível em cobrar pênalti vou continuar praticando até acertar alguma coisa XD
MÚÚÚÚÚÚÚ *-*
Ele apareceu, que emoção. Arraza, carneirinho! Não deixa ninguém fazer almoço de você! Ç_Ç
A Esmeralda não pode morreeeeeeeeeeeeeer, eu quero ver ela esculhambando mais gente! Ç_____________Ç
Bem, antes que eu surte mais em um único comentário, vou seguir para o próximo cap, beijocas dad =*
Iala... Outra Muzete... To vendo que vou ter que fazer um Mu Origens, logo, logo! Pode chutar a vontade, o bom que cada vez você vai se surpreendendo ou no minimo dizendo que acertou =)
ResponderExcluirÉ... bem... O Mu tentou... Esmeralda que descanse em paz, na paz que ela realmente merece, tadjenha T___T